Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, dezembro 19, 2005

TOPTEN FILMES DO ANO


Image Hosted by ImageShack.us 10. Kung-Fusão ("Kung Fu Hustle", Dir. Stephen Chow)
A melhor comédia do ano, capaz de arrancar vigorosas risadas dos seus espectadores, mistura os exageros de super-força dos mangás e animes, a tradição das artes marciais do oriente com os elementos cômicos do desenhos animados ocidentais, transformando tudo numa peça de riso inevitável. O filme vai ganhando fôlego até desembocar num final inesquecível de diversão.


Image Hosted by ImageShack.us 9.
A Queda! As Últimas Horas de Hitler ("Der Untergang", Dir. Oliver Hirschbiegel)
E se fossemos governados por um insano? E se o fanatismo fosse elevado a conduta normal? E se perdêssemos a noção de certo e errado? E se um projeto nacionalista fosse colocado acima de todos os demais valores? "A Queda! As Últimas Horas de Hitler" não é, como certos críticos [prudentemente] quiserem colocar, uma apologia a Hitler, mas a simples demonstração, imersa no seu dia-a-dia e ponto de vista, da sua loucura fenomenal, da megalomania patética que o tornou o assassino mais cruel da história da humanidade.

Image Hosted by ImageShack.us 8. Closer: Perto Demais ("Closer", Dir. Mike Nichols)
As trapaças do jogo do amor. A mentira e a verdade, lado a lado, incapazes de se mostrarem satisfatórias. A imprevisibilidade. O domínio da fragilidade feminina sobre a truculência masculina. Closer, teatro na tela do cinema, é tão sintético quanto preciso.

Image Hosted by ImageShack.us 7. Mar Adentro ("Mar Adentro", Dir. Alejandro Amenábar).

"Eu não estou dizendo que os paraplégicos devem morrer, estou dizendo que eu quero morrer". Mar Adentro toca numa das feridas da racionalidade, a eutanásia, que irá opor para sempre conservadores e liberais. Com interpretação fantástica do protagonista, coloca o tema sem apelação a clichês e, a todo momento, vocifera contra posições que pretendam extrair uma regra universal sobre o tema. De uma tristeza categórica, que persegue toda película espanhola.

Image Hosted by ImageShack.us 6. Cidade Baixa (Dir. Sérgio Machado)

O amor na sua fatalidade. Amor inesperado, indesejado e incontrolável. Amor que transcende a vontade, amor que se manifesta fora dos quadrantes da escolha. Amor que destrói, ao invés de construir. Amor inconciliável, inaceitável e inevitável. "Cidade Baixa" é um filme sobre o pior amor, aquele que não deveria existir, mas teima em permanecer perene, intocado e furioso.

Image Hosted by ImageShack.us 5. Manderlay ("Manderlay", Dir. Lars von Trier)

Corpos negros dominados por estruturas maiores do que as suas decisões. A escravidão nua e crua, setenta anos depois de sua abolição. Só não enxerga quem não quer. Manderley usa os mesmos anti-recursos que Dogville. Perde por pouco para o primeiro filme da trilogia, mas tem uma intensidade dramática similar. Lars von Trier pensa estar falando sobre os norte-americanos: na verdade, é o próprio gênero humano que está ali, e nós, brasileiros, sabemos bem disso.

Image Hosted by ImageShack.us 4. O Jardineiro Fiel ("The Constant Gardener", Dir. Fernando Meirelles)

Os dramas da África encenados com precisão milimétrica, sem eufemismos ou disfarces. Os interesses da indústria farmacêutica que apenas refletem um individualismo exacerbado, onde os mais fracos sofrem os efeitos da ganância incontrolável do ocidente. Fotografia perfeita, atuação impecável dos atores.

Image Hosted by ImageShack.us 3. Sin City ("Sin City", Dir. Frank Miller/Robert Rodrigues)
Sin City não tem uma dimensão filosófica tão interessante quanto os demais, mas é o apogeu gráfico, a expressão de tensões emocionais com a utilização de cores expressivas, a agressividade incontida e a surpresa constante que tornam o filme repugnante e, por isso, fascinante. Como a verdadeira arte. Uma peça de verdadeira arte.
Image Hosted by ImageShack.us 2. Menina de Ouro ("Million Dollar Baby", Dir. Clint Eastwood)
O mérito de Clint Eastwood não foi construir uma narrativa de batalha, superação e sucesso que levaria a mais uma história comum. É justamente o oposto: a humanização constante dos seus personagens faz com que "Menina de Ouro" pareça um diálogo natural entre pessoas comuns, entre nós, nos seus detalhes e rixas. A virada fenomenal, no final, ainda transformou a filme em uma peça sui generis no cinema americano, colocando o dilema da vida e morte e ameaça constante de presença do evento trágico.
Image Hosted by ImageShack.us 1. Crash ("Crash", Dir. Paul Haggis)
Onde a política de inclusão de minorias dos EUA foi parar? Identidades culturais levadas ao extremo, até a ignorância perante a humanidade do outro atingir o cume, e depois se reerguer diante da tragicidade da vida cotidiana. Crash é mais do que um retrato dos dilemas norte-americanos: é um retrato dos dilemas da pós-modernidade mundial. Medalha de ouro.



Trilha sonora do post: Spiritualized, "Stay with me".