Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, maio 15, 2006

10 músicas para se ouvir transando
.

Image Hosted by ImageShack.us

.
O sexo é um presente dos deuses. Eros é a força que une a divisão da natureza, uma energia convergente que amplia os limites sensitivos e estabelece uma sinergia de êxtase. Sexo é psicodélico, psicótico, selvagem, rompedor, sinestésico.
.
Como tudo na vida, também uma boa transa exige uma trilha sonora adequada. Não dá pra ouvir "Hysteria", do Muse, como outro dia eu vi um cara escrever, e achar que isso pode gerar uma boa transa.
.
Errar a música significa errar nos detalhes, assim como não massagear o clitóris, ejaculação precoce, amaciar toques que devem ser firmes, apertar demais os seios, morder, não explorar o corpo feminino --- esse éden que nos é apresentado em breves momentos. Os detalhes são fundamentais. Já disse que Henry Miller é um dos meus pais: então, ouçam a sutileza milleriana, a buceta é fonte infindável de energia em estado bruto, extasiante, capaz de gerar um entorpecimento dos sentidos em um grau praticamente inigualável. A música é outra fonte de Dionísio. A combinação, por isso, é uma celebração da vida.
.
10. Prodigy, "Breathe".
.
Para sexo animal, curto e rápido. Pois às vezes as circunstâncias fazem o monge.
.
9. Garbage, "Queer".
.
Vocal agressivo/sensual/sujo/pervertido de Shirley Manson, em batida cadenciada e doentia, um pouco de barulho estonteante, com letra para lá de maluca. Se bem que, nessa hora, a letra não importa.
.
8. Marvin Gaye, "Let's get it on".
.
"Let's get it on" = "Vamos transar?". Precisa dizer mais?
.
7. Tricky, "Hell is around the corner".
.
Vocais ao estilo black music tradicional, com uma batida meio hip hop -- na verdade, é Isaak Hayes sampleado ---, porém recheada de efeitos e distorções, como se fosse um hip hop chapado de heroína.
.
6. Air, "Cherry blossom girls".
.
Ambiental eletrônico psicodélico. Vocais delicados e macios; melodia aderente; leve como o toque nos lugares mais sensíveis da mulher. Perfeita para as preliminares.
.
5. The Rolling Stones, "Honk Tonk Woman".
.
A representante rock'n'roll do elenco. O rock é um ritmo mais adequado pra cerveja, velocidade, boêmia, etc. Entretanto, os Rolling Stones sempre foram pais da tríade sexo, drogas e rock'n'roll, tendo músicas para todos os gostos. "Honk Tonk Woman" é um blues sensual, perfeito para um strip-tease, carícias, sedução. Sinestesicamente falando, as guitarras e vocais parecem curvas femininas em movimento.
.
4. Cat Power and Karen Elson, "I love you (me either) (Je t'aime mon non plus)".
.
Da deliciosa coletânea "Monsieur Gainsbourg Revisited", da qual o Lúcio Ribeiro falou esses dias, gravações de diversas bandas inglesas de clássicos parisienses, desde os novatos Rakes e Franz Ferdinand a figuras tarimbadas como Michael Stipe (REM), Jarvis Cocker (Pulp) ou Portishead (cuja notícia de música nova me fez baixar com desespero o disco). Essa deliciosa versão de Cat Power esbanja sensualidade nos seus vocais semi-pornôs.
.
3. Mono, "Life in mono".
.
Mais uma banda de trip hop dos anos 90, que lançou apenas um disco. Vocal sensual, ritmo quebrado, chapante. DJ's arranham os discos, violinos e sintetizadores ambientam a voz angelical da vocalista. Uma ambiência barrôca em vocais doces. Acompanha os movimentos.
.
2. Massive Attack, "Dissolved Girl".
.
Sintetizadores deslizam suave e densamente, como camadas de sangue resvalando. Um vocal doce e rasgado irrompe e somos jogamos em uma atmosfera pesada, nua, satânica. O clima está posto: a luz foi apagada, o sol morreu. "Need a little love to lose the pain". Ritmo quebrado, instrumental sujo, mas leve, psicodelia em círculos. CORPOS. Som para orgasmos múltiplos.
.
1. Portishead, "Glory Box".
.
Absoluta. O HINO do sexo. Uma batida perfeita, vocais hipersensuais, de uma beleza pornô e, ao mesmo tempo, sem um pingo de apelo ou agressividade. A simples e pura beleza do sexo. Pura como um corpo nu feminino, mas tão fatal quanto. Espiritualização do prazer. Dionísiaca.
.
Tá bom? Agora pode jogar no lixo teus clichês de Tears for Fears e Sade. Porque "Woman in chains" é SEMPRE ruim, não importam as circunstâncias.