Mox in the Sky with Diamonds

terça-feira, janeiro 30, 2007

O Oportunista José Serra

Respeito José Serra. Acho um dos melhores quadros do PSDB, bem melhor que os fascistóides Alckmin e Yeda, por exemplo. No entanto, o que me assusta nele é sua ambição. Seu desejo de ser presidente é tão forte e evidente que ele acaba tropeçando feio. Já nessas eleições, na disputa do Alckmin, mostrou ser um cara ressentido e vingativo [afinal, praticamente não apoiou o correligionário, que lhe venceu as pseudo-prévias]. Aliás, tomou medidas extremamente polêmicas quando assumiu, "fritando" mais uma vez seu antecessor. Não hesitou em se candidatar ao Governo do Estado apenas como um trampolim para a Presidência, tal como havia feito com a Prefeitura de SP. Tudo isso ficou claro no seu discurso de posse -- no qual, surpresa!, a discussão se voltou totalmente para a política econômica FEDERAL, sem qualquer menção à situação do Estado. É não saber disfarçar, mesmo.
Essa sede de poder mais uma vez se manifestou, agora com PAC. As críticas de Serra parecem realmente estranhas. Será que ele quer tirar a autonomia do Banco Central? Quer mexer no câmbio a canetadas? O PAC trouxe exatamente uma "maior intervenção do Estado na economia", coisa que ele pregava. Mas que mais intervenção quer Serra? Talvez o partido queridinho do mercado acabe carregando seu maior inimigo, e nem saibamos disso. Não que o mercado seja algo a se prezar -- ao contrário -- mas é inevitável nesses tempos de Globalização, em que os capitais fluem livremente.
Aparentemente, o que houve foi um golpe precipitado de Serra: ao disparar contra o PAC de forma direta e incisiva, parece mostrar que a sua cabeça está, como sempre esteve, no Planalto e em 2010. Pobres paulistas.
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A perfeita definição do que espero do pop
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A coluna do Álvaro Pereira Jr. sobre a música pop na Folhateen de segunda-feira está tão boa, tão boa, que vou reproduzi-la aqui.
Escuta aqui
Álvaro Pereira Júnior
cby2k@uol.com.br
Radiohead, ou o popular não óbvio

FAZ DEZ anos que o Radiohead lançou "OK Computer", descrito na última edição da revista inglesa "Uncut" como "um blockbuster experimental". Uma reportagem especial de oito páginas celebra a data.Repetindo: blockbuster, aquele sucesso que arrasa quarteirões. E, ao mesmo tempo, experimental. Como assim? Quem, na época, acompanhava o Radiohead, sabia que não havia muito para onde a banda avançar dentro dos parâmetros "tradicionais" do rock. Seu álbum anterior, "The Bends", já mostrava domínio completo do formato de canções melodiosas tão característico do rock inglês. As letras, inteligentes, já falavam de claustrofobia, das cidades, de horizontes distópicos. Ou seja, Thom Yorke já era Thom Yorke (mas a produção ainda não estava 100% nas mãos de Nigel Godrich, que fez "OK Computer", o que talvez explique muita coisa)."OK Computer" provou que era possível ir além. Que havia espaço para experimentações eletrônicas. Que as letras podiam ser ainda mais complexas. E que ser ousado não significa, necessariamente, virar as costas para o grande público.No cinema, vejo a dupla Alejandro González Iñárritu (diretor) e Guillermo Arriaga (roteirista) como representantes da mesma vertente que não contrapõe experimentalismo a sucesso, nem complexidade a apelo popular. São deles "Amores Brutos" (2000), "21 Gramas" (2003) e "Babel" (2006).Seus filmes têm roteiros intrincados, violentas rupturas temporais. Mas são filmados/escritos sem desprezar as emoções. Conseguem fazer do desconforto do espectador uma sensação positiva, que se traduz no desejo de querer entender histórias aparentemente desconexas.Esse é o desafio que proponho, jovem leitor, se um dia você lidar com audiências de massa: o de ser popular sem ser óbvio, emocionar sem ser piegas, ser claro mas não didatista, ser experimental mas compreensível, buscar o novo dominando a tradição. Quem sabe um dia você componha um "OK Computer", quem sabe um dia você filme um "Babel". Estarei na platéia.
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From Texas
Não. Não é de George W. Bush que vou falar. Nem do fato de que, na contramão de resto dos EUA, o Texas continua utilizando a pena de morte. Nem mesmo das significativas similaridades entre o povinho do RS e do Texas.
Vou falar da parte boa do Estado.
Ao lado do Nova Yorke, que nos brindou, nos anos 2000, os mágicos Strokes e Interpol, as pauleiras de Liars e Yeah Yeah Yeahs, além dos dançantes The Rapture e LCD Soundsystem [atenção, leitores desavisados, o tal "new rave" nada mais é do que reprodução do surto electro-punk, ou simplesmente dance-punk, de NY], é do Texas que vem a fina flor do rock americano.
Além do sombrio e ótimo I love you but I've choosen darkness -- cheio de climatizações pós-punk -- e do Spoon -- pérola do indie pop --, temos as preferidas da Casa: Explosions in the Sky, magos da guitarra que nos conduzem a temas exuberantes em harmonias pós-rock, densos e emocionantes, os Secret Machines, de quem é desnecessário falar muito mais, dada a preferência que lhes concedo, na sua combinação original de dream pop, rock progressivo [leia-se: Pink Floyd] e pós-punk, e finalmente o meu novo vício -- ... and will you know us by the trail of dead, os épicos absolutos que transitam em TODOS OS ESTILOS do rock, desde Beach Boys até Sonic Youth.
Ao menos alguma coisa tinha que sair boa de lá, né?
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Idlewild
Image Hosted by ImageShack.us Punk e pop em perfeita harmonia
A banda escocesa que ganhou destaque nesse blog -- Warning/Promisses esteve no topten de 2005 - lança novo disco, "Make Another World", vazado na Internet e com lançamento previsto para fevereiro de 2007.
O disco não é um empilhada de radio songs como seu anterior, que sugava toda verve pop da banda e transformava em canções cantaroláveis, de refrões grudendos, sem abrir mão de arranjos guitarreiros, algo próximo do Snow Patrol. Aqui, o som parece retornar à energia anterior: guitarras velozes, energia punk e refrões marcantes, tudo do básico e do melhor, como sempre quis o Idlewild.
Se não é tão sólido quanto "Warning/Promisses", "Make Another World" pelo menos carrega bastante energia, e apesar de um "miolo" menos inspirado, os temas que abrem e fecham o disco os carregam com folga. "In competition for the worst t" é abertura melódica, direta e punk, mostrando que o Idlewild tem muita energia; "Once in your life", por outro lado, é um trabalho de guitarras a ser batido em seu solo e melodia. Primoroso.
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Cooper Temple Clause, "Make this your own"

Image Hosted by ImageShack.us Cartolinha emo? Ah, tá explicado!
Outro lançamento, que, contudo, em nada me atraiu. Se "Damaged" e "homo sapiens" são pauladas interessantes, soando como o The Hives, no sentido de uma eletrificação extrema [Nirvana] dos Kinks, as faixas restantes acabam se resumindo a dois desastres: eletrônica vagabunda, soando como o tecnopop dos anos 90 [leia-se: o lixo extremo da new wave que desembocou no início da década], ou baladas absolutamente insípidas e radiofônicas, que dar constrangimento a todos aqueles que não admiram o rock farofa e os clichês do rock.
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Trilha sonora do post: Idlewild, "If it takes you home".

sábado, janeiro 27, 2007


The Shins, "Wincing the night away" (2007).

Por falta de modéstia ou honestidade intelectual, poucas resenhas costumam citar umas às outras. Pois eu vou começar a resenha desse disco do The Shins com a descrição precisa da Pitchfork:

"While indie rock has embraced grander and more elaborate productions, the Shins have remained unlikely champions of uncertainty and understatement. Unlike many of their meteorically successful indie peers, the Shins don't want to change your life-- and that's a good thing, because the band's biggest strength is an uncanny gift for conjuring a deep, vivid, and palpable sense of the familiar. Many of the Shins' best songs evoke a feeling of comfort and closeness that's immediately recognizable but rarely experienced-- intimacy is the band's best weapon, amplifying the subtle ebbs and flows of their music so that the slightest injection of unease or melancholy hits with remarkable force."

Eis, com exatidão, a sensação que me passou "Wincing the night away". A partir dos belíssimos arranjos, com grande vivacidade e força pop, ao longo das audições senti uma imensa familiaridade com tudo aquilo que a banda nos brindava. É incrível como bandas como o The Shins, Death Cab for Cutie ou My Morning Jacket mostram como não é necessário reinventar o rock ou proceder combinações inusitadas para fazer um bom trabalho. É recorrendo à simplicidade e ao familiar que elas nos satisfazem.

Ao tentar descrever esse álbum, procurei enquadrá-lo em diversos rótulos, mas a imensa sensação de proximidade me impediu de cair em outro que não seja "indie pop", ou seja, nada [antigamente, inclusive, uma contradição em si mesma]. Talvez "indie" porque não reflete apenas tendências mercadológicas vinculadas a adolescentes chorosos ou um pseudometal combinado com hip hop, e "pop" porque é recheado daquilo que é a quintessência desse conceito: melodia e aderência.


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O álbum roda e já começa com um tema simplesmente primoroso: "Sleeping lessons". Tudo ali já se torna claro: harmonias, melodias, ritmo. Tudo meticulosamente cuidado para que o som seja aveludado, mas ao mesmo tempo instigante. Essa é daquelas músicas que pegam direto, grudam e terminam te deixando com um belo de um sorriso. Discretamente, segue num crescente mágico, ganhando intensidade impressionante ao longo da sua evolução.

"Pam Berry" começa com o riff de Pulp Fiction, mas ao invés de eclodir em um ritmo dançante, se prolonga ao lado de um vocal melancólico, causando certo incômodo sufocante. Isso apenas para realçar a parada que dá margem a mais uma bela melodia, mais uma vez acompanhada por vocalizações plenas de harmonia, "Phantom Limb", o primeiro single do álbum, que, não estranhe, é de uma esquisita familiaridade.

"Sea legs" é a primeira a causar uma sutil alteração de ritmo, guiada por um baixo incansável, mas ainda contendo harmonias doces, a despeito da mudança rítmica. O disco ainda nos presenteia as belas "Red Habbits", de climatização variada, e "Split Needles".

No final, há uma pequena decaída, com temas um tanto dispersos e sem o vigor pop dos iniciais, mas que não chega a comprometer a beleza integral do álbum.
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Trilha sonora do post: The Knife, "The Captain".

sábado, janeiro 20, 2007

Trail of Dead

O Trail od Dead é meu novo vício. Este clipe é simplesmente o MAIS ROCK'N'ROLL que já escutei na minha vida. A banda consegue vencer em agressividade melódica dos Monstros Nirvana e Sonic Youth.

Simplesmente ROCK.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Air, "Pocket Symphony" (2007)

O Air [Jean-Benöit Dunckel e Nicolas Godin] é, de longe, a banda mais interessante a fazer música eletrônica nos dias atuais.

O grande problema dos discos que pretendem ser ideais para um lounge é a terrível dispersão e conseqüente irrelevância do som que produzem. A partir de bases soltas, as músicas vão se construindo precariamente, sem qualquer senso melódico, acabando por se tornar mero fundo do ambiente [a maldita praga do "easy listening"].

Desse mal, não sofre o Air.

Convencionou-se dizer que, por baixo da camada eletrônica, existe uma base "orgânica", que na realidade diz respeito à estrutura melódica que subjaz aos elementos eletrônicos variados expostos na superfície. Ou seja, as canções do Air, conquanto regadas apenas por música eletrônica, são compostas da mesma forma tradicional [em "Left Bank" temos até violões]. Não custa lembrar que os franceses formavam uma banda de rock antes de se tornarem um duo eletrônico, como o 2ManyDJs, que mantém o Soulwax.

Depois do imprescindível "
Talkie Walkie" (2004), eleito por este blog o melhor disco eletrônico daquele ano, com as pérolas "Surfin' on a rocket" e "Cherry Blossom Girls", estava curiosíssimo para ouvir "Pocket Symphony", lançamento vazado dos caras em 2007.

Image Hosted by ImageShack.us Viadinhos avant garde

E, em princípio, a banda não decepciona novamente. Se vamos ganhando familiaridade com um álbum quando algum dos temas nos pega de jeito, fazendo a ligação com o entorno [uma tese a ser desenvolvida, qualquer dia desses], "Napalm love" é a poderosa música que me liga a esse disco, com sua melodia suave e densa, simultaneamente. Uma base pesada e repetitiva guiam o vocal doce, sussurrado -- algo próximo ao trip hop.

É talvez nesse registro de ambivalência entre o suave e o denso, em uma sutileza praticamente feminina que navega na densidade encorpada de elementos eletrônicos psicodélicos, que se poderia definir o som do Air. Também a belíssima "Mer du Japon" ganha um final de virada grandiloqüente, capaz de levar o ouvinte a territórios oníricos desconhecidos, próximos de onde apenas outras vias [Mercury Rev, por exemplo] haviam chegado.

Mais uma prova de que não existe apenas uma estrada para a boa música.



Trilha sonora do post: Air, "Mer du Japon".

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Palpites


Me dêem uma chance. Leiam também o post abaixo..... não pude resistir a palpitar sobre quem irá vencer o prêmio da NME.

Vou negritar quem eu acho que vai vencer:

Muse, Lily Allen head list of BRIT Award nominations
The full list of nominees is here


Muse, Lily Allen and Gnarls Barkley lead the nominations for this year's BRIT Awards with three apiece, it has been announced today (January 16).

Muse are up for British Group, Mastercard British Album for 'Black Holes And Revelations' and Live Act.

Allen scooped nominations for British Female Solo Artist, Mastercard British Album for 'Alright, Still' and British Breakthrough Act. She is also on the British Single Shortlist for 'Smile'.

Gnarls Barkley are up for International Group, International Album for 'St Elsewhere' and International Breakthrough Act.

