Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Prezados:
Um bom ano novo para vocês. Vou deixar uns comentários polêmicos para começar 2005 com o pé direito, ou seja, sendo criticado pelos DOIS lados da questão (muitas vezes por pessoas com crenças visivelmente antagônicas!), como eu GOSTIO.



Rock brasileiro é lixo - até prova em contrário
O brasileiro nunca fez um rock comparável ao britânico ou americano. Afirmo peremptoriamente: NENHUMA banda brasileira ata a botina de Beatles, Stones, Oasis, Nirvana, Led Zeppelin, Pink Floyd ou U2. DUVIDO que alguém diga o contrário. Eu até gosto de Legião, Titãs (até a saída do Arnaldo Antunes), Barão (SÓ a fase Cazuza), Los Hermanos, Mutantes, Cachorro Grande, Pata e alguns outros. Mas a maioria é LIXO. Falar de Engenheiros é chutar cachorro morto. Ira! é chato que dói. Nenhum dos Nós é fundo de poço. Lulu Santos, Ultraje a Rigor... E por aí vai. A questão é: brasileiro fazer rock é quase como britânico fazer samba. Não está na veia. Enquanto talentos como Tom Jobim, Elis Regina, Chico Buarque, Gilberto Gil, Jorge Ben e, hoje em dia, Marcelo D2, poderiam ter projeção mundial, o rock brasileiro tem cara de RASCUNHO.
Há uma nova geração vindo aí (Pata de Elefante, Alter Ego, Cachorro Grande, Leela, Violins, Autoramas, Cansei de ser sexy, etc.) e tem cousa legal (Hermanos, Pato Fu, etc.) - então não serei peremptório -, mas, até agora, a melhor geração do rock nacional (sem dúvida, a dos anos 80) não chega no nível da pior do UK. Se eu tenho o mesmo acesso aos dois...


O Natal
Estamos encurralados. Não só porque o Natal virou um festival de consumo compulsivo e doentio, mas porque a própria crítica nesses termos virou uma dobra assimilada pelo controle.


2004 - para mim
2004 foi um ano insosso na minha vida. Algumas coisas foram ótimas, como o fato de conhecer minha namorada, ter instalado cabo na minha casa (o que transformou a minha visão musical, abrindo perspectivas nunca imaginadas) e por ter conhecido o Velho Mundo de mochilão, pouca grana, informação rala e quase nada de idioma. Mas, a partir de maio, meu ano foi simplesmente tocar adiante. Arrastei. E tenho a impressão, pelas minhas retrospectivas, que em música, cinema e política andamos pouquinho. Começamos 2005 com a agulha no mesmo ponto que estávamos em 2003. Que venha algo como um Strokes (não outro, mas com o mesmo poderio reformador) em 2005. Bloc Party não foi um bom sinal.


Desisti
Desisti da retrospectiva política. Não porque não tenho argumentos, é que eu cansei. Ficam as seguintes considerações:
a) a população mostrou que aprova a política econômica e esta mostrou resultados positivos, ainda que o pessoal mais à esquerda (como eu, algumas vezes), tenha restrições ao Banco Central;
b) os programas sociais são consistentes e a imprensa procura desmerecê-los com argumentos contraditórios (às vezes acusa de ineficiência por dar menos, às vezes por dar mais), mas nenhum argumento consistente foi feito contra, a não ser a alegação genérica de "ineficiência";
c) existe uma esquerda xiita contra tudo (o "Universidade para Todos" é um exemplo). Para esses, só revolução socialista resolve;
d) a elite brasileira continua sendo imprestável, egoísta e sem visão de futuro;
e) Bush se reelegeu. Bin Laden conseguiu o que queria;
f) o Governo começou o programa de redução de danos e discussão do aborto. Dois passos revolucionários em problemas sociais de primeiro mundo;
g) Fogaça se elegeu em POA com os votos do anti-PT. O fascismo começou assim. Só que era contra o comunismo (tudo menos comunismo - tudo menos PT).


Aninho de merda. Foi tarde. Que venha um 2005 melhor para todos.



Trilha sonora do post: Super Furry Animals, 'The man don't give a fuck'.


quinta-feira, dezembro 23, 2004

RETROSPECTIVA MUSICAL

MELHOR DISCO SOLO MASCULINO:

Concorrentes:
- John Frusciante, "Shadows collide with people";
- Graham Coxon, "Happiness in Magazines";
- Ian Brown, "Solarized".

And the winner is...............


GRAHAM COXON, "HAPPINESS IN MAGAZINES" - ou "é das antiga"

Não tem. Quem gosta do Blur antigo, aquele de Parklife, antes de se "adaptar" ao mercado americano (álbum "amarelo") e incorporar a psicodelia do Gorillaz para si ("Think tank"), com duetos permanentes e riffs bacanas, vai gostar desse disco. E vai descobrir o quanto Coxon era importante no Blur. 'Bittersweet bundle of misery', por exemplo, é Blur puro. Rock'n'roll com powerpop pra ninguém botar defeito, esse disco solo merece o título de melhor solo.

