Mox in the Sky with Diamonds

terça-feira, outubro 23, 2007

O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO
Quando lemos um título de notícia como esse [PSDB cede e aceita negociar CPMF após arquivamento de representação contra Azeredo] confirmamos que o PT realmente falhou em ser republicano. A promessa de que com a assunção da esquerda no Governo as negociatas políticas se "moralizariam" foi para o brejo. O Governo é pragmático ao extremo.
Ser republicano significaria, para mim, que tudo é negociável, exceto questões éticas. Tudo aquilo que envolva corrupção cai fora do âmbito partidário e do jogo político de negociação. Isso pertence ao âmbito da res-pública, coisa pública, que transcende os diálogos e transações que são totalmente compatíveis com o universo democrático. O que está em questão é, nesse caso, Estado, e não Governo. Questão de Estado [o "mensalão" do PSDB] não se confunde com questão de Governo [aprovação da CPMF].
Esse fracasso do PT é um grande fracasso para a democracia brasileira. Um GRANDE fracasso. Vemos que, no outro pólo da negociação, está o PSDB, partido que é a principal força de oposição e, no Governo, fez o mesmo. FHC, ao contrário do que seus admiradores dizem, também não foi um "estadista" nesse sentido. Negociou e barganhou onde não se negocia. Não separou a esfera do Estado da do Governo. Agora, com essa transação, parece que está fora de dúvida que o PSDB não pode posar de "republicano".
Também não vamos acreditar no conta da carochinha de que o DEM, ex-PFL, seria "paladino da moralidade". Uma supérflua pesquisa nos escândalos dos últimos 20 anos mostraria facilmente que o DEM tem o maior números de envolvidos, no máximo segundo ou terceiro [perdendo, talvez, para PP ou PMDB]. Figuras como João Alves e Hildebrando Pascoal, que são quase folclore brasileiro, eram do DEM.
O que isso significa? Que não temos partidos republicanos no Brasil. Nenhum é. Triste. Desalentador. Lastimável.
Isso nos joga na seguinte situação: ou aceitamos o niilismo político, anulando o voto, ou simplesmente temos que ignorar a questão ética, que é comum a todos os partidos, e votamos seguindo as políticas públicas. Que lástima!
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ARSENAL
Quando estava em Londres, os tablóides gratuitos distribuídos no metrô elogiavam muito o "novo" time que o Arsenal estava formando na Copa da Inglaterra, composto pela equipe B que foi até o final e perdeu para os titulares do Chelsea.
Ao que parece, os tablóides estavam certos. Arsene Wenger é, sem dúvida, o maior revelador de talentos da atualidade na Europa. Sua especialidade é descobrir jóias como Henry, Vieira e hoje Fabregas, Van Persie, Adebayor, Hleb e Walcott. Com a saída de Thierry e a má temporada passada, achava que o Arsenal ia descer a ladeira. Ledo engano. A goleada de 7 a 0 contra o Slavia Praga hoje revela que o conjunto da equipe melhorou e, aparentemente, Wenger está formando mais um grande time.
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Trilha sonora do post: Built to spill, "Carry the zero".