Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, junho 30, 2008

CAMPEÓN!!!

Quem acompanha esse blog sabe que acompanho de perto o futebol espanhol, hincha que sou do Madrid (meu único clube extra-Grêmio). Já escrevia desde antes da Eurocopa que a Espanha tinha chances nessa Eurocopa, por contar com sua melhor geração nos últimos anos, repleta de meio-campistas com características de toque de bola, bom chute, chegada à frente e ocupação de espaços. Fabregas, Iniesta, Xavi são três exemplos, mas mesmo Xabi Alonso, que pouco jogou, tem esse perfil. Disse, ao início da competição, que apostava em Portugal, Holanda e Espanha.
Pobres espanhóis! Cheios de romantismo no seu futebol, adeptos do jogo com apenas um volante ("pivote") marcador, admiradores dos meias abertos como pontas (por las "bandas"), do toque de bola permanente, futebol ofensivo, dos "pichichis" (goleadores), dos zagueiros clássicos como Fernando Hierro e Santamaría, francamente rejeitam os modelos alemão e italiano de jogar. E, por isso, vêem-se motivo de chacota na Europa inteira, que zomba do seu futebol limpo e da sua covardia em decisões, o mesmo que acontece com a Holanda. Os espanhóis vingam-se com seus Madrid e Barça, especialmente o primeiro, vinculado à capital e símbolo da unidade nacional, maior negócio (empresa) do território espanhól e, com os cofres repletos de dinheiro, capaz de comprar os melhores jogadores do mundo e empilhar, de tempos em tempos, times dos sonhos que levantaram por nove vezes a taça de Copa dos Campeões. É só assim que Madrid e Barça vencem: com futebol vistoso e ofensivo, enfrentando defesas compactas e as desmontando com atuações geniais dos seus craques, seja Di Stefano ou Stoichkov, Puskas ou Romário, ou ainda, para ficarmos na nossa época recente, no gol espetacular de Zidane contra o disciplinado (e mui alemão) Bayer Leverkusen ou dos dribles desconcertantes de Ronaldinho e Lionel Messi contra os impenetráveis Milan e Chelsea, respectivamente.
Ontem foi o dia dos espanhóis virarem a mesa. Foi a vez de, ao seu estilo, levantarem a taça passando pelos seus dois maiores opostos: Itália e Alemanha. Venceu o truncado e inconvincente time de Donadoni, pronto para ir adiante aos trancos e barrancos como de costume; e venceu os "malvados" da Alemanha, cujo sangue frio costuma imperar nas decisões em que desbancam o adversário com marcação dura, eficiência nos chutes e um gol precioso. Venceu ambos.
Venceu jogando ao seu estilo: com três meias de ótima saída de bola, Xavi, Fabregas e Iniesta, muito toque de bola e um centroavante poderoso, Fernando Torres. Contou, diga-se também, com muita raça de Sergio Ramos, Marcus Senna (que deu estabilidade defensiva ao meio), Marchena (perfeito), Puyol e mesmo o fraco Capdevilla. Tinha um goleiraço: Iker Casillas. Passes de primeira, aproximações e tabelas foram a arma de quebrou Itália, Alemanha e Rússia, para a alegria dos bêbados de Cibeles.
Aragonez, técnico de quem não gosto, teve uma participação importante: motivou seus jogadores e a entrada de Senna foi fundamental para o time, apesar de eu mesmo ser contra isso (preferia Xabi Alonso, p.ex.), e com 11 titulares conseguiu dar solidez e confiança ao seu time. Teve coragem de não convocar Raúl (até acho que teria lugar no grupo, mas sua presença iria gerar problemas com a reserva) e apostar nos seus dois melhores atacantes, o arisco Davi Villa e o pujante Fernando Torres.
Hala España! Congratulaciones!

Marcadores: