Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, junho 18, 2008

COLUNA DO TOSTÃO: UM OÁSIS NO DESERTO DE IDÉIAS FUTEBOLÍSTICAS

Uma lástima, grande lástima, que os amantes do futebol não possam acompanhar seguidamente a coluna de Tostão na Folha, em face do acesso cerrado aos assinantes. Tostão escreve às quartas. Se não me engano, publica sua coluna também nesse jornal "O Povo".
O craque da camisa 9 na legendária equipe de 70 faz precisas análises táticas e técnicas, bem distante dos clichês habituais. Comparem, por exemplo, com as colunas do Wianey Carlet ou mesmo do Zini Pires, em conteúdo e substância. Tostão, além disso, é dono de idéias avançadas, defendendo um futebol ofensivo sem perder o equilíbrio, como jogaram as duas melhores equipes dos últimos tempos (Manchester e Barcelona).
É o único a perceber a pressão sobre a saída de bola como ingrediente fundamental do time ofensivo, e do pouco treinamento dos técnicos em relação ao aspecto. Aliás, Tostão também é o único que tem coragem de questionar os métodos dos treinadores da seleção, que empilham dois toques, coletivos e recreativos, mas não treinam contra-ataques, posicionamento defensivo e marcação-pressão.
Quando lemos Tostão, que pensar do Dunga? Um cara carrancudo, sem experiência como treinador, que briga imediatamente com seus dois maiores craques (Ronaldinho e Kaká), confunde esquemas táticos (disse que a maioria dos europeus joga no 3-5-2) e empilha Josué, Mineiro e Gilberto Silva no meio-campo da seleção.
Dunga, por gentileza, abra passagem para Anderson, Hernanes, Lucas, Pato e outros jovens, pois na seleção devem estar apenas aqueles acima da média. Inclusive na marcação, coisa que Gilberto Silva, por exemplo, deixa a desejar. Se é para convocar um experiente, chama nosso velho Emerson (a França ainda joga com Makelele, p.ex.), para aos poucos ir formando o meio com Lucas e Hernanes.
A seleção brasileira, atualmente, vive momento de transição, tal como a Holanda há dois anos e, hoje, a França, Portugal e Espanha. Os jogadores da antiga geração ou nem jogam mais (R. Carlos, Cafú, Emerson, Ronaldo, Zé Roberto) ou já estão em declínio (Gilberto Silva, Mineiro, Gilberto). Cabe começar, com pressa, a renovação. Jogadores como Lucas, Hernanes, Anderson, Pato, Wagner, Marcelo, Daniel Alves devem ir se juntando aos poucos aos grandes valores da equipe, a sólida dupla Juan e Lúcio, Kaká, Robinho e Adriano -- únicos titulares, além de Júlio César.
Não custaria a Dunga dar uma força ao Ronaldinho. É um craque que somaria muito, tornaria a seleção assustadora. Imaginem enfrentar uma seleção com Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano seguidos, no banco, por Anderson, Luís Fabiano e Pato. Mas será que Dunga gosta dos craques?

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