Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, março 22, 2006



Yeah Yeah Yeahs e Flaming Lips
Yeah Yeah Yeahs lançam seu segundo disco, "Show me your bones". Primeira impressão? Estranho. O conceito de "Fever to tell", primeiro disco do trio de New York era, basicamente, saturar as guitarras até os nossos limites sonoros, com uma bateria pauleira e a vocalista cantando como uma cadela no cio. Basicamente, coisa para mentes doentias. Obviamente, eu gostei. Agora, no entanto, o trio parece ter seguido um caminho diferente, mais ou menos na linha do The Breeders, banda de Kim Deal (Pixies), com dois pés cravados na distorção indie, mas um pouco mais melódica e "carinhosa" em relação ao seu primeiro álbum.
Os Flaming Lips mandam um disco bala, que já vazou antes de ser lançado, mas ainda não tenho muitas conclusões. Só posso dizer que, ouvindo bem agora "Yoshimi battles the pink robots" (2002), estou simplesmente viciado. O som é alterado em relação à duplinha Transmitions/Clouds, que ganhou um post há um tempo nesse blog, de uma distorção psicodélica em guitarras rasgadas passou a um apuro melódico maior, um pop desenhado em psicotrópicos. Fico devendo comentário sobre "At war with the mistics".
Meu tempo se foi
Meu tempo está sendo basicamente consumido pelo Mestrado. Não bastasse isso, tive um mês de março de trabalho absurdo, por duas pessoas, praticamente amassado pelos processos que me rodeavam. Agora dou uma descansada, ouvindo o ótimo Mercury Rev, de um texto de Habermas. Ontem fui a um churrasco e, podre de cansado, acabei ficando bêbado demais e incapaz para sair na noite. Sinto falta imensa da boêmia, da cerveja, dos amigos. Mas é questão de prioridade: um aninho, pelo menos, de sacrifício. No restante, os acontecimentos andam meio parados: salvo um ou outro telefonema.
Coisa chata
Não acompanhei o BBB desse ano, e nem me arrependo. Mas, se há uma coisa que me irrita, é a mania das pessoas querem dar o título para uma "pessoa que precisa", ou seja, alguém pobre. Ora, se é um jogo, deve vencer o melhor. Quem quer ajudar os pobres comece votando em políticos preocupados com o problema, apoie iniciativas que tentem corrigir a desigualdade, luta para efetivação dos direitos humanos. Votar no "pobre" do BBB, normalmente uma figura medíocre, é apenas reafirmar nossa hipocrisia e amor pela fraqueza.
Ok
É verdade que o Lula está em campanha desde o início desse ano, pelo menos. Mas e Alckmin? E Serra? E Garotinho? E Rigotto? Todos ocupam cargos públicos e se utilizam do poder para divulgarem sua candidatura, da mesma forma que o Presidente. No jogo podre da política brasileira, apenas o otário deixa de fazer o errado, mas todos são hipócritas.
E, falando ainda em política, me parece a coisa mais óbvia do mundo que o caseiro Francenildo foi pago pela oposição para dizer o que está dizendo, nunca vi uma insinuação tão clara de corrupção não ser tratada como "leviandade" --- e parece meio óbvio o porquê. Nisso tudo, foi de uma burrice monumental a quebra do seu sigilo, que apenas desviou o foco das investigações. Uma estratégia bem montada poderia ter desmascarado --- e desmoralizado --- o PFL, que finalmente mostra suas garras de partido que sustentou a Ditadura Militar e teve nos seus quadros Hildebrando Pascoal.
Onde está a alma?
Partindo o cérebro em pedaços, o que resta da alma? Corte um pedaço do seu cérebro e você corta, sim, um pedaço da sua alma. Ou seja, as relações mentais são puramente físicas, porém temos que descrevê-las com outro vocabulário, o do mental, porque há processo reflexivo, que age com auxílio da memória, e nos permite pensar sobre nós mesmos. A isso as pessoas normalmente nomeiam "alma" e consideram a "diferença" do ser humano em relação aos outros animais.
Blogspot
É incrível, mas esse blogspot não gosta de mim. Não sei por que raios toda vez que insiro uma figura ele fica todo desconfigurado. Shit.
Post meio sem inspiração.
Trilha sonora do post: Mercury Rev, "A Drop in Time".