quinta-feira, janeiro 31, 2008
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segunda-feira, janeiro 28, 2008
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quarta-feira, janeiro 23, 2008
Como já adiantávamos, a Criminologia etiológica – entendida enquanto tudo que antecedeu o labelling approach – pretendia reduzir o indivíduo envolvido na trama cognitiva criminológica enquanto “criminoso”. Ela procurava causas para dizer: “X é delinqüente porque....”. A Criminologia da reação social, por outro lado, procurou enfrentar o problema desses “é” e “porque”. Ao expor o fato de que há uma inegável defasagem quantitativa entre a taxa de delitos efetivamente cometidos e os punidos, abriu margem para pensarmos em uma seleção qualitativa: apenas alguns vão punidos, porque são mais vulneráveis ao Poder Punitivo. Com isso, a idéia de “estereótipo” desmitificou a figura do “criminoso”. O que pensamos corresponder a um “criminoso” é, na realidade, em estereótipo que corresponde aos selecionados pelo Poder Punitivo, mas jamais a uma qualidade intrínseca inscrita na própria pessoa. Da mesma forma, a ausência de conteúdo “ontológico” ao delito, rechaçado a partir de um relativismo cultural, elimina a possibilidade de correlacionarmos, ou acoplarmos, crime à natureza.
Ora, é precisamente isso que nos dificulta, se não torna impossível, a pergunta pela causa – uma causa oni-abrangente, precisemos – do delito. Se o delito é cometido por uma variedade totalmente heterogênea de pessoas, não há como identificar uma causa – biológica, psicológica ou sociológica – que leve alguém a ser delinqüente. O que costumávamos fazer era “etiquetar” alguém com essa causa. Não perguntamos as causas biológicas que levam alguém a vender um DVD pirata, roubar o sinal da tevê a cabo do vizinho, praticar sonegação ou evasão fiscal. A “normalidade” das pessoas não nos faz pesquisar essas “causas”. O crime pode até não ser algo “normal”, no sentido de ser praticado na maioria do tempo, mas é definitivamente “normal”, no sentido de que é praticado pela maioria das pessoas (basta pensar em injúrias, abortos, sonegação fiscal ou violência familiar), muitas das quais sem qualquer correspondência com os estereótipos da Criminologia etiológica. O labelling, para fazer esse movimento, precisou quebrar um dogma: acreditar que a totalidade dos fatos punidos (ou dos agentes envolvidos) corresponde à totalidade dos fatos cometidos (ou dos agentes envolvidos). Ao ver que essa defasagem é norteada não apenas pelo óbvio critério quantitativo, mas também pelo qualitativo, o labelling colocou em xeque todas as teorias que pretendiam encontrar a “causa do criminoso”.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Um segundo pensamento sempre vinha após o primeiro, um mistério gerava outro: seriam todas as demais pessoas realmente tão vivas quanto ela? Por exemplo, seria sua irmã realmente importante para si própria, tão valiosa para ela mesma quanto Briony era? Ser Cecilia seria uma coisa tão intensa quanto ser Briony? Sua irmã também teria um eu verdadeiro por trás da onda que se quebrava, e passaria tempo pensando nisso, com o dedo quase encostado na cara? E as outras pessoas, inclusive seu pai, e Betty, e Hardman? Se a resposta fosse sim, então o mundo, o mundo social, era insuportavelmente complicado, dois bilhões de vozes, os pensamentos de todo mundo a se debater, todos com igual com igual importância, investindo tanto na vida quanto os outros, cada um se achando o único, quando ninguém era único. Era possível afogar-se aquele mar de irrelevância. Mas se a resposta fosse não, então Briony estava cercada de máquinas, inteligentes e agradáveis vistas de fora, mas sem aquele sentimento vivo oculto, interior, que Briony tinha. Era uma idéia sinistra e desoladora, além de improvável. Pois, por mais que era muitíssimo provável que todo mundo tivesse pensamentos como os dela. Isso ela sabia, mas apenas de um modo um tanto árido; não conseguia senti-lo de verdade.
Um grande resumo, literário, do que significa a dimensão da alteridade. Mais detalhes não por aqui, mas, talvez, em algum paper.
O AMANTE DE LADY CHATTERLEY, DE D. H. LAWRENCE
Constava como uma das lacunas nas minhas leituras dos clássicos a ausência desse romance. É um grande livro, irrigado de uma sensualidade tremenda, que faz despertar toda corporalidade inerente à nossa atividade humana.
O ESTRANGEIRO, DE ALBERT CAMUS
O absurdo parece ser o grande tema do clássico "O Estrangeiro", de Camus. Dele, havia lido apenas "A Peste".
Como eu dizia há dois posts atrás, 2008 começa com dois grandes filmes. Não tenho o mesmo rigor de lançamentos no cinema como tenho por aqui com a música por uma simples razão: via de regra, não baixo filmes. Só filmes raros. Acho muito trabalhoso e gosto de ver no cinema. Por isso, um lançamento musical chega por aqui instantaneamente, enquanto que as películas seguem a data de lançamento no Brasil [e pior: em Porto Alegre].
