Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, agosto 30, 2004

Involuntariamente
- Estive ausente por um tempo, em decorrência de pequeno acidente futebolístico que tirou o meu pulso esquerdo de circulação por uma semana. E digitar com uma mão só é dose. Senti falta de escrever por aqui. Sou compulsivo.

Mulher
- Como se pode descrever a importância da mulher na vida do homem? Bom, com todos os defeitos que podem ter as mulheres, é inegável que a pele macia delas nos deixa loucos. É inegável que mãos delicadas, curvas, beijos, afagos, carícias, safadezas e sorrisos são a maior alegria da vida masculina. Por mais que tomar cerveja, ver futebol e falar merda com os parceiros seja muito bom. Não, nada se compara a um sorriso feminino. A mulher é coisa do demo. Por isso o homem tolera com tanta espontaneidade as mulheres juntas, trata-se de um episódio de beleza. Por isso, nõs agüentamos as coisas mais incompreensíveis nos gostos, hábitos e neuras femininas. A sensação corporal que acompanha a mulher é um presente para todos que as amam.

- Tá, mas por que esse papo? Sei lá, deu na telha.

O que anda na vitrola
- Comprei o DVD do Placebo, com um show em Paris, excelente. Boa presença de palco da banda e perfeita execução da música, um rock-alternativo-rasgadíssimo-quase-punk. Legal como os DVDs em Paris são bons, o mesmo ocorreu com o Cranberries. Estádio lotado.
- Também estou ouvindo bastante o principal trabalho do malucasso Tricky, "Maxinquaye", uma obra comparável a "Dummy" (Portishead) e "Mezzanine" (Massive Attack) para o trip hop, rótulo que todo mundo odeia, mas abrange bem essas bandas. Uma combinação de elementos eletrônicos, batidas estranhíssimas, vocais sexy, instrumentos arrojados torna o disco uma salada muito degustável. Por exemplo, há um efeito de disco arranhado em "Overcome" e de "agulha suja" na faixa "Hell is around the corner". Ah, o DVD do Tricky, com os clips, também é muito interessante. A atmosfera surrealista das músicas é muito bem travestida em imagem.
- Por fim: os ótimos Libertines, rock'n'roll tosquíssimo da "escola Strokes", muito legal (eles têm uma música que o nome é "Horrorshow" (!!!)); Gomez, o já comentado "In Our Gun" e "Split the Difference", com seus vocais triplos e ótimas músicas; Kátia B, brasileira que tentou ciscar alguma coisa do trip hop, mas, independente disso, tem um trabalho bem interessante; o excelente "Hopes and Fears", do meu super-hype Keane; e, por incrível que pareça, Travis, uma boa banda que eu não gostava, por só conhecer "Invisible Band" (disco que ainda acho fraco), mas passei a gostar depois de ouvir bem "Good Feeling" e "The Man Who" (por sinal, eles 'tão com uma coletânea "no prelo").
- Tá difícil conseguir no SLSK o disco da banda A Camp, trabalho paralelo ao Cardigans da excelente-e-super-sexy Nina Person.

Conselho Federal
- Ia comentar, mas não vou porque sou lulista e todo mundo sabe. Por isso, todo mundo vai achar que eu estou defendendo o Governo. Mas, desde a era FHC, venho defendendo punições mais severas e a criação de um órgão fiscalizador da imprensa. O fato de o consumidor ser o principal fiscal da qualidade do café em pó ou de calças jeans não impede que haja um PROCON para fiscalizá-los. O fato de um Promotor de Justiça ou um Juiz de Direito serem livres para decidir a inocência de um acusado de um crime não impede que hajam Corregedorias para fiscalizá-los. Creio que isso mostra minha opinião, certamente bem anti-popular, sobre os dois principais argumentos da imprensa contra a medida: a) é o consumidor que "decide" e "escolhe" qual jornal quer ler, de acordo com a sua idoneidade; b) uma atividade como o jornalismo não pode ser fiscalizada por não existirem "medidas certas". Para tudo existem parâmetros e para todas as liberdades existem limites e responsabilidades. Aliás, isso é bem antigo: é Sartre.
- É uma ilusão achar que, só porque vai ser criada uma autarquia, ela vai ser dominada pelo Governo. Se fosse assim, a OAB, por exemplo, que exerce papel importante na opinião pública, seria dominada. Não é. Aliás, os membros normalmente são eleitos pela própria classe, sem absolutamente nenhuma interferência de (qualquer) Governo.
- Ôpa. Acho que já comentei. Em relação ás críticas, que sei que virão, tentarei responder uma a uma. Acho esse assunto bem importante e que estamos sob um bombadeio corporativista da imprensa. Nesse caso, não é o Governo, mas a idéia, que eu defendo.

Sim, eu gosto de polêmica.


Durval Discos
- Que filme louco! Que ótima trilha sonora! Que reviravolta!
A Encantadora de Baleias
- Mas que coisa feia aquelas baleias! Pareciam uns pedregulhos! Tem que ser muito cinéfilo para alugar um filme com o nome "A Encantadora de Baleias". Pensem bem!
American Pie 03
- O mais fraco dos três! Os personagens, com exceção do Stifler, perderam o punch. Aliás, o filme perdeu o punch.
Mestre dos Mares
- A palavra é específico. Uma aventura dos mares e nada, nada mais que isso. Russel Crowe sempre faz papel de machão (exceções: "O Informante" e "Uma Mente Brilhante"), mas é um baita ator.
Olga e explicação
- Fazia hoooras que ia não via uma divergência tão grande entre crítica e público. Ainda não vi.
- Eram quatro filmes, não dava pra fazer uma resenha pra cada um. O post não terminava mais.


Uma questão filosófico-psicanalítica
É de Jurandir Freire Costa: como fica, diante do "novo" paradigma científico de "libertação sexual", aquele que é natural e confortavelmente enrustido? Ou seja: não é um álibi para os "libertadores" serem "novos repressores"?


Arbitragem
- Quando é que a nossa "brilhante" imprensa esportiva vai começar a criticar de forma séria a arbitragem brasileira? Não é estranho que os nossos árbitros sejam os únicos do mundo inteiro que marcam mais que 50 faltas por jogo? Vão me dizer que os jogadores brasileiros são mais violentos que os italianos? A pretexto de "proteger o craque", o jogo no Brasil fica truncado, atacantes com nenhum talento se mantêm na base do cai-cai, bons zagueiros não conseguem se diferenciar dos ruins e os árbitros não precisam prestar atenção no lance. Caiu, é falta.

Um técnico infantil
- Incrível como Plein desconhece, especialmente na hora das substituições, um dos princípios mais básicos do futebol moderno: não é o número de atacantes que faz um time ser ofensivo; nem o de zagueiros ou volantes, defensivo.
- Nessa onda, o Grêmio já está na zona de rebaixamento. Acho que não vamos cair, mas será por pouco. De novo. No post que vem, vou sonhar: lista de dispensas para o ano que vem e algumas sugestões de contratações.


Por falar nisso
- Me desculpem os que acham discussões em listas perda de tempo. Eu só vejo graça quando elas existem.
- Vocês não acham que o vocalista do The Darkness canta como se alguém estivesse, ao mesmo tempo, apertando os seus testículos?

Post enooooooorme, para compensar o tempo de compulsão contida.



Trilha sonora do post: Television, "Marquee Moon".

segunda-feira, agosto 16, 2004

O Declínio do Império Americano
- Gostaria de ter anotado as minhas impressões sobre o filme enquanto estava vendo, porque acho que perdi muita coisa. É um filme de intelectuais, queira-se ou não. Mas é bem feito. E tem toda uma comicidade própria, na vida sexual ativíssima dos seus personagens.
- Ali fica bem claro com uma personagem como o niilismo é prejudicial à vida, e ai de quem diga que Nietzsche era niilista - ele era o exato oposto. A exaltação da vida na sua forma dionisíaca, a aceitação da tragédia, o abraço grato ao destino e suas forças incomensuráveis, um hedonismo inteligente , tudo isso é Nietzsche e é, por isso, o exato oposto daquilo que a personagem pregava na sua mágoa ressentida contra a vida. Nietzsche dizia ao ressentidos: se reclamas da vida, te livra dela logo, o mundo não perde nada sem ti.
- Tentamos Scarface, mas a cena da serra elétrica foi demais para a minha amada. Trocamos o filme. Fiquei para ver sozinho.

Fórmula de todos os filmes de romance americano adolescente

Dois personagens exatamente opostos (um popular e um antipopular) + uma razão qualquer (aposta, matéria em jornal, etc.) para um tentar conquistar o outro, que o odeia ou despreza + a conclusão do divergente de que o outro "é legal" + CLIMAX - os dois se juntam + por algum motivo ou mal-entendido se separam - ANTICLIMAX + tentam retomar a sua vida, mas não conseguem = no momento final, um se declara ao outro e resolvem se juntar.
Ô coisinha bonita! (Calma, Roxy, não bate em mim!).


Crimes Hediondos
- É só olhar no "Perfil" aí ao lado para saber que eu sou, definitivamente, um liberal. Sou contra a política de "endurecimento de penas", que não resolve nada, pune demasiadamente alguns inocentes e viola direitos humanos. No caso dos crimes hediondos, tem toda razão o STF em declarar inconstitucional a lei. Publiquei até um artigo jurídico sobre o tema. A questão é a seguinte: a lei entende que, independentemente da pessoa e do crime, quem comete os crimes ali definidos irá preso em regime integralmente fechado. Ou seja, não permite a readaptação gradual do condenado à vida social. Resultado: inúmeros "mulas", por exemplo, presos com pequenas quantidades de maconha ou cocaína, ficam às vezes 05 ou 06 anos presos, na "escola do crime". Saem estigmatizados e treinados para os crimes violentos.
- Tá, e vocês perguntam, e os caras que cometeram crimes atrozes? Bom, esses podem ficar em regime integralmente, se for o caso. É que, para progredir o regime, é preciso pedir ao juiz e provar que pode. É só o juiz indeferir e mandar ficar preso. O que a lei não permite é que se individualize a pena caso a caso, que é o correto. Ou seja, nivela pelo pior. Não segue o princípio constitucional da inocência - é melhor soltar culpados do que prender inocentes. Esse é princípio básico da política criminal - lembrem-se disso quando abrirem os jornais.

Topfive Clipes
- De brincadeira, assim, montei um topfive dos melhores clipes que vieram na minha cabeça:

5º - "Don't Cry", Guns 'n' Roses - sensacional, o clipe que me fez gostar de música. Os clipes do Guns eram sempre um espetáculo;

4º - "The Scientist", Coldplay - afora a música ser das mais belas composições que já vi, a técnica de reverter o fluxo do tempo no vídeo ficou sensacional;

3º - "No More Tears", Ozzy Osbourne - aquela morena gostosa se afundando nas próprias lágrimas enquanto Ozzy olha com aquela cara de demônio gritando "No more tears".....

2º - "Sabotage", Beastie Boys - todo mundo se inspirou nesse clipe, visual seriado americano dos anos 70, a música é furiosa e o cenário é supercriativo;

1º - "Crazy", Aerosmith - Liv Tyler e Alicia Silverstone fazendo o papel de duas colegiais louquinhas semi-lésbicas?... Não, não tem discussão. É o melhor e pronto.


O que anda na vitrola
- Fiquei devendo um monte de coisas, mas vai pelo menos alguns: Elastica é ducaralho, bandinha da época que surgiu o Oasis, início do estouro do britpop, mas com um tempero mais feminino, indie e tosco; Blondie, baixei um "Best of", é anos 80, mas... vá lá, "Heart of Glass" é bonitinha e a voz da mina é pra lá de sexy; graças ao amigo Scientist, grande pescador na "zona morta" do futebol de salão, andei ouvindo 12 Memories, disco contestadíssimo do Travis, que, contudo, achei bem melhor que o sem sal Invisible Band (que passa bem a sensação de "invisible" mesmo); e o Velvet Revolver, banda do pessoal do Guns e do ex-vocal do Stone Temple Pilots. Engraçado que, realmente, não soa como nenhum dos dois - me lembrou até os Vines em algumas músicas, por causa do vocal/gritêro. Por incrível que pareça, meu winchester só tem 10Gb, o que é torna insuficiente para baixar os novos e elogiados CDs do Libertines e do Hives, ambas bandinhas da era Strokes (por sinal, fiadasputas, não vão vir mais para o Brasil - eu ia!). Uma palavrinha em separado agora.
- Me impressionou com o trabalho do Marcelo D2. Sempre simpatizei com o Planet Hemp, não só pela coragem de combater a hipocrisia social com relação à maconha, como pelo próprio som, uma mistura de hardcore, rap e outras variações pesadas, sendo uma mescla de Rage Against the Machine com Beastie Boys brasuca. O trabalho solo do D2 não tem nada a ver com isso: é uma mistura inédita de samba e hip hop. O que torna o rap brasileiro chato? A excessiva pureza, a ausência de ritmo, a seriedade às vezes excessiva. Nos EUA, o melhor do hip hop é a mistura com R&B, com dance music, funk, disco ou outros ritmos. Por que D2 não é chato que nem os Racionais? Porque é samba, tem molejo, ginga, malandragem. As letras são inteligentes, suburbanas, naturais. O ritmo é suingado, dançante, brasileiro. Resgatou em Bezerra da Silva e Zeca Pagodinho toda malandragem do samba e pagode carioca e misturou com uma boa mixagem e atualidade do hip hop. D2, com esse disco, conseguiu ocupar na cena brasileira o lugar que o Outkast ocupa na cena internacional. E poderia estar taco a taco com ele, se o mundo fosse justo.


Grunge e Glam
Podem dizer o que quiser do grunge, mas a sua grande contribuição foi eliminar batons, purpurina e laquê do rock. A história das camisas de flanela era um absurdo: era a roupa típica de Seattle, só isso. É uma deturpação do ideal grunge ("come as you are") querer tratar as roupas como se fossem "parte do movimento". Não devemos confundir alhos com bugalhos.


Clichês do futebol
- Alguns clichês do mundo do futebol: a) time bom é time ofensivo. Basta aumentar o número de atacantes, tirar os "brucutus" do meio campo, que temos os melhores times. O detalhe é que eles sempre perdem. Por quê? Quem ganha são os times equilibrados, não os ofensivos; b) falta um articulador. Há pouco tempo, era o discurso de todos os times do Brasil. Será que não notaram que são poucos os articuladores? A solução não é contratar qualquer um para isso (chegou-se a contratar o Rico por isso, hehe), mas sim bolar um esquema que não precise de articulador (ou todos os times têm que ter seu Zidane); c) bola aérea é falha da defesa. O curioso é que quase 50% dos gols saem de bola aérea. Ou seja, não é difícil saber que bola aérea é uma boa jogada, e pronto. Todos os times fazem gols assim e todos sofrem. Chega de acabar com os zagueiros por isso, às vezes é simplesmente insistência e competência do ataque.


Alguns comentários imperdíveis ao post anterior
- "A pergunta que o seu "amigo" fez à menina é uma clássica obsevação de gente preconceituosa e hipócrita." - Fefenix (exatamente o que eu queria dizer!).
- "Por estarmos em 2004, calculava cá com meus poucos neurônios que isso não mais se propagasse no mundo... E o cara ainda perdeu a chance de fazer DUAS amigas, que poderiam fazê-lo MUITO feliz." - Mariano (sim, sim, nisso nós concordamos!).



Êpa, me passei, aquele abraço!



Trilha sonora do post: Placebo, "Commercial for Levi".

sábado, agosto 14, 2004

Variando os posts - uma história ocorrida essa semana em uma lista de discussão

Tudo começou com um e-mail sobre o filme Amnésia:
"xará...eu assisti há um tempo, teria q ver de novo...vou fazer hj, minha namorada tem ele em casa...bem...o filme é mto bom, bom mesmo, aborda o lance da doença dele, e o mau entendido da morte de sua esposa, ele vivia na confusão...e isso vai se desenrolando, tipo...no dvd, tem a versão dele na ordem cronológica...procure ver e "abra seus olhos"ou "olhe bem de perto"...alguém aí sabe de q filmes são esses slogans...? hehehe adoro slogans...qm sou ber mais e quiser me lidtar filmes e slogans...vou amar...
bjus a todos e xará...apareça sempre...vou ver o filme p vc!"CArol de Moraes - MT"

Olhem a resposta (1): (Marcos)
"Desculpe a indiscrição, carol, mas vc mudou de sexo?!"

Acreditem ou não, olhem outra resposta (2): (Gustavo)
"é.... essa eu tb não entendi....rsrs"

Então a Carol responde:
"Como assim mudei de sexo??????? não foi uma carol q me perguntou sobre o filme? ai gente se naum foi sorry...hehe bjsmas continuo sendo mulher...e gosto mto de ser uma hein!?Carol de Moraes - MT"

E a coisa, inacreditavelmente, prosseguiu. Vejam a resposta do Gustavo:
"sim Carol....mas no e-mail q vc mandou sobre o filme Amnésia, vc menciona ter uma namorada...isso q despertou a curiosidade...mas como nosso amigo moderador bem disse, isso não vem ao caso....o assunto aqui é cinema....
Abraços
Gustavo _SP"

Então eu não me agüentei:
"Mas que falta de respeito e despropósito.
Esse tipo de assunto não tem cabimento e só revela o preconceito das pessoas, independente de qualquer (ingênua) curiosidade."

Então veio uma resposta do Gustavo para mim:
"alguem aqui falou com vc?
só estava explicando pra ela (pra Carol)pq achei q ela nao tinha entendido ...lembrando que quem fez a pergunta não fui eu...eu só fui tentar esclarecer alguma coisa....e mandei pra ela o e-mail, não pedi sua opinião ou coisa parecida...
e Carol, novamente desculpas se de alguma forma lhe ofendi....
Abraços
Gustavo"

(DETALHE: É uma lista pública de discussão)

Eu respondi, então:
"Se vc não quer que os outros se manifestem, mande em PVT, e não para a lista, que é pública e aberta.
Só usei meu direito de manifestação para repudiar esse tipo de intervenção preconceituosa na lista (lembrando a pergunta original: "vc trocou de sexo?").
Nunca vou deixar de criticar esse tipo de coisa. Se quiserem, me tirem da lista."

