Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, outubro 12, 2006

Quinta, 12 de outubro de 2006, 15h09
Alckmin venceu nas áreas com maior desenvolvimento humano; Lula, nas de menor


Nos 104 municípios do país com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o candidato à reeleição para a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PCdoB-PRB), recebeu o voto de praticamente três em cada quatro eleitores no primeiro turno da eleição presidencial. Lula teve 71,28%, contra 24,35% de Geraldo Alckmin (PSDB-PFL). O total de eleitores nesses municípios é de 785,2 mil 377,5 mil votaram em Lula e 128,9 mil, em Alckmin. O candidato tucano, por sua vez, obteve mais votos nos 104 municípios com maior IDH: 48,26%, contra 36,89% de Lula. O número de eleitores nesse universo é bem maior que nos municípios com IDH menor: 26,9 milhões, dos quais 10,2 milhões votaram em Alckmin, e 7,8 milhões, em Lula. O Índice de Desenvolvimento Humano é composto, em partes iguais, de indicadores que acusam o bem-estar da população em três dimensões: expectativa de vida, nível educacional e renda per capita. Os últimos dados disponíveis sobre IDH municipal no país são do Atlas de Desenvolvimento Humano 2002, estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Dos 15 municípios com maior IDH no país, todos menos Fernando de Noronha (PE) ficam nas regiões Sul e Sudeste a lista é liderada por São Caetano do Sul (SP), com 0,919, numa escala de 0 a 1. Nos 16 com menor desenvolvimento humano, o primeiro da lista é Manari (PE), com 0,467. Todos, excetuando-se Jordão (AC), ficam no Nordeste. Quem tiver curiosidade de comparar estas informações com a distribuição geográfica dos votos do primeiro turno, estado por estado, pode acessar o mapa elaborado pela Radiobrás. Ele mostra que o Acre, onde fica Jordão, é um dos dois únicos estados de todo o Norte e Nordeste onde Alckmin teve mais votos o outro é Roraima. Para elaborar esse levantamento, a Radiobrás usou como referência a obra Atlas da Exclusão Social, do economista Márcio Pochmann. A obra usa como base o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A maioria do eleitorado esclarecido recebe essa notícia da seguinte forma: os ignorantes votam em Lula porque são burros, não estão esclarecidos o suficiente. Confundem, basicamente, política com filosofia. Triste legado da Modernidade, controlar a política pela filosofia ou pela ciência. Política não é filosofia. Política é um jogo de interesses, sem que a palavra "interesse" tenha sentido negativo. Interesse, no sentido neutro -- abrange legítimos e ilegítimos. Cada um vota segundo seu interesse. Os ricos votam no seu interesse e os pobres, no seu.

Portanto, para mim, a solução é bastante óbvia: estou com os pobres, faça-se justiça.



Trilha sonora do post: Destroyer, "Your blood" (ouvi ótimos elogios, mas até agora o som é normal e a produção péssima, péssima).