Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Pop PERFEITO
"Fix You", do Coldplay, é certamente uma das músicas do ano. Com riffs inspirados no U2-oitocentista, combinando com uma inspiração vocal-falseateada e o apogeu épico, parece um retrato do que há de mais perfeito no formato pop. Algo que o Coldplay sempre fez e agora levou ao extremo, para bem e para mal. Pop, para este blogueiro, significa apenas produção "redonda", instrumentos limpos, melodia constante e anti-experimental, vocais trabalhados. Pop, portanto, não é sinônimo de sucesso, embora no caso de "Fix You" seja.
Mas mais perfeita do que "Fix You" é "Transatlanticism", faixa-título do disco anterior (2003) do Death Cab for Cutie. Digo isso porque em todas as músicas pop, quando boas, ficamos com a sensação de que desejaríamos um minuto a mais de música, mas talvez aquele minuto seria uma extravagância que estragaria a canção. Em "Transatlanticism", o DCFC consegue a síntese perfeita entre um e outro: em oito minutos nada arrastados, a melodia perfeita, no estilo de "Fix You", ganha um crescente permanente, te jogando num constante estado de estupefação. É um negócio muito complicado de explicar, mas dá vontade de gritar, chorar, tocar junto, socar a parede, chutar tudo ao redor. A música já começa, no seu teor épico-magistral, segundos antes, emendada por percussões com "Tiny Vessels". Depois, desembocando em riffs limpíssimos e teclados sutis e elegantes, vai seguindo um vocal aveludado, semi-perfeito, porém que carrega consigo a essência do desespero: a saudade, em virtude da distância. A música parece composta nos seus micro-detalhes, com cotonetes tirando excessos e marcando o contorno da perfeição.
Tentei descrever brevemente as sensações que essa música causa em mim: um misto de agonia, angústia, desespero, gozo e embriaguez sonora. Melhor ainda é ouvir logo isso aí. Oito, eu disse OITO, minutos de pop perfeito.

Totalmente diferente
Fazer uma lista significa, necessariamente, cometer injustiças. Vejam, por exemplo, o ano passado. Hoje em dia, se fosse fazer uma lista dos melhores, estaria totalmente diferente, especialmente por causa dos discos que ouvi durante esse ano.
Colocaria, mais ou menos, assim: 10. The Libertines, "The Libertines"; 9. Keane, "Hopes and Fears"; 8. Interpol, "Antics"; 7. Franz Ferdinand, "Franz Ferdinand"; 6. Arcade Fire, "Funeral"; 5 - Secret Machines, "Now Here is Nowhere"; 4. Manic Street Preachers, "Lifeblood"; 3. The Killers, "Hot Fuss"; 2. Wilco, "A Ghost is Born"; 1. Snow Patrol, "Final Straw". Apenas o primeiro lugar segue o mesmo.
Notem, 05 estreantes em dez. Esse ano, se tiver um é muito.
Mas o ponto é: daqui a seis meses, pode ser que faça uma lista completamente diferente.

Wolf Parade e The Kills
Os tais canadenses do Wolf Parade, hypadíssimos entre os indies de plantão, não têm nada a ver com o Arcade Fire: pra mim, o som lembra muuuuuuuito o Modest Mouse. Mas não é uma opinião definitiva.
O The Kills, que esteve aqui no Brasil esse ano, é uma duplinha mista que toca um som garageiro pra burro, com guitarras secas e cruas e vocal sexy. Lembrou do Raveonettes e do White Stripes? Sim, parece um pouco cada um. Raveonettes pela garagem e pelo vocal sexy, mas o som é mais cru e indie ainda. E a banda sofre de um defeito que os Stripes não têm: falta instrumento. Ao contrário da eletricidade que faz Jack White preencher a música, ali parece que, o tempo todo, a harmonia é vitimada pela ausência de um instrumental mais poderoso [leia-se, pelo menos o básico: baixo, bateria e guitarra]. Todavia, por mais que falte harmonia, há boas melodias que fazem o disco valer a pena ("Rodeo Town", "I hate the way you love me" (1 e 2), "The Good Ones*"). Vai, mas sem se empolgar.

* Cuja entradinha emula "Only happy when it rains", do Garbage. Assim como "Good Feeling Inc.", do Gorillaz, emula "Starring at the sun", do U2. Ninguém prestou atenção nisso?

Luxa é o culpado?
Mais uma vez o Madrid se engana ao demitir Luxemburgo. LONGE dele ser o problema do time. Na verdade, ficou muito claro o que eu já havia advirtido: faltou plantel. Lesionados Raúl, Zidane, Júlio Baptista e Ronaldo, acabou o time. Alguns voltaram meio fora de forma contra o Barça, e deu no que deu. O Madrid precisa contratar urgentemente jogadores de médio porte, capazes de substituirem os titulares e darem conta do recado, como já fizeram Chelsea, Juventus e o próprio Barcelona, por exemplