Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, janeiro 31, 2008

AINDA SOBRE A QUESTÃO DOS TESTES NEUROLÓGICOS EM ADOLESCENTES


A coluna do Hélio Schwartsman, como não poderia deixar de ser, aborda com rigor e seriedade a questão que vem sendo debatida. Como também não poderia deixar de ser, pelo estilo do colunista, toma posição a favor dos pesquisadores. Apesar disso, padece de certo histrionismo cientificista, colocando seus rivais de debate na posição de "obscurantistas".
O texto leva até o limite o que o discurso tradicional cientificista/analítico que hoje é dominante os países de língua inglesa. Mas, apesar da competência dos argumentos, mostra total desconhecimento da discussão epistemológica de fundo: a discussão entre os paradigmas etiológico e da reação social em relação ao delito. Sem esse mínimo ingrediente criminológico, não é possível avançar na discussão.
É compreensível a irresignação de Schwartsman e outros em relação ao "Manifesto". De fato, os argumentos são mal-colocados e a discussão parece simplesmente ideológica. Parece bastante com a querela do "pós-modernismo" tal como ele viveu nos EUA, com um monte de gente despreparada tentando defender um relativismo epistemológico -- apoiado em Foucaults e Derridas mal-tratados -- sem sustentação mínima.
O problema, repito, não é de comprovar que os adolescentes examinados tenham eventuais problemas neurológicos. É, isso sim, de tomar uma amostra pelo todo, partindo do pressuposto de que quem está internado é "o" criminoso. Quer dizer: a neurobiologia acredita nos mitos do Direito. É possível que milhares de pessoas detenham o mesmo cérebro, mas em contextos diferentes não teriam cometidos os mesmos atos.
O que acontecerá, do ponto de vista criminológico, é o que sempre acontece: acha-se um elemento em comum e, invertendo a flecha, se considera uma causa do delito. A pesquisa, com isso, por envolver fenômenos supra-individuais, acabará refém do determinismo, por falta de um referente epistemológico mais forte, que permita pensar o mundo humano.
Muito bem, é só isso?
Porque, se fosse só isso, a pesquisa seria viável. Pesquisas com referências epistemológicas fracas pulam aos montes. Imaginem! Daria pra vetar 70% das pesquisas do Direito...
O problema da pesquisa é que, diante das circunstâncias concretas, a pesquisa é eticamente inaceitável. O resultado dela será a inevitável estigmatização desses jovens e, como tal, pode representar uma violência. É preciso, por isso, no mínimo circunscrever de forma clara os objetivos, sob pena de causar resultados desastrosos.

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TRATAMENTO DIFERENCIADO

O tratamento que a mídia vem concedendo à questão dos cartões corporativos da Presidência da República faz compreender um pouco a paranóia petista em torno da imprensa. Já escrevi por aqui que, muitas e muitas vezes, a mídia apenas fiscaliza, como deve, e noticia o que deve ser noticiado. Que uma imprensa livre é um bom termômetro da democracia. Também já várias vezes critiquei a esquerda por se vitimizar no que não é vítima.
Mas não dá pra não perceber que o PT sofre tratamento diferenciado. Não só por estar no cabeçalho de blogs de quinta categoria daquela revista neocon como nenhum outro partido está [afinal, muito do discurso conservador se alimenta exclusivamente de manter tudo como está e criticar quem quer mudança]. É que, em casos símiles, nada se noticiava, e nada se noticia.
Por exemplo, criticar o Ministro da Pesca [ok, Ministério da Pesca é uma bobagem burocrata, mas isso é outro assunto] por ter gastado R$ 512,00 numa churrascaria é puro oportunismo. É claro que, comendo junto com chineses em negociação comercial, deveria ter pago a janta. Faz parte do ofício.
Não estou defendendo a corrupção e nem que devamos tolerá-la, seja qual for o partido. Só estou advertindo que existe muito conservador que se aproveita da situação para atacar de moralista. Os tais cartões, que são alvo fácil, por exemplo, eram, segundo a Folha, de maior gasto na época de FHC. E olha que a Folha é serrista roxa, assim, chega até a doer os olhos [Serra é "Presidente eleito", como diz o chato Paulo Henrique Amorim].
Enfim, culpar a grande mídia por tudo é burrice, simples burrice. Mas não enxergar o tratamento diferenciado é cegueira.

