Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, setembro 29, 2008

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (O FILME)



TALVEZ AS EXPERIÊNCIAS de ler um livro e ver um filme, sejam distintas, ou semelhantes. Não sei bem decidir se uma coisa exclui a outra, ou se pelo menos a prejudica veementemente. Recentemente, "Desejo e Reparação" foi inferior a "Reparação" (McEwan); mais antigamente, nenhuma das filmagens de "Relações Perigosas", do libertino Laclos, chegou à estatura do livro (cito "Ligações Perigosas", com Gleen Close, "Valmont" e a adaptação "Segundas Intenções"). Lembro-me apenas de "O Processo", de Orson Welles, como uma obra que sintetizou bem o original, mesmo sem alcançar a grandeza de Kafka, por óbvio.
Moral da história: livros são melhores que filmes. Salvo, talvez, os filmes do Kubrick, mas Kubrick é Kubrick, e pronto.
O filme "Ensaio sobre a Cegueira" perde muito para o livro "Ensaio sobre a Cegueira".
A começar pela perda maior, embora previsível: a bidimensionalidade do livro, que exibe uma primeira camada fantástica (literalmente) e instigante, mas também uma segunda camada mais filosófica e reflexiva, esta se perdendo em grande nível na película. Ficamos apenas com os fatos brutos.
Mas essa perda era previsível: o que não esperava era um certo pudor que atravessa o filme. Com todo respeito ao Meirelles (de quem admiro "Jardineiro Fiel" e "Cidade de Deus"), é tudo muito tímido. Se algo nos mostra Saramago, é que, uma vez cegos, pisaríamos nas nossas fezes, viveríamos entre odores insuportáveis, nos depararíamos com a experiência de enterrar sem ver, seríamos sufocados por uma brancura nauseante. Tudo isso se perde no filme: é tudo muito sutil e até limpo, a sujeira e a podridão são discretas demais (a "limpeza" do Manicômio é paradigmática a esse respeito), a cegueira confunde-se com a opacidade (interessante), mas perde-se a angústia e o desespero. A película é demasiado centrada na "mulher do médico", que vê, e pouco dá do ângulo dos cegos. Além disso, é desapontante a atuação rasa e pouco envolvente dos atores, que não despertam a empatia ou o nojo do espectador.
Nesse sentido, nenhum personagem é mais insosso que o de Gael Garcia Bernal. Ator "da moda" no cinema hollywoodiano-cult, Gael não consegue passar nada, é completamente vazio no personagem que deveria despertar asco. Mesmo que não despertasse isso, mesmo que se quisesse fugir do maniqueísmo, alguma coisa deveria despertar.
Fernando Meirelles e Walter Salles são os dois diretores mais bem-sucedidos do cinema brasileiro atual. Temo, no entanto, por uma contaminação excessivamente hollywoodiana que tiraria a densidade dos seus filmes, adaptando-os ao cinema da pipoca. É uma opção, mas, a meu ver, uma opção lastimável. "Linha de Passe", filme que apesar de tudo é ótimo, já tem um pouco disso, não pela recusa da violência extrema que, a meu ver, é mérito no filme; mas por certas vezes hesitar demais, criar "climas" decisivos, enfim, truncar a vida que percorre o filme em forma de espetáculo para a platéia. "Ensaio sobre a Cegueira" logra menos sucesso: apesar de relativamente fiel ao livro, perde muito da sua densidade pelo vazio dos personagens, a ausência de bidimensionalidade e excessivas concessões para um livro que não poderia ter adaptação que não fosse de causar mal-estar.
Em suma: na realidade, o único diretor que acertaria a mão em "Ensaio sobre a Cegueira" seria Lars von Trier.

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HORA DE AGARRAR O MOMENTO

SE EU ESTAVA CERTO desde a decolagem do Grêmio no campeonato, chegaria uma hora em que Celso Roth se depararia com o momento em que seus times estancam e param; e aí temos as mais temerárias alterações à frente. Esse momento é agora.
Celso Roth, como escrevi há alguns meses, entrou para os grandes clubes se credenciando ao clube aberto pelo Felipão, dos técnicos da marcação, da raça e da chegada. Perdeu, no entanto, o vagão que lhe guiaria a essa elite, pois acabou ficando para trás nas idéias táticas (excessivo defensivismo, excessiva teimosia), técnicas (apegado a jogadores fracos) e sobretudo mostrando ausência de ânimo para superar adversidades (de perfil depressivo e reativo quando seus times passam por mal momento).
Se Roth quer reverter esse fluxo que o jogou na vala dos treinadores comuns, bem abaixo de Luxemburgo, Muricy, Felipão e outros em ascensão como Mano Menezes e Ney Franco, na mesma linha de Geninho, Vadão, Gusmão e outros "ciganos" que só afundam suas equipes, esse momento é agora.
O Grêmio despencou absurdamente, foi goleado e humilhado pelo seu rival de forma inadmissível. Roth completou uma tríade de situações humilhantes junto com a desclassificação do Gauchão, da Copa do Brasil e agora uma surra do Gre-Nal. Estatisticamente, seu desempenho é bom no Grêmio. Simbolicamente, já submeteu o torcedor a três feridas duras de cicatrizar.
Agora é a hora de mostrar que é um treinador de alto perfil, capaz de motivar o grupo, reverter situações difíceis, reorganizar a equipe, mostrar criatividade e domínio das emoções. Se o Grêmio não reagir, Roth será demitido (talvez antes do fim do torneio) e se afundará de vez no fosso dos treinadores, ao lado de outros que não sabemos exatamente por que raios um clube os contrata.

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quinta-feira, setembro 25, 2008

EASY BABY

AS COISAS são bem mais simples do que parecem. A procura de fórmulas, o abuso dos estereótipos, a procura de identidades que não são nossas, o afogamento no desespero do cotidiano sem sentido, a angústia do passar do tempo, as ideologias espúrias que penetram em inocentes revistas de comportamento, os "especialistas", o imperativo categórico sadiano -- todo esse imbróglio de pornografia, serialização, doping e estupidez só faz as coisas se tornarem mais confusas.
Os sobreviventes de 68 se tornaram pessoas paranóicas, repletas de um vazio cujo preenchimento nunca se dará, porque ele não se dá por fórmulas. O mundo das representações polui de tal forma que a "performance" é a única coisa que se preocupar. Nos transformamos em puras imagens, feitas de um frágil cristal, prontas para se afogarem no abismo do desespero e cinismo a qualquer momento. O espetáculo entra em nós mesmos.
Até mesmo as coisas mais simples - a experimentação do sexo, por exemplo - se tornaram coisas complexas. Nós (homens) temos coisas para aprender, mas não por meio de uma chantagem "Masters e Johnson" de mulheres super-fálicas que querem nos comer. Desculpem, enfiem esse negócio em outra pessoa. Nós queremos o sexo para gozar, gozar junto, mas gozar, não para rezar uma cartilha de "como enlouquecer" a parceira. Joguem as cartilhas no lixo; suas profanações são artificiais e vazias. Não queremos ser "avaliados"; queremos transar e pronto, porra. Nem todos queremos algemas, nem todos achamos essas porcarias artificiais excitantes. Não aceitamos que nossa vida sexual seja tratada como "vida sexual", essa que os especialistas falam (pautada, agendada, regrada): esta nada mais que a representação performática do que o processo da vida real do sexo é.
Foucault era mesmo genial: Sade é só um moralistinha que não nos interessa.
Fico pensando nisso quando leio Longe Demais e Chata de Galochas escrevendo sobre a mesma coisa: o profano não é mais profano, foi apropriado pelos dispositivos. Essa visão formulaica de sexo e relacionamento impede a VIDA REAL de correr. A religião dos nossos dias absorve sua profanação, como se fosse um buraco negro. O sexo hoje - sexo dos orgasmos planejados, dos atletas sexuais, da pornografia, dos corpos malhados, do "ponto G" e do "Kama Sutra", da velha feia que ensina na tevê como se enfia um vibrador no cu, do narciso que só faz em frente ao espelho, da frígida que culpa o parceiro por não conseguir gozar, do inseguro que só faz o procedimento "padrão" tal como aprendeu nos filmes da Silvia Saint, do ejaculador precoce - todo esse sexo pertence ao dispositivo que Foucault descobriu nos anos 70. É a mesma síndrome da incapacidade do relacionamento autêntico, da fixação na "performance" que anula a própria singularidade do Outro, é o mesmo domínio-padrão do sexo papai-e-mamãe-durante-o-casamento com sinal invertido.
Que fique de lição: não existe "vida sexual". Existe a vida e pronto; sexo é bom e está dentro dela.

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segunda-feira, setembro 22, 2008

"ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", JOSÉ SARAMAGO (O LIVRO)



