O Cristianismo!
A Igreja Católica
Depois de mergulhar no universo O Nome da Rosa (livro/filme), é risível toda essa cobertura da provável morte do Papa. A Igreja aniquilou seu legado espiritual ao se deixar levar por ideologias megalomaníacas e, como toda organização humana, ter um altíssimo grau de corrupção. O Papa João XXII, de quem o livro fala, era um cardeal sangüinário que exterminava, sob alegação de heresia, todos os que a ele se opunham. Com isso, tentou exterminar a única ordem que realmente externava as idéias verdadeiramente cristãs: a franciscana. Tivesse a Igreja seguido o caminho da pobreza e abandonado antes o poder temporal, poder-se-ia imaginar que não estaria num declínio tão veemente. Hoje, se tornou uma instituição patética, cujas declarações não importam mais sequer aos seus seguidores, como se fosse uma espécie de velha mentalmente deformada. A propaganda contra a Igreja não é inócua, mas desnecessária: deixem o próprio velhinho polonês e seus assessores punheteiros falarem.
Fica o ruim, o bom se vai
Impressionante como o ser humano se agarra à podridão. A parte boa do cristianismo, que são exatamente as lições de desprendimento, solidariedade, caridade, igualdade e tolerância, enfim, aquelas que parecem ter sido as palavras do Cristo genuíno, foram soterradas por uma ética capitalista que privilegia um individualismo exacerbado, fundamentalmente baseada na noção de propriedade e concorrência. Não se aceita que desfavorecidos "furem a fila". Que esperem 100 anos até o capital chegar a eles. Que o mundo caia. E a fé, na prática, que se foda. Ouço no rádio manifestações contra padre que defende o MST: "vá rezar missa!".
Ficamos com a parte ruim, denunciada por Nietzsche há algum tempo, consistente em prender o homem sob as amarras de uma moral de rebanho, impondo-lhe a culpa permanente sob seus atos, uma sede casta e puritana. Tudo é proibido, inclusive o prazer. Jesus era um político moderado. Propunha mudanças radicais, mas sem negar-se judeu e valorizar o Antigo Testamento. Pois bem: é essa moral sangüinária e cruel do Antigo Testamento que prevalece sobre a mensagem de tolerância e solidariedade do Novo. A mensagem da punição, do pecado. Parados: olhando o condenado sofrer a injeção letal para pagar pelos seus crimes. Assim muitos de nós se deleitam com sua sede eterna de vingança, um pouco de recalque pela mediocridade cotidiana que rege suas vidas.
A vida do cristão comum, hoje em dia, é um símbolo do horrível: cheio de tabus sexuais, eternamente punitivo, egoísta, individualista, totalmente alheio às conseqüências práticas da sua fé e esperando um lugar para SI MESMO num céu que, desculpem, não existe.
Não, eu não tenho mais paciência com o ser humano. Se matem logo, se enfiem nas cadeias, façam da mensagem de paz uma declaração de guerra. Morram com o estômago cheio das suas riquezas nojentas e desprezíveis.
Trilha sonora do post: Radiohead, 'How to disappear completely'.
A Igreja Católica
Depois de mergulhar no universo O Nome da Rosa (livro/filme), é risível toda essa cobertura da provável morte do Papa. A Igreja aniquilou seu legado espiritual ao se deixar levar por ideologias megalomaníacas e, como toda organização humana, ter um altíssimo grau de corrupção. O Papa João XXII, de quem o livro fala, era um cardeal sangüinário que exterminava, sob alegação de heresia, todos os que a ele se opunham. Com isso, tentou exterminar a única ordem que realmente externava as idéias verdadeiramente cristãs: a franciscana. Tivesse a Igreja seguido o caminho da pobreza e abandonado antes o poder temporal, poder-se-ia imaginar que não estaria num declínio tão veemente. Hoje, se tornou uma instituição patética, cujas declarações não importam mais sequer aos seus seguidores, como se fosse uma espécie de velha mentalmente deformada. A propaganda contra a Igreja não é inócua, mas desnecessária: deixem o próprio velhinho polonês e seus assessores punheteiros falarem.
Fica o ruim, o bom se vai
Impressionante como o ser humano se agarra à podridão. A parte boa do cristianismo, que são exatamente as lições de desprendimento, solidariedade, caridade, igualdade e tolerância, enfim, aquelas que parecem ter sido as palavras do Cristo genuíno, foram soterradas por uma ética capitalista que privilegia um individualismo exacerbado, fundamentalmente baseada na noção de propriedade e concorrência. Não se aceita que desfavorecidos "furem a fila". Que esperem 100 anos até o capital chegar a eles. Que o mundo caia. E a fé, na prática, que se foda. Ouço no rádio manifestações contra padre que defende o MST: "vá rezar missa!".
Ficamos com a parte ruim, denunciada por Nietzsche há algum tempo, consistente em prender o homem sob as amarras de uma moral de rebanho, impondo-lhe a culpa permanente sob seus atos, uma sede casta e puritana. Tudo é proibido, inclusive o prazer. Jesus era um político moderado. Propunha mudanças radicais, mas sem negar-se judeu e valorizar o Antigo Testamento. Pois bem: é essa moral sangüinária e cruel do Antigo Testamento que prevalece sobre a mensagem de tolerância e solidariedade do Novo. A mensagem da punição, do pecado. Parados: olhando o condenado sofrer a injeção letal para pagar pelos seus crimes. Assim muitos de nós se deleitam com sua sede eterna de vingança, um pouco de recalque pela mediocridade cotidiana que rege suas vidas.
A vida do cristão comum, hoje em dia, é um símbolo do horrível: cheio de tabus sexuais, eternamente punitivo, egoísta, individualista, totalmente alheio às conseqüências práticas da sua fé e esperando um lugar para SI MESMO num céu que, desculpem, não existe.
Não, eu não tenho mais paciência com o ser humano. Se matem logo, se enfiem nas cadeias, façam da mensagem de paz uma declaração de guerra. Morram com o estômago cheio das suas riquezas nojentas e desprezíveis.
Trilha sonora do post: Radiohead, 'How to disappear completely'.