Mox in the Sky with Diamonds

sábado, outubro 11, 2008

THE VERVE, "FORTH" (2008)



PARA MIM, O THE VERVE é uma das bandas - senão "a" - mais injustiçada da história. É incompreensível que uma banda com álbuns como "A Northern Soul" (1995) e "Urban Hymns" (1997) tenha tão pouco reconhecimento. Bandas como Oasis, Led Zeppelin, Pavement e Queen podem polarizar opiniões, mas sempre têm reconhecimento em uma ou outra lista, geralmente ocupando os topos. O trabalho do Verve, no entanto, é solenemente ignorado pela mídia musical. Considerando a estatura de "Urban Hymns", por exemplo, a banda de Richard Ashcroft deveria lograr melhores conceitos do que meramente "a banda de 'Bittersweet simphony'" ou "uma banda arrogante". É verdade que muitos críticos não enxergam méritos nas obras do Oasis pela última razão, mas isso não afasta outra grande fatia de ignorar o fato. Com o Verve é diferente.
Da minha parte, posso dizer que o Verve é das minhas 3, 5 bandas favoritas. Uma banda capaz de fazer músicas como "A New Decade", "this is Music", "On you own", "History" (todas de "A Northern Soul") ou "Bittersweet simphony", "Sonnet", "Lucky Man", "C'mon", "One Day" (na realidade gosto ABSURDAMENTE de todo "Urban", com exceção de "This time") é fora-de-série. Realmente ESPECIAL.
Foi por isso que esperei ansiosamente a retomada da banda, uma vez que a presença de Nick McCabe era fundamental para dar contornos shoegaze para as belas melodias de Ashcroft. Esperei mais de 10 anos. E finalmente, contra todas expectativas, veio o quarto álbum, "Forth".
Após muitas audições, posso dizer que o disco é seguro, mas não atinge o nível dos anteriores. Meu principal pensamento é: se esse disco fosse uma bolacha (vinil), o recheio estaria todo no "Lado B".
O disco começa fraco e requentado, carente de inspiração com "Sit and Wonder", uma tentativa de repetir um "A New Decade", mas fracassa. Segue a mais chata do álbum, "Love is Noise", justamente o single, especialmente pelos gritinhos chatos do fundo que continuam pentelhando na faixa seguinte ("Rather Be"). Lembram os temas pouco inspirados dos álbuns solos de Ashcroft. O "Lado A" se arrasta em mais duas músicas ("Judas" e "Numbness"), ambas sem sal, quase fazendo o ouvinte desistir.
Mas aí há um salto tremendo de qualidade. "I see houses" começa lentinha, parecendo banal, porém vai se turbinando até alcançar um clímax poderoso, que muito lembra os melhores momentos do Verve. A seguir, "Noise Epic" é fúria pura, mais de 7 minutos de muita guitarra e agressividade, parecendo recuperar o estilo "A Northern Soul". E chegamos a "Valium Skies", melhor do álbum, que é uma balada chapadaça ("valium") ao estilo "One Day". Aqui o disco já contagia, tu começa a cantalorar as canções, tudo fica bonito e cheio de qualidade. Segue a forte "Columbo", que recupera o clima pesado ANS, repleta de paredes de guitarras. E terminamos com a bela "Appalachian Springs", balada que caminha lenta e viajante, lembrando um pouco "Velvet Morning".
Enfim, o disco vale pelo "Lado B". No começo, é modorrento e inconvincente, parecendo demorar para engrenar. Porém, quando engrena, é só alegria. Lembra o velho Verve que sempre nos deu boas melodias para assoviar e guitarras barulhentas para emocionar.

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