E SE NÓS VIVÊSSEMOS em uma situação-limite, em um "estado de exceção"? E se nós caíssemos em uma situação aterradora em que todos os atos parecem estar no fio-da-navalha? E se, por acaso, as coisas exigissem de nós uma resposta imediata e absolutamente decisiva - incisiva? Acreditamos piamente em olhos que não vêem, deliram olhando para dentro sem contatar com o fora de si mesmos. Conversamos com nossos próprios conceitos mentais - nossas representações - sem tomar real contato com o que está fora de nós - sem vislumbrar o Outro, no sentido mais exterior possível, como o propriamente inefável.
E se nos privassem dos olhos? E se não pudéssemos mais ver? Ora, a primeira coisa que constataríamos é que possivelmente pela primeira vez entraríamos em contato com o real. Um real tão bruto e apavorante que muitas vezes exige um SIM ou um NÃO instantâneo, decisivo, incapaz de voltar atrás como a tesoura na garganta do terror. O paradoxo é que os olhos nos cegam, nos tornam incapazes de perceber a concentração infinita de real que se apresenta a cada instante diante de um atabalhoado - ou, como diria Juriká, alucinado - ser que se afoga dentro do si mesmo.
A experiência do campo é essa experiência-limite, abre um buraco negro na representação e suga para dentro de si qualquer imagem que tente a representar. É o vazio da palavra, a impossibilidade de Dizer, ou melhor, o Dizer que só existe fora do Dito, em pura potência, sem que jamais possa transformar-se em algo dizível, pois a vida ali foi extirpada. O campo é a experiência do limite, o momento do tempo qualitativo da história, como nos ensinava Benjamin, ou ainda o "Dia do Juízo Final", ou seja, todos os dias, como nos ensina Agamben no seu belíssimo "Profanações".
A ninguém é permitido avançar mais um instante sem perceber que os olhos são a verdadeira cegueira, a representação não é o mundo; o mar, como dizia Sartre, não é apenas uma película verde que se apresenta visível, mas um buraco escuro cheio de animais; enfim, a vida é a cada momento única e irrepetível, cada momento por si só uma chance que pode ser agarrada ou deixada de lado pela ilusão da cegueira-que-vê.

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A BANDA PERFEITA

ESSES DIAS fiquei imaginando como seria a composição de uma banda com artistas recentes (de 90 para cá, para fugir da mesmice de Hendrix, Clapton, etc.), especialmente os dessa década, adaptada ao meu gosto musical e muito mais focada em estilo do que virtuosismo (o que, diga-se de passagem, é característica do rock contemporâneo). Minha composição ficou assim: como vocalista, colocaria Richard Ashcroft (The Verve), pois sua voz é contagiante, tem estilo e ainda se adapta a tonalidades mais ferozes de música (quem duvida ouça "Forth", último disco da banda); nas guitarras poria Johnny Greenwood (Radiohead) e Kevin Shields (My Bloody Valentine), dois guitarristas ecléticos e capazes de criarem camadas sonoras poderosas, o primeiro de forma mais picotada e veloz, o segundo em gigantescas paredes ensurdecedoras; no baixo, estaria Carlos D (Interpol), que faria uma integração perfeita com os dois guitarristas, construindo climas soturnos a partir do seu baixo hipnótico; por fim, meu baterista seria Josh Garza, da banda texana Secret Machines, pois além da habitualidade com climas psicodélicos bate com uma violência ímpar em relação aos seus colegas, sendo provavelmente aquele mais parece com o lendário Bonzo na atualidade.
Juntos, eles poderiam tocar músicas compostas por Thom Yorke, o próprio Shields e Noel Gallagher.
Reitero: o critério não é a técnica, mas o estilo que eu gostaria de ouvir.

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quinta-feira, setembro 18, 2008

PROFECIA QUE ESPERO FALSA

VENHO ESCREVENDO desde que Celso Roth assumiu o Grêmio que minha única restrição ao seu trabalho é que, quando a coisa aperta, Roth joga fora seus times montados e começa a inventar soluções bizarras. Podem conferir aqui, aqui e aqui. Parece que se abate um nervosismo desesperado no treinador quando está próximo de uma conquista e vê seu time ameaçado, levando-o a escalações inexplicáveis e comportamento irascível e inseguro.
É evidente que o Grêmio caiu de rendimento. As razões não são difíceis de encontrar. Entre elas está o próprio crescimento das equipes rivais e a dedicação para bater o líder. Como Roth reage a isso?
Resposta: vai colocar AMARAL para jogar no lugar do William Magrão. Amigos, pelo amor de Deus me respondam: por que nas horas decisivas Roth tem que fazer essas escolhas bizarras? Se a equipe está bem encaixada, por que não substituir simplesmente Magrão por Makelele, jogador distinto, mas o mais parecido com ele no plantel? E, colocando Amaral, Roth não está procurando sarna para se coçar? Ele quer um novo Nunes, já que as características são semelhantes? Por que optar por um jogador tão limitado, incapaz de acertar um passe longo, se as características do Grêmio por ele construído são de uma saída de bola limpa por meio de Rafael, Tcheco e Magrão?
Espero, sinceramente, estar errado. Espero que Amaral faça grande partida. Custo a acreditar que um bom treinador como Celso Roth - capaz de montar equipes com espinha dorsal e consistência - não consiga nunca aprender com seus erros, que parecem se repetir para o desespero dos torcedores.
Roth, ainda dá tempo.

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terça-feira, setembro 16, 2008

ESTADO POLICIAL? SIM E NÃO

VIVEMOS MESMO EM UM ESTADO POLICIAL no Brasil de nossos dias? O discurso, cada vez mais em voga, merece uma análise detida.
Como alguém que vem estudando o tema há quase dez anos, eu responderia: sim. Mas o Estado Policial não é produto de escutas telefônicas ilegais nem de mandados de prisão midiáticos, e sim da própria estrutura social que sustenta o arbítrio como regra e o Estado de Direito como exceção. Se queremos exemplos de Estado Policial, não precisamos apelar para Gilmar Mendes ou Celso Pitta, basta vermos aqueles moradores de rua ali do lado detidos por não portarem identidade, a quantidade de negros pobres que compõe 1/3 da população carcerária sem condenação, a existência de um número exorbitante de processos criminais tramitados sem que assegurada efetiva defesa ao acusado. Isso são exemplos que evidenciam a descrição de Eugenio Raúl Zaffaroni faz há algum tempo do controle penal: vivemos sob a pressão permanente do Estado de Polícia, sendo que vez que outra é contido pelo "dique" Estado de Direito. Basta prestarmos atenção no comportamento policial no Brasil para constatarmos a sobrevivência de um modelo pré-democrático que em nada se altera após a Constituição.
Por esse ângulo, não há dúvida que vivemos em um Estado de Polícia, mas ele se arrasta há alguns séculos e não tem prazo para acabar.
Diferente é a abordagem oportunista que alguns setores da imprensa conservadora, o Ministro Gilmar Mendes e filósofos fantoches têm realizado sobre o tema. Aproveitando a sensação de "empatia" que o leitor pode ter com o acusado - pois normalmente é branco e de classe alta - utiliza-se uma retórica de "Big Brother" para definir o comportamento da Polícia Federal e aproveitar para associar o Governo Lula ao comunismo e suas estratégias de espionagem (quem não viu, vá logo ver "A Vida dos Outros"). Essa retórica que ignora a queda do Muro de Berlim é vil, estúpida e na realidade pretende apenas preservar intactos os "super-cidadãos" que jamais foram atingidos pela letra da lei no Brasil, esses que DaMatta referia com o "sabe com quem está falando?". A estratégia é apenas um mecanismo de pressão para, de um lado, provocar uma crise artificial no Governo Lula, que bate recordes constantes de aprovação; de outro, para assegurar que as negociatas dos "donos do poder" que abrangem a própria mídia permaneçam imunes à letra da lei. A histeria do Ministro Gilmar Mendes e sua pretensão de concentração de funções é absolutamente suspeita a respeito.
Os abusos da Polícia Federal não são produto de uma política proto-comunista, e é preciso ser muito vesgo para enxergar comunismo no Governo Federal, mas revelam o simples funcionamento universal do sistema penal: as agências criminais, da polícia ao sistema penitenciário, passando pelo próprio juiz, abusam do poder. Isso os garantistas denunciam desde sempre e, no entanto, somente quando atinge a parcela dos super-cidadãos a denúncia ganha ares de convencimento. Na patuléia, desça-se o estado de exceção.
É novamente a capacidade do brasileiro de sincretizar o inconciliável: somente aderimos ao Estado de Direito se ele atingir o topo da pirâmide social, abalando nossa irrevogável hierarquia. Para a base, os subcidadãos, reservamos nossa "Tropa de Elite" e as políticas de extermínio - e tudo bem.

