Mox in the Sky with Diamonds

terça-feira, março 04, 2008

FREAR CHAVEZ - IMEDIATAMENTE

Já escrevi por aqui sobre a ambivalência dos Governos populistas de esquerda da América Latina. Já escrevi que não são, sem dúvida alguma, ideais, nem exemplos, mas contrastam com o estado de putrefação das elites políticas [e econômicas] que governavam esses países pobres até o momento, totalmente indiferentes à pobreza e à opressão.
Mas agora muda parcialmente o cenário. Se, até o momento, Chavez era um cão que latia, latia, mas não mordia, a ameaça de guerra e freqüentes hostilidades com a Colômbia acendem a luz amarela. Que a Colômbia tenha um governante de direita e queira aceitar planos vindos dos neoconservadores dos EUA, é problema interno da Colômbia.
O fato de ter invadido as fronteiras do Equador é grave, mas não justifica as providências que estão se tomando -- inclusive ameaça de guerra. Por um´país que sequer está envolvido na situação, mas quer se assenhorar da América Latina.
Suspeito que o "socialismo do século XXI" de Chavez comece a se aproximar do "socialismo do século XX" que todos conhecemos. Aparentemente, Chavez tem dificuldade de admitir a existência de governos de direita e, pelo tom do seu discurso, o militarismo que José Sarney [quem!] já havia advertido existir parece se confirmar. Acompanhamos o desastre das intervenções soviéticas por todo mundo. De novo?
Não, defitivamente não. Não há mais espaço para esse tipo de arcaísmo. É preciso frear já Hugo Chavez. A via eleita pelo Brasil é a mais correta. Para refrear uma guerra, nada melhor que chamar uma organização multilateral [OEA] para que os dois países de maior peso, Brasil e Argentina, certamente com apoio do Chile, possam refrear o avanço desse pesadelo pela região. É surgir como alternativa ao militarismo irracional por meio da via pacífica e dialogal.
Falo isso pelo bem da Venezuela também, porque certamente os EUA não ficariam neutros nessa história e destruiríam com um piscar de olhos os [poucos ou não] avanços conquistados pelo país nos últimos anos, apesar dos pesares.
Não é necessário dizer isso para os inteligentes leitores do meu blog, que também já sabiam disso, mas e pensar que tive que discutir com amebas no último FSM sobre o fato de que Lula era "conservador" e Chavez o "ídolo" da esquerda [aqui e, um ano depois, aqui]. Repito: não é preciso ser burro para ser de esquerda.
No fundo, aposto na democracia e na palavra contra a guerra. Aposta arriscada, mas necessária.

Marcadores: