Guillemots, Live at Brixton Academy - 16.02.07. London - UK.
Não é segredo para ninguém que considero o Guillemots a melhor banda saída da Inglaterra nos últimos anos -- inclusive elegi seu debut como o melhor álbum de 2006 --, de forma que meu sorriso de felicidade quando constatei que haveria show da banda durante a minha estada em Londres era visível.
Depois de dois shows medianos de abertura, a banda finalmente entra, trajada de um branco hospitalar, e já manda diretamente a psicodélica e quase pós-rock "Come away with me" [também nomeada "A samba in the snowy rain"], com seus arranjos climáticos e vocal espetacular.
Em seguida, "Through the windowpane" e "Made up love song # 43" já levantavam a platéia, com sua dominância pop. Revezando as músicas do álbum com b-sides constantes em EP's e temas novos, a banda tocava o show maravilhosamente, alternando instrumentos e posições dos músicos, tudo com controle total sobre o que vinha sendo tocado.
"Annie, let's not wait", o novo single da banda, funciona perfeitamente com energia pop, causando a sensação de que a indústria musical, por mais que tente, não vai conseguir nos entupir de pastiches eternamente. Não. O que passa o show do Guillemots, até esse momento, é simplesmente uma banda com alma, que faz o que quer como quer e bem.
Dangerfield, o vocalista, merece um comentário específico. Imagine se Jeff Buckley estivesse vivo. Ele está. O cara É simplesmente Jeff Buckley, puxando entonações inacreditáveis de vocal e NUNCA errando. É algo tão intenso, tão capaz de provocar variações da músicas e tonalidades diferentes, recheando de novas cores as saborosas melodias, que a imprensa tabloidiana britânica chamou a banda de "indie-soul" [o que não tem nada a ver, mas apenas prova o quanto o cara canta].
Mas a equação não é apenas essa. A questão é imaginar: Jeff Buckley + UMA GRANDE BANDA. Mc Lord Magrão, o guitarrista brazuca da banda, toca vários instrumentos e tem boa presença de palco. E a baixista, Aristizabal [!] Hawkes, me perdoem o comentário, é uma belezura. E, além disso, sabe tocar, com seu baixo clássico e performance comedida, mas competente.
O momento crucial do show foi a partir da belíssima "Redwings", cantada em uníssono pela platéia, ao que se seguiu um irretocável solo de Fyfe Dangerfield da poderosa "We're here", uma das melhores canções do álbum, executada com maestria em voz e violão com novas tonalidades vocais emocionantes. Finalmente, o grande sucesso da banda, "Trains do Brazil", cantado em uníssono inclusive nos seus "barulhinhos" [conhecidos, todos, pela platéia, e o que torna o Guillemots tão especial é a superação da antinomia pop vs. experimental] e a orquestral "Sao Paolo", tocada visceralmente, cuja performance lembrou um pouco o Arcade Fire, a despeito das diferenças no som das bandas.
Não é segredo para ninguém que considero o Guillemots a melhor banda saída da Inglaterra nos últimos anos -- inclusive elegi seu debut como o melhor álbum de 2006 --, de forma que meu sorriso de felicidade quando constatei que haveria show da banda durante a minha estada em Londres era visível.
Depois de dois shows medianos de abertura, a banda finalmente entra, trajada de um branco hospitalar, e já manda diretamente a psicodélica e quase pós-rock "Come away with me" [também nomeada "A samba in the snowy rain"], com seus arranjos climáticos e vocal espetacular.
Em seguida, "Through the windowpane" e "Made up love song # 43" já levantavam a platéia, com sua dominância pop. Revezando as músicas do álbum com b-sides constantes em EP's e temas novos, a banda tocava o show maravilhosamente, alternando instrumentos e posições dos músicos, tudo com controle total sobre o que vinha sendo tocado.
"Annie, let's not wait", o novo single da banda, funciona perfeitamente com energia pop, causando a sensação de que a indústria musical, por mais que tente, não vai conseguir nos entupir de pastiches eternamente. Não. O que passa o show do Guillemots, até esse momento, é simplesmente uma banda com alma, que faz o que quer como quer e bem.
Dangerfield, o vocalista, merece um comentário específico. Imagine se Jeff Buckley estivesse vivo. Ele está. O cara É simplesmente Jeff Buckley, puxando entonações inacreditáveis de vocal e NUNCA errando. É algo tão intenso, tão capaz de provocar variações da músicas e tonalidades diferentes, recheando de novas cores as saborosas melodias, que a imprensa tabloidiana britânica chamou a banda de "indie-soul" [o que não tem nada a ver, mas apenas prova o quanto o cara canta].
Mas a equação não é apenas essa. A questão é imaginar: Jeff Buckley + UMA GRANDE BANDA. Mc Lord Magrão, o guitarrista brazuca da banda, toca vários instrumentos e tem boa presença de palco. E a baixista, Aristizabal [!] Hawkes, me perdoem o comentário, é uma belezura. E, além disso, sabe tocar, com seu baixo clássico e performance comedida, mas competente.
O momento crucial do show foi a partir da belíssima "Redwings", cantada em uníssono pela platéia, ao que se seguiu um irretocável solo de Fyfe Dangerfield da poderosa "We're here", uma das melhores canções do álbum, executada com maestria em voz e violão com novas tonalidades vocais emocionantes. Finalmente, o grande sucesso da banda, "Trains do Brazil", cantado em uníssono inclusive nos seus "barulhinhos" [conhecidos, todos, pela platéia, e o que torna o Guillemots tão especial é a superação da antinomia pop vs. experimental] e a orquestral "Sao Paolo", tocada visceralmente, cuja performance lembrou um pouco o Arcade Fire, a despeito das diferenças no som das bandas.
Faltaram apenas "Little Bear" e "If the world ends", clássicos imprescindíveis do álbum.
Trains to Brazil, cantada junto pela platéia
"We're here", na versão solo acústica do show
Um show magnífico de uma banda que tende a crescer muito mais e fazer shows ainda melhores, especialmente quando a platéia estiver mais familiarizada com alguns dos temas [perdeu-se um pouco da energia na seqüência de b-sides e novas], como estava com os do álbum.