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sábado, setembro 13, 2008

SÓ LULA SALVA

AO QUE PARECE, apesar de todas as reticências que merece toda e qualquer pesquisa, a tendência é a vão para o segundo turno Manuela D'Ávila e José Fogaça em Porto Alegre. Maria do Rosário ficou para trás por um conjunto de erros indesculpáveis na campanha, especialmente em uma cidade com anti-petismo disseminado e uma cada vez maior alergia aos pobres (moradores de rua, carroceiros, flanelinhas, etc). Alguns desses erros são visíveis: o marketing é triste e preferiu transformar "Maria" numa espécie de santa, revestindo-a de uma aura angélica e usando uma imagem que parece aqueles ícones de igreja; a campanha beira ao superficial e discute os temas que interessam a quem não quer fazer nada (quantas creches construiu Fogaça, quantos postos de saúde, etc.); e, por fim, faltou saber sopesar a circunstância de ter governado Porto Alegre por 16 anos com um ar de novidade, deixando a campanha, na realidade, com ar de nostalgia.
Todo esse discurso sem sal acabou potencializando os defeitos de Maria do Rosário: sua feminilidade, que irrita a tantos que seguem a leitura "falocêntrica" da política que Derrida ajudou a mostrar, acabou transformando-se em ausência de firmeza, sua suavidade deixou-a insossa em meio a um discurso sem contundência e conteúdo. A campanha do PT deveria ter estabelecido claramente as diferenças entre os candidatos: para quem cada um governa. Fogaça é o candidato do Moinhos de Vento; Rosário, da Restinga. Deveria ter partido para o embate concreto, pois é assim mesmo que está dividida a cidade. Polarizar nem sempre é ruim, muitas vezes é necessário e fomenta uma democracia radical, como nos ensina Chantal Mouffe. Era necessário polarizar os projetos. Ficando apenas na casca, discutindo quantidade de postos de saúde ou creches, não é possível visualizar a diferença de projeto. Visualizar o quanto Manuela é vazia, Fogaça é burocrata, Onyx é neocon. Todos têm seus defeitos, inclusive Maria do Rosário, mas sua militância nos direitos humanos deveria ter sido posta como bandeira principal na discussão sobre carroças, lixo, moradores de rua, políticas de drogas, segurança municipal e assim por diante.
Só resta uma improvável chance: que Lula resolva intervir. O Presidente bate todos os recordes de aprovação, inclusive nas classes altas, e já começa a se estabelecer no mesmo patamar das figuras históricas reconhecidas da república. Sua intervenção direta poderia fazer subirem consistentemente as taxas de Maria nas classes mais baixas, podendo atingir índices altíssimos se ficar bem claro que é quem representa Lula. Claro, por Manuela ser da base e por Lula estar economizando capital político, é provável que essa interferência não ocorra. Mas é a única forma de Maria do Rosário ir para o segundo turno.
O triste, no entanto, é que o erro na campanha indica, na realidade, que o PT ainda não se renovou o suficiente para concentrar os votos da esquerda e da população de baixa renda, não merecendo, mesmo, ser eleito.
Mais triste que isso só uma cidade que aprova em mais de 40% um prefeito inexistente.

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DECLÍNIO TRICOLOR

A DERROTA PARA O GOIÁS, além de inesperada, era inadmissível. Era hora de o Grêmio pontuar para poder enfrentar os dois rivais mais temíveis - Palmeiras e Cruzeiro - em condições confortáveis, uma vez que será longe do Olímpico. Mas não apenas por isso. A realidade é que o último grande jogo em alto nível do tricolor foi contra o Flamengo, apesar da derrota. Foi a última partida jogada de forma exuberante, com os jogadores correndo o campo inteiro, marcação cerrada e implacável, fazem os flamenguistas desgastaram-se até a última gota de suor para conseguir a vitória. Depois disso, o rendimento do Grêmio minguou até chegar ao ponto em que estamos. Os jogos contra o Náutico, Vasco e Fluminense mostraram a equipe apenas na linha mediana, sem a fome que a caracterizava no primeiro turno e surpreendia a todos.
Por que declinamos?
Primeiro, pela razão mais natural. A primeira colocação tem o duplo efeito de, a um só tempo, provocar uma corrida mais voraz dos adversários, focando atenção no líder, e uma descontração deste, que espera se manter naturalmente no primeiro posto. Tudo isso foi visível na última parte: o time do Grêmio foi indolente em campo, especialmente se compararmos com partidas em que esmagávamos o adversário no seu campo e jogávamos da intermediária oposta até o gol. A marcação-pressão reduz a pouco hoje em dia. Tudo isso se agrava se o que fazia o tricolor vencer era exatamente a garra do time, pois tecnicamente não era absolutamente superior aos demais, contando apenas com dois jogadores de exceção (Rafael Carioca e Tcheco, depois também Souza). O Grêmio era uma equipe de operários que, correndo incessantemente o campo inteiro e marcando sem pausa, obtinha resultados surpreendentes. A posição consolidada de primeiro lugar por mais de dez rodadas parece ter afrouxado o time.
A segunda pode ser surpreendente. Wianey já tinha a mencionado essa semana. A realidade é que o ingresso de Souza acabou desestabilizando o time. Se havia uma "mecânica" perfeita - expressão preferida de Roth - o ingresso do habilidoso meia acabou quebrando a mecânica, necessitando de uma adaptação "plástica" que está difícil de obter. O Grêmio anterior a Souza era totalmente delimitado: os três zagueiros, Rafael Carioca à frente com seu toque de bola, posicionamente e técnica, Magrão com velocidade, perseguição e arranque, e Tcheco complementando de forma grandiosa, correndo pelo campo inteiro. Os alas preenchiam o meio pelos lados, Perea jogava solto movimentando-se e Marcel fazia o pivô. Cada um tinha suas claras funções, ofensiva e defensivamente. Afora a queda de rendimento do Pico, que nos privou de uma ala (pois Helder não existe), o certo é que o ingresso de Souza acabou confundindo as funções e quebrando a harmonia.
Não quero, com isso, acusar Roth de erro. Ele estava certo. Mas "o certo" estava errado. Roth foi bem até aqui, inclusive no jogo de hoje. Sua tarefa, agora, não é mais montar um esquema, mas manter a sua "mecânica" hígida e motivar suficientemente os jogadores para que continuem jogando como jogaram no primeiro turno, "no limite". Sem estarmos nesse limite, não vamos levar.


