Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, janeiro 08, 2007

BOA (OU MÁ...) NOTÍCIA

COM AS FÉRIAS do Mestrado e sem grandes compromissos, o número de posts deve subir bastante. Já tenho alguns na cabeça. Então, aos que se interessarem, as postagens serão mais freqüentes por aqui.


SAIDÊRA DE 2006 - alguns discos não-resenhados por aqui...

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Asobi Seksu, "Citrus"

O disco de estréia da banda sino-americana não vacila em enveredar pelo shoegaze, no ínicio bastante mais próximo de Chapterhouse e Ride do que My Bloody Valentine e Slowdive, ou seja, com um som menos etéreo e mais veloz, embora ainda se coloquem as paredes de guitarra e muita distorção ["Strawberries", "New Years", "Thursday"]. Há bons momentos de psicodelia no final ["Red Sea", a principal, alterna bons e maus lances]. "Pink Cloud Tracing Paper", por exemplo, faz um mix entre shoegaze e Garbage. O vocal japa faz estranhar um pouco [ "Strings"], mas o instrumental é bem bacana.
Ficaram ofuscados no meu conceito, contudo, pelo Silversun Pickups.

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TV on the Radio, "Return to the cookie montain"

Com certeza, foi um dos discos que mais fiz força para "entender". Ouvi milhares de vezes, depois das críticas elogiosas vindas de todos os cantos. O som é esquisito pra burro, uma mistura sem limites, com forte excentricidade. Vocais souls meio distorcidos, palhetadas de guitarras com alta dose de distorção, ritmo quebrado e jazzistico, elementos eletrônicos múltiplos, assovios e o inferno. Enfim, não há dúvidas que se trata de um trabalho original. Entretanto, da minha parte, fico só com "Wolf like me".

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The Decemberists, "The Crane Wife"

Demorei bastante para gostar de parte do disco, devido à implicância com a longa "The Island, come and see", uma espécie de mix de folk com rock progressivo, que lembrou bastante Jethro Tull. Vamos falar sério, Jethro Tull em 2006? Devido às altas cotações, prestei mais atenção e vi que, apesar dessa faixa chata, o disco conta com bons temas onde o folk e o indie pop se encontram: "Valencia" e "Yankee Bayonet", esta com participação de Laura Veirs [uma das preferidas da Casa], são boas pedidas.

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Destroyer, "Destroyer's Rubies"

Outro disco de cruzamento entre folk e indie pop. Trata-se de projeto do baixista da banda The New Pornographers, que também contou com o lançamento do disco [que não gostei] de Neko Case esse ano e AC Newman ano passado. Disco excêntrico pacas, lo-fi, sem muita preocupação com "limpeza" na produção ou simetria absoluta, deixando especialmente voz e violão fluírem em canções agradáveis, das quais destacaria "European Oils".

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I love you but I've chosen darkness, "Fear is on your side"

Ótimo álbum, um dos melhores do ano, de mais uma banda que se crava no revival pós-punk, bebendo em Joy Division e outras bandas, na linha de Interpol, She wants revenge e Editors. Creio que a resenha do Gordurama mata a questão: o disco, apesar de beber nas mesmas fontes, não tem o apelo dançante dessas bandas, antes prefere apostar em variações climáticas de bom gosto. Confiram a fantástica "If it was me", fechamento genial do disco, e "According to plan", o single.

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Cat Power, "The Greatest"

Um álbum diferente da Cat Power. Significativa transmutação em relação ao seu folk minimalista e depressivo de "Your are Free" (2003). Aqui, ela avança por outros terrenos da música norte-americana, especialmente o country, o gospel, o soul e o blues. O resultado é, como era de se esperar, um trabalho de significativa elegância, no qual os temas são bem articulados e alguns apetitosos. Prefiro, ainda, entretanto, o penúltimo álbum, com sua verve depressiva corta-pulsos.

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Joanna Newson, "Ys"

Um dos discos mais elogiados do ano, praticamente aclamado. Joanna Newson contou com a produção de alguns nomes consolidados, dentre eles Jim o'Rourke, que trabalhou com Sonic Youth e Wilco, e Steve Albini, o produtor das pauladas sonoras como "In Utero" (Nirvana) e "Surfer Rosa" (Pixies). A voz é de uma Björk mais infantilizada, correm histórias fantásticas ao longo dos temas e o destaque é a harpa de Joanna. Entretanto, apesar da excentricidade e desapego, o disco não me cativou. Há momentos em que parece denso demais, cansativo.

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The Hold Steady, "Boys and Girls from America"

Outro desses discos elogiados que não desceu bem. Na realidade, aqui as coisas são bem mais simples: The Hold Steady é rock clássico, com forte acento em Bruce Springsteen e hard rock, sem qualquer preocupação de soar distinto disso. Um disco honesto, desses para ouvir entre homens e com muita cerveja, mas que, por não apreciar o estilo, não me convenceu. De minha parte, gostei mais de "Sam's town", do Killers, que investe em filão parecido, mas com elementos mais interessantes.

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Albert Hammond Jr., "Yours to keep"

Albert Hammond Jr. é guitarrista do The Strokes, uma banda que este blogueiro aprecia solenemente. Mas, por lá, as cantigas são assinadas por Julian Casablancas. O disco aqui inicialmente não surpreende: a mesma levada strokeana é condutora de um início alegre, empolgante, dançante e ensolarado. O que surpreende no álbum, na realidade, são temas dispersos que fazem lembrar outras referências, especialmente os Beatles e Beach Boys, com forte acento de "pop perfeito". Uma boa estréia solo.

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Sparklehorse, "Dreamt for the light years in the belly of a montain"

Vocal sussurrado, violões folk-eletrificados, estilo intimista -- música para fones de ouvido ou momentos de sossego. O álbum é construído lentamente, passando de música a música de forma gradual, sutil, feito com elegância climática que conjuga elementos diversos e investe exatamente nisso -- climatização. Uma combinação, como dizem por aí, de Beach Boys com Flaming Lips. Em "Ghost in the sky" temos, pela primeira vez, uma pequena virada mais estridente, com os violões tomando posições mais agressiva e um vocal pop menos sussurrante e mais chicletudo. "It's not so hard" é, sem dúvida, o tema mais pesado -- ambientado nos terrenos do lo-fi e do rock alternativo em geral. No restante, a tristeza pungente, melancolia invernal, passa esse precioso trabalho do ano passado.


Trilha sonora do post: ... And you will know us by the trail of dead, "Stand in silence".