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DOIS REFORÇOS E TEMOS UMA EQUIPE

Com a provável chegada de Fábio Rochemback, começamos a desenhar finalmente uma espinha dorsal para a equipe do Grêmio. Dois zagueiros consistentes, Jean [vou apostar] e Leo, dois volantes de muito peso [Eduardo e Fabio], um meia de articulação [Roger] e um atacante [Perea]. Na lateral-direita há poucas opções no mercado, então o negócio é apostar em Paulo Sérgio mesmo e, se der errado, tentar um junior [Felipe]. Na lateral-esquerda, temos Pico e Bruno Telles. Hidalgo deve figurar, pela abundância de laterais, entre os zagueiros. Com isso, conseguimos uma defesa razoável -- contando com crescimento dos jovens. De volantes, estamos muito bem servidos com dois excelentes titulares e bons reservas -- William Magrão, Adílson e Labarthe, além de Júnior, Itaqui e Maylson. Pelo número de jogadores, daria até para emprestar algum para ganhar experiência. São todos jovens e podem dar muita solidez à equipe, inclusive num esquema com três volantes, muitas vezes útil, até para liberar o Roger [situação que, por enquanto, eu utilizaria].
O que falta é dali para diante: temos Roger, que hoje em dia é quase uma aposta, para a meia de articulação, e Perea, que espero tenha sido bom investimento. Faltam dois jogadores. Peter é jogador para o grupo. Rafael Carioca é aposta. Falta, no mínimo, um meia para a titularidade -- um Hugo da vida. Se quisermos jogar com cinco meias (4-5-1 ou 4-2-3-1), mais dois. Tcheco, se retornar no segundo semestre, pode ajudar a formar um grande meio campo, como opção para a ausência de Roger ou do outro meia.
Por fim, o ataque. Temos, além de Perea, Reinaldo, Tadeu, André Luiz, Rodrigo Mendes, Jonas e Everton. Desses, devem ficar no máximo três. Rodrigo deve ser um deles [se um dia jogar] e, dentre os outros, André Luiz parece o mais consistente, se bem que Reinaldo tem melhor retrospecto. Jonas e Everton, que conhecemos da temporada passada, são fracos.
Com dois jogadores, então, ficaríamos com um plantel bom para disputar o Brasileiro:
Laterais: Paulo Sérgio, Felipe, Anderson Pico, Bruno Telles.
Zagueiros: Leo, Jean, Thiego, Hidalgo.
Volantes: Eduardo Costa, Fabio Rochemback, Labarthe, Adílson, William, Júnior.
Meias: Roger, (...), (... Tcheco), Peter.
Atacantes: Perea, (...), Reinaldo, André Luiz, Rodrigo Mendes.

Com o que temos aí, eu escalaria assim a equipe: Victor, Paulo Sérgio, Jean, Leo e Anderson Pico; Eduardo Costa, Fabio Rochemback, William (Adílson) e Roger; Perea e Rodrigo Mendes.

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segunda-feira, janeiro 28, 2008

OBAMA E RORTY

Richard Rorty, um dos mais importantes filósofos do século XX, morreu ano passado. Preocupado não apenas em enfrentar problemas de epistemologia e "traduzir" para os seus colegas da filosofia analítica as sutilezas do pensamento "continental", especialmente após Nietzsche e Heidegger, Rorty também enveredou em torno de problemas concretos da política norte-americana.
Sua tese principal era de que a esquerda norte-americana se perdera desde a Guerra do Vietnã, cindindo-se dos operários e perdendo suas maiores reivindicações*. Rorty via nos ideais social-democratas de John Dewey e na implementação do new deal uma típica política de esquerda, bem distante do que os liberais defendiam. Embora não fosse propriamente contrário aos movimentos de minorias, que via como estratégia razoável para diminuição do sofrimento e da crueldade nas nossas relações, Rorty acreditava que houve uma "perda de foco" na esquerda cultural, apoiada em Foucault e Derrida e militante nas universidades. Para ele, era necessária uma reunificação da esquerda em torno da próprio espírito norte-americano.
Uma política de esquerda, assim, seria a que -- em oposição em conservadorismo da direita -- consideraria a identidade norte-americana em permanente reconstrução, sem jamais fixar-se. Políticas culturais -- como voltadas para problemas de feminismo, racismo, etc. -- ficariam abrangidas por estratégias gerais de melhorias de vida dos desfavorecidos.
Ouvindo o discurso de Obama, tenho certeza que Rorty o estaria apoiando.
Obama nega-se constantemente a se assumir como representante dos direitos civis dos negros, utilizando-se sempre, como Rorty dizia, a unidade norte-americana em torno de uma espécie de cidadania constitucional, ou da "religião civil" democrática. A proposta de publicizar a saúde, por exemplo, soa bastante rortyana.
Pena que, por um câncer, Rorty não tenha podido sorrir ouvindo seu provável candidato.

* Sobre o tema, o principal livro é "Achieving our country", aqui traduzido como "Para realizar a América".

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TCHECO? CLARO!


O Wianey Carlet afirma que Tcheco quer voltar para o Grêmio em junho. Ótimo! Por que não? Tcheco foi um jogador razoavelmente inconstante esse ano, mas sabemos que tem grande futebol. Minha recomendação seria de que viesse para disputar posição com Roger. Sem a responsabilidade de ser o craque, como ocorreu em 2006 [repito: o Grêmio que jogou mais desde o time de 2001], Tcheco rende horrores.
Trazendo Fábio Rochemback, como dizem por aí, faltariam mais dois jogadores do meio para frente e teríamos já uma equipe. Mas não dá pra confiar; desde Flávio Obino, vivemos o trauma de negócios frustrados [só esse ano: o golerinho aquele, Souza, Rosinei].
Não sou fã de Jean, pelo que lembro dele no São Paulo, que só acertou a defesa com Fabão e Lugano. Antes disso, formando dupla de zaga com Régis, era inseguro. Mas vamos apostar. Pelo menos é um reforço.
Para o segundo semestre, com a seleção natural que fatalmente ocorrerá entre a pilha de atacantes contratados, poderemos formar um bom plantel com opções como Peter, William Magrão, Labarthe [se bem que, pelo jeito, deve ser dispensado], Tcheco e outros. Até agora temos: Victor, Paulo Sérgio, Jean, Léo e Pico; Eduardo Costa, [...Rochemback(?)], Roger e [...]; [...] e Perea. Dois jogadores de chegada formam uma equipe.