Double nominees announced at Hammersmith Palais in west London include Kasabian, Arctic Monkeys, Bob Dylan, Scissor Sisters and Amy Winehouse.

The ceremony will take place on February 14 at London's Earls Court, and will be hosted by Russell Brand.

The full list of nominations is as follows:

British Male Solo Artist
James Morrison
Jarvis Cocker
Lemar
Paolo Nutini
Thom Yorke

British Female Solo Artist
Amy Winehouse
Corinne Bailey Rae
Jamelia
Lily Allen
Nerina Pallot

British Group
Arctic Monkeys
Kasabian
Muse
Razorlight
Snow Patrol

Mastercard British Album
Amy Winehouse - 'Back To Black'
Arctic Monkeys - 'Whatever People Say I Am, That's What I'm Not'
Lily Allen - 'Alright, Still'
Muse - 'Black Holes And Revelations'
Snow Patrol - 'Eyes Open'

[Na realidade, é estranho que Arctic Monkeys tem grande chance. Mas como pode banda do ano e disco serem diferentes?]

British Single Shortlist
Corinne Bailey Rae - 'Put Your Records On'
The Feeling - 'Fill My Little World'
James Morrison - 'You Give Me Something'
The Kooks - 'She Moves In Her Own Way'
Leona Lewis - 'A Moment Like This'
Lily Allen - 'Smile'
Razorlight - 'America' [uma merda]
Sandi Thom - 'I Wish I Was A Punk Rocker'
Snow Patrol - 'Chasing Cars'
Take That - 'Patience'
Will Young - 'All Time Love'

British Breakthrough Act
Corinne Bailey Rae
The Fratellis
James Morrison [nem ouvi direito]
The Kooks
Lily Allen

British Live Act
George Michael
Guillemots
Kasabian
Muse
Robbie Williams

International Male Solo Artist
Beck
Bob Dylan
Damien Rice
Jack Johnson
Justin Timberlake

[Timberlake corre por fora.]

International Female Solo Artist
Beyonce
Cat Power
Christina Aguilera
Nelly Furtado
Pink


[Nelly Furtado é concorrente forte.]

International Group
The Flaming Lips
Gnarls Barkley
The Killers
Red Hot Chili Peppers
Scissor Sisters

International Album
Bob Dylan - 'Modern Times'
Gnarls Barkley - 'St Elsewhere'
Justin Timberlake - 'FutureSex/LoveSounds'
The Killers - 'Sam's Town'
Scissor Sisters - 'Ta-Dah'

International Breakthrough Act
Gnarls Barkley
Orson
The Raconteurs
Ray Lamontagne
Wolfmother

Outstanding Contribution To Music
Oasis [!!!]

Artists confirmed to perform live at the ceremony are Snow Patrol, Scissor Sisters, The Killers, Take That, Corinne Bailey Rae, Red Hot Chili Peppers, Amy Winehouse and Oasis.

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Trilha sonora do post: Cooper Temple Clause, "Once more with feeling".

segunda-feira, janeiro 15, 2007

URSOS GRIZZLY


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O Urso "Grizzly", conhecido como "Urso Pardo" por aqui, foi objeto de duas obras ímpares no ano de 2006, que pretendo fechar nesse post, para podermos virar a página e cair em 2007 de vez.

A primeira obra a ser divulgada é "O Homem-Urso", documentário do diretor alemão Werner Herzog.

Herzog conta a história de Timothy Treadwell, americano que costumava "visitar" os ursos e chegou a passar 13 temporadas de verão ao seu lado. Tragicamente, morreu devorado por um deles.

A grande sacada desse excelente documentário -- vangloriado por grande parte da crítica cinematográfica mundial -- é trazer o conflito entre duas visões da natureza: a ingênua e simples, de Treadwell, em que costuma apontar o homem como predador e valorizar a harmonia e beleza das relações extra-humanas, travadas com os ursos; e a conflitual e caótica, de Herzog, que não se omite em contrapor o personagem e expor sua própria visão da violência, dominação e competição do mundo natural.

Com uma película onde é observada a sutileza, o respeito ao personagem, uma narrativa verossímel e sensível aos traços específicos de cada um implicado, Herzog nos presenteou uma das melhores obras de 2006 (um ano, modo geral, fraquíssimo para o cinema, talvez o pior da década).


GRIZZLY BEAR, "Yellow House" (2006)

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É dos EUA que vem essa banda, composta por Ed Droste, Chris Bear, Chris Taylor, and Dan Rossen, que coloca seu segundo álbum na praça, seguimento de "Horn of Plenty", de produção lo-fi, hoje distante do estilo adotado pela banda.

"Yellow house" é, provavelmente, um dos discos mais ousados dos anos 2000. Tem a ousadia de um "Magic and Medicine" (2003), do The Coral, ao trazer duas ambiências distintas para a mesma sonoridade -- o clima bucólico e a psicodelia extrema.

As semelhanças, contudo, param por aí. Enquanto o The Coral, no seu esplêndido álbum pouco valorizado, colocam num caldeirão e mexem uma mistura de country, folk e psicodelia sessentista, o Grizzly Bear está mais próximo de um folk mais puro com experimentações múltiplas, variações climáticas, algo como o que faz Sufjan Stevens. Os temas são bi ou tripartidos em dissonâncias distintas, com alterações inimagináveis ao longo do seu desenrolar. Algo como faz Sufjan em "Come on! Feel the Illinoise", mas levado ao extremo.

Eu sugiro que "Plans", ao nos colocar face-a-face com a multiplicidade originária do som do disco, seja tomada como exemplo: ali se encontra os belíssimos e afinadíssimos vocais, tomados quase em coro uníssono; uma batida psicodélica, quase psicótica, e, ao final, ainda a introdução, sem qualquer forçada de barra ou acanhamento, de um laptop furioso que cai como uma luva para enlouquecer ainda mais uma melodia de harmonias múltiplas.

O mesmo ocorre, por exemplo, em "On a Neck, on a Spit", agressiva e estranhamente limpa, de dedilhados claros, incrivelmente intacta na sua melodia à toda barulheira que lhe acompanha. A dedilhados divinos seguem-se efeitos alucinantes. Em "Lullabye", a mesma beleza -- celestial e terrível. Teclados enervados muitas vezes acompanham vocais etéreos, como na exótica "Colorado", carregada da ambivalência bucólica/psicodélica [eu diria, nesse caso, quase espacial] que permeia todos os temas, numa repetição alucinada em uma batida quase marcial.

Até mesmo uma "Knife", que parece ao início uma balada com levada anos 50/60, ganha, ao final, momentos de experimentação eletrônica ao estilo "The Eraser". A conferir, ainda, a belíssima "Marla". Um universo misterioso e apaixonante que, quanto mais ouvido, mais prazer causa, mais surpresas revela, nas suas harmonias turbinadas e melodias doces.

Se o meu crédito anda baixo em torno das dicas musicais, acreditem na chatonilda Pitchfork: o disco ficou entre os dez melhores do ano e está na maioria das listas dos colunistas, inclusive em primeiro lugar em mais de uma.

Belle and Sebastian, "The Life Pursuit" (2006)

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O Belle and Sebastian sempre me despertou uma certa antipatia: trata-se de uma das bandas "típicas" adotadas pelo povo indie, como Sonic Youth e Teenage Fanclub, e era visivelmente superestimada diante do som proposto -- um twee pop de boas histórias losers.

"The Life Pursuit", no entanto, foi distinto de tudo aqui que havia ouvido da banda até então. Aquela sonoridade simplória e repetitiva foi sendo substituída por um pop clicletudo, bebido na fonte dos anos 60, com belos trabalhos de backing vocais, harmonias doces e refrões contagiantes. Músicas como "Blues are still blue", "White collar boy" e "Funny Little Frog" mostram a banda aproximada de um pop "ensolarado", com arranjos cuidadosos e sonoridade limpa, mas ousada. De minha parte, "Act of the apostle II", em dois momentos, é a mais preciosa do disco, exatamente por trazer, na primeira parte, o melhor do disco sintetizado: o simples pop de harmonias vocais.

05 FILMES DE 2006 RECOMENDADOS:

Esse ano, devido a um Mestrado turbulento e um grande número de leituras, acabei não acompanhando muito de perta a cena cinematográfica, embora tenha visto a maioria das películas mais comentadas. Entretanto, por coerência, deixei de fazer o topten do ano, para simplesmente fazer cinco recomendações.

Posso dizer que foi um ano, em geral, muito fraco no cinema. Poucas vezes vi tantos meses com tantos filmes ruins ou medianos, tornando bem pouco atrativa a visita aos cinemas. Os cinco filmes recomendados, na minha modesta e puramente idiossincrática opinião, estão abaixo de vários outros que figuraram nas listas dos anos anteriores. Não houve nenhum "Crash" esse ano.


O QUE VOCÊ FARIA?

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Filme espanhol pouco comentado por aqui, que se passa em uma sala de entrevistas para um cargo de executivo. É um drama psicológico potente, jogando desafios ao expectador e expondo paradoxos da conduta humana. Bem melhor que o frustrante "O Corte", de Costa-Gravas, de temática um tanto semelhante.

MATCH POINT


O grande retorno de Woody Allen, depois de uma seqüência de filmes contestáveis. O filme é uma inteligente ironia a "Crime e Castigo", obra absolutamente clássica de Dostoievski, com um certo teor "pós-moderno". Além disso, a beleza de Scarlett Johansson é algo apocalíptico: há alguns ângulos e imagens que parecem simplesmente inacreditáveis.

