Mox in the Sky with Diamonds

domingo, abril 06, 2008

O VEXAME TEM NOME: CELSO ROTH

Antes de ser acusado de casuísta, vamos deixar algumas coisas claras. O Grêmio já tem a base de um time. Paulo Sérgio deu uma boa resposta, Roger vem jogando bem e com muita vontade e Perea também continua sendo um atacante perigoso. Continuo achando que com três reforços de peso -- um zagueiro, um volante e um meia-ofensivo ou atacante -- podemos ter uma equipe consistente. Além disso, a entrevista de Celso Roth após a partida também foi bastante contida e razoável.
E paramos por aí.
Os problemas do Grêmio começam por cima: o Diretor de futebol, Paulo Pelaipe, é um desequilibrado. Na verdade, já cansei de falar sobre o tema. Vendemos nossos grandes jogadores -- Lucas, Anderson, Carlos Eduardo e o goleiro Cássio --, e perdemos outros que passaram e não ficaram por falta de um contrato mais longo [Hugo, Diego Souza, etc.]. Poucos são os reforços para a quantidade de dinheiro que entrou. Perea é o único investimento do Grêmio no ano. O resto é resto, inclusive Roger, que hoje é nosso melhor jogador. Além disso, o Diretor fala demais, ninguém mais agüenta.
Seguido do nosso Diretor, temos o Professor Pardal. Até esse momento, Celso Roth vinha sendo calmo e inventando pouco. Mas, de dois jogos para cá, resolveu reinventar a roda.
Na partida contra o Atlético Goianense, preteriu Tadeu a Jonas, mesmo em um gramado alagado. Depois, colocou o também leve André Luiz, apesar da jogada aérea ser a única tentativa do Grêmio ao longo de toda partida. Substituiu Nunes por Thiego, fazendo um 3-5-2 que sequer deve ter sido treinado, pela confusão de posicionamento. Por sorte, Roger deixou um gol no final. Roth não teve humildade de admitir seus erros, atribundo a problemas "técnicos" o mal-desempenho [muito mais atribuível a problemas táticos].
Contra o Juventude, nenhum gremista que viu a escalação acreditou. Primeiro, um Paulo Sérgio invertido, pondo Hidalgo -- que é fraco mesmo -- no banco. Depois, manteve Nunes, que não consegue acertar um passe, e colocou Dos Santos e Maylson, avançando Roger, em formação que já foi testada e fracassou. Fracassou novamente. A pretensiosa expressão de Luxa, "nó tático", se aplica perfeitamente ao jogo. Roth tomou um "nó tático" de Zetti. O Grêmio, do meio para frente, era uma confusão sem sentido, sem a mínima organização.
Roth tem quatro títulos: Copa Daltro Menezes [Caxias, 1996], Campeonato Gaúcho [Inter, 1997; Grêmio, 1999] e Copa Nordeste [Sport, 2000]. Em compensação, treinou, além dos gaúchos, Vasco, Palmeiras, Santos, Flamengo, Goiás, Atlético-MG, Botafogo e outros times. Treinou equipes de respeito -- algumas de ponta -- e não ganhou nenhum título relevante.
Ou seja, Roth é um técnico superestimado pelos dirigentes. Seu currículo é prova de que deixa a desejar como treinador. Treinador vive de títulos. Até Vagner Mancini tem título de Copa do Brasil. Roth já teve oportunidades. Mas mostrou, inequivocamente, que é treinador para equipes pequenas, é treinador para retirar times da zona de rebaixamento, e não para as levar até as cabeças.
Roth é o tipo de técnico que inventa. Que mantém jogador à custa de tudo e todos. Que contraste com o ótimo Mano Menezes! Mano insistia duas, três, quatro partidas com um jogador. Se não jogasse, saía do time. Simples. Roth é o técnico do "cargo de confiança". É o técnico que, com Labarthe, Junior, Adilson e Rafael Carioca resolveu apostar em Nunes. É técnico que troca de sistema como se isso fosse coisa simples. Evita simplificar: em vez de simplesmente substituir Pico por Hidalgo, Nunes por Junior, Rudnei por Dos Santos e Reinaldo por Tadeu, preferiu dar de Professor Pardal.
Roth, enfim, é um técnico medíocre. Um técnico que vive do dualismo retranqueiro/ofensivista, porque não descobriu que o problema não é se é ofensivo ou defensivo, mas se é compacto ou não é. Não sabe que um time que está vencendo não precisa parar de atacar, desde que mantenha a compactação. Que não é necessário empilhar volantes ou zagueiros para se defender. O currículo de Roth fala por ele: desde 1996 na ativa, guarda apenas títulos regionais -- e poucos.
Não bastasse isso, Jean confirmou minhas piores suspeitas. Não dá segurança, a zaga tem sido perfurada por dentro, o que é inadmissível, e por cima. Marcelo é vergonhoso: o primeiro gol é uma falha clamorosa, que mostra sua pouquíssima habilidade como goleiro. Precisamos, urgentemente, da volta de Victor e de um zagueiro mais seguro.
Enfim, um desastre completo, que exigiria projetarmos um Brasileiro com nova Direção e treinador e mais dois reforços de peso. Ou vamos para o destino que Roth nos encaminha: fugir do rebaixamento.

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