Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, janeiro 07, 2009

TERRORISMO, A PALAVRA MÁGICA

JÁ FUI POTENCIAL VÍTIMA de terrorismo. Quando a Al-Qaeda explodiu bombas na estação de Atocha, em Madrid, em 11/03/2004, por coincidência estava em viagem na cidade e embarcaria na dia seguinte para Amsterdã. A sensação é indescritível: a pessoa se sente absolutamente vulnerável - em todo e qualquer lugar - sabendo que é absolutamente irrelevante sua inocência ou ausência de envolvimento.
Digo isso para mostrar que, apesar dessa consciência, não é possível deixar de ver que, quando a discussão engrossa, a estratégia do conceito de terrorista e da disseminação do medo é a mais utilizada pelos poderosos. Quando o conflito aperta e o poderoso não tem razão, imediatamente cai na abstração de acusar o outro de "terrorista" e, com isso, se põe em posição de superioridade moral. Adquire uma posição privilegiada na discussão. A armadilha é isolar as circunstâncias concretas e mergulhar no vocabulário abstrato e genérico.
Se formos, no entanto, analisar as razões do terrorista, vamos ver que geralmente vêm de raízes complexas (ex. ETA, Al-Qaeda, palestinos, PCC) e não podem ser engessadas no maniqueísmo bobo do bem contra o mal.
Soam ridículas, por isso, as acusações dos judeus brasileiros contra o PT (que poderiam ser miradas em 1001 direções) de que estaria "apoiando o terrorismo". Ridículas diante da carnicifina vergonhosa, assassina e horrenda que vem promovendo Israel na Faixa de Gaza. É tempo de se envergonhar.

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