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

CRIMINOLOGIA, ESSA DESCONHECIDA


É incrível como, apesar da chamada "explosão de violência" no Brasil nos últimos anos, poucas pessoas se dedicam a estudar Criminologia. Há muitos "especialistas" vindos do Direito Penal que desconhecem quem foi Howard Becker ou Erwin Goffman, mas acham que sabem tudo porque estudaram normas penais. Sem falar dos "especialistas" da mídia, que não sabem nada mesmo, via de regra [as colunas da Alba Zaluar na FSP e do Marcos Rolim na ZH são exceções honrosas e imperdíveis].
Odeio essas discussões de blogueiros em que os debatedores ficam se batendo para ver "quem sabe mais" ou "quem é a maior autoridade". Mas, nesse caso, parece que falta um ingrediente básico na discussão, que está bem à mão de todos.
Refiro-me às pesquisas que serão realizadas por neurobiólogos testando cérebro de adolescentes, que comentei por aqui na época do surgimento da idéia. Surgiu, agora, um manifesto assinado por mais de 150 pessoas em que se contesta a pesquisa. Vários ótimos blogs já comentaram a questão [Fabs, O Biscoito, Hermenauta e outros].
Vou copiar um trecho de um artigo meu [que se chama "O Caso Pierre Rivière revisitado por uma Criminologia da Alteridade"], no qual tento explicar em poucas linhas o que significa a "virada criminológica" que ocorre nos anos 60, confrontando o que costumamos chamar de "paradigma etiológico" [busca das "causas" do delito]:
Como já adiantávamos, a Criminologia etiológica – entendida enquanto tudo que antecedeu o labelling approach – pretendia reduzir o indivíduo envolvido na trama cognitiva criminológica enquanto “criminoso”. Ela procurava causas para dizer: “X é delinqüente porque....”. A Criminologia da reação social, por outro lado, procurou enfrentar o problema desses “é” e “porque”. Ao expor o fato de que há uma inegável defasagem quantitativa entre a taxa de delitos efetivamente cometidos e os punidos, abriu margem para pensarmos em uma seleção qualitativa: apenas alguns vão punidos, porque são mais vulneráveis ao Poder Punitivo. Com isso, a idéia de “estereótipo” desmitificou a figura do “criminoso”. O que pensamos corresponder a um “criminoso” é, na realidade, em estereótipo que corresponde aos selecionados pelo Poder Punitivo, mas jamais a uma qualidade intrínseca inscrita na própria pessoa. Da mesma forma, a ausência de conteúdo “ontológico” ao delito, rechaçado a partir de um relativismo cultural, elimina a possibilidade de correlacionarmos, ou acoplarmos, crime à natureza.
Ora, é precisamente isso que nos dificulta, se não torna impossível, a pergunta pela causa – uma causa oni-abrangente, precisemos – do delito. Se o delito é cometido por uma variedade totalmente heterogênea de pessoas, não há como identificar uma causa – biológica, psicológica ou sociológica – que leve alguém a ser delinqüente. O que costumávamos fazer era “etiquetar” alguém com essa causa. Não perguntamos as causas biológicas que levam alguém a vender um DVD pirata, roubar o sinal da tevê a cabo do vizinho, praticar sonegação ou evasão fiscal. A “normalidade” das pessoas não nos faz pesquisar essas “causas”. O crime pode até não ser algo “normal”, no sentido de ser praticado na maioria do tempo, mas é definitivamente “normal”, no sentido de que é praticado pela maioria das pessoas (basta pensar em injúrias, abortos, sonegação fiscal ou violência familiar), muitas das quais sem qualquer correspondência com os estereótipos da Criminologia etiológica. O labelling, para fazer esse movimento, precisou quebrar um dogma: acreditar que a totalidade dos fatos punidos (ou dos agentes envolvidos) corresponde à totalidade dos fatos cometidos (ou dos agentes envolvidos). Ao ver que essa defasagem é norteada não apenas pelo óbvio critério quantitativo, mas também pelo qualitativo, o labelling colocou em xeque todas as teorias que pretendiam encontrar a “causa do criminoso”.
O problema do projeto é que ele está vinculado ao paradigma etiológico -- ou seja: não passou por uma reflexão aprofundada. É o que acontece com grande parte dos estudos de físicos, biólogos e outros pensadores das áreas não-humanísticas. Como ele acham que tudo aquilo que não é ciência é metafísica [ou simplesmente fantasia], não estudam filosofia e outras áreas. Por isso, se arrebentam para resolver problemas cujas premissas já foram devidamente derrubados.
O problema do determinismo/livre arbítrio, pode-se dizer, já ganhou contornos totalmente diferentes depois de gente como Husserl, Heidegger e Norbert Elias, e mais um montão -- montão mesmo -- de gente. Uma epistemologia pós-fenomenológica, por exemplo, nos daria para pensar porque alguns adolescentes com as mesmas características cerebrais cometem crimes, e outros não. Porque, no final das contas, como Lombroso foi pesquisar entre os presos suas características para fixar o "perfil do criminoso", conseguindo apenas identificar o estereótipo do criminalizado, esses cientistas vão partir do mesmo problema, sem se atentar para quatro décadas de críticas.
Falta cultura humanística -- especialmente filosofia -- para os cientistas, prova de que não é possível fugir da epistemologia, e a epistemologia pragmática dos cientistas acaba desperdiçando boa energia, neurônios e dinheiro.

