KINGS OF LEON - BECAUSE OF THE TIMES (2007)
Os barbudos do sul dos EUA, até agora, não tinham me convencido. Mal-vistos por parte da mídia musical, por surfarem na cauda dos Strokes, os Kings of Leon não tinham encontrado boa vontade -- da minha parte --, mas também seus álbuns pouco me cativavam. "Because of the times" mudou a equação. Com canções mais surpreendentes, o rock sulista ganha ótimos riffs e refrões empolgantes, experimentando transições bruscas ao longo do álbum e quebras n conformismo do estilo. Além disso, tem "Fans", seguramente uma das canções do ano.
PJ HARVEY - WHITE CHALK (2007)
Eu gosto da Polly, mas não sou fã. Esse disco, no entanto, é provavelmente o melhor que já ouvi dela. Seguramente, compete com "You are free" (2004), da Cat Power, no quesito não-recomendado-para-suicidas, ou com Low, esse ano, no mesmo quesito. Baseado em piano e contendo melodias extremamente depressivas, o álbum mantem-se consistente ao logo de toda audição, embora destaquem-se com muita força "Grow Grow Grow", "To talk to you" e a própria "White Chalk". A voz de PJ é poderosa e intensa, variando ao longo do registro e esparramando emoção. Vale a pena experimentar.
CARIBOU - "ANDORRA" (2007)
Ao lado do continuísmo do rock inglês que se repete em fórmulas que já estão saturando [a tríade que se divide entre imitadores de Strokes/Libertines, Interpol e Rapture], existe gente que vem arriscando. O Caribou [ex-Manitoba] pode ser colocado ao lado de gente como Grizzly Bear, Animal Collective e Panda Bear. Faz um mix entre o velho pop dos 50/60's, tipo The Byrds, Monkeys, Beach Boys, com melodias leves, e um experimentalismo suave eletrônico, que permeia as canções com um toque de estranheza. Embora aclamado pela crítica, o álbum não me convenceu totalmente, salvo por uma musiquinha indispensável que consta como penúltima, "Irene", uma das coisas mais legais do ano, brincando com os canais e o vocal, deliciosa. "Niobe", que fecha o álbum, também é boa.
APPARAT - WALLS (2007)
Seguramente, o melhor álbum de música eletrônica que ouvi esse ano. Seguindo a trilha do The Field e Pantha du Prince, com linhas de techno minimal, o produtor alemão deixa aqui um álbum que não tem o mesmo poder dançante, mas inunda os ouvidos com arranjos bastante orgânicos que deixam o álbum do Air, desse ano, procurando o sentido da vida. Destaque para as belíssimas "Not a number", "Useless information" e "Fractales pt. 1" e "pt. 2". Belíssimos loops e viradas bem construídas, além de uma variedade que deixa qualquer admirador da música eletrônica satisfeito.
DINOSAUR JR. - BEYOND (2007)
O Dinosaur Jr. tem história. Uma das bandas seminais norte-americanas, que influenciou uma patota do indie rock dos EUA, lança "Beyond" depois de vinte anos de estrada e um monte de projetos. Quer saber? O álbum é uma delícia pra quem gosta daquele rockão sem frescura, sem muita invenção e baseado no esquema clássico dos solos de guitarra. Para mim, que vivi os dias de Seattle, a nostalgia pegou e desceu redondinho. "Almost ready" e "This is all I came to do" me fizeram lembrar dos dias de camisa de flanela, cabelos compridos [que nunca tive] e guitarras, basiconas, solando livremente. Palmas para Mascis e Barlow.
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