Mox in the Sky with Diamonds

sexta-feira, maio 11, 2007

TRÊS HISTÓRIAS BÁSICAS DO ROCK

Vou contar por aqui três histórias básicas e curiosas do rock, que a maioria das pessoas deve conhecer.



A primeira é do guitarrista da banda Manic Street Preachers, uma das tantas que nadou na onda do britpop, hoje respeitada e amada no Reino Unido. Os Manics já foram de tudo: punks, baladeiros e, hoje em dia, tocam um mix de hard rock oitocentista com rock alternativo [ou seja, um hard rock que não chega ao ponto da farofa].

Grandes fãs do Clash, os Manics traziam um estilo que misturava a aura punk com guitarras pesadas, no início dos anos 90, atacando bandas da época [fantásticas] como My Bloody Valentine e Slowdive. "You love us", single de estréia, mostra a combinação. Richey James, o guitarrista, influenciava muito a banda. Depois de três álbuns [Generation Terrorists, Gold Against Soul e The Holy Bible], Richey simplesmente, num dia do ano de 1995, SUMIU. Não se sabe exatamente se ele se matou ou não: apenas consta que, após deixar o hotel Embassy normalmente, foi encontrado seu carro perto de uma ponte. Até hoje não se sabe que fim levou Richey. Só se sabe que os Manics seguiram e estouraram afú.

Hoje, depois de ser uma das poucas bandas COMUNISTAS e terem tocado de tudo, os Manics nos despejaram o belo "Send away the tigers" (2007), discaço com as influências bizarras dos anos 80, mas que, tocados por uma banda cheia de história e alma, soa rock'n'roll até os ossos.






Manics com Richey, "From despair to where"


Manics atual, "Your love alone is not enough".



Outra história bem conhecida é de Jeff Buckley. Filho e desafeto do cantor Tim Buckley, Jeff lançou, em 1994, o mundialmente aclamado álbum "Grace". Dono de uma voz poderosa, Buckley ia no mesmo estilo dos grunges, exibindo seus timbres incríveis ao lado de guitarras indiscretas, com hinos como "So real", "Grace" ou "Last kiss goodbye". Suas influências, como as dos demais, foram The Who, Led Zeppelin e Hendrix. O cara foi inspiração de ninguém menos que o Radiohead, em "Fake Plastic Trees". Thom Yorke confessou que somente conseguiu finalizar a música após ouvi-lo.

Buckley foi também dado como desaparecido depois de ter mergulhado (!?) em um rio em Mississippi "para nadar" e nunca mais sido encontrado. Apenas restaram suas roupas e uma pilha de b-sides e gravações ao vivo que hoje recheiam sua fama. Uma semana depois, seu corpo foi encontrado e, segundo a polícia, tudo indica que NÃO foi suicídio. O cara só queria nadar mesmo. Confiram as PÉROLAS de Jeff nos clipes abaixo.









Se a morte de Jeff Buckley não foi intencional, seguramente este não é o caso de Elliott Smith. É curioso que, quando ouvi "From a basement on a hill" (2003) pela primeira vez, fiquei com a sensação CLARA que de AINDA não era a hora daquele som, mas que, seguramente, cedo ou tarde, ele iria me arrebatar.

E, hoje em dia, não consigo parar de ouvir esse maldito disco. Esse "singer/songwritter" americano violou todos os protocolos ao se matar a base de FACADAS, junkie maldito viciado em heroína e crack que nos privou das suas belas composições, na sua maioria acústicas inspiradas no rock sessentista. Seqüelado ao extremo, Smith, contudo, nos deixou um belo legado que chega a mais de 05 álbuns. Esse ano foi lançada uma compilação de b-sides, elogiadíssima pela crítica, de nome "New Moon". É parar e ouvir.






Impossível não se deixar contagiar por esses dois GRANDES e essa bela banda, todos do nascedouro dos anos 90, sensacional época da música que nos presenteou tudo isso.



Trilha sonora do post: Elliott Smith, "Let's get lost".