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

REPARAÇÃO, DE IAN McEWAN

Confesso -- e nem é a primeira vez que faço isso por aqui -- que seis anos de Direito me endureceram completamente. De um contumaz devorador de literatura, que lia pelo menos dois ou três romances por mês, tornei-me quase insensível para esses livros. Esse verão, no entanto, decidi que iria retormar o hábito, custe o que custar. Comecei com esse livro, que tinha presenteado para a Nati sob recomendação do finado NoMínimo, dizendo-se inclusive que se tratava, provavelmente, do melhor escrito neste século.
O romance, realmente, empolga. O "realismo psicológico", como a personagem e narradora Briony descreve seu próprio estilo, é simplesmente fantástica, e uma escrita clássica e elegante mostra como não é necessário escrever um novo Ulisses [ou algo mais hermético] para estar entre os grandes da literatura.
Seleciono a seguinte passagem como exemplo:

Um segundo pensamento sempre vinha após o primeiro, um mistério gerava outro: seriam todas as demais pessoas realmente tão vivas quanto ela? Por exemplo, seria sua irmã realmente importante para si própria, tão valiosa para ela mesma quanto Briony era? Ser Cecilia seria uma coisa tão intensa quanto ser Briony? Sua irmã também teria um eu verdadeiro por trás da onda que se quebrava, e passaria tempo pensando nisso, com o dedo quase encostado na cara? E as outras pessoas, inclusive seu pai, e Betty, e Hardman? Se a resposta fosse sim, então o mundo, o mundo social, era insuportavelmente complicado, dois bilhões de vozes, os pensamentos de todo mundo a se debater, todos com igual com igual importância, investindo tanto na vida quanto os outros, cada um se achando o único, quando ninguém era único. Era possível afogar-se aquele mar de irrelevância. Mas se a resposta fosse não, então Briony estava cercada de máquinas, inteligentes e agradáveis vistas de fora, mas sem aquele sentimento vivo oculto, interior, que Briony tinha. Era uma idéia sinistra e desoladora, além de improvável. Pois, por mais que era muitíssimo provável que todo mundo tivesse pensamentos como os dela. Isso ela sabia, mas apenas de um modo um tanto árido; não conseguia senti-lo de verdade.

Um grande resumo, literário, do que significa a dimensão da alteridade. Mais detalhes não por aqui, mas, talvez, em algum paper.

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O AMANTE DE LADY CHATTERLEY, DE D. H. LAWRENCE
Constava como uma das lacunas nas minhas leituras dos clássicos a ausência desse romance. É um grande livro, irrigado de uma sensualidade tremenda, que faz despertar toda corporalidade inerente à nossa atividade humana.
Longe de qualquer vulgaridade -- vulgaridade que não me faz mal, vide Henry Miller, um dos meus favoritos, mas aqui não se faz presente -- Lawrence explora, na relação entre Lady Chatterley, Connie, e o couteiro Mellors, toda a humanidade presente na relação sexual, todo esse dispositivo entre o humano e o animal que os profetas da ascese tentaram eliminar. Felizmente, não conseguiram. Felizmente, tivemos Nietzsche para nos salvar. E depois Freud, Bataille, Deleuze, Foucault e mais um monte de gente, até a Madonna.
Não pude deixar de relacionar esse livro com outro que lia simultaneamente -- O Aberto, do filósofo Giorgio Agamben -- no qual Agamben, refletindo sobre o que difere o homem do animal, próximo ao final cita Benjamin pra dizer que o sexo é o que desativa essa separação. Lawrence parece trabalhar nesse estranho vão onde recém começamos a caminhar.
O livro, que data de 1928, ainda escandalizaria alguns puritanos. Felizmente, o mundo não é mais dos puritanos. Ao menos não todo o mundo.

