MANUNT VS. ROMA, AO VIVO
O jogo começa estranho, a começar pela própria organização tática do ManUnt, que surpreendentemente joga com uma linha de 4 defensores, seguidos de Carrick, Scholes e Anderson à frente, Rooney na meia esquerda e Park [!] na direita, com Ronaldo à frente. Uma 4-5-1 que oscila entre 4-1-4-1 e 4-5-1, com três meias centrais [uma melhor nomenclatura que "volante" para definir os esquemas britânicos]. Scholes e Anderson, este bastante tímido, sobem quase livremente. Paradoxalmente, Rooney é obrigado a acompanhar o lateral da Roma até a linha de fundo defensiva. Park, como era de se esperar, corre sem efetividade. Aquilani, o melhor do meio campo romano, tenta acionar Vucinic, que geralmente perde para Rio Ferdinand. O ManUnt se abala com a perda do seu ótimo zagueiro Vidic, por lesão, e sofre um pouco com avanços da Roma.
Mas aí aparece o gênio: na primeira trama que Rooney consegue armar, Scholes surge de surpresa e cruza, para um raio aparecer cabeceando -- Cristiano Ronaldo.
No final, o limitadíssimo Pizarro ainda dá uma pancada sem bola em Ronaldo, que faz firulas, bem à moda do futebol sul-americano [ex-futebol arte, hoje futebol anti-arte].
Sigo daqui a pouco com o segundo tempo.
Na Alemanha, o Barça vence o Shalke 04 por 1 a 0. Nenhuma novidade.
E a história se repete: a Roma sufocava o ManUnt com avanços pela direita de Tonetto, que explorava a fragilidade de Park, e atirava contra o gol de Van Der Sar. Sir Ferguson tenta reagir colocando Hargreaves à direita, no lugar de Anderson, e a Roma reage colocando Giuly pela sua direita [à esquerda do ManUnt, portanto], para forçar o outro lado. A Roma pressiona, pressiona, mas o ManUnt faz o crime novamente: em jogada de linha de fundo, Park cabeceia para dentro, Doni falha e Rooney empurra pra dentro. 2 a 0.
A Roma cambaleia e aguarda o soco final para nocaute.
Terminou. A Roma pode agradecer não ter tomado o terceiro gol. Depois do segundo, o time se arrastou em campo sem qualquer objetividade. Não fez mais nada. Em compensação, o ManUnt arrancava com extrema velocidade em tabelas rápidas de Rooney, depois Tevez, e Ronaldo.
Ferguson surpreendeu colocando três jogadores marcadores no meio campo -- Anderson, Scholes e Carrick, depois ainda Hargreaves -- ao lado de Park, certamente pela obediência tática. Avançou, com isso, Ronaldo, mostrando que é o centro do time, para deixá-lo livre e não o obrigar a acompanhar o lateral adversário. Preferiu, inclusive, dar a tarefa a Wayne Rooney. Os três meias centrais cuidaram dos três meias avançados da Roma, neutralizando a linha próxima ao ataque da equipe italiana.
Opção sem dúvida questionável. A priori, eu serei totalmente contra, preferindo apostar, por exemplo, em deslocar Anderson para a meia direita, avançando Ronaldo e deixando Rooney onde sabe jogar: no ataque. De qualquer forma, é impressionante como Rooney consegue começar jogadas, sendo dos atacantes mais completos do mundo.
Fato: o Manchester é melhor, e pronto. A Roma não tinha chance alguma, nem terá. Não há possibilidade de zebra, o ManUnt pode aguardar seu adversário.
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