FILHOS DA ESPERANÇA

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Outro filme não tão comentado, mas excelente. A temática é uma Terra, em 2009, onde as mulheres estão inférteis e o ser humano mais jovem acaba de ser ameaçado. Com uma boa atuação de Clive Owen, o filme não é apenas ótimo por trazer tomadas cruas e secas, com seqüências estarrecedoras, mas por seu conteúdo altamente metafórico e questionador das nossas estruturas sociais perversas.

V DE VINGANÇA



Baseado na HQ de Allan Moore, e dirigido pelos irmãos Wachowski, de Matrix, aborda temática semelhante: o controle. Estamos diante da ascensão de um Estado fascista, baseado no medo e supressor das liberdades fundamentais, a da figura ambivalente de um terrorista de trejeitos elegantes, que parece ser mais refinado do que os próprios governantes medíocres dessa Inglaterra do futuro.
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O HOMEM-URSO

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Um documentário intringante do excêntrico diretor alemão Werner Herzog, onde as relações entre a civilização e a natureza são tratadas com pormenores: vírgulas, ponto-e-vírgulas, reticências, parênteses. Trata-se da história de Timothy, que viveu durante 13 anos os verões com os Ursos Grizzly, e acabou devorado por um deles. Herzog explora a personalidade desse personagem, mas para nos jogar em uma discussão mais ampla sobre as nossas relações e a visão acerca do mundo como um todo.


Acrescentaria, mas como filmes médios que vale a pena assistir, mas, na minha opinião, não podem ser "eternizados": "Os Infiltrados", "Boa Noite Boa Sorte", "Capote", "O Segredo de Brokeback Montain" e "Bonecas Russas".
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Trilha sonora do post: ...And you will know us by the trail of dead, "Monsoon".

segunda-feira, janeiro 08, 2007

BOA (OU MÁ...) NOTÍCIA

COM AS FÉRIAS do Mestrado e sem grandes compromissos, o número de posts deve subir bastante. Já tenho alguns na cabeça. Então, aos que se interessarem, as postagens serão mais freqüentes por aqui.


SAIDÊRA DE 2006 - alguns discos não-resenhados por aqui...

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Asobi Seksu, "Citrus"

O disco de estréia da banda sino-americana não vacila em enveredar pelo shoegaze, no ínicio bastante mais próximo de Chapterhouse e Ride do que My Bloody Valentine e Slowdive, ou seja, com um som menos etéreo e mais veloz, embora ainda se coloquem as paredes de guitarra e muita distorção ["Strawberries", "New Years", "Thursday"]. Há bons momentos de psicodelia no final ["Red Sea", a principal, alterna bons e maus lances]. "Pink Cloud Tracing Paper", por exemplo, faz um mix entre shoegaze e Garbage. O vocal japa faz estranhar um pouco [ "Strings"], mas o instrumental é bem bacana.
Ficaram ofuscados no meu conceito, contudo, pelo Silversun Pickups.

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TV on the Radio, "Return to the cookie montain"

Com certeza, foi um dos discos que mais fiz força para "entender". Ouvi milhares de vezes, depois das críticas elogiosas vindas de todos os cantos. O som é esquisito pra burro, uma mistura sem limites, com forte excentricidade. Vocais souls meio distorcidos, palhetadas de guitarras com alta dose de distorção, ritmo quebrado e jazzistico, elementos eletrônicos múltiplos, assovios e o inferno. Enfim, não há dúvidas que se trata de um trabalho original. Entretanto, da minha parte, fico só com "Wolf like me".

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The Decemberists, "The Crane Wife"

Demorei bastante para gostar de parte do disco, devido à implicância com a longa "The Island, come and see", uma espécie de mix de folk com rock progressivo, que lembrou bastante Jethro Tull. Vamos falar sério, Jethro Tull em 2006? Devido às altas cotações, prestei mais atenção e vi que, apesar dessa faixa chata, o disco conta com bons temas onde o folk e o indie pop se encontram: "Valencia" e "Yankee Bayonet", esta com participação de Laura Veirs [uma das preferidas da Casa], são boas pedidas.

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Destroyer, "Destroyer's Rubies"

Outro disco de cruzamento entre folk e indie pop. Trata-se de projeto do baixista da banda The New Pornographers, que também contou com o lançamento do disco [que não gostei] de Neko Case esse ano e AC Newman ano passado. Disco excêntrico pacas, lo-fi, sem muita preocupação com "limpeza" na produção ou simetria absoluta, deixando especialmente voz e violão fluírem em canções agradáveis, das quais destacaria "European Oils".