MELHOR DISCO SOLO FEMININO:

Concorrentes:
- Björk, "Medulla";
- Norah Jones, "Feels like home";
- Joss Stone, "The Soul Sessions".


And the winner is....

JOSS STONE, "THE SOUL SESSIONS" - ou "sou gostosa, mas canto pra c..."

Quer fazer um teste? Bota BEEEEM alto pra tocar. O tamanho do goela dessa mina é algo. Impressionante como uma piá de 17 anos consegue cantar feito uma diva negra um repertório soul de primeira classe. Sem dúvida, num mundo de Britneys e Aguileras, Joss é uma pedra rara. Valeu pelo bom repertório escolhido, com direito a uma versão da cooooool "Fell in love with a girl" (do White Stripes, "adaptada").

PIOR DISCO INTERNACIONAL:

Lixo:
Hoobastank, "Hoobastank";
The Calling, "Two";
Scissor Sisters, "Scissor Sisters";

And the biggest shit is....


HOOBASTANK - ou... "sei lá como falar dessa bosta!"
AHHHHHH! Socorro! Mais do pós-pseudo-grunge-hiper-produção americano! Meu Deus! Alguém me salve! Vocal de uma merda de aluno do "Eddie Vedder Institute", músicas super-produzidas (leia-se: para tocar em rádios pop), instrumental comportado e letrinhas de amor. SOCORRO! Mais Creed não!


MELHOR DISCO ELETRÔNICO:

Concorrentes:
Alter Ego, 'Transphormer';
Air, 'Talkie Walkie';
Prodigy, 'Always outnumbered, never outgunned'.

And the winner is......


AIR, 'TALKIE WALKIE'
Confesso que esperei muito o disco do Prodigy. Esperei para colocá-lo como melhor do ano. Não deu. A mera troca da pesadêra industrial de "Fat of the Land" pelo "moderninho" electro não me convenceu. Então, fico com esse disco magnífico do duo francês, cheio de texturas rítmicas totalmente psicodélicas, vocais discretos e ótimas melodias, coisa que não costuma estar presente nos, de regra, chatíssimos discos de lounge. 'Surfin' on a rocket' e 'Cherry Blossom Blues' são indispensáveis.


MELHOR ESTRÉIA INTERNACIONAL:

Concorrentes:
Keane, "Hopes and Fears";
Franz Ferdinand, "Franz Ferdinand";
Kasabian, "Kasabian";

And the winner is..........


KEANE, "HOPES AND FEARS" - ou "somos nerds, mas tu gosta"

Eu sei que tu leu que eles parecem o Coldplay e o Travis. Já leu que o Coldplay e o Travis emulam o Radiohead. Já leu tudo isso. Se tu, sinceramente, CAGA para esses comentários e pensa que o que importa é o som, gostou desse disco. Tudo bem, tem duas ou três músicas mela-cueca fracas. Tem. Mas também tem "Bedshaped", "This is the last time", "Everybody's changing" e "Somewhere only we know". Melodias fortes, com um ótimo teclado, ótimo vocal. Som poderoso. Não é um debut comparável ao Coldplay, Oasis ou Strokes. Mas é muito bom.

MELHOR MÚSICA:

Concorrentes:
Keane, "Bedshaped";
U2, "Vertigo";
Franz Ferdinand, "Take me out".

And the winner is....


FRANZ FERDINAND, "TAKE ME OUT" - ou "só no sapatinho"
Comecei a gostar dessa música quando descobri que, por baixo da mesa do computador, enquanto a ouvia, meus pés ficavam fazendo o compasso. Fora o GRUDE do refrão. Quando tu ouve essa música, não consegue resistir a ir dum lado pro outro, sacudindo o esqueleto. Sabe rock pra pista de dança? É isso. Esses escoceses andróginos oitocentistas acabam levando todo mundo, com a virada espetacular que parte de um Strokes pesadão para um riff tão dançante quanto a disco music. Tã-nã-tã-nã-nã-nã...


MELHOR DISCO INTERNACIONAL:

Concorrentes:
Snow Patrol, "Final Straw";
Keane, "Hopes and Fears";
U2, "How to dismantle and atomic bomb".

And the winner is.............

SNOW PATROL, "FINAL STRAW" - ou "rock'n'roll de calção limpo"
Tá ligado aqueles volantes que marcam pra burro, passam bem e saem de campo com calção limpo, tipo Falcão ou Fernando Redondo? Pois é. A sensação que eu tenho ao ouvir esse CD é como se o Snow Patrol fizesse isso com o rock. Termina de ouvir o disco e parece que não sentiu nada de suor ou sujeira, mas ouviu um rock indiscutivelmente de primeira. Guitarreira pesada, bateria forte, riffs potentes - barulho sem barulho. Rock de calções limpos. Tá aí - um conceito. Fantástico do primeiro ao último acorde.

NACIONAIS


MELHOR DISCO SOLO MASCULINO:

Concorrentes:

BNegão e os Seletores de Freqüência, "Enxugando o gelo";
Marcelo D2, "Acústico MTV";
Gilberto Gil, "Eletroacústico".


And the winner is....

MARCELO D2 - ACÚSTICO MTV

Eu realmente NÃO queria votar nesse disco. Mas esse ano está repleto de discos ao vivo ou acústicos. Que fazer? BNegão, Black Alien, enfim, esse time todo de hip-hoppers não faz o meu gênero. Então fica o troféu para o Marcelo, como uma homenagem ao genial "À Procura da Batida Perfeita".


MELHOR DISCO SOLO FEMININO:

Concorrentes:
Bebel Gilberto, "Bebel Gilberto";
Katia B, "Só deixo meu coração na mão de quem pode";
Fernanda Porto, "Giramundo".


And the winner is........

KATIA B, "SÓ DEIXO MEU CORAÇÃO NA MÃO DE QUEM PODE" - ou "um oásis num deserto de criatividade".

Posso dizer que esse disco é o que eu penso sobre como fazer um disco moderno e relevante de MPB. Katia B, além de boa cantora (só não imitar a Marisa Monte já vale a pena!), não hesitou em misturar eletrônico, bossa nova e trip hop numa fusão feliz, criativa e relaxante. Sem soar como Fernanda Porto (que é uma Marisa Monte com DJs), consegue dar um pouco de gás numa música afundada por nepotismo e escassez criativa. Letras inteligentes, ritmo descontraído - bossa eletrônica da melhor qualidade. Ponto pra ela.

PIOR DISCO NACIONAL:

Concorrentes:
Caetano Veloso, "A Foreign Song";
Charlie Brown Jr., "Tamo aí na atividade";
Roupa Nova, "Roupacústico".

and the shit is....



CAETANO VELOSO, "A FOREIGN SONG" - ou "EU SOU O MÁXIMO ... (DA DECADÊNCIA)"

Nacional? Bom, esse disco foi a maior mostra da pretensão decadente do Caetano. Autocolocado num pilar como gênio absoluto, resolveu se meter onde não devia, ao invés de se retirar gloriosamente do mainstream como um dos principais compositores da MPB. Algumas coisas realmente fazem chorar ? Caetano cantando (rectius: assassinando) "Come as you are" é uma delas. Enfim, esse CD coloca em pratos limpos a figura ridícula que o GÊNIO Caetano se tornou. A eleição de um pior não se faz só pela qualidade, mas tb pela expectativa criada. Ninguém esperava nada do Charlie Brown mesmo...
PS: Acreditem: tem muita porcaria de ficou de fora. De George Israel até Jota Quest.


MELHOR ESTRÉIA NACIONAL:

Pata de Elefante, "Pata de Elefante";
Leela, 'Leela'.
Mombojó, "Nadadenovo".

and the winner is....


MOMBOJÓ, "NADADENOVO" ou "no Brasil, novo sim".

Nada de novo pra quem? Num, país que vem cultuando um gordo de 40 anos que usa bermuda de skatista e diz que "o jovem no país nunca é levado a sério", como se ele tivesse alguma coisa séria para dizer, o som do Mombojó é algo bem inovador. Não que não tenha algo de manguebeat, algo de trip hop, algo de rock, algo eletrônico, algo de MPB, algo de Radiohead ou de Los Hermanos. É que essa salada de bom gosto é algo bem raro no Brasil, um país no qual quem gosta de rock tem que achar que o som do Barão é BACANA. Bota no liqüificador esse negócio e sai um som pra lá de bom.


MELHOR MÚSICA:

Concorrentes:
Katia B, 'Só deixo meu coração na mão de quem pode';
Seu Jorge/DJ Marcelinho da Lua, "Cotidiano";
Pitty, 'Equalize";

and the winner is...


SEU JORGE/DJ MARCELINHO DA LUA, "COTIDIANO" - ou "sambinha do mestre pra geração eletrônica"

Chico Buarque eletrônico? Heresia? Pior é que ficou FODA essa versão. Sem dúvida, o máximo que 2004 conseguiu foi repetir 2003: o grande sucesso foi o cover de um clássico em versão drum'n'bass (ano passado, "Só tinha de ser com você", na dupla Fernanda Porto/DJ Patife). O MPBista malandro Seu Jorge, grande sensação no ano, misturou sua voz com um beat e, com a letra maravilhosa do Chicão, ganhamos uma boa música. 2004 teve coisa melhor?

MELHOR DISCO NACIONAL:

Concorrentes:
Cachorro Grande, "As próximas horas serão muito boas";
Katia B, "Só deixo meu coração na mão de quem pode";
Mombojó, "Nadadenovo".

and the winner is....

