O DECLÍNIO DA MÍDIA BRASILEIRA
AS GRANDES REDES DE COMUNICAÇÃO - comandadas por oligarquias que apoiaram a ditadura militar e até hoje são o principal anteparo da direita nacional - estão em pleno declínio. A Internet faz com que seu fim de avizinhe. Elas sabem disso. Com a pulverização da informação, sua capacidade manipulatória de fixar a agenda pública vai desabar. E, com isso, todo poder que exercem perderá gás. Questão de tempo.
O desespero da Folha -- jornal cuja assinatura já penso em cancelar, e assinei com muito gosto durante muitos anos -- é apenas mais um sintoma disso tudo. Depois da morte de Otávio Frias Filho, o jornal perdeu uma certa contenção que tinha no ridículo e passou ao serrismo escancarado. Ontem, no Portal do UOL havia pelo menos umas cinco manchetes dizendo "Oposição...". Convenhamos, nossa oposição é ridícula: não apresentou plataforma eleitoral alguma, tem como paladino da moral um senador que mandou assessor estudar dança na França e ataca os oligarcas com que estavam tomando cafezinho há pouco tempo atrás. Não é notícia, pelo menos não na intensidade em que está sendo veiculado. Por que, por exemplo, a oposição não assume logo o discurso do mercado, como fazem os republicanos nos EUA? Nem isso consegue. Não consegue nada.
A quantidade de escândalos fabricados nos últimos dias é sinal de desespero: a Folha, que é aliada da oposição (não sou eu quem diz isso, é só ler o Ombudsman do jornal), já percebeu que em conteúdo não tem como vencer a próxima eleição. A tentativa de etiquetar Lula como paternalista, assistencialista, ideológico, aparelhador e, por fim, golpista, não colou. E com os índices de aprovação que tem Lula é improvável que não faça seu sucessor. Então agora o negócio é partir para a artilharia pesada, tentando colar algum escândalo que evite a eleição novamente da esquerda.
O recente episódio Dilma-Lima é a face do ridículo. Além de banal, a própria descrição do fato não induz as insinuações que a mídia vem fazendo. Caídas as insinuações, fica apenas uma questão de forma: Dilma é ou não mentirosa? É sempre assim: quando o dossiê é contra o PT, estoura o conteúdo; quando é a favor, estoura a forma-dossiê. Quando o sigilo quebrado é contra o PT, vaza o dado; quando é favorável, é o escândalo da quebra. Se a mídia brasileira não fosse arrogante a ponto de se desenhar como imparcial, eu nem me importaria com isso. No caso em questão, o problema é que a mídia alternativa já descobriu que Lina mente e inclusive tem relações com a oposição. Mas a grande mídia não denuncia. Quem quiser saber a verdade, consulte o Blog do Nassif, que vem fazendo uma cobertura ampla do caso e desmontando uma por uma das versões midiáticas.
A propósito, a Folha já começa ridiculamente a recuar sem admitir o erro.
A propósito, a Folha já começa ridiculamente a recuar sem admitir o erro.
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