Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, novembro 27, 2008

AUTOLUX, "FUTURE PERFECT" (2004)




É BACANA QUANDO DESCOBRIMOS bandas que surgiram nos últimos anos e, por descuido, deixamos passar. Descobri o Autolux numa rádio do last.fm e achei muito boa a canção "Angry Candy". Depois de baixá-la e ouvi-la com atenção, resolvi baixar "Future Perfect" todo. Não me arrependi.
O trio de Los Angeles é formado por Eugene Goreshter (vocais, baixo), Greg Edwards (guitarra, backing vocals) e Carla Azar (bateria, backing vocals). "Future Perfect" é o primeiro trabalho como álbum, antecedido por um EP ("Demonstration" - 2000).
As influências da banda são as melhores possíveis: uma espécie de misto de Sonic Youth, My Bloody Valentine, The Breeders e Pavement. Remetem, no cenário contemporâneo, ao Silversun Pickups, porém em vez da influência do Smashing Pumpkins, que deixa o Silversun mais melódico, há influências das Breeders e do Pavement, que deixam o som mais quebradiço e climático. Dessas bandas surge certa indisciplina melódica e harmônica que torna as canções um pouco mais "improvisadas" e "caóticas" ("Robots in the Garden" parece mesmo um dos elétricos começos de tema da banda de Kim Deal).
O disco é pesado, denso, encorpado, cheios de riffs desordenados e cortantes, combinado com um vocal agudo que muitas vezes beira ao etéreo, aproximando-se levemente da fronteira entre o shoegaze e o dream pop. No entanto, a influência máxima é mesmo dos Sonic Youth, no seu peso e violência estridentes, ainda que mais contido e menos jazzístico. Assim como a banda de Thurston Moore, combina guitarradas ensurdecedoras e sem piedade com outras climatizações mais leves e harmônicas, que, por sua vez, apenas preparam a porrada que vem a seguir, e assim por diante.
Uma banda que vale à pena ser ouvida, pois executa uma série de influências com competência ímpar, tornando-se alegria para os adoradores do estilo (as I).
Fiquei ansioso pelo novo trabalho da cuidadosa banda, previsto para ainda esse ano.

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