Mulheres
Eu admiro as mulheres.
Admiro porque são delicadas, frágeis, sensíveis, mas extremamente poderosas. Sempre sustentei e continuo sustentando que são formas superiores a nós, homens. Aperfeiçoamentos. Tanto que, com toda nossa força brutamonte, nossa agressividade fálica, nos arrastamos como vermes ante a sensualidade, a doçura, a beleza feminina. As mulheres nos dominam a passos largos.
Admiro as mulheres pelas poses. Mulher adora fazer pose. Enquanto o homem, constrangido ante uma câmera, evita demonstrar qualquer coisa que não seja uma cara aborrecida, carrancuda, não-hospitaleira, a mulher parece se divertir no exibicionismo. Não há uma, umazinha mulher que não adore se exibir. Girar o corpo, empinar a bunda, os peitos, fazer um biquinho. Usam decotes extremos sem pudor de seduzir. Saias curtas, onde as coxas ficam expostas e fazem os homens delirar.
Notem: os macacos. Macacos primevos que olham as belas formas e ficam admirados, como se diante de uma divindade estivessem. Homens que caem mortos, na sua inteligência e arrogância, perante uma bela mulher, caem mortos como se fossem cachorros prontos a lambê-la como escravos. A bela mulher, consciente da sua superioridade, apenas se exibe, deixa aparecer suas formas, e ri, sarcasticamente, da condição inferior do macho.
Inés Sainz - a motivadora das reflexões
Toneladas de força masculina são evanescidas na fragilidade feminina. O pequeno corpo da mulher, em relação ao robusto do homem, quebra a lógica da natureza: sua beleza destrói a hierarquia da força e estrutura um novo tipo de relações de poder -- poder da sedução. Cada pequeno movimento feminino estabelece uma relação de violência simbólica superior à violência física masculina. A mulher situa-se no todo da cadeia alimentar, devoradora de homens sem o mínimo de movimento, basta-lhe ser para seduzir.
Situamo-nos nós, homens, um degrau abaixo -- caçadores que alimentam as dominadoras. Descarregamos nossa pulsão de morte em plena natureza, enquanto Eros se reflete na mulher, esse ser abençoado pela natureza ante suas belas formas. Alguém já ouviu um gemido, um miado, um dengue feminino? Existe algo mais irresistível? É no nível micro que a mulher ataca. Estabelece hierarquias de baixo para cima, fazendo que as micro-relações se fixem a partir dos seus intocáveis desejos.
Suas armas são infalíveis -- corpo. Nenhum homem heterossexual é capaz de resistir às armadilhas do corpo feminino. Por isso os heteros têm até uma ponta de inveja dos homossexuais, na sua capacidade de resistir -- com uma risada sarcástica -- do poder de sedução feminina. E talvez por isso os gays olhem para os heteros com certo desprezo: é essa condição de animalidade diante da fêmea que não superamos; a capacidade dela impor, mediante um domínio insondável do corpo, suas vontades.
Toda força bruta do homem não dá conta de metade da doçura feminina.
Trilha sonora do post: Richard Ashcroft, "Buy it in bottles".
Eu admiro as mulheres.
Admiro porque são delicadas, frágeis, sensíveis, mas extremamente poderosas. Sempre sustentei e continuo sustentando que são formas superiores a nós, homens. Aperfeiçoamentos. Tanto que, com toda nossa força brutamonte, nossa agressividade fálica, nos arrastamos como vermes ante a sensualidade, a doçura, a beleza feminina. As mulheres nos dominam a passos largos.
Admiro as mulheres pelas poses. Mulher adora fazer pose. Enquanto o homem, constrangido ante uma câmera, evita demonstrar qualquer coisa que não seja uma cara aborrecida, carrancuda, não-hospitaleira, a mulher parece se divertir no exibicionismo. Não há uma, umazinha mulher que não adore se exibir. Girar o corpo, empinar a bunda, os peitos, fazer um biquinho. Usam decotes extremos sem pudor de seduzir. Saias curtas, onde as coxas ficam expostas e fazem os homens delirar.
Notem: os macacos. Macacos primevos que olham as belas formas e ficam admirados, como se diante de uma divindade estivessem. Homens que caem mortos, na sua inteligência e arrogância, perante uma bela mulher, caem mortos como se fossem cachorros prontos a lambê-la como escravos. A bela mulher, consciente da sua superioridade, apenas se exibe, deixa aparecer suas formas, e ri, sarcasticamente, da condição inferior do macho.
Inés Sainz - a motivadora das reflexões
Toneladas de força masculina são evanescidas na fragilidade feminina. O pequeno corpo da mulher, em relação ao robusto do homem, quebra a lógica da natureza: sua beleza destrói a hierarquia da força e estrutura um novo tipo de relações de poder -- poder da sedução. Cada pequeno movimento feminino estabelece uma relação de violência simbólica superior à violência física masculina. A mulher situa-se no todo da cadeia alimentar, devoradora de homens sem o mínimo de movimento, basta-lhe ser para seduzir.
Situamo-nos nós, homens, um degrau abaixo -- caçadores que alimentam as dominadoras. Descarregamos nossa pulsão de morte em plena natureza, enquanto Eros se reflete na mulher, esse ser abençoado pela natureza ante suas belas formas. Alguém já ouviu um gemido, um miado, um dengue feminino? Existe algo mais irresistível? É no nível micro que a mulher ataca. Estabelece hierarquias de baixo para cima, fazendo que as micro-relações se fixem a partir dos seus intocáveis desejos.
Suas armas são infalíveis -- corpo. Nenhum homem heterossexual é capaz de resistir às armadilhas do corpo feminino. Por isso os heteros têm até uma ponta de inveja dos homossexuais, na sua capacidade de resistir -- com uma risada sarcástica -- do poder de sedução feminina. E talvez por isso os gays olhem para os heteros com certo desprezo: é essa condição de animalidade diante da fêmea que não superamos; a capacidade dela impor, mediante um domínio insondável do corpo, suas vontades.
Toda força bruta do homem não dá conta de metade da doçura feminina.
Trilha sonora do post: Richard Ashcroft, "Buy it in bottles".
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