Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, julho 17, 2008

A DIFÍCIL QUESTÃO DO CONFLITO ISRAEL/PALESTINA

Não sou grande conhecer das circunstâncias históricas do conflito entre Israel e os Palestinos, salvo o óbvio. No entanto, a troca de cadáveres hoje entre Israel e o Hizbollah é significativa.
Para mim, atualmente, a questão se coloca da seguinte forma: o poderio de Israel não tem justificativas. É muita hipocrisia da embaixadora de Israel escrever um artigo sentimental sobre os dois israelenses mortos quando o número de devolvidos ao mundo islâmico foi de 200 pessoas. É ultrajante.
Da mesma forma, a violação dos tratados internacionais, a política internacional e a postura militarista de Israel é tão grotesca quanto a dos EUA atualmente. Ambos países se caracterizam pela ambigüidade entre um discurso interno humanista e liberal e um externo terrorista. É uma lástima. Não ouvi até hoje qualquer argumento a favor dos israelenses que me convença.
Por outro lado, compreendo os israelenses. Os judeus foram um dos povos mais saqueados e massacrados ao longo da histórica, tendo sofrido a maior catástrofe do século XX em um extermínio em massa. Isso os põe na defensiva. No belo filme "Munique", um dos personagens diz em sua fala que "o sangue judeu não será mais derramado impunemente". Me parece ser esse o senso de compreensão que deve existir com as políticas israelenses. Os judeus estão ainda na defensiva; é compreensível.
Isso, no entanto, não desculpa nem justifica a adoção de dois pesos e duas medidas. Não é possível que permaneça a situação de terrorismo de Estado que perdura no conflito. Não é possível que, devolvendo 200 contra 2 mortos, a embaixadora de Israel tenha tanta cara-de-pau. Espero que os judeus possam ouvir dois dos seus tantos grandes gênios, Emmanuel Levinas e Jacques Derrida, e finalmente se desvencilhem dos seus ideais de guerra em nome do Estado justo e do futuro da esperança, traço da cultura judaica que jamais a razão fria greco-ocidental conseguiu erradicar.

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