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I love you but I've chosen darkness, "Fear is on your side"

Ótimo álbum, um dos melhores do ano, de mais uma banda que se crava no revival pós-punk, bebendo em Joy Division e outras bandas, na linha de Interpol, She wants revenge e Editors. Creio que a resenha do Gordurama mata a questão: o disco, apesar de beber nas mesmas fontes, não tem o apelo dançante dessas bandas, antes prefere apostar em variações climáticas de bom gosto. Confiram a fantástica "If it was me", fechamento genial do disco, e "According to plan", o single.

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Cat Power, "The Greatest"

Um álbum diferente da Cat Power. Significativa transmutação em relação ao seu folk minimalista e depressivo de "Your are Free" (2003). Aqui, ela avança por outros terrenos da música norte-americana, especialmente o country, o gospel, o soul e o blues. O resultado é, como era de se esperar, um trabalho de significativa elegância, no qual os temas são bem articulados e alguns apetitosos. Prefiro, ainda, entretanto, o penúltimo álbum, com sua verve depressiva corta-pulsos.

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Joanna Newson, "Ys"

Um dos discos mais elogiados do ano, praticamente aclamado. Joanna Newson contou com a produção de alguns nomes consolidados, dentre eles Jim o'Rourke, que trabalhou com Sonic Youth e Wilco, e Steve Albini, o produtor das pauladas sonoras como "In Utero" (Nirvana) e "Surfer Rosa" (Pixies). A voz é de uma Björk mais infantilizada, correm histórias fantásticas ao longo dos temas e o destaque é a harpa de Joanna. Entretanto, apesar da excentricidade e desapego, o disco não me cativou. Há momentos em que parece denso demais, cansativo.

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The Hold Steady, "Boys and Girls from America"

Outro desses discos elogiados que não desceu bem. Na realidade, aqui as coisas são bem mais simples: The Hold Steady é rock clássico, com forte acento em Bruce Springsteen e hard rock, sem qualquer preocupação de soar distinto disso. Um disco honesto, desses para ouvir entre homens e com muita cerveja, mas que, por não apreciar o estilo, não me convenceu. De minha parte, gostei mais de "Sam's town", do Killers, que investe em filão parecido, mas com elementos mais interessantes.

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Albert Hammond Jr., "Yours to keep"

Albert Hammond Jr. é guitarrista do The Strokes, uma banda que este blogueiro aprecia solenemente. Mas, por lá, as cantigas são assinadas por Julian Casablancas. O disco aqui inicialmente não surpreende: a mesma levada strokeana é condutora de um início alegre, empolgante, dançante e ensolarado. O que surpreende no álbum, na realidade, são temas dispersos que fazem lembrar outras referências, especialmente os Beatles e Beach Boys, com forte acento de "pop perfeito". Uma boa estréia solo.

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Sparklehorse, "Dreamt for the light years in the belly of a montain"

Vocal sussurrado, violões folk-eletrificados, estilo intimista -- música para fones de ouvido ou momentos de sossego. O álbum é construído lentamente, passando de música a música de forma gradual, sutil, feito com elegância climática que conjuga elementos diversos e investe exatamente nisso -- climatização. Uma combinação, como dizem por aí, de Beach Boys com Flaming Lips. Em "Ghost in the sky" temos, pela primeira vez, uma pequena virada mais estridente, com os violões tomando posições mais agressiva e um vocal pop menos sussurrante e mais chicletudo. "It's not so hard" é, sem dúvida, o tema mais pesado -- ambientado nos terrenos do lo-fi e do rock alternativo em geral. No restante, a tristeza pungente, melancolia invernal, passa esse precioso trabalho do ano passado.


Trilha sonora do post: ... And you will know us by the trail of dead, "Stand in silence".

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Notícia Boa

O fato de que todos os Governadores, com exceção dos reeleitos, estarem a cortar despesas públicas, especialmente no quadro funcional, é indicativo de um consenso: é preciso reduzir o Estado de grande burocracia para algo mais palatável, funcional e eficiente. Inicialmente, o ímpeto esquerdista foi sempre de tratar esse encolhimento como um corte "neoliberal" que feriria o direito dos servidores e estaria em direção ao "Estado Mínimo". Hoje, com a experiência de Governo de Lula, o PT sabe que é necessário direcionar melhor o Estado, ir atrás de irregularidades e cortar privilégios. O discurso desse setor soa exatamente como deveria: corporativismo.
O PT percebeu isso, felizmente. Ficamos, assim com o consenso. Os burros foram para PSOL.
Trilha sonora do post: And You will know us... by the trail of dead, "Flood of head".