KATIA B, "SÓ DEIXO MEU CORAÇÃO NA MÃO DE QUEM PODE"

Que o pop/rock nacional vive na bosta todo mundo sabe. Prova disso é o empilhado de acústicos e ao vivos que saíram esse ano. E que o Skank não figura mais na lista de piores. Aliás, fora Mutantes, Legião e mais uns quatro ou cinco, nunca tivemos nada que preste de rock. O Brasil sempre se deu melhor com ritmos como samba e bossa nova. Esse disco é, simplesmente, o melhor de 2004. A especialidade do Brasil talvez um dia seja o rock. Pelo que tem aí, deixa pro pessoal do outro lado do oceano.


MELHOR DVD:

Concorrentes:
Placebo, "Soulmates Never Die";
Oasis, "Definitely Maybe";
Cool Britania


And the winner is..........

OASIS, "DEFINITELY MAYBE" - ou "clássico é clássico"

"Definitely Maybe" foi um disco que colocou um erupção em decadente e descaracterizado rock inglês. A melancolia do pós-punk já havia se exaurido e bandas como o Suede não representavam uma força capaz de dividir atenção com as bandas de Seattle. Foi o Oasis, com um disco do rock'n'roll mais básico, rasgado e tradicional, que ressuscitou o Britrock, dando fôlego para um movimento musical - o BRITPOP - que dividiu a década com o grunge. Singles poderosos como "Supersonic", "Rock'n'roll star", "Cigarrettes and alcohol" e "Shakermaker" levaram esse álbum, lançado a 10 anos atrás, a ser o debut mais vendido de todos os tempos. Poderia não ser esse o DVD do ano?

MELHOR COLETÂNEA:

Concorrentes:
The Verve - 'This is music - Singles 92-98';
Travis - 'Singles';
Primal Scream - 'Dirty Hits'.

And the winner is.........

THE VERVE, "THIS IS MUSIC: SINGLES 92-98" - ou "totalmente foda"

Não teve jeito. Essa banda me pega no contrapé. A genialidade do Ashcroft em músicas como "Sonnet", "Lucky Man" e "Bittersweet simphony" é impressionante. A capacidade de transformar as músicas em canções épicas capazes de comover montanhas é ALGO. Não deixe de comprar.

Trilha sonora do post: Cat Power, 'Wonderwall'.


sexta-feira, dezembro 17, 2004

OS DEZ FILMES DO ANO


10. COLD MONTAIN
Ao desavisado crítico Cold Montain tem dois defeitos: é longo demais e americano demais. Felizmente para os que se prestam a assistir um filme de mais de duas horas e meia, a trama, embora às vezes canse, é bem interessante, mesclando a (im)possibilidade de amor platônico, num eixo romântico, e, ao mesmo tempo, faz um retrato histórico dos EUA que, lido antropologicamente, revela como o homem anglo-saxônico é CRUEL, SANGÜINÁRIO e HIPÓCRITA. A indecência do Sul dos EUA, nesse sentido, soa engraçada e paradoxal, porque por mais que saibamos qual lado estava certo, não podemos deixar de ter pena dos que morrem ? a guerra é um mal em si.

9. SHREK 02
O representante das animações nesse topten. Incrível, mas conseguiu ser mais engraçado que o primeiro. O Ogrão vai visitar a família da princesa e damos umas boas gargalhadas, especialmente com a genial participação do Gato de Botas (Banderas).

8. FAHRENHEIT 9/11
Bem, esse fica como representante dos documentários. Um documentário-panfleto, na verdade, que vale muito menos como filme do que como iniciativa política. Anti-Bush, tropeçou em alguns momentos (já elenquei alguns, principalmente o preconceito com os árabes), mas foi válido pela sua sagacidade e originalidade.

7. BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS
Mr. Charlie Kaufmann conseguiu ser o protagonista desse filme, com seu roteiro surrealista e sua habilidade em encaixar quadro-sobre-quadro. O tema, desta vez, é mais banal, e por isso mais complexo e duro de fugir do clichê: o amor. Quer saber? Ele fugiu.

6. ALBERGUE ESPANHOL
Ah... Barcelona é covardia! Um filme que reúne sensibilidade, convivência, culturas diversas e senso aventureiro. Um pouco do meu ano, da minha viagem, da mochila gigantesca nas costas e um mapa enorme na mão. A história dos mochileiros que se aventuram em outros países, com todo cosmopolitismo próprio de Barcelona.

5. DIÁRIOS DE MOTOCICLETA
Como fazer um filme do maior clichê da política sem ser clichê? Pergunte ao Walter Salles - ele fez. Um filme maduro, realista, nada piegas para falar de um pragmático idealista, se é que isso existe. Fantástico para ver-se que Che foi estimulado menos pelos livros de Marx do que pela pobreza dos seus hermanos da América.

4. 21 GRAMAS
Antes de qualquer comentário sobre o filme: atuações DEMOLIDORAS dos atores. Sean Penn está simplesmente fantástico. Benicio del Toro, na minha opinião, foi melhor que Tim Robbins, então simplesmente o melhor. E Naomi Watts também vai excelentemente. Com um roteiro tenso, que testa inteligência e memória, mergulhado na brutalidade do cotidiano, do acaso, me lembrou os romances do Henry Miller.

3. AS INVASÕES BÁRBARAS
Como uma comédia intelectualóide consegue ser tão boa? Bem, talvez pela peculiaridade dos personagens, por seus impulsos sexuais. Creio que o ponto de "humanização" desses intelectuais que os franceses idolatram (eu sei que o filme é de um canadense) foi o fundamental desse filme: todos somos fracos, mortais, queremos transar e comer, estamos rodeados de gente (in)diferente, podemos vir a usar drogas e, no final, viramos pó. Intelectuais ou não. Fodam-se, pois, todos.

2. KILL BILL VOL. 01 E 02
O épico do Tarantino mereceu esse segundo lugar. Eu, que normalmente me deixo seduzir mais pelas implicações filosóficas dos filmes do que por critérios estéticos e referenciais (questão de gosto, só), ME RENDI. O cara é FODA. Um misto de spaghetti western com filme trash, filme de kung fu chinês com anime, atuação soberba de Uma Thurman e Derryl Hanna e estilo Tarantino de montagem. Enfim, ÉPICO.


1. DOGVILLE
Escrevi um longo texto sobre esse filme. Muito mais que falar da "sociedade americana", como dizem por aí, é um filme que trata de todo gênero humano e da capacidade das pessoas se reunirem na sua mediocridade e, baseadas em convenções hipócritas, destituídas de qualquer racionalidade, esmagar o diferente. É o número 1.


OS PIORES

5. MULHER-GATO, MAR ABERTO, ALIEN VS. PREDADOR E TODOS OS FILMES QUE EU NUNCA VOU VER
É óbvio que eu não vou perder meu tempo comentando essas porcarias. Talvez só Mulher-Gato, porque a Sharon Stone mexe com a minha cabeça (ah, ah, te ligou?).

4. A PAIXÃO DE CRISTO
Filme mais "hypado" que esse não teve. Todo mundo falou. Anti-semita e o caralho. Quer saber? É um filme de violência pura, carola pra burro, além de monótono e piegas. Não acrescenta nada. Violência por violência, prefiro o Mel Gibson como ator, dando porrada em todo mundo em filmes "profundos" tipo "Máquina Mortífera" ou "O Troco".

3. A VILA
MR. SHYAMALAN, WHAT THE FUCK IS HAPPENING TO YOU? Depois de um brilhante "Sexto Sentido", um excelente "Corpo Fechado" e um mediano "Sinais", rolou um tosqueria e esse ótimo roteirista resolveu AVACALHAR a obra. "A Vila" não só cai na armadilha que o próprio autor cria para si (ter um final totalmente surpreendente), como também erra em detalhes mínimos de suspense, tais quais a seqüência de cenas, a revelação de segredos antes da hora, etc. Buemba.

2. O DIA DEPOIS DE AMANHÃ
Quando eu li: "do mesmo Diretor de Independence Day", eu pensei: "NUNCA vou ver". Mas um dia desses meu velho locou, estávamos papeando, tomando uma ceva e ele colocou. Paciência. Uma hora e meia de vida na lata do lixo ? orgânico. Sinceramente, essa porcaria espelha toda capacidade que os americanos de reunir o seu binômio/especialidade (ação/efeitos especiais) e, com isso, estraçalhar o bom humor de qualquer pessoa que tenha o mínimo senso crítico. Credo.

1. OLGA
Olga foi um estrago sem precedentes no cinema nacional. Não porque eu não goste de novelas, mas porque pretende ser modelo. Primeiro, a ausência de exploração dos cenários (que a própria GLOBO se vangloria de ter criado com muita tecnologia...), uma vez que a lente não sai da cara dos atores. Segundo, a atuação PÍFIA dos atores. Um Getúlio podre, Prestes ridículo (um abobado que comandou uma coluna, é isso que querem nos passar?), uma Olga de duas cenas (a das Brigadas e a separação do filho), no restante com olhar vago para o nada. Terceiro, o principal, o filme é destituído de qualquer conteúdo. Uma história importante, da participação da URSS no Brasil, da Ditadura do Getúlio, da deportação de uma judia para a Alemanha anti-semita, do comunismo, nazismo, TUDO ISSO FOI SOTERRADO POR UMA HISTORINHA DE AMOR DE NOVELA MEXICANA. É campeão. Dá-lhe Brasil.




Trilha sonora do post: The Libertines, 'Can't stand me now'.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

RETROSPECTIVA FUTEBOLÍSTICA - FEBRE DE BOLA!



Observação inicial: Como a temporada européia inicia e termina no meio do ano, levei mais em consideração a temporada anterior do que o desempenho inicial nesta.

  • MELHOR TIME DO MUNDO: MILAN.

