DECLÍNIO DA ITÁLIA
A VISIBILIDADE DO FASCISMO parece aguçar o pensamento de esquerda. Não é à-toa que a Itália tem hoje pensadores como Toni Negri, Giorgio Agamben e Gianni Vattimo -- três dos grandes pensadores da política na contemporaneidade. Digo isso lastimando a repetição de racismo em jogos de futebol na Itália, desta vez no clássico Inter X Juve.
Infelizmente, na minha breve estada na Itália (duas semanas) e pouca convivência com italianos, tudo foi uma tremenda decepção. Os italianos se mostraram o povo mais autoritário, xenófobo e explorador de todos os que conheci. Não raro eram racistas e fascistas. Uma pena. Para um país que tem na sua história gente como Norberto Bobbio, ver um mafioso fascista assumir o poder deve ser uma decepção completa. Porque Berlusconi só não é fascista explicitamente -- em outros tempos, talvez antes da União Européia, certamente teria se assumido como tal e a recente fusão com a ala explicitamente fascista da direita é sintoma disso. Infelizmente, a Itália, um dos eixos da União Européia, é um país de povo autoritário e racista.
Só para quebrar os estereótipos, me chamou atenção que justamente os dois italianos mais bacanas que conheci eram do Sul -- da Sicília. Tocavam violino e se mostraram muito mais cultos e tolerantes que seus vizinhos arrogantes. Tudo ao contrário dos estereótipos dos nórdicos idiotas que vivem no seu mundo boçal dos carros e da moda, enquanto são saqueados pela máfia que os governa e não hesitam em mostrar seu racismo imundo.
Não é à-toa também que a Espanha caminha a passos largos para ultrapassar a Itália. Questão de tempo.