Recomeço promissor


Dois posts em um dia? Devo estar louco. Mas tem outro assunto: o bom começo da área política no Governo Federal. A imprensa estava secando para que a eleição na Câmara dos Deputados fosse criar um impasse entre PT e PMDB, além de Aldo; porém a colizão se mostrou sólida, ao se retirar da disputa, o PMDB fortaleceu o candidato do bloco governista. E, ao invés da disputa entre Aldo e Chinaglia ser desastrosa, como poderia parecer, com um ingresso indevido do PT, ambos acabaram construindo pontes sólidas e se credenciando como parlamentares fortes.
Isso significou, na prática, que a decisão foi para as mãos de Lula de graça, ou seja, sem necessidade de "comprar" a base parlamentar para decidir, ou simplesmente perder, como perdeu. Ao contrário: Lula irá chamar um deles para Ministro e tê-lo como forte, pois respeitado no Congresso.
Completamente diferente daquilo que vimos com a eleição de Severino. Quem ler isso aqui vai concordar comigo.
Ah, é, a maioria nem quer saber, né? Beleza. Mas eu quero.
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Trilha sonora do post: Caetano Veloso, "Odeio".

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Pílulas Musicais

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Crianças, o segundo disco do Bloc Party, que ainda não ouvi, é o primeiro dos lançamentos de 2007 a chamar atenção da mídia musical. Esse feriado voltei a ouvir "Silent Alarm", um álbum em geral aclamado e que esteve em quase todas as listas de 2005 -- veja-se no Plugitin!, onde este blogueiro foi provavelmente o único a não arrolar entre os melhores -- e continuo, basicamente, com a mesma opinião: um disco apenas mediano.


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É verdade que o álbum tem cinco singles absolutamente MATADORES: "Like eating glass", "Helicopter", "Positive Tension", "Banquet" e a melhor de todas, que não tinha ainda dado a devida atenção: "She's hearing voices". São temas sensacionais, em que o refino post-punk da banda vai bem combinado com uma levada dançante à moda Strokes, com o acréscimo do vocal desesperado e cru de Kele Okereke. O problema é que, depois da sexta música, o disco despenca vertiginosamente, ficando todos os elementos que deram luz às primeiras canções soterrados por uma ausência de punch, como que tentando ser o Interpol do primeiro álbum sem a mínima precisão.

Em conclusão, por isso, mantenho o meu conceito em relação ao Bloc Party: banda de estréia mediana, com um punhado de bons singles, mas sem nada de espetacular. Que venha o segundo álbum.
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Outro disco do feriado: Muse, "Showbiz" (1999). Considerava um discaço. O Muse parecia ser uma radicalização dos rocks mais guitarreiros do Radiohead em "The Bends" (um caminho que a banda de Thom Yorke, definitivamente, deixou de lado): barulhenta, ousada, grandiloqüente e talentosa.


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O que não deixa de ser verdade, até certo ponto. No entanto, apesar de o álbum de estréia da banda iniciar com as duas pauladas "Sunburn" e "Muscle Museum", irretocáveis na sua densidade e violência, aos poucos vai se perdendo na voz de Matt Bellamy, que realmente faz lembra o Freddie Mercury não pelo seu timbre, mas pelo exagero quase caricato ao cantar. Com isso, digerido depois de algum tempo, de disco clássico "Showbiz" passou a estréia mediana.

Fiz esse pequeno retorno para reavaliar "Black Holes and Revelations", o quarto álbum da banda, e o primeiro a não descer bem neste blogueiro, que mereceu severas críticas por aqui em 2006, embora seja controverso e, por isso, mereça interesse.
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Nem tudo foi ruim, contudo. Voltei a ouvir, depois de um tempo afastado, o disco de estréia homônimo do The Coral (2002), e realmente aqueles piás são geniais. Esqueça o pequeno hype "next big thing" provocado pela NME uns anos atrás. Essa banda não está preocupada com esse lixo nem com seus leitores de merda. O disco é uma combinação de guitarras de spaghetti western com psicodelia extrema, adotando uma estrutura harmônica variável e quase caótica, revezando riffs matadores e vocais [corais?] alucinantes, em verdadeira salada mista apreciável.

O que diferencia o The Coral em ousadia e coragem em relação à maioria das bandas surgidas pós-2000 é o ritmo neojazzista adotado, totalmente livre de fixidez e formado de um modo que parece improvisado, quebrado, um verdadeiro caos sonoro.

Na realidade, o som do The Coral é tão próprio e típico que é difícil acreditar que se trata de uma banda atual. Seu som parece perdido nos meados das décadas de 60/70, de um velho oeste perdido em meio ao mundo hippie, mas sem remeter diretamente A NADA daquela época. Simplesmente, parece ser antiga, sem precisar imitar as outras [entenderem, Wolfmother e Jet, como se faz?].
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Talentosa AFÚ, essa banda, que ainda tem o clássico "Magic and Medicine" para explodir o melão dos viciados em música.
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Trilha sonora do post: Radiohead, "Palo Alto".