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sexta-feira, setembro 12, 2008

HORA DE MOSTRAR QUE É PARA VALER

A DEMOCRACIA é um conceito hoje fundamental, mas sem dúvida problemático do ponto de vista conceitual. Não há ainda unanimidade acerca de quais características tem esse regime de governo, apesar de todos reconhecermos que é o melhor de todos (ou o menos pior), especialmente após os autoritarismos de diversos matizes.
Uma coisa, no entanto, é certa: o núcleo irredutível da democracia é a possibilidade de o povo exercer o poder político como titular, podendo eleger livremente e pelo voto o seu representante. Eliminar esse aspecto da democracia é mutilá-la a ponto de a deixar sem qualquer sentido.
Dito isso, é indiscutível que o que está ocorrendo na Bolívia é tentativa de golpe autoritário. As mesmas elites que se perpetuam no poder na América Latina e abasteceram os golpes militares, deixando a grande população (indígena na Bolívia, negra e pobre no Brasil) vivendo em situação de "exceção", agora irresigna-se contra o governo Evo Morales e impede-o de governar.
Não interessa se a estratégia de Evo é a melhor - a meu ver não é -, nem se concordo com as suas idéias - do que conheço, pouco concordo -, mas o fato é o que o governo é legítimo e ainda se submeteu a um referendo revogatório para confirmar sua legitimidade, obtendo sucesso. Qualquer discurso oposicionista que queira derrubar Evo, no momento, é golpista e autoritário - não há meio-termo.
É hora, portanto, de a América Latina mostrar que a democracia é para valer. Hora de mostrar que bloqueamos nossos caudilhos e milicos e vivemos em nações livres, capazes de eleger os governantes e encaminhar as reformas que - autonomamente e por meio do voto - são as mais adequadas. Não importa que Evo queira reformar instituições - as instituições existem para as pessoas, e não o contrário - de modo que é dentro do debate político que deve reagir a oposição. Brasil, Argentina e Chile têm que assumir a dianteira. Não importa que tenhamos que deslocar tropas para resguardar a democracia na Bolívia. É hora de provar que o MERCOSUL é sério na sua exigência democrática, como é a União Européia, se preciso por meio da força.
O que a Bolívia revela é que o discurso constitucional é, na verdade, uma adaptação sincrética que vale enquanto não abala as estruturas hierárquicas da sociedade latino-americana, particularmente enrijecida e distorcida na Bolívia, país mais pobre do continente. Colocar tropas brasileiras na Bolívia é ter vergonha na cara, possibilitar que o país menos decente do continente sob o ponto de vista de justiça social possa - por meio do voto e da democracia - efetivar as mudanças necessárias, independente do bloqueio de caudilhos que se perpetuam na exploração humana por meio da violência.
Hora de mostrar que o Mercosul é para valer, que a democracia é para valer, que vivemos em Estados de Direito e não em sociedades hierárquicas com constituições de fachada, hora de olharmos para as nossas revistas "defensoras do Estado de Direito" e ver de que lado estão - ou seja, do mesmo que estavam (ou estariam) em 1964.

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quarta-feira, setembro 10, 2008

FAZENDO UM BREVE EXERCÍCIO DE OBSERVATÓRIO

Alguns cronistas da Folha destacam-se pelo absoluto vazio de idéias e análise superficial do meio político. É como se fosse a revista Caras adaptada ao noticiário político.
Esse artigo é irônico porque trata do "fim do neoliberalismo". É claro que eu sei que nunca existiu neoliberalismo no Brasil, simplesmente porque não pode existir "neo" onde não houve liberalismo. Houve, isso sim, a desistência de um projeto de Welfare State (determinado pela Constituição) que, por seu anacronismo, acabou nunca implementado, provocando um discurso de defesa do "mercado" de fachada.
Bueno, vamos ao artigo:
09/09/2008
Bush faz a festa do PT
Acredite. O presidente dos Estados Unidos, George Bush, provocou um clima de festa entre os petistas reunidos ontem para comemorar o aniversário de 200 anos do Ministério da Fazenda. Ministros, assessores e economistas ligados ao PT não se continham de felicidade ao comentar a decisão do norte-americano de soltar um megapacote de ajuda financeira de US$ 200 bilhões a duas instituições falidas do setor imobiliário. "Colocaram o último prego no caixão do neoliberalismo", era o que mais se ouvia nas rodinhas de conversas antes, durante e depois do evento realizado aqui em Brasília.
Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e a candidata presidencial do presidente Lula, fazia questão de dizer que os Estados Unidos nunca praticaram o neoliberalismo puro. Não só eles, mas também a Europa e Japão, afirmava ela, acrescentando que sempre recomendaram que os países em desenvolvimento seguissem essa receita econômica. Mais ou menos na linha façam o que digo, não façam o que faço. Ou, nas palavras literais da ministra, que defendeu a medida do governo norte-americano: "Essa história de neoliberalismo só vale para nós. Nunca houve neoliberalismo no mundo capitalista desenvolvido". A satisfação era tanta que havia petista fazendo uso de algo que sempre criticaram no passado para alfinetar os Estados Unidos. Foi o caso da economista Maria da Conceição Tavares. "Enterraram o neoliberalismo de uma maneira trágica.
Custou uma fortuna. O nosso Proer foi mais baratinho", ironizou, recordando o programa lançado no governo Fernando Henrique Cardoso para socorrer bancos falidos. Programa semelhante ao lançado pelos Estados Unidos agora e tão bombardeado pelo PT naquela época no Brasil.
Engraçado foi ouvir de petistas não só ironias, mas também elogios ao governo norte-americano. Na verdade, elogios irônicos. "É o pragmatismo responsável", destacou o ministro Guido Mantega (Fazenda), quando foi questionado sobre o socorro às duas gigantes do mercado imobiliário norte-americano. "Desmistifica a idéia de que mercados livres sempre levam ao melhor resultado", acrescentou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Nas rodinhas do evento, apesar dos comentários irônicos, todos defendiam a medida sob a justificativa de que seria um desastre para o mundo se as duas gigantes Fannie Mae e Freddie Mac quebrassem. É isso aí. Nada como um dia depois do outro. Ou melhor, nada como chegar ao poder depois de ter sido oposição. O que ontem era criticado aqui, hoje é elogiado ali. Não sem boas alfinetadas.

Valdo Cruz, 46, é repórter especial da Folha. Foi diretor-executivo da Sucursal de Brasília durante os dois mandatos de FHC e no primeiro de Lula. Ocupou a secretaria de redação da sucursal e atuou como repórter de economia. Escreve às terças.
Vejam: não estão lendo errado. O artigo consegue dar uma reviravolta para dizer que "O PT DEFENDE BUSH", que "o tempo muda o PT" e daí por diante. Sim, é a coisa mais burra já vista (sem contar manifestações de pittbulls de revistas neocons) na história, pois OS PRÓPRIOS FATOS narrados no artigo indicam que "Bush aderiu ao PT", e não o oposto (ou seja: os republicanos desistiram de deixar o mercado por si só (neolib) e resolveram dar de keynesianos).
É assim que funciona uma estratégia quase goebbelsiana de inverter os fatos na cara do leitor. Uma vergonha.

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DURANTE O INTERVALO DO BLOGUEIRO

CLÓVIS ROSSI

É golpe
SÃO PAULO - O que está em andamento na Bolívia é uma tentativa de golpe contra o presidente Evo Morales. Segue uma linha ideológica e táticas parecidas às que levaram ao golpe no Chile, em 1973, contra o governo de Salvador Allende, tão constitucional e legítimo quanto o de Evo Morales.

Os bloqueios agora adotados nos Departamentos são a cópia de locautes de caminhoneiros que ajudaram a sitiar o governo Allende.Outra semelhança: Allende elegeu-se presidente, em 1970, com pouco mais de um terço dos votos (36%). Mas, três anos depois, sua Unidade Popular saltou para 44%, em pleito legislativo, o que destruiu qualquer expectativa da direita de vencê-lo política ou eleitoralmente. Foi na marra mesmo, o que deu origem a um dos mais brutais regimes políticos de uma América Latina habituada à rutalidade.

Evo Morales também se elegeu com menos votos do que obteve agora no chamado referendo revogatório, o que demonstra um grau de aprovação popular até surpreendente para as dificuldades que o governo enfrentou desde o primeiro dia, em parte por seus erros e em parte pelo cerco dos adversários.

A luta dos Departamentos pela autonomia, eixo da crise, é também legítima e precede Evo Morales.Mas passou a ser apenas um biombo para encobrir as verdadeiras intenções, cristalinamente reveladas a Flávia Marreiro, desta Folha, por Jorge Chávez, líder "cívico" de Tarija, um dos Departamentos rebelados contra o governo central: "Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz".Cena mais explícita de hidrofobia e racismo, impossível. Nem o governo nem a oposição no Brasil têm direito ao silêncio, escondendo-se um na não-ingerência em assuntos internos e outra em preconceitos similares.

crossi@uol.com.br

Não custa lembrar como surgem os golpes na América Latina e como as nossas elites reagem quando os regimes vão contra seus interesses.

Dedicado aos rawlsinhos e aos que acham a revista Veja democrata.

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domingo, setembro 07, 2008

RECESSO

BLOG em recesso temporário. Blogueiro está com excesso de tarefas. Voltamos dentro de uma semana, no máximo (espero).

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quinta-feira, setembro 04, 2008

BIG BROTHER

ERA SÓ O QUE FALTAVA. Agora o blog virou centro de visitas de alunos ressentidos escondidos atrás do anonimato da net. Que pentelhice! A Internet é big brother mesmo.
Não adianta, meus caros, o que vale aqui não é o argumento da autoridade, mas a autoridade do argumento. Como, aliás, em aula também.

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terça-feira, setembro 02, 2008

A ALEGRIA DE CRISTINA

DE UNS TEMPOS PARA CÁ, começou a aparecer uma personagem aqui no blog que adora me desancar, seguidamente me chamando de "narcisista", "arrogante" e "senhor da verdade". Não sei de quem se trata e nem trato de supervalorizar o nick, já que a Internet nos ensina que nicks não respeitam identidade e sequer gênero. Inicialmente, minha reação foi de satisfação: sempre escrevi para ser agredido, basta consultar os posts antigos, de quatro ou cinco anos atrás, para constatar isso. Escrevo para provocar. Quando a minha escrita se torna inofensiva, perde todo sentido. Vim para incomodar.
Mas confesso que aos poucos a alegria foi dando lugar ao constrangimento. O que será que a(o) incomoda? Por que precisa retornar todos os dias e ver algo que a(o) irrita? O que, afinal, têm meus textos de tão pestilentos e narcisista? Será amor? Ela(e) certamente jamais deve ter lido a explicação do termo "performativo" para me chamar de "senhor da verdade". Do contrário, descobriria que é impossível escrever certos tipos de texto sem ser peremptório. Porém, vamos lá, decidi dar uma chance a ela(e):
TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO QUE ESCREVI NESSE BLOG NÃO VALE ABSOLUTAMENTE NADA. É TUDO MENTIRA TOTAL. NENHUMA PALAVRA ESCRITA NESSE BLOG DEVE SER TOMADA EM CONSIDERAÇÃO. É TUDO FALSO. ABSOLUTAMENTE FALSO. NÃO HÁ NENHUMA, NENHUMAZINHA, SEQUER UMA MINIATURA DE VERDADE POR AQUI. NÃO ACREDITE EM NADA ESCRITO NESSE BLOG. SÓ ESTOU TE ENGANANDO. NÃO ACREDITE EM NADA ESCRITO EM SOMEPILLS.

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segunda-feira, setembro 01, 2008

ROBINHO: UM RIDÍCULO

MAIO DE 68 foi importante para todos nós. Vivia-se bastante mal antes das barricadas juvenis e os movimentos de direitos civis derrubarem tabus e falarem em alto e bom tom sobre pílula anticoncepcional, sexo antes do casamento, racismo, machismo e moralismo excessivo. O mal-estar com a "família tradicional", na realidade o modelo burguês que durou dois séculos, era impossível de ser digerido bem. Freud já nos alertara para esse mal-estar e mostrou que a culpa sufocava e produzia um mundo de neuróticos.
Bem, ninguém de bom senso negaria que avançamos com isso (portanto, os neocons não têm bom senso). No entanto, é fato que a nossa cultura permissiva produz crianças mimadas cada vez mais narcisistas, incapazes de assumir responsabilidade, hedonistas porque tem dentro de si apenas um tremendo vazio, que é o vazio de todos nós. Esses pequenos (ou grandes) narcisos são ainda mais ridículos quando se tornam "estrelas", amplificando todos os defeitos de sua subjetividade mal-resolvida.
Vejam o caso Robinho: saiu do Santos com a aura de craque mundial e vestiu nada menos que a camisa 10 do Real Madrid, que um dia pertenceu a Alfredo Di Stéfano e era de Figo, eleito melhor do mundo FIFA uma vez. Teve diversas oportunidades e apenas na temporada passada começou a mostrar um grande futebol, desses que fazem destacar. Machucou-se e acabou prejudicado no resto da temporada.
Robinho, no entanto, é fixado no projeto narcísico de ser o melhor do mundo. Ele já fala disso há alguns anos e, apesar do futebol apenas médio, continua afirmando somente isso. Não está focado em títulos. Surpreendemente, o Real Madrid -- maior clube de futebol do mundo, maior empresa espanhola, nove vezes campeão europeu, tradicional esquadrão de estrelas --tolerou e apostou em Robinho. Existe melhor lugar para brilhar que no clube mais importante da Europa?
No entanto, o narcisista Robinho acha que o Madrid é pouco para ele. Pede para sair ao Chelsea. Segue o caminho dos seus amigos Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, que saem queimados de todos os times que jogam. São menininhos mimados pela mídia que não assumem compromissos com os clubes. Jogam para si, choramingam e saem quando querem. Apesar do absoluto declínio técnico dos seus amigos, Robinho não aprendeu nada. Pediu para sair.
Resultado: foi para o Manchester City. Sim, meus amigos, MANCHESTER CITY. Será que é lá que ele conquistará o prêmio FIFA? Pobre Robinho, ser narcisista pode até te render bons frutos, mas a burrice não irá.

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