Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Influências
É impressionante como certas pessoas entram na nossa vida e nos mudam. Não vou citar nomes, mas estava fazendo uma retrospectiva dos últimos tempos e vendo como cada amigo meu mudou meus costumes, hábitos, gostos. Hoje em dia sou uma pessoa bem distinta do que era há seis, sete anos atrás. Minha histórias sobre a adolescência, por isso, são descontínuas: começam, tropeçam, ficam estagnadas e depois, já na convivência com os malucos que eu convivo, explodem.
Um pouco de humildade nos faria melhor. Que tal admitir a influência das pessoas sobre nós mesmos? Que tal admitirmos que a nossa "personalidade" ou o nosso "eu" não se faz como um conjunto de decisões racionais que vão se somando em linha reta, mas sim como um zigue-zague que vai sugando o ambiente e se moldando a ele? Eu estou numa boa, com meus amigos loucos.

Mais indie ainda
Confesso que ainda estou me adaptando ao Wolf Parade, mas a audição vai melhorando aos poucos. Realmente, existe um certo parentesco com o Arcade Fire - a complexidade instrumental e um certo caráter épico-nostálgico - vai levando as músicas. Pode até ser mesmo a tal cruza entre Modest Mouse e Arcade. Ou, simplesmente, um Arcade mais indie.

Elas
Eu tenho amores novos e antigos. Tem certas mulheres que, na real, me devastam, desequilibram. Como câncers que vão tomando conta do meu organismo, basta ouvir suas vozes, ou coisas bem mais sutis para sentir meu precário equilíbrio naufragar. Sou fraco, admito. Tão fraco quanto sou para a bebida, sou para agüentar o feminino. Me embriago fácil.
Eu só queria mesmo ser menos intenso.

Terceira via
Rigotto quer Serra e Lula candidatos e tem razão. Uma disputa como essa tendo a ser uma carnicifina sem fim. Os dois irão definhar. Nesse cenário, cresce a probabilidade de se desenhar uma terceira via. Rigotto já fez isso aqui no RS e quer fazer de novo. Antes ele que Garotinho, mas com pêsames, porque seria quatro anos de Governo Federal engessado, vaselina, sem rumo. Daqueles que não dá para bater por não fazer nada. Por isso, eu bato na omissão.

Madrid de Lopez Caro
Quantos enganos! O Madrid de Lopez Caro, que vi jogar contra o Villareal de domingo, está um pouco mais compacto, mas é questão de tempo até desandar. Sem consistência, com Júlio Baptista e Robinho inseguros, dificilmente o Madrid progredirá. A saída de Ronaldo para entrada de Cicinho foi um sintoma de desorientação tática, deixando Cicinho preso na ponta, como se fosse um Figo - o que ele não é -, e o time sem referência. Entretanto, Cicinho já mostrou capacidade e habilidade e, salvo lobbys espanhóis, deverá conquistar naturalmente a posição de Salgado. Roberto Carlos, por outro lado, é pura decepção: parece que a idade finalmente pesou e, agora, perdeu totalmente a embocadura (seu forte, afinal).
A essas alturas, o melhor a fazer é recolocar Gravesen no time, Cicinho na lateral, manter a dupla Ramos-Woodgate, Roberto na esquerda (com todos os seus problemas), Beckham na meia direita e Baptista na esquerda, Zidane encostado nos atacantes e Robinho, na esquerda, com Soldado ou Cassano na frente.
Aliás, um dos grandes problemas do Madrid nessa temporada foi que Luxa quis montar o mesmo esquema que foi vitorioso no Cruzeiro, com um losango no meio, e Baptista não correspondeu no lado esquerdo. Acabou alternando a posição com Zizou. Acho que isso deveria ser tentado um pouco mais. Do contrário, deve ceder lugar a Guti. Imperioso, contudo, que Zidane jogue encostado nos atacantes, e não como meia esquerda, para o qual não tem mais preparo.

Goldfrapp, "Supernature" (2005).
Quando eu ouvi pela primeira vez o GOLDFRAPP, foi fruto de uma pesquisa intensa em torno de bandas que tocassem trip hop - o gênero inventado na década de 90 por bandas impecáveis como Massive Attack e Portishead. O som era denso, difícil, experimental e triste [tá aqui o link para conferires]. Mais difícil, inclusive, que as duas bandas citadas.
As sucessivas ouvidas de "Supernature", álbum lançado em 2005, me colocam sempre em estado de estupefação. O que aconteceu? Aquela banda de repente começou a tocar uma proto-dance-music, certas vezes até aproximando-se de coisas como Madonna, Daft Punk ou New Order. Muito estranho! A transmutação do som, inchando de teclados eletrônicos e transformando o antes vocal estilo Beth Gibbons em pop dançante fez com que os mp3 tenham sido dirigidos ao local devido: lixo.
Jonny Greenwood
Impressionante o trabalho solo de Jonny, que eu não conhecia. Na verdade, o disco é de um experimentalismo exacerbado, passeando por vários estilos musicais dentro de uma atmosfera instrumental tensa, agonizante, triste e cinzenta. O mestre da guitarra do Radiohead prova que Kid A não foi obra exclusiva de Thom Yorke. Na verdade, esse multi-instrumentalista deixa claro que compartilhou da mesma loucura do tipo "fazemos músicas para robôs" ou algo do gênero. Flerta com eletrônico, free jazz, trip hop, Björk, percussões descontroladas e Mogwai [pós-rock].
Simplesmente belo.


Image Hosted by ImageShack.us Muito além dos riff mais plagiados da música atual

Pitty

Vi o clipe na Pitty novo e, não bastasse a idiotice das imagens, a música ainda é ruim. É verdade que emular Queens of the Stone Age - como é EVIDENTE que acontece --- é uma coisa bacana. O que realmente incomoda é o vocal da baiana, que é ruim que dói. Olha que eu até gostava de algumas músicas do primeiro disco: esse single, no entanto, é pra matar. Vale pelo instrumental. Mas... tipo... não é exatamente ela a banda?

Trilha sonora do post: Tortoise, "TNT".