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O ESTRANGEIRO, DE ALBERT CAMUS
O absurdo parece ser o grande tema do clássico "O Estrangeiro", de Camus. Dele, havia lido apenas "A Peste".
Achei a obra um pouco próxima de Kafka, pela naturalidade dos eventos que vão se sobrepondo de forma monstruosa até redundar na mais completa catástrofe, perante o qual o personagem reage com sincera indiferença.
O fluxo dos acontecimentos e a vida assolada na mediocridade, a indiferença completa e a ausência de qualquer sinal de responsabilidade, tudo parece refletir a terrível angústia dos tempos de Camus. Não parece à-toa que grandes autores dessa época tenham sinalado esse clima de profundo desencantamento -- seja em um Heidegger e sua angústia como tonalidade emotiva fundamental, ou a profunda Náusea de Jean-Paul Sartre. Um livro sobre o qual terei de refletir um pouco mais.
Atualmente, (re-)lendo O Processo, de Kafka, e A História do Olho, de G. Bataille.
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"DESEJO E REPARAÇÃO"


Como eu dizia há dois posts atrás, 2008 começa com dois grandes filmes. Não tenho o mesmo rigor de lançamentos no cinema como tenho por aqui com a música por uma simples razão: via de regra, não baixo filmes. Só filmes raros. Acho muito trabalhoso e gosto de ver no cinema. Por isso, um lançamento musical chega por aqui instantaneamente, enquanto que as películas seguem a data de lançamento no Brasil [e pior: em Porto Alegre].

A rigor, eu teria que rever Desejo e Reparação. Vendo o filme menos de duas semanas após ler o livro -- pura coincidência! -- não pude deixar de, o tempo todo, ficar fazendo comparações. Ou de não querer perder minhas imagens mentais de como imaginava os personagens.
Mas, apesar disso, não posso deixar de reconhecer uma grande produção, que foi razoavelmente fiel ao livro, com boas interpretações dos atores e algumas cenas belíssimas, das quais sem dúvida a onipresente cena da praia, citada sempre, é exemplo. Como estava ainda muito contaminado pelo livro, não pude deixar de reconhecer dois problemas no filme: indicia um pouco em demasia o que fica mais realmente misterioso no livro, e deixa de explorar a agressividade das cenas de guerra do romance, que mostram o horror da 2ª Guerra Mundial. Fora isso, tudo é muito bem feito, inclusive a "adaptação" no final.

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"A VIDA DOS OUTROS"




Filme maravilhoso. Longa alemão de 2006 que só agora chega a nós, trata de um membro da Polícia Secreta da Alemanha Oriental que faz uma escuta na casa de um escritor socialista, procurando algum indício de "traição", mostra como todas as Totalidades são perigosas, inclusive as de esquerda. No final, os dispositivos do poder são tomados por burocratas sujos que formam uma elite corrupta e desprezível. É a pulsação do humano -- pulsação do concreto -- que mostra um nó que vai se apertando ao longo do filme, até atingir seu ápice no final. Um nó surpreendente, mas que vai se tornando imperativo até virar inevitável.
Realmente, eu não quero contar mais. Vá lá e confira.

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TENTANDO PENSAR NO GRÊMIO

Sou torcedor. Tento não ser "secador", mas é inegável que tenho certa dose de irracionalidade nas minhas análises, apesar do esforço contrário. Uma estréia que mostra méritos pelo menos do técnico -- conseguiu montar uma equipe -- me permite sair da inércia apavorada que estava para ver alguma coisa.
Contratando um zagueiro experiente -- inevitável, para o lugar do Teco --, um segundo volante [grande rateada a saída de Gavilán, que serviria], um meia e outro jogador com chegada, pode ser meia que chega junto ao gol [ex., Hugo] ou um atacante mesmo, já teremos uma equipe razoavelmente consistente. O grupo pode ser completado com os jogadores que estão aí: temos dois laterais-esquerdos para apostar [Bruno Telles e Pico], volantes [William Magrão, Adilson, Labarthe, Maylson, Júnior], meias [André Luiz, Peter] e atacantes [Jonas, Reinaldo, os guris da base] para o grupo. Contratando esses quatro jogadores -- que podemos imaginar por exemplo com Souza, completando o meio com Roger, e um jogador para o lado de Perea, que temos que apostar, mais um zagueiro forte e experiente como o nosso William [penso, por exemplo, no Adriano que jogou no Grêmio em 2003, no Evaldo, se não der certo no Santos, etc.]. Hidalgo poderia ser deslocado para a zaga, no grupo. Resta a lateral direita que ficaria com Paulo Sérgio mesmo, pois não há grandes opções para a posição, valendo apostar na base se não der certo; e o gol, que será uma arriscada incógnita.
Poderíamos ter: Victor, Paulo Sérgio, Léo, (...) e Anderson Pico; Eduardo Costa, (...), (...) e Roger; (...) e Perea. Viram? Quatro reforços não é muito. Vejam que três dos quatro seriam reposições para William, Tcheco e Diego Souza. Temos jogadores de plantel, e ainda a base, basta contratar mais quatro jogadores do nível do Souza para formarmos um time bastante competitivo.

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

O ANTI-MACUNAÍMA

Lendo uma brilhante tese de doutorado sobre nosso mestre Emmanuel Levinas, filósofo franco-lituano, em que o autor tece comparações de alguns aportes fenomenológicos de Levinas com passagens da literatura brasileira -- em um deles mencionando Macunaíma, de Mário de Andrade -- me ocorreu uma lembrança nada a ver com a tese.
Não encontrei o link, mas durante o Vestibular da UFRGS li uma reportagem sobre a redação na qual se elogiava o novo modelo adotado, da comparação de um personagem da literatura com o "brasileiro". Ali, a maioria falou de Macunaíma, de Mário de Andrade. Um dos jovens disse que "gostou muito" e que tinha facilidade para escrever "textos críticos ou negativos".
O que tinha para comentar é essa mentalidade pseudo-crítica que começa a se tornar monstruosamente dominante. Esse guri -- que daqui a pouco deve estar comprando a passagem para a Austrália -- tende a achar que o brasileiro é Macunaíma, que não presta, é desonesto, preguiçoso, etc.
Se bem que a população brasileira tenha dificuldade efetivamente com a lei formal, é uma forma de estigmatização que a elite estilo Cansei cada vez mais impõe, especialmente pela Internet por meio de e-mails "indignados", a maioria deles "assinados" pelo Arnaldo Jabor [vai saber por que quase sempre ele...], à chamada "ralé estrutural" do país.
Nem parece que existem dois tipos de brasileiros: os que vivem na Casa-Grande e os que vivem na Senzala. Certamente o gurizão deve se achar mais australiano que brasileiro.
Me preocupa como vão se formar essas mentalidades "pós-Internet" que vão ter a sua formação recebendo esse tipo de e-mail "indignado", que nada mais é que máscara do conservadorismo.

Trilha sonora do post: Sigur Rós, "Svo Hljótt".

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

DIVERSÕES INÚTEIS


Eu simplesmente curto MUITO esses videozinhos de lutas de animais. É um hobby ficar imaginando duelos impossíveis, tipo tubarão versus crocodilo, elefante versus rinoceronte, etc.




Urso Pardo contra Tigre.


Rinoceronte contra Elefante.


Tubarão contra crocodilo.


Hipopótamo versus tubarão.


Baleia contra Lula Gigante.


Orca atacando tubarão (real). Afudê, ODEIO tubarões.


Tá bom, no próximo post prometo coisas mais úteis. :)

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MINHA EXPLICAÇÃO

Cinema vazio (1)
O número de espectadores nos cinemas no Brasil foi menor em 2007: 88.623.940 pessoas foram às salas de cinema no ano passado - uma queda de 2,9% em comparação a 2006, que alcançou 91.276.579. Já a renda bruta no ano ficou em R$ 707.362.128 - em 2006, foi de R$ 701.376.000.
Esses são os números finais do mercado de cinema no Brasil, divulgados na semana passada pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro - que mantém o único banco de dados da indústria contínuo desde 1992. As informações se referem às bilheterias dos filmes lançados até a última semana cinematográfica de 2007.
- Podemos ver que a queda do número de público foi ainda maior do que estimávamos. O número de espectadores de cinema nacional caiu em 0,8% em relação ao ano anterior - analisa Jorge Peregrino, presidente do sindicato.

Cinema vazio (2)
Do total de espectadores que foram às salas de cinema no Brasil em 2007, apenas 11,1% assistiram a filmes brasileiros - cerca de 9,85 milhões de pessoas. Em contrapartida, o número de filmes brasileiros lançados subiu de 73 em 2006 para 93 em 2007 - crescimento que não se refletiu, porém, em aumento de público para a produção nacional.

(ZH, hoje).

Certamente os especialistas devem estar cheios de explicações comerciais para a diminuição da bilheteria nos cinemas durante os últimos dois anos. Mas eu tenho uma também: não me lembro de dois anos tão fracos para o cinema quanto 2006 e 2007. Basta ver que o cinema -- que era das principais pautas desse somepills -- foi mingüando, mingüando, até estar praticamente desaparecida. Com pouquíssimas honrosas exceções [Cartas de Iwo Jima, por exemplo], pouco ou nada se viu de elogios à terrível safra que nos despejou Hollywood [que, bem ou mal, é a fonte principal] nos últimos dois anos.

Uma boa notícia, no entanto: acabo de ver dois filmes qualificáveis como não menos que excelentes - "A Vida dos Outros" e "Desejo e Reparação". No próximo post, uma resenha de ambos.

Trilha sonora do post: New Order, "Bizarre Love Triangle".

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

MARIA DO ROSÁRIO

Ao que tudo indica, Maria do Rosário será a candidata do PT para as próximas eleições municipais. Tem todas as características boas e ruins da ala moderada petista. Manifesta disposição ao diálogo, defesa dos direitos humanos e um discurso mais oxigenado que o da ala xiita. Entretanto, precisa parar de sustentar a prática do aparelhamento dos órgãos públicos por meio de indicações políticas.
Vejam, não vou ser ingênuo, como alguns anti-petistas, de achar que só o PT faz isso. Só quem nunca foi à Assembléia Legislativa ou ao Palácio Piratini acredita no discurso da direita de que é só o PT faz isso. O PT apenas substitui os que estão ali, indicados igualmente por outros partidos. É preciso ser muito cego aos bastidores para não ver nisso uma das grandes causas da gigantesca rejeição política do Governo Olívio.

