Mox in the Sky with Diamonds

sexta-feira, março 16, 2007

Delícias de lançamentos



Novo do Wilco? Que maravilha. A banda de Jeff Tweedy deixou vazar seu novo álbum, "Sky Blue Sky", com lançamento previsto apenas para maio, acrescentando à sua discografia impecável que começa no alt-country de "A.M." e "Being There", passa pelo pop "Summerteeth" e ganha ainda mais força no aclamado "Yankee Hotel Foxtrot" e no meu favorito, "A Ghost is Born" (2004), certamente um dos discos da década.

Uma primeira ouvida, totalmente superficial e com a qual não me comprometo, revela um pouco menos de experimentalismo e um ligeiro foco nas melodias, doces e melancólicas, como é usual na banda norte-americana. A influência da dobradinha "Harvest"/"Harvest Moon", de Neil Young, parece inevitável. A guitarra chorosa de Tweedy, contudo, continua lá, com a beleza dos riffs que deixam os temas ainda mais marcantes. "Impossible Germany" é isso e muito mais.




O melhor, até agora. DAMON ALBARN dificilmente brinca em serviço. Goste-se ou não dele, o fato é que Blur e Gorillaz são dois projetos bem sucedidos, e a superbanda montada junto com Simon Tong [guitarrista, ex-Verve], Paul Simonon [baixo, ex-Clash] e Tony Allen [baterista de Fela Kuti, especialista em afrobeat] dá conta do recado, com sobras.

O disco do The Good, The Bad & The Queen é bom do início ao fim, funcionando perfeitamente a combinação do pop de Albarn com riffs espectrais de Tong [dica: conferir "A Storm in Heaven", álbum de estréia do Verve], em tom de spaghetti western. "History Song" e "Herculean", por exemplo, são maravilha.
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Para dançar
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TRÊS são os lançamentos importantes para as pistas indies nesse começo do ano.
O primeiro é o hiper-hypado disco dos Klaxons, "Myths of the near future", que é bem legalzinho, mas também nada demais. "Golden Skans" é bacana, assim como "Magik" e as já conhecidas "Gravity's rainbow" [inspirada no livro do outsider Thomas Pynchon] e "Atlantis to Interzone". O engraçado é esse som, que apenas repete tudo que explodiu em Nova York nos idos de 2002 e 2003, ser tratado como novidade -- "new rave".
Aliás, a maioria dessas bandas da "new rave" é lixo, como o brasileiro CCS e a palhosca The Gossip. Exceções são Hot Chip, boa banda da Inglaterra, e The Presets, menos conhecida, mas bem melhor que as hypadas.
Outro lançamento é do !!!, que vem da cena nova-iorquina, mas não ouvi ainda. O SR. JAMES MURPHY, com seu LCD Soundsystem, bota pra rolar um techno minimalista com vários temperos no energético "A Sound of Silver", que vale a pena ser escutado e, de preferência, dançado até a morte.



Lamento.


Acabo de ler que Benjamin Curtis, um dos irmãos que compõem conjuntamente com o baterista Garza o Secret Machines, irá abandonar a banda e se dedicar a outro projeto, nomeado School of Seven Bells. Uma pena para o Secret Machines, que era apenas um power trio, com um EP de estréia preciso ["September 000"] e dois álbuns fantásticos ["Now here is Nowhere" e "Ten Silver Drops"] -- dos favoritos da Casa.

Esperemos que os componentes restantes, que já prometem voltar ao estúdio para novo álbum, dêem conta do recado.
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Ceticismo.
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Embora a Pitchfork tenha noticiado que o Portishead já tocou um novo tema e planeja lançar novo álbum, coisa admitida pela banda que inclusive tocou uma faixa na coletânea motelesca "Monsieur Gainsbourg Revisited", encaro com ceticismo.
Desde que esse blog existe escrevo que aguardo esse retorno, e uma nova decepção vai ser foda.