Mox in the Sky with Diamonds

sexta-feira, março 14, 2008

DIOGO MAINARDI...E DAÍ?

Depois de toda discussão no Biscoito Fino e a Massa sobre a Veja e o polêmico dossiê de Luis Nassif, que publicou uma série de reportagens que denunciam interesses escusos na elaboração das reportagens, lembrei-me da conversa que recentemente tive com os amigos Ricardo Timm de Souza (que disse ler e gostar desse blog e, por isso, enche de orgulho seu dono) e Alexandre Pandolfo sobre a revista.
Só está preocupado com a Veja quem não se dá conta da configuração social do nosso país. Temos uma pequena elite que deve corresponder a no máximo 5%, uma classe média que é "cidadã" e corresponde a 20, 25%, e 60, 70% de pobres que sequer atingiram condições de cidadania. Esse pobre -- "vida nua" brasileira, ou simplesmente subcidadão -- é precisamente o destinatário das políticas sociais do Governo Lula.
Ora, esse pobre simplesmente não lê Veja. Não sabe quem é Diogo Mainardi, nem Reinaldo Azevedo. Eles são ilustres desconhecidos.
Esses colunistas medíocres na realidade atingem apenas uma fatia que não deve ultrapassar 15%, 20% da população, que é quem tem dinheiro para comprar Revista Veja. O resto é esse "subcidadão" que é o destinatário das políticas de Lula. Mas a Veja só atinge a parcela "cidadã" da população (e que adora se realçar como tal, por isso uma genealogia do conceito de "cidadão de bem" é algo fantástico), ou seja, a classe média conservadora, que nunca gostou do PT nem de Lula e não está nem aí para políticas sociais.
No final das contas, portanto, a tecla que a Veja bate jamais causará qualquer efeito, simplesmente pelo fato de que quem ela quer convencer já está convencido, e quem poderia acrescentar sequer tem dinheiro para comprar a revista. Diogo Mainardi -- and so what? Quem se importa com o que ele escreve? Quem se importa com o que está na Veja?
O Governo vai bem, obrigado. Tem seus problemas políticos e éticos, mas consegue levar a cabo políticas sociais efetivas e quem acompanha as notícias vê que investimentos em segurança e educação cada vez mais aumentam (basta ver o Programa de Segurança e Cidadania do Ministério da Justiça ou o investimento em ensino técnico e nas universidades públicas). É esperar o resultados dos programas, o investimento foi feito. Por isso, inclusive, muita gente que vê isso como fato na cara está cancelando sua assinatura da revista, por não suportar mais oposição sistemática e irrazoável.
O "neocon" de classe média que lê Veja não está nem aí para os pobres. Quer saber dos seus filhos, da sua poupança, da sua empresa, da tranqüilidade de sair na rua. São reivindicações legítimas, mas ignoram o contexto global das coisas no Brasil. Ao proceder o recorte do tipo "o MST são comunistas malvados que invadem SUA propriedade na praia", a Veja acerta essa fatia da população, recortando aspectos estruturais importantes do Brasil.
Mas essa fatia, a rigor, embora tenha uma potente reverberação discursiva, não é representativa da população brasileira. Não significa nada. Como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, a rigor, não significam absolutamente nada.

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