Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, outubro 01, 2007


ENIGMA PARA BERND SCHUSTER
Bernd Schuster, o grande jogador Bernd Schuster, segundo dizem, foi contratado pelo Real Madrid para trazer a "ilusión" de novo. Entender o Real Madrid pressupõe passar por esse conceito, que levou à demissão de Capello. Cada técnico que assume -- como os técnicos da Seleção Brasileira -- tem que passar por esse questionamento quando assume.
Schuster pediu um monte de reforços para a Direção. Trouxe Sneijder, Pepe, Metzelder, Robben, Saviola, Drenthe, Heinze e de volta Soldado e Julio Baptista [chama atenção a política -- correta, a meu ver -- da nova Direção de contratar jogadores jovens, começada ano passado com Marcelo, Gago e Higuaín].
Schuster reclama todos os jogos que é "salvo" por Cannavaro e Sergio Ramos, que vem jogando de zagueiro pela ausência de Pepe e Metzelder. Sua reclamação é que é a linha da frente que tem que matar a jogada, não a zaga. E está correto.
O problema é que a principal reclamação da imprensa espanhola era o "doble pivote" de Capello. Por incrível que pareça, os espanhóis não admitem a presença de dois volantes "duros", como Emerson e Diarra. Schuster chegou para abolir esse sistema. Contratou, entre outras coisas, Robben para ficar na ponta ao lado de Robinho, na outra. Os espanhóis gostam de "bandas", não de "doble pivote".
Como Schuster vai resolver esse problema? Sinceramente, não sei. Ele aceitou sua própria armadilha. Quer montar um sistema sem dois volantes, mas a bola tem que morrer na linha anterior. Mas como!? A única solução que eu veria é de colocar Gago como segundo volante. O problema é que Schuster depende do bom passe de Guti, para a saída de bola, e da técnica de Sneijder, a maior revelação até agora. Ainda tem que acomodar Robinho e Robben nas pontas, sem tirar Raúl, que vem em grande fase e é ídolo, e o "pichichi" Nistelrooy. Muita gente para poucas vagas.
A primeira solução de Schuster foi "rotar". Suspeito que essa "rotação" tem a finalidade não apenas de preservar os jogadores, mas também de resolver o problema de excesso de jogadores. Mas esse não resolve a questão da defesa.
Aparentemente, poderíamos ter Ramos e Heinze, dois zagueiros de origem, mais fixos nas laterais, e Diarra como volante fixo. Teríamos assim cinco jogadores atrás. Só que, com isso, ele precisa necessariamente de uma marcação pressão muito boa, ou o que vai acontecer é o que Schuster sempre reclama: a bola vai até a última linha. Fora Raúl, quem está disposto?
A boa notícia para o Brasil é que Robinho talvez aprenda a pressionar os zagueiros, além de jogar pela direita, como imagino que jogará na Seleção.