DERROTAS JUSTAS

Dois resultados que, há um mês atrás, estavam difíceis de antever. De um lado, o Corinthians finalmente paga um grande preço pela sua suprema arrogância: o clube não fez por merecer o status que adquiriu. Ganhou um mundial totalmente arranjado, baseado em um convite absurdo que desconsiderou o fato de o clube jamais ter ganhado uma Libertadores da América, e o último Brasileirão com auxílio dos tribunais esportivos e da arbitragem. Aceitou lavagem de dinheiro clara e só venceu nessas condições.

Quando o grito "ah, eu sou gaúcho" surgiu, nos anos gloriosos do Felipão, manifestava uma revolta gaúcha motivada na arrogância paulista, que desconsiderava os clubes do resto do Brasil e só falava de São Paulo, Santos, Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Fluminense e Vasco [nem coloco Botafogo]. Esse grito, que agora parece mais bairrismo proto-fascista, em uma espécie de "superioridade" gaúcha, começou justificado, revoltado contra uma cobertura nojenta da mídia sobre o futebol, que sempre beneficiou esses clubes -- especialmente Corinthians e Flamengo [esse beneficiado nesse campeonato].

Foi, por isso, um prazer sádico que vi o time cair, ao vivo e a cores. Sobre isso, remeto ao post do amigo GD, que descreve essa sensação com precisão.

Mais inesperada foi a derrota de Chavez. Ao que parece, a democracia na Venezuela ganha uma sobrevida. E, reconheça-se, Chavez mostrou-se disposto a aceitar a resultado. A continuar assim, vamos ter que aceitá-lo, apesar dos pesares, como um democrata. Essa derrota pode ser sinal de novos tempos se abrindo nos horizontes obscuros da América Latina.

Às vezes é bom quando nosso pessimismo não se confirma.