YEDWARD, MÃOS DE TESOURA (1)
A Governadora tem diante de si um fato inevitável: a implementação dos subsídios. É ordem constitucional e não pode ser postergado para sempre. Por outro lado, tem o fato político de que foi eleita para cortar gastos. Fez bem em vetar em Projeto pelas razões certas: o valor de 17 mil é escandaloso diante da realidade financeira tétrica do Estado.
O enfrentamento com os Poderes deve ser levado assim: falando-se a verdade. Os malabarismos jurídicos e a cordialidade política levaram o Estado ao atoleiro em que está. É preciso dizer tudo claramente. Convenhamos que um valor de 10 a 14 mil não estaria nada mal para um Magistrado em início de carreira. Basta comparar com a média de quem presta serviços advocatícios.

YEDWARD, MÃOS DE TESOURA (2)
É verdade a declaração de Yeda de que está popularizando problemas que os seus antecessores não quiseram enfrentar. A tal "Lei Britto" (Lei 10.395/95) é um problema sem solução e uma irresponsabilidade política do ex-Governador. Para quem não sabe, o Governo concedeu reajustes aos servidores e depois simplesmente não pagou duas parcelas, sob o argumento de que atingira o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal. É óbvio que a Justiça concedeu o direito aos aumentos e, por isso, soma-se uma dívida imensa ao Estado.
Mais um legado do terrível Governo Britto, que muitos ainda têm coragem de defender.

ESTADO DE EXCEÇÃO E HOMO SACER
E o Estatuto da Criança e do Adolescente?
E a Constituição?
E o Direito?

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segunda-feira, janeiro 14, 2008

O DESESPERO DO TORCEDOR GREMISTA

Não há palavras para descrever o que passa na cabeça do torcedor gremista nesse momento. Como na temporada passada, os dias passam e a Direção gremista, ao contrário das outras, segue inerte ou traz jogadores totalmente desconhecidos. Sempre lembrando, não canso de dizer, que tinhamos uma equipe quase completa de 2006 para 2007: faltavam apenas dois bons laterais e um goleiro. Vimos Evaldo, Jeovânio, Hugo, Rômulo e Léo Lima [esse, justificadamente], do time titular, e jogadores importantes do grupo, Maidana, Alessandro, Rafinha e Herrera irem embora. O grupo, que já estava pronto, foi desmontado. Era início de 2007 e não vinham os reforços. O primeiro foi uma contratação-aposta, e deu certo: Diego Souza. Teco veio para o lugar de Rômulo. Veio Schiavi. Tuta e, finalmente, na última hora veio Lúcio, desacreditado do Palmeiras.
Não posso negar que Diego, Teco e Lúcio foram boas contratações. Teco, porque William é capaz de dar segurança para qualquer zagueiro ao seu lado. Lúcio, com liberdade para atacar, foi bem. E Diego deu a melhor resposta.
Mas, apesar disso, o time engrenou apenas razoavelmente. Fomos vice-campeões da Libertadores, mas era nítido que o time passava na marra, aos trancos e barrancos, com ajuda da torcida. Carlos Eduardo deu uma resposta boa. Tenho certeza, no entanto, que se tivéssemos a base de 2006, teríamos passado mais tranqüilamente pelos nossos adversários. É bom lembrar que a nossa primeira fase foi sofrível, contando com Éverton e Ramon no ataque.
O problema maior veio a seguir. No início do Brasileirão, saíram Lúcio, Schiavi, Lucas e Carlos Eduardo; Teco se lesionou. Quem trouxemos? Nova inércia. Mais uma vez a estratégia que hoje se repete: anunciamos jogadores e, no final da negociação, os perdemos para outros times, ou simplesmente se fala de um jogador que é absolutamente improvável, como já foram Gilberto, Marcelinho Paraíba, Elano, D'Alessandro, Sobis, Rivaldo e outros. Trouxemos, na última hora, Marreta, Jonas e outras posições ficaram simplesmente vagas, sem falar de fiascos como Kelly e Rodrigo Mendes. Para um campeonato que exige amplo plantel.
Como eu advertia várias vezes, Mano Menezes, que é um técnico fora-de-série, um dia iria encher o saco. Não dá para você ver os títulos na cara, prontinhos para ser pegos, e ter sua equipe despedaçada a cada temporada sem que venham as peças de reposição. Se compararmos o grupo atual -- ou do fim do ano passado -- com o de 2006, não dá para comparar.
Temos, então, a pior situação esse ano. Foi embora Mano, a chave do sucesso nos anos anteriores. Para o seu lugar, uma aposta. Saiu o resto da base que formou a espinha dorsal do time de Mano: William, Tcheco, Sandro, Gavilán [que tinha dado boa resposta], Diego Souza. Saja, que nunca foi goleiro dos meus sonhos, saiu, mas para o seu lugar ficou o mediano Marcelo Grohe e um desconhecido Victor. Teco se lesionou novamente. Temos gente desconhecida como Peter, Perea, Reinaldo, Paulo Sérgio, Danilo Rios.
Vamos esperar. Mas o panorama, até agora, é de que estamos em trajetória descendente desde 2006. O grupo está piorando desde aquela época. A cada semestre, se desidrata mais. De um Grêmio que dava água na boca de ver em 2006, pois simplesmente massacrava seus adversários com uma marcação implacável, cada vez mais se empilham jogadores fracos e limitados, e nossas pretensões baixam.
A Direção, no entanto, segue inerte. Continuamos chutando nomes altos e contratando jogadores de segunda linha. Falam que, em 2006, ninguém acreditava na equipe. Quando trouxemos Hugo, Léo Lima, Rômulo, juntamos Jeovânio e Lucas, Tcheco e conseguimos um dupla de área confiável, todos sabíamos que o time ia deslanchar. Em 2007, muita gente apostava no Diego Souza. E tinhamos William, Lucas, Tcheco. Agora, apostar em quem?

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quarta-feira, janeiro 09, 2008

FECHANDO 2007 MUSICAL


Algumas categorias não determináveis de antemão.

MELHOR MÚSICA: Radiohead, "Reckoner".



MELHOR DISCO PARA FONE DE OUVIDO: Low, "Drums and Guns" e Blonde Redhead, "23".





DISCOS DE 2006 DESCOBERTOS EM 2007 QUE DEVERIAM ESTAR ENTRE OS 10: The Knife, "Silent Shout" e Sparklehorse, "Dreamt for light years in the belly of a montain".


BANDA ANTIGA MAIS SENSACIONAL QUE CONHECI ESSE ANO: Built to Spill.



BANDA ANTIGA MAIS SENSACIONAL QUE NÃO-CONHECIA-DIREITO: Pavement.
Especialmente esse disquinho aí.





MELHOR MÚSICA ANTIGA QUE EU NÃO CONHECIA: Built to Spill, "Carry the zero".




MÚSICA DROGADA MAIS JOSELITA: Interpol, "Rest my chemistry".



Rest My Chemistry

I haven't slept for two days.
I've bathed in nothing but sweat.
And I've made hallways scenes for things to regret.
My friends they come.
And the lines they go by.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.

I live my life in cocaine.
Just a rage and three kinds of yes.
And I've made stairways.
such scenes for things that I regret
Oh those days in the sun.
They bring a tear to my eye.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.

But you're so young.
You're so young.
You look in my eyes.
you're so young so sweet so suprised.

So the sign says "ok"
Gotta take a ride just recline in the faraway.
Got to take some time to realize
That my friends they come.
and the lines they go by.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.

But you're so young.
You're so young
You look in my eyes.
You look so young.
So sweet. So suprised.
You look so young, like a daisy in my lazy eyes.

Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.








DECEPÇÃO DO ANO: Black Rebel Motorcycle Club, "Baby 81".


MELHOR SHOW: The Killers e ...And you will know us by the trail of dead, empatados.


DISCO MAIS-IRRELEVANTE-COMO-SEMPRE: Travis, "The boy with no name".


BANDA DESCOLÊ-ARTÊ QUE NÃO COLOU COMIGO: Battles, "Mirrored" (exata sucessora do TV on the Radio).



MÚSICA PARA DANÇAR: Justice, "†"



DISCO COM SUPER-SINGLES QUE NÃO SE SUSTENTOU INTEIRO: The Shins, "Wincing the night away".

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segunda-feira, janeiro 07, 2008

EXCLUSIVO SOMEPILLS! FURO DE REPORTAGEM!!!
Somepills não é blog de jornalista. Mas estou anunciando um furo de reportagem: Grêmio irá anunciar três reforços - Sandro Goiano, Galatto e Patrício. Sim, esses mesmos! Mas não para 2007, e sim para 2008.
Com o virtual rebaixamento em 2007, só nos resta planejar mais uma temporada raçuda na série B. "Com o Grêmio onde o Grêmio...".
Enfim, é o peso de ser gremista, o time que mais exige dos corações dos seus torcedores.
O Sr. Pelaipe a cada temporada dá maior show: depois de desmontar um time completo de 2006 para 2007, agora terminou o que restava para 2008. Perdemos, enfim, Diego Souza, depois de Tcheco, Sandro, William e outros. E ele ainda se vangloria de ter trazido Diego e Lúcio, dois jogadores "desvalorizados"! Beleza, mas esqueceu da turma do Marreta e outros "desvalorizados" que pingaram aos montes no ano passado, sem falar de gente como Rodrigo Mendes, Kelly, Junior e outros que nem saíram do departamento médico. Afinal, lesão no joelho é coisa pouca, detalhe para jogador de futebol. Esse ano nos deram Vagner Mancini -- uma incógnita total -- e contratações de time pequeno, completamente desconhecidas.
Porque, afinal, é isso que o Grêmio tenta fazer parecer: um time pequeno.
Mas, felizmente, temos a tricolor, que nos torna inquestionavelmente grandes, apesar dos dirigentes que nos fazem subir o cabelo.
Depois do unanimemente eleito Obino, agüentamos tudo.

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