sexta-feira, junho 26, 2009
quinta-feira, junho 25, 2009
Muito interessante Salo, principalmente pelo sentido do que o autor coloca como perspectiva anarquista de ruptura com a autoridade. Me parece que isso possibilita um combate discursivo de dupla via: se por um lado é possível construir um discurso contra aquele empreendedor moral de proposições punitivas institucionais, por outro lado possibilita o combate discursivo contra aquele outro empreendedor não menos violento que é o teórico criticista do que não entende. Como exemplo: grande parte da contracultura que tem me interessado hoje em dia é rotulada como alienada, como se isto fosse um problema, quando a geração da alienação não apenas é contemporânea das gerações existencialistas e anarquistas como hoje em dia é quase uma sedimentação mista destes movimentos.
Pra cada resmungo crítico acerca de um grupo fútil contemporâneo acaba aparecendo um olhar mostrando que a alienação na maioria das vezes não é do grupo, mas do próprio pesquisador. A Pós-modernidade é uma fábrica de Labellings.
sexta-feira, junho 19, 2009
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quinta-feira, junho 18, 2009
(Tive que tirar o vídeo, que estava bagunçando a formatação do blog).
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quarta-feira, junho 17, 2009
Uma banda que compõe uma música como "Solitarie" não tem nenhuma chance de errar. Ouvir o Wilco a cada novo disco é como re-experimentar a sensação de voltar à tristeza suave daquele quem não tem medo de se entregar à experiência. É como um abraço quente em um mundo frio, um agasalho que alimenta a ousadia de quem ainda tenta viver.
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segunda-feira, junho 15, 2009
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terça-feira, junho 09, 2009
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segunda-feira, junho 08, 2009
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quarta-feira, junho 03, 2009
Um terceiro mandato, por favor!
01/06/2009
14:51:20
Leandro Fortes
A imprensa brasileira não vai descansar enquanto não arrancar do presidente Lula,
ou de algum ministro de Estado, uma declaração favorável ao terceiro mandato. A insistência com que a mídia tem tratado do tema, em ondas ciclotímicas cada vez mais curtas, revela aquele tipo de interesse que nada tem a ver com os fatos ou, no limite, com demandas jornalísticas. Trata-se de uma campanha infernal para colar na imagem de Lula a pecha de “ditador chavista” às vésperas de um ano eleitoral, como se fosse possível, a essa altura do campeonato, estabelecer semelhanças ideológicas e de ação governamental entre o presidente brasileiro e seu colega, Hugo Chávez, da Venezuela. Há mais de dois anos, escrevi uma matéria na CartaCapital (“Eterno factóide”) a respeito do assunto, quando a onda do terceiro mandato tinha como objetivo contaminar as bases eleitorais do governo, com vistas às eleições municipais de 2008, quando ainda rescendiam brasas sobre os escombros do chamado “mensalão”. Lá, pelas tantas, escrevi: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido beneficiado com a manobra da reeleição, colocada em prática via mudança da Constituição, foi um dos avalistas internacionais do terceiro mandato de Alberto Fujimori, do Peru. Tanto, e de tal forma, que Fujimori, atualmente às vésperas de ser julgado por crime de corrupção, tráfico de armas e genocídio pela Justiça peruana, arrolou FHC como estemunha”. Incrível, né? Fernando Henrique Cardoso alterou a Constituição Federal, à custa de um escândalo de compra de votos no Congresso Nacional, para
emendar um segundo mandato, com apoio irrestrito da mídia nacional. Em outro front, dava apoio político e diplomático a Fujimori, conhecido bandoleiro internacional, dado a censurar jornalistas e assassinar opositores, para que “El Chino” conseguisse um terceiro mandato no Peru. Sobre o que estamos falando mesmo? Ah, sobre o terceiro mandato, idéia rejeitada, sistematicamente, pelo supostamente (vocábulo adorado dos jornais, nos últimos tempos) principal interessado, a saber, o presidente Lula. A insistência sobre o tema, ainda tocado em clima de factóide, é tão óbvia que chega a ser cansativo dissertar sobre ela. Estancado em níveis de popularidade jamais alcançados por outros presidentes na história deste país, Lula vive em franca liberdade de movimento para emplacar seu sucessor, no caso, sucessora, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Feliz, gordo e corado, Luiz Inácio conseguiu estabelecer com o eleitorado uma ponte de comunicação praticamente imune aos ruídos da mídia, de qualquer mídia. A este povo sem mídia, e sobre o qual a mídia nada entende ou atinge, Lula fala a língua da distribuição de renda, da segurança alimentar e da identidade nacional. De certa forma, conseguiu converter em ganho eleitoral todos os males a ele atribuídos pela zelosa elite intelectual e econômica brasileira, da falta de educação formal à aparência física. Quisesse mesmo se empenhar na luta pelo terceiro mandato, Lula teria todas as condições, dentro e fora do Congresso, para conseguir sucesso no intento, sem a necessidade de comprar votos, pelo menos no sentido literal do expediente utilizado na Era FHC. Foi-se o tempo, no entanto, em que o presidente se cercava de assessores que o incitavam a atitudes insanas, como a de querer expulsar o correspondente do New York Times do país, por quem foi acusado de ser cachaceiro militante. Agora, a cada investida da mídia, Lula desmancha-se em desencanto: é contra, diz, o terceiro mandato. Ainda assim, como quem oferece crack a um viciado, o Datafolha gastou tempo e dinheiro na tentação de divulgar uma pesquisa na qual mostra um “país dividido”, 47% a favor, 49% contra o terceiro mandato. A mensagem é clara: então, porque não arriscar, presidente? A resposta também: porque Lula não é bobo. Para uma oposição perdida e enterrada num pré-sal de indefinições, nada seria mais providencial do que o surgimento de um Lula ditatorial, finalmente revelado em toda a sua essência autoritária e aparelhadora, um Chávez tropicalizado e, melhor ainda, a tempo de ser trabalhado em infinitas edições de domingo. Viriam especialistas, cientistas políticos, blogueiros de repetição, colunistas, deputados e senadores a denunciar a quebra das regras democráticas, a incutir pânico na classe média, a convocar as senhoras de Santana a marchar sobre a Paulista, o horror, o horror! De qualquer maneira, não custa deixar essa pauta na gaveta. Quem sabe ela não emplaca no ano que vem?