Neste blog tu ouve há muito tempo que o Madrid é o time com os melhores jogadores do mundo, mas não é o melhor time do mundo. Há muito tempo mesmo. O Milan é um time altamente equilibrado: tem um bom treinador, bom goleiro, excelente defesa, meio campo bem satisfatório e ataque letal, com a vantagem de ter várias alternativas no plantel. A escalação é, de regra: Dida; Cafú, Nesta, Maldini e Pâncaro; Gattuso, Pirlo, Seedorf e Kaká; Shevchenko e Inzaghi. Com opções de banco em todos os setores: Stam, Kaladze e Costacurta (defesa), Ambrosini, Redondo e Rui Costa (meio campo), Tomasson e Crespo (ataque). Esse equilíbrio aparece em campo. Tudo isso com uma temporada brilhante de Kaká e Shevchenko. Levou o Campeonato Italiano e só não foi bicampeão da Championsleague porque foi vítima de um desastre em Coruña, quando perdeu de 4 a 0 para o time da casa, que havia tomado 4 a 1 em Milão. O inacreditável às vezes acontece.

  • MENÇÃO HONROSA: ARSENAL.


Tu tá ligado naqueles times que têm PADRÃO DE JOGO? Assim, com maiúscula? Bom, o Arsenal é um time que joga sempre da mesma forma: espera o adversário atacar e chega ao gol adversário com, no máximo, cinco toques. Tu não acredita? Conta então. A razão para isso é a velocidade incrível do meio campo em diante, a capacidade de ir à frente de todos, a característica de passes rápidos da equipe e a efetividade do Henry. Vá lá: Lehmann, Lauren, Touré, Campbell e Ashley Cole; Ljüngberg, Gilberto (Edu), Vieira e Pires; Henry e Reyes. Com opções no banco tipo... Bergkamp. Foda. O timaço foi campeão invicto da Premierleague, mas tem uma síndrome de pequenez incrível nas competições internacionais.

  • MELHOR JOGADOR: THIERRY HENRY (ARSENAL).

O quê??? Tu é louco? Calma, tchê. Eu disse do ano. É óbvio que o Ronaldinho é melhor, mas... calma, né? Esse ano ele apenas fez uns lances bonitos no Barça. Faltam títulos. Deixa rolar um pouco. Por enquanto, fico com Henry, que foi o artilheiro do Campeonato Inglês que o Arsenal venceu invicto, com total efetividade do centroavante. Veloz, hábil e com ótimos chute e cabeceio, pode-se dizer que Henry é completo. O prêmio vai também pela evolução como jogador.

  • MELHOR GOLEIRO: IKER CASILLAS (REAL MADRID).

Olha, vou te dar um argumento: com a cacetada de gols que o Madrid tomou, não era para o goleiro ser contestado? Sim, seria a resposta, se o goleiro não fosse Iker Casillas. Na real, ele fechou o gol em praticamente toda temporada passada e os problemas do Madrid na defesa demoraram para aparecer por isso.
Ah, finalmente não precisei votar no Buffon....

  • MELHOR DEFENSOR DO ANO: ROBERTO FABIAN AYALA (VALÊNCIA).

Todo mundo falou do Vicente e do Aimar, até do Mista, mas ninguém é capaz de negar que o ponto forte do Valência é, sempre foi e sempre será a DEFESA. Quem manda na tigrada é esse argentino foda, capaz de guiar linhas de impedimento, melhorar a saída de bola, cobrir a saída dos companheiros e, quando necessário, descer o cacete. Era o galáctico que o Madrid queria para a defesa.

  • MELHOR MEIO-CAMPISTA DEFENSIVO: EDGAR DAVIDS (BARCELONA, DEPOIS INTER DE MILÃO).

Ele ESTRAÇALHOU no Campeonato Espanhol. Só não viu quem não quis. Agora, porque fez a bosta de trocar de time, não me pergunte. Correu pra burro, desarmou, tomou conta da defesa como manda o script ? cão-de-guarda. Desequilibrou, ano passado, em favor do Barça. E ninguém mandou melhor no segundo semestre.

  • MELHOR MEIO-CAMPISTA OFENSIVO: KAKÁ (MILAN).

Desse acho que não precisa falar muito, né? Impressionante como a velocidade, força e o chute forte do Kaká apareceram rápido no truncado e dificílimo futebol italiano. Com todas essas características, Kaká foi o meia mais agressivo e contundente do mundo. Ponto.

  • MELHOR ATACANTE: RONALDINHO GAÚCHO (BARCELONA).

Fica até chato comentar, né? Eu só queria dizer que o Schevchenko também jogou um absurdo....

