Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, outubro 29, 2008

POLÍTICA DOS PAMPAS

O GAÚCHO TEM UM TRAÇO político que realmente o distingue dos demais estados brasileiros. Somos campeões de nos acharmos melhores (não somos), menos corruptos (não somos), menos fisiológicos e clientelistas (não somos), mais "ordeiros" (se somos, isso é ruim) e mais "coerentes" (depende do que isso quer dizer). Um traço, no entanto, é verdadeiro: mudanças partidárias não sem bem-vistas. O gaúcho gosta dos seus partidos e se mantém fiel a eles.
É por isso que, apesar de isso não significar grande coisa, PMDB e PP ocupam espaços diferentes no RS dos que ocupam no resto do país. Aqui no RS o PMDB ocupa o papel nacional do PSDB, uma espécie de centrismo moderado do MDB, papel que é representado por Fogaça, Simon e Rigotto. Assim como o PSDB de Serra e FHC ocupa esse espaço em âmbito nacional, formando uma espécie de "centro" político que atrai a direita e rivaliza com a esquerda do PT, idêntica função tem o PMDB no RS, exatamente porque é do PMDB que saiu o PSDB e gaúcho não tolera mudança de partido. Assim, o mesmo espaço de anti-ditadura centrista que ocupam FHC e Serra em âmbito nacional é ocupado por Fogaça e Rigotto no estadual. Prova: em todas as últimas eleições o PMDB polarizou com o PT fazendo exatamente o mesmo duelo que o PSDB faz em âmbito nacional.
A direita, que é representada em âmbito nacional pelo DEM, aqui é pelo PP, que no âmbito nacional é puramente fisiológico (e aqui parcialmente). Gaúcho não gosta de mudança de partido.
E o PSDB de Yeda? É um partido sem expressão, composto de fisiológicos e tecnocratas (corrente de Yeda) que não têm espaço em outros partidos. Ganhou por puro acidente uma disputa que mais uma vez deveria ter sido polarizada entre Olívio e Rigotto.
Se eu vejo algum mérito nisso? Vejo. Mas nada demais. A "fidelidade" dos gaúchos é também um pouco da "coerência" que, se corretamente analisada, deveria ganhar o nome de "burrice". Afinal, o burro é sempre coerente.

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