Mox in the Sky with Diamonds

terça-feira, dezembro 05, 2006

LOS HERMANOS EM PORTO ALEGRE
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Pessoas, mais de uma semana sem poder acessar a Internet em casa é um saco. Mas estamos aí.
Falar do Los Hermanos já está se tornando banal. Contudo, não custa deixar mais uma palavrinha, já que esses dias lia no Lúcio Ribeiro que fora eleito o melhor disco nacional o do Moptop, bandinha que Somepills já testemunhou ao vivo [show do Oasis] detectou o óbvio: The Strokes, The Strokes, The Strokes. Quando "a" banda nacional do ano é um plágio descarado, é sempre bom valorizarmos o que temos de melhor.
E os Hermanos são, defitivamente, o que temos de melhor.
Uma palavrinha antes, contudo, sobre o Mombojó. Eleitos pelo Somepills como o melhor disco nacional de rock do ano 2004, com "Nadadenovo", os caras trouxeram o seu novo CD, o "O Homem-Espuma", para tocar por aqui. Com algumas ouvidas, é possível dizer que, apesar de manter um certo experimentalismo, o som está bem mais direto e agora, mais claro que nunca, trata-se de rock. A sonoridade de "Nadadenovo" era tão difusa e misturada, que era difícil catalogar os caras. Samba, free jazz, bossa nova, trip hop, eletrônico -- tinha de tudo ali. "O Homem-Espuma" é bem colorido, mas mais "na mira" do rock. Show bastante bom, que foi prejudicado pelo fanatismo dos fãs dos Hermanos, a quem se queria ouvir de fato.
Antes de começar o show direto dos Hermanos, as bandas ainda tocaram juntas "Saborosa", que ganhou uma guitarrada de Sonic Youth, e "Fez mar", que foi portisheadizada, como as próprias bandas falaram em entrevista anterior. Ficaram ótimas. E mais algumas.
O show foi o de sempre: músicas cantadas em uníssono, brilhantismo de letras, arranjos excelentes, performance perfeita da dupla. Apenas repito o que já tinha falado quanto ao show anterior: Camelo é um novo Buarque; Amarante, um novo Renato Russo. Nessa simbiose MPB/Rock Alternativo, os Los Hermanos fazem a melhor síntese de música brasileira e rock desde os Mutantes, e se credencia como das melhores bandas do mundo. Isso já fica claro com "Dois Barcos" e "Primeiro Andar", as duas geniais músicas que abrem o show.
Eu prefiro, particularmente, a banda sem os metais, como tocaram no Opinião. Mas com eles também é ótima. Não rolou a psicodelia radioheadiana de "Pois é", porém o show foi mais uma mostra de que o rock brasileiro tem esperança.

Silversun Pickups e Asobi Seksu
Suas novas bandas americanas que bebem no shoegaze. Mas com diferenças significativas. Leiam a minha resenha do Silversun no Plugitin!. Fica bem claro entre as bandas que são de fontes diferentes, enquanto a primeira soa como My Bloody Valentine [de "Loveless"] e Slowdive; a segunda fica entre Ride e Chapterhouse, a parte chata do shoegaze [que se pretende mais alegrinha], na minha modesta opinião.
Seleção do Brasileirão
Ceni (SP); Paulo Baier (Palmeiras), William (Grêmio), Eller (...) e Marcelo (Fluminense); Mineiro (SP), Lucas (Grêmio), Zé Roberto (Botafogo) e Hugo (Grêmio); Fernandão (...) e Souza (Goiás).
Técnico: Mano Menezes (Grêmio).
Trilha sonora do post: The Verve, "Velvet Morning".