Então, finalmente, o Moderador se manifestou:
"Gustavo,
Se vc mandou o e-mail para o grupo vc falou com todo mundo, não só com a Carol. Se o e-mail era só pra ela, usasse o e-mail pessoal.
M-O-X (Não sei seu nome),
O Gustavo já havia se desculpado. O seu comentário e julgamento foram um tanto quanto desnecessários."
(eram mesmo?)

O Gustavo, então, pôs ponto final, claro, sem assumir a responsabilidade:
"só lembrando novamente que quem fez a pergunta ''original'' não fui eu....mas enfim.... desculpas a todos que se ofenderam.... pra mim assunto encerrado..."

E então veio o Marcos (o primeiro autor da pergunta):
Caros,Quero pedir desculpas a todos pelo imbróglio que sem querer eu provoquei, e em particular à Carol. Para tanto faz-se necessário um esclarecimento a meu respeito: não é do meu feitio julgar, rotular, discriminar ninguém. Quando eu fiz a pergunta a Carol, foi num tom de brincadeira, já que imaginei que ela postou, por engano, aqueles comentários de outrem (´´xará`` e ``minha namorada`` GERALMENTE são termos ditos por pessoas do sexo masculino).Não tenho nada contra a opção sexual de cada um, nem poderia ter, jáque isso é totalmente pessoal.
Mais uma vez os meus desculpas e se por acaso esse humilde pedidode perdão for insuficiente para apagar o mal-estar instalado nogrupo e for vontade todos, posso me retirar deste grupo sem problemas, apesar de um pouco triste".
(Até aí tudo bem).

Resposta de outra participante da lista:

"Marcos
Errar todos nós erramos. Porém, não vejo motivo para ninguém sair do grupo. Espero que vc e a Carol se entendam.Renata."

Aí o cara cutucou onça (quieta) com vara curta:
"O mais irônico, Renata, é que a Carol mesmo nem se sentiu ofendida, cmas sim um tal de M-O-X, que por sinal foi bem inconveniente e precipitado nos seus pré-julgamentos...Beijos,Marcos" (pra quê?????)


Respondi carinhosamente:
"Ó... tadinho de você, Marcos!Será que você não se deu conta de que esta é uma lista pública evocê pode ofender indiretamente outras mulheres que "tem namorada"?Eu não pré-julguei ninguém, apenas critiquei o que vc escreveu.Inconveniente foi você, ao poluir a nossa caixa de mensagens com umconteúdo totalmente pessoal de conversa, que não tem absolutamentenada a ver com o tópico da lista e agora fica se fazendo de vítima.Já tinha dado o assunto por encerrado, mas não sou cachorrinho praficar levando desaforo pra casa - ainda mais de quem não tem razão.Vá pensar e refletir melhor sobre as suas atitudes.Não vou protelar essa conversa, justamente porque ela não tem nadaa ver com o tópico da lista. Mas o direito de resposta é asseguradona Constituição.Não fosse a sua referência ao meu nome nesse e-mail, eu nem teriarespondido. Entrei no e-group para discutir sobre filmes, não paraficar trocando farpas.ass. "o tal" MOX."

Olhem a brilhante resposta do sujeito:

"MOX (espero que nao tb compre briga comigo por nao saber o seu nome),Entao nao entre em assunto em que nao lhe diz respeito..da mesma forma que eu reconheco que nao deveria ter brincado daquela forma com a Carol a respeito da opcao sexual dela (que alias teve uma atitude muito mais digna do que a sua, como tambem o moderador Mauricio) vc nao tb nao tem o direito de me ofender...eu admiti meu erro, que, como uma brincadeira infeliz, foi nao-intencional ao contrario de vc, que agiu de maneira sórdida, cinica e consciente no sentido de descontruir a minha imagem perante aos outros membros deste gd,procurando chifre em cabeca de cavalo com intuito de satisfazer o seu ego de patrulheiro ideologico dos novos valores.E tem mais: pode me acusar do que quiser (preconceituoso, ingenuo, inconsequente) e jogar os outros contra mim: so saio desta lista se a maioria dos participantes ou o moderador assim quiser. E agora, com o meu direito constitucional de resposta satisfeito, espero desta vez encerrar esta discussao que eu involuntariamente provoquei e nada tem a ver com o tema do grupo...O ''tadinho'' do Marcos"

