HORA DE AGARRAR O MOMENTO
SE EU ESTAVA CERTO desde a decolagem do Grêmio no campeonato, chegaria uma hora em que Celso Roth se depararia com o momento em que seus times estancam e param; e aí temos as mais temerárias alterações à frente. Esse momento é agora.
Celso Roth, como escrevi há alguns meses, entrou para os grandes clubes se credenciando ao clube aberto pelo Felipão, dos técnicos da marcação, da raça e da chegada. Perdeu, no entanto, o vagão que lhe guiaria a essa elite, pois acabou ficando para trás nas idéias táticas (excessivo defensivismo, excessiva teimosia), técnicas (apegado a jogadores fracos) e sobretudo mostrando ausência de ânimo para superar adversidades (de perfil depressivo e reativo quando seus times passam por mal momento).
Se Roth quer reverter esse fluxo que o jogou na vala dos treinadores comuns, bem abaixo de Luxemburgo, Muricy, Felipão e outros em ascensão como Mano Menezes e Ney Franco, na mesma linha de Geninho, Vadão, Gusmão e outros "ciganos" que só afundam suas equipes, esse momento é agora.
O Grêmio despencou absurdamente, foi goleado e humilhado pelo seu rival de forma inadmissível. Roth completou uma tríade de situações humilhantes junto com a desclassificação do Gauchão, da Copa do Brasil e agora uma surra do Gre-Nal. Estatisticamente, seu desempenho é bom no Grêmio. Simbolicamente, já submeteu o torcedor a três feridas duras de cicatrizar.
Agora é a hora de mostrar que é um treinador de alto perfil, capaz de motivar o grupo, reverter situações difíceis, reorganizar a equipe, mostrar criatividade e domínio das emoções. Se o Grêmio não reagir, Roth será demitido (talvez antes do fim do torneio) e se afundará de vez no fosso dos treinadores, ao lado de outros que não sabemos exatamente por que raios um clube os contrata.
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