"A VIDA DOS OUTROS"
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sexta-feira, janeiro 18, 2008
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quinta-feira, janeiro 17, 2008
Urso Pardo contra Tigre.
Rinoceronte contra Elefante.
Tubarão contra crocodilo.
Hipopótamo versus tubarão.
Baleia contra Lula Gigante.
Orca atacando tubarão (real). Afudê, ODEIO tubarões.
Tá bom, no próximo post prometo coisas mais úteis. :)
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Cinema vazio (1)
O número de espectadores nos cinemas no Brasil foi menor em 2007: 88.623.940 pessoas foram às salas de cinema no ano passado - uma queda de 2,9% em comparação a 2006, que alcançou 91.276.579. Já a renda bruta no ano ficou em R$ 707.362.128 - em 2006, foi de R$ 701.376.000.
Esses são os números finais do mercado de cinema no Brasil, divulgados na semana passada pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro - que mantém o único banco de dados da indústria contínuo desde 1992. As informações se referem às bilheterias dos filmes lançados até a última semana cinematográfica de 2007.
- Podemos ver que a queda do número de público foi ainda maior do que estimávamos. O número de espectadores de cinema nacional caiu em 0,8% em relação ao ano anterior - analisa Jorge Peregrino, presidente do sindicato.
Cinema vazio (2)
Do total de espectadores que foram às salas de cinema no Brasil em 2007, apenas 11,1% assistiram a filmes brasileiros - cerca de 9,85 milhões de pessoas. Em contrapartida, o número de filmes brasileiros lançados subiu de 73 em 2006 para 93 em 2007 - crescimento que não se refletiu, porém, em aumento de público para a produção nacional.
(ZH, hoje).
Certamente os especialistas devem estar cheios de explicações comerciais para a diminuição da bilheteria nos cinemas durante os últimos dois anos. Mas eu tenho uma também: não me lembro de dois anos tão fracos para o cinema quanto 2006 e 2007. Basta ver que o cinema -- que era das principais pautas desse somepills -- foi mingüando, mingüando, até estar praticamente desaparecida. Com pouquíssimas honrosas exceções [Cartas de Iwo Jima, por exemplo], pouco ou nada se viu de elogios à terrível safra que nos despejou Hollywood [que, bem ou mal, é a fonte principal] nos últimos dois anos.
Uma boa notícia, no entanto: acabo de ver dois filmes qualificáveis como não menos que excelentes - "A Vida dos Outros" e "Desejo e Reparação". No próximo post, uma resenha de ambos.
Trilha sonora do post: New Order, "Bizarre Love Triangle".
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quarta-feira, janeiro 16, 2008
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segunda-feira, janeiro 14, 2008
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quarta-feira, janeiro 09, 2008
Algumas categorias não determináveis de antemão.
MELHOR MÚSICA: Radiohead, "Reckoner".
MELHOR DISCO PARA FONE DE OUVIDO: Low, "Drums and Guns" e Blonde Redhead, "23".
DISCOS DE 2006 DESCOBERTOS EM 2007 QUE DEVERIAM ESTAR ENTRE OS 10: The Knife, "Silent Shout" e Sparklehorse, "Dreamt for light years in the belly of a montain".
BANDA ANTIGA MAIS SENSACIONAL QUE CONHECI ESSE ANO: Built to Spill.
BANDA ANTIGA MAIS SENSACIONAL QUE NÃO-CONHECIA-DIREITO: Pavement.
Especialmente esse disquinho aí.
MELHOR MÚSICA ANTIGA QUE EU NÃO CONHECIA: Built to Spill, "Carry the zero".
MÚSICA DROGADA MAIS JOSELITA: Interpol, "Rest my chemistry".
Rest My Chemistry
I haven't slept for two days.
I've bathed in nothing but sweat.
And I've made hallways scenes for things to regret.
My friends they come.
And the lines they go by.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
I live my life in cocaine.
Just a rage and three kinds of yes.
And I've made stairways.
such scenes for things that I regret
Oh those days in the sun.
They bring a tear to my eye.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
But you're so young.
You're so young.
You look in my eyes.
you're so young so sweet so suprised.
So the sign says "ok"
Gotta take a ride just recline in the faraway.
Got to take some time to realize
That my friends they come.
and the lines they go by.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
But you're so young.
You're so young
You look in my eyes.
You look so young.
So sweet. So suprised.
You look so young, like a daisy in my lazy eyes.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
Tonight I'm gonna rest my chemistry.
DECEPÇÃO DO ANO: Black Rebel Motorcycle Club, "Baby 81".
MELHOR SHOW: The Killers e ...And you will know us by the trail of dead, empatados.
DISCO MAIS-IRRELEVANTE-COMO-SEMPRE: Travis, "The boy with no name".
BANDA DESCOLÊ-ARTÊ QUE NÃO COLOU COMIGO: Battles, "Mirrored" (exata sucessora do TV on the Radio).
MÚSICA PARA DANÇAR: Justice, "†"
DISCO COM SUPER-SINGLES QUE NÃO SE SUSTENTOU INTEIRO: The Shins, "Wincing the night away".
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segunda-feira, janeiro 07, 2008
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