NOS DEDOS
NÃO É UM POST, SÓ UM COMENTARIOZINHO: uma das coisas mais canhestras e reacionárias que existiam há algum tempo atrás -- e se mantém para alguns -- é o preconceito de classe, um certo esnobismo com o "pobre", que é estereotipado e ridicularizado. Não que ser pobre seja a melhor coisa, não é; e não que muitos pobres não possam ser familiarizados com coisas que não têm acesso (música, livros, filmes, idiomas), nada disso; é que há uma subestimação e sobretudo subalternização do papel do pobre para alguns.
A eleição de Lula, para esses, era um tabu. Como poderia um Presidente de tão pouca cultura fazer um bom mandato? Como conversaria com os norte-americanos sem falar inglês? Adoravam fazer uma piadinha em cima da pronúncia errada das palavras de quem saiu da aridez do Nordeste, passou pela metalurgia e subiu a rampa do Planalto. Esse pensamento pequenino, na sua imensa arrogância, era auto-contraditório: orgulhava-se de ser "grandioso" ao se submeter aos outros.
Pois bem: não há um jornal ou revista que estabelece projeções político-econômicos para o próximo milênio que não cite o Brasil. Graças à política externa agressiva e faladora de Lula, estamos onipresentes como jamais estivemos, ao lado da China e Índia (aqui é só exemplo). Como pode o "ignorante" Lula ter feito um papel MUITO mais importante na política internacional que o "culto" FHC?
"Não dá para entender".
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