  • MELHOR TÉCNICO: JOSÉ MOURINHO (PORTO, DEPOIS CHELSEA)

Fala sério, meu, o cara ganhou a Championsleague desses caras todos com um time em que os craques eram Deco e Derlei? Bom, não é o suficiente pra ti? E se eu disser que o cara, na temporada 2002/2003, papou Liga Portuguesa, Copa de Portugal e Copa UEFA? Não...? E se, na temporada 2003/2004, o cara papou a Champions, a Liga de novo e só perdeu a Copa na final para o Benfica DEPOIS de ter ganho a Champions (ou seja, a motivação...)? Não é o bastante? Bueno, então vai te fuder. Que o cara já é líder da Premierleague e se classificou na Champions com o Chelsea.

  • MELHOR TÉCNICO DE SELEÇÃO: LUIZ FELIPE SCOLARI (PORTUGAL)

Aquele tal de Oto reinranho o quê? ......... fala sério. Ganhou a Eurocopa sei lá como e vai ficar por aí. O Felipão montou o time mais vibrante da Eurocopa, reacendeu a moral dos portugueses e, ainda por cima, nas eliminatórias, depois de empatar ridiculamente com Liechtenstein, meteu 7 a 1 na Rússia? Ouviram? Não foi em Angola, foi na Rússia! Não bastasse isso, ainda mandou tomarem no cu os jornalistas portugueses. Bem dito. O cara é o mais foda do mundo.

  • MELHOR PARTIDA - BARCELONA 3 vs. 0 REAL MADRID (LIGA ESPANHOLA)

É doloroso para um hincha reconhecer, mas esse foi um jogão. Os dois times ofensivos pra burro, muito talento em campo, show de torcida, rivalidade, fiesta española (ou catalã). Não ia ser a finalzinha doída Porto e Mônaco....

TIME DO ANO: Casillas (Madrid); Puyol (Barcelona), Schiavi (Boca), Ayala (Valência) e Wayne Bridge (Chelsea); Davids (Barcelona, depois Inter), Deco (Porto, depois Barcelona), Kaká (Milan) e Ronaldinho (Barcelona); Shevchenko (Milan) e Henry (Arsenal).

Trilha sonora do post: The Doves, 'N.Y.'.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

A vida em som e fúria
Fomos ver a peça - eu, The Scientist e Roxy - inspirada no clássico 'High Fidelity', de Nick Hornby. Ô coisa de nerd.... divertida. Pode-se dizer que Rob é infernalmente loser, egocêntrico e inseguro. O que não lhe tira o fato de ser uma figuraça divertida, que mistura música e realidade como se fizessem parte dessa salada mista que se chama rotina.

Tracklist em homenagem a Hornby (na vitrola!)
1. Jesus and Mary Chain, 'Just like honey';
2. Primal Scream, 'Movin'on up';
3. Marvin Gaye, 'Let's get it on';
4. Nirvana, 'Come as you are';
5. The Beatles, 'Strawberry Fiels Forever'.


Arrã.


SOU bêbado
E nesse tempo todo pensando em que escrever num post, comecei a refletir sobre o fato de beber todas direto. Por quê? Não entendo, sinceramente, porque tenho o hábito de sair da casinha, atolando todo mundo com bobagens e até, diria eu, expondo minha pessoa muito mais do que seria necessário. Meu palpite é que eu sou da turma do FODA-SE. Tipo, sou mais eu - e pronto. Gostou? Bala. Não? Foda-se. Será que é assim com todas as pessoas? Muito estranho o papel desinibidor que exerce o álcool numa sociedade predominantemente hipócrita e eficientista como a nossa.

Vai uma cervejinha aí?


Mania de impor

Talvez eu tenha simpatizado com o Rob apenas por ter um dos seus defeitos: tentar impor o meu gosto musical para a minha namorada.

Dê: Ah, mas eu não gosto muito de Strokes....
Mox: Não, claro que tu gosta! 'Last Nite', 'Someday', tá ligada?
Dê: Só essas....
Mox: Não... ouve beeeeeem o CD e depois me diz que não gosta....
Dê: eu não gosto...
Mox: Gosta sim....

huhauahauahauhhuhahua

Pior é que é verdade.....


Dieta
Já fiz aqui tanto post falando mal do pessoa da 'vida saudável', que se orgulha em comer capim e viver até os 550 anos, para conhecer os bisnetos.... Mas, vá lá: ser gordo é meio chato, e eu tô acima do peso. Barriga de ceva, tá ligado? Acho que vai ter que rolar uma dieta, porque exercício dá muito trabalho.... Imagina, eu, parado, levantando barras por duas horas? Credo! Isso é coisa pra magrão maluco. No way. Comer menos pelo menos é deixar de fazer alguma coisa, não precisa se esforçar. Fazer exercício cansa....

Dormir
Falando nisso, já fui dos caras que achava que dormir era perda de tempo, mas hoje em dia valorizo bastante dormir. Que coisa boa desligar um pouco, deixar o corpo relaxar, apagar um pouco, não pensar, não se atucanar, sonhar, recarregar a bateria. Creio que uma pessoa com bom sono é a imagem da juventude. E tem graça viver sem ser jovem?


É... é só isso mesmo. Decidi que nesse post só ia abobrinha.



Trilha sonora do post: Primal Scream, 'Don't fight it, feel it'.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Ecletismo Musical - uma biaba na orelha dos radicais

Por acaso os surrealistas não achavam que só o que era arte era o surrealismo e todo resto era lixo? Nesse caso, jogaríamos Picasso, Goya e Leonardo no lixo.
Ou os parnasianos não acham que só a poesia métrica era poesia, e o resto era lixo? Nesse caso, jogaríamos Byron, Rimbaud e Artaud no lixo.
Ou os defensores do Dogma não acham que cinema é só Dogma e pronto? Nesse caso, jogaríamos Kubrick, Welles e Almodóvar no lixo.
Ou os naturalistas não achavam que só os romances deterministas valiam a pena? Nesse caso, jogaríamos H. Miller, O. Wilde e Victor Hugo no lixo.


Todos os citados são de escolas ou movimentos diferentes. E um queimaria o outro.

MORAL DA HISTÓRIA: Todo radicalismo é imbecil e só vale como defesa da manifestação individual que ostenta. Uma imbecilidade necessária, portanto. Mas que nunca deve ser levada a sério. A arte não tem fórmulas e não pode ser apreendida numa única acepção. É plural por excelência. A arte sim, o artista não. A arte mais que o artista.


"Fitter Happier", Matrix, "Admirável Mundo Novo" e os pós-modernos franceses - um ponto de encontro entre humanidades, música, cinema e literatura

Um controle horizontal que perpassa na sociedade sem que tenha um ponto fixo. Alguns pós-modernos, como Deleuze/Guattari, o descrevem como um "papnótico" (aquela estrutura prisional de Bentham que permitia olhar a todos sem ser visto) não mais fechado, como Foucault queria, nas estruturas prisionais, nas manicômios, conventos, mas sim a céu aberto: todos devem, todos trabalham, todos são vigiados. Esse controle social é o modelo de vida de homem-médio, que nasce, casa, tem filhos, faz contratos, adquire propriedades e testa, ao final. Descrito nas lentes de Huxley, o mundo seria um conglomerado de pessoas felizes na sua monotonia insípida. Mais. Matrix reincorpora o significado da metáfora e traz, novamente, o mundo conveniente, monótono, chapante. Metáfora filosófica e ética para o conformismo do bonzinho. Eles querem ordem, depois a liberdade. E Fitter Happier, eu não brinco em serviço, é uma obra-prima de interlúdio radioheadiano: a exposição dos nervos modernos dominados pelo instinto de repetição consumista, conformista, média - cabeça de bode. A arte se encontra na crítica ao controle que perpassa a sociedade. E nem é controle jurídico. É controle mental.

Meeting People is Easy
É justamente a crítica - ácida na sua indiferença - que torna Meeting People is Easy um documentário complemente louco, mas belo. Um retrato musical-cinematográfico da tentativa do controle de incorporar ao seu terreno a crítica contra ele próprio (estratégia bem comum!). Meeting é a resposta.

E agora, José?

Pois não é que o Dr. Fábio Koff tem toda razão em dizer que a gestão de Flávio Obino foi uma administração de boteco? Depois da situação financeira precária deixada pelo ex-Presidente Guerreiro, em virtude da ISL e da demora na redução de custos, a aposta do Obino foi a seguinte: 'monto um time meia-boca, mas barato, agüento na série A e entrego o mandato com as contas positivas'.
O que ocorreu, de verdade? Uma gestão mais que amadora do futebol, com contratação de jogadores pífios (Ratinho, Yan, Michel Bastos, etc.) e mercenários, dirigentes gá-gás (Hélio Dourado e o próprio Obino), incapazes de motivar o time ou cobrar resultados, discurso diversionista do INFERNO (que dá vontade de esfaquear o Presidente) e ausência de investimentos nas categorias de base. Resultado? Queda para a 2ª Divisão. E pior: situação financeira piorada.
Com isso, Obino atingiu a perfeição em matéria de gestão catastrófica: deixou ir embora um dos melhores técnicos do Brasil, desmontou a base do time que foi duas vezes para a Libertadores, não montou uma base para o ano que vem, desmantelou a imagem de absoluta superioridade sobre o Inter que vinha se mantendo HÁ mais de uma década, inclusive com sua retórica diversionista, caiu para a Segunda e, não bastasse isso, prejudicou ainda mais as finanças. DÁ PRA DAR AULA.
Só empresários loucos para montar parceria com o Grêmio - a única solução. Que a paixão de algum gremista nos ajude.


Escola de Rock
Legal o show dos ilustre amigos The Scientist e Maurício! Guns, Radiohead, Kiss, Metallica, etc. Deu pra balançar o esqueleto! Agora, sem dúvida o melhor momento foi eu em frente ao palco, completamente bêbado, gritando (exigindo): "Toca Strokes, Strokes...".....
huahuahauhauhau



Trilha sonora do post: John Frusciante, 'Wednesday's song'.