Para não entupir mais o e-group com brigas, mandei o e-mail em PVT para ele e para o moderador:
"Eu agi de maneira sórdida? Apenas por cobrar a responsabilidade sobre o que você falou? Ou você não quer admitir que errou? Se você tivesse admitido o seu erro de verdade, não estaria entupindo o grupo com mensagens contra mim, como se eu fosse "patrulheiro" ideológico.
Pelo amor de Deus, a única coisa que eu protestei foi o fato de você não ter tratado com respeito uma pessoa do grupo e, indiretamente, outras que possam estar em situação igual. Agora, se "novos valores" são a defesa do respeito à opção sexual alheia, coisa que você não teve, eu sou patrulheiro ideológico mesmo. Não tolero ofensas públicas a pessoas que já são oprimidas veladamente pela sociedade, como ocorre com as mulheres homossexuais.
Não estou nem aí se você vai sair ou não do grupo, minha única preocupação é que não ofenda mais ninguém como você fez às mulheres homossexuais e a mim, por ter me censurado quando eu estava correto.
Não existe isso de "se meter na conversa", você mandou o e-mail para uma lista pública, portanto, todos são livres para entrar na conversa. Se você não queria intromissões nas suas considerações preconceituosas, que mandasse em PVT. Ou vai dizer que você não sabe como funciona um e-group?
Agora, dizer que "mudou de sexo" porque tem namorada é puro preconceito, mesmo que para isso realmente cavalo tenha chifres.
Mostre a "indignidade" da minha atitude por censurar uma pessoa preconceituosa. Mostre mesmo. É um desafio.

PS: Estou mandando apenas para o moderador e você apenas para preservar o grupo, que não precisa testemunhar sua conduta absurda. Estou até abrindo mão do meu direito de resposta, por enquanto, embora tenha sido diretamente ofendido pelo teu e-mail descabido.
PS2: Vou até me divertir muito ao publicar isso tudo."

Perdi a resposta dele, mas não me mostrava o porquê de'u ter sido sórdido, mas pedia para darmos por encerrado o assunto.

MINHA PERGUNTA É: Uma pessoa que pergunta se a mulher "trocou de sexo" porque tem namorada não é preconceituosa? Ou eu estou pré-julgando precipitadamente?


PS: Volto na segunda-feira, mas cedo que de costume, com os posts normais, cumprindo as promessas.



Trilha sonora do post: Los Hermanos, "Last Nite" (ao vivo).


segunda-feira, agosto 09, 2004

Lost in Translation
- Pois é, pessoal. Não sei se foi a alta expectativa criada, se eu tenho mau gosto, se estava num dia ruim, etc. Sei lá, o fato é que não achei tudo isso o filme da ilustre Sofia Coppola. Sim, é verdade que ele dá um horizonte interessante das diferenças ocidente-oriente, que apanha com muita sensibilidade a atração entre um homem mais velho e uma mulher mais jovem, que por vezes é cômico na diversidade lingüística, que tem um final interessante, fora do clichê. Mas, além de tudo isso, senti-o um pouco arrastado para o meu gosto, um pouco lento demais e, às vezes, gostaria de ter entrado mais fundo nos personagens - especialmente na garota. De um modo geral, um bom filme.

Peixe Grande
Talvez eu simplesmente não estivesse num bom fim-de-semana. Digo isso porque já li resenhas de pessoas de ótimo gosto falando bem dos dois filmes. Mas Peixe Grande não foi emocionante, não me contagiou, nem mesmo pela atração ao pitoresco. O que mais me decepcionou foi a indecisão de Tim Burton em definir se os fatos eram reais ou não. Ele quis fazer um meio termo, especialmente nas cenas finais, mas isso transformou a metáfora em mentira, o simbólico em falso, e por isso desmereceu seu personagem.

O que anda na vitrola
- Bom, depois desse festival de mau humor, vamos às novidades: ouvindo ainda Doves, mas uma banda da linha new acoustic; a histeria do Yeah Yeah Yeahs, rock'n'roll and nothing else but this; Talkie Walkie, o novo do Air, repleto de sonoridades diferentes e interessantes, às vezes aconchegantes, às vezes simplesmente viajantes; muitos b-sides do Radiohead (inclusive uma demo de There There, sensacional!), graças ao SLSK; Razorlight, mais uma pequena banda de Londres que toca um rockão, com um primeiro single bem legal - Goldentouch; andei ouvindo bastante também o "Best of" do Blur (uma banda meio inconsistente e, por isso, boa de coletânea). Para o próximo post, ouvindo Elastica depois de muito tempo, Snow Patrol, Libertines, Hives e o novo do Sonic Youth. Humm, brasileiro para o próximo também o Marcelo D2 e a Kátia B.
- Um disquinho que eu recomendaria a todos vocês é a ótima trilha sonora do obrigatório Trainspotting. Oh, trilha boa essa! Com clássicos ingleses de todos os tipos: Iggy Pop (na ótima Love is Lust, que "inspirou" o Jet), Blur, Elastica, Damon Albarn, Pulp, Primal Scream, New Order, Underworld. Faltou só, dos subúrbios ingleses, o Oasis.

Linhas do Orkut, bruscas alterações climáticas e rinite
- Mas como anda ruim o tal do Orkut ultimamente. Todas as vezes que tento acessar dá merda no servidor. Aprendi onde me divertir por lá: nos fóruns, onde os papos são bem parecidos com os que rolam nos blogs, especialmente na "Britrock community".
- Bruscas alterações climáticas, quando você sai um dia de mangas curtas e no outro tem que usar manta, cigarros e álcool deixam você inequivocamente ranhento, chato e paradão. Gripe com rinite, combinação dos infernos.
- Sem dúvida que não deveríamos estar preenchendo esse tipo de cadastro e catalogando nossas vidas. Estamos loucos!

Paradoxo
- Como bem perguntou meu amigo Mariano, será que a cerimônia mais esperada da nossa vida é o nosso enterro?

Adendos
- Sobre o "Planeta dos Macacos", era só curiosidade mesmo.
- Não sou o cara mais otimista do mundo, mas dessa vez o Grêmio não vai desandar na maionese. Nem o Brasil.
- Primoroso o comentário do LAP no post anterior quando disse que a principal voz contra o Bush talvez seja um caipira texano (hoje, colecionando paradoxos). Exatamente. Michael Moore não é e nem nunca será um Chomsky do cinema.


Hoje está curtinho, daí vocês não podem falar "que post imenso" nos comentários.



Trilha sonora do post: Doves, "Caught by the river".


segunda-feira, agosto 02, 2004

Fahrenheit 9/11
- Tinha que ver o filme do gorducho logo, então fui na estréia mesmo. Fahrenheit é um panfleto. Um panfleto destinado ao povo americano com um fim único: evitar a reeleição de Bush. Para isso, detona por todos os lados, desde de circunstâncias para nós insignificantes, como a ficha militar do Presidente, até ligações com a família Bin Laden e corrupção eleitoral. Não teme em atacar.
- O filme tem inequívocos pontos fortes, dentre eles: o vídeo que mostra Bush paralisado depois do ataque; as duas visitas ao Congresso, uma para ler o "Decreto Patriótico" com um megafone, outra para alistar filhos de congressistas; os tapes que mostravam Bush "em férias" nos primeiros meses de mandato; enfim, tudo que revela o estilo de montagem inteligente do autor.
- Por outro lado, há algumas coisas decepcionantes: o filme pode instigar o racismo contra os sauditas, porque não difere nada e dá um conteúdo totalmente pejorativo a qualquer diálogo com árabes; o Iraque é retratado como paraíso antes da guerra; há vários momentos sensacionalistas e entediantes, que se arrastam mais que o necessário; a fraude eleitoral não foi muito bem explorada, entre outras coisas.
- Contextualizando: trata-se de um panfleto. Como tal, seu principal objetivo é convencer o eleitorado americano a votar contra Bush. Por isso, algumas coisas MUITO mais importantes para nós, como o desrespeito dos EUA à ONU com relação à guerra, não foi explorado. A própria ausência de armas químicas poderia ser mais batida. Mas o que quer Moore? Que não votem em Bush. Por isso, ele toca nos pontos que podem tocar mais o eleitor tradicionalmente de centro dos EUA: soldados mortos, contratos duvidosos, ausência de patriotismo, etc. Moore, por vezes, não hesita em ser contraditório para alcançar seus fins retóricos.
- Para o anti-Bush, é um libelo histórico. Um filme que irá para a história por seu alto e explícito teor político, por ter batido recordes de audiência e ganhado prêmios. O definitivo enterro do machartismo nos EUA (pelo menos por enquanto, vamos ver depois das eleições). Como filme, é bem inferior a Tiros em Columbine. Mas, como panfleto, é histórico.

21 Gramas
- Talvez por ter visto finalmente o DVD à disposição, depois do meu pai ter trazido da locadora, me desmotivei em ver Monster no cinema. Deixei pra depois.
- O filme é impressionante no seu grau de colagem: as coisas demoram tremendamente para se encaixar, e é incrível como o Diretor conseguiu salvar a película, não deixando que os espectadores terminem como quem não entendeu nada. Além disso, o conteúdo brutamonte do filme é uma paulada na cabeça, daquelas que dóem.
- Sean Penn está muitíssimo bem, mas, na minha opinião, Benicio Del Toro, para variar, rouba a cena. Seu aspecto sujo, sua indefinição nas próprias crenças, sua tragédia pessoal, a pressão recaindo sobre os seus ombros, tudo isso o torna o personagem mais denso - e, por isso, mais atrativo no filme. Naomi Watts também está bem.
- Embora não tenha tido tantos elogios quanto um "Sobre Meninos e Lobos", achei bem melhor.
- Me lembrou muito Amores Peros. Mas é melhor.

Quase Terminando
- Estou quase terminando a leva dos filmes que foram destaque do início do ano para cá: faltam apenas "Spider Man 02", "Lost in Translation" e " Monster". Nada como namorada, companhia para assistir filmes. Ah, "Mestre dos Mares" também tá faltando.

Cotidiano - não, não, talvez só angústias
- Objetivamente: o que faz uma pessoa, depois que entra em uma corporação, passar a se achar superior às demais?
- Como convencer as pessoas que nem sempre que o convém a elas é o certo?

O que anda na vitrola
- De coisa que descobri recentemente, ando ouvindo Unbelievable Truth, banda do irmão do Thom Yorke (mas nada demais), Gomez (banda inglesa com boas músicas), o novo do Prodigy, um pouco de Interpol (não, não gostei muito) e muito Muse. Baixei também, mas não deu muito tempo para escutar, Beta Band (sim, aquela do filme), The Coral (não acredito até agora que uma banda indie venceu a eleição da Folha) e Doves. E mais um monte de coisa que fica para o próximo post.
- Não concordo que a Joss Stone tenha a mesma voz que a Janis Joplin, como andam dizendo por aí. Achei uma boa cantora, mas a voz não tem o timbre estridente, meio agudo meio rouco, da Janis.
- Por outro lado, tive uma sincera decepção com uma ouvida atenta ao Blue Lines, disco idolatrado do Massive Attack. Eu, que sou fã de Mezzanine, disco espetacular, lendário, discoteca da mais básica, com arranjos esplêndidos, combinações instrumentais inusitadas e lançamento de efeitos sonoros dos mais múltiplos, sexys, ambíguos. Pois é - não gostei de Blue Lines. Algumas músicas beiram ao pop e ao hip hop meio chato, achei os arranjos um pouco previsíveis, não identifiquei uma multiplicidade de focos. O single do disco, "Unfinished Simpathy", lembrou um pouco Moby, que é bem inferior ao Massive. Mezzanine é infinitamente melhor.
- Fiquei chateado que ninguém comentou sobre o Keane. Ninguém baixou ou ninguém gostou? Pelo amor de Deus, uma musiquinha - Bedshaped. Se não gostarem, podem vir aqui e me xingar.

Falando nisso
- Fui no sábado num boteco muito louco - DNA. Toca um som indie e a galera é muitíssimo alternativa. Aquelas minas com cabelo esquisito, casacos de abrigo, enfim.... Um trago forte e, quando tocou Idioteque, primeiro, não acreditei, depois comecei a pular que nem um alucinado e gritar a música. Mas, depois de emendar com "Muscle Museum", não agüentei: fui falar com o DJ. "Muito animal, véio - Radiohead e Muse - MUITO ANIMAL". Meu cérebro não era capaz de produzir um elogio melhor que esse.

Tragédia
- Apenas deixando meus pêsames por mais 300 mortos pela ganância humana, aos irmãos paraguaios.

Falando em Paraguai
- Odiar os americanos individualmente, ou seja, não saber diferenciar o povo do governo dos EUA, mostra um pouco de indiferença com a nossa própria realidade. Reclamamos que os EUA nos ralaram financiando a nossa Ditadura. E temos razão. Mas o que não podemos ignorar é que é normal que um povo abstraia um pouco os males que causa externamente - esquecemos, misteriosamente, que, juntamente com a Argentina e o Uruguai, destruímos completamente, por nenhuma razão senão nossa ganância, o país mais próspero da América Latina, há dois séculos. E exigimos que os americanos assumam tudo. Compreender é uma coisa; concordar, outra.

Gremião
- O Grêmio evoluindo, apesar dos pesares. Já possui uma consistência defensiva e conta com boas atuações do surpreendente Pittbull. Espero que essa motivação continue e que, para o próximo turno, estejamos em posições superiores na tabela.
- Que episódio ridículo o Obino-Cocito: mais uma vez o Presidente só fala merda. Cocito na seleção.... Assim até estraga a atuação do cara, que vai ser ridicularizado.



Considerações finais (impertinentes)
- Alguém sabe algum site ou tem uma teoria própria sobre o final do "Planeta dos Macacos" do Tim Burton?
- Alguns comentaristas de peso desse blog estão o abandonando?


Post cheio de choradeira e perguntas.


Trilha sonora do post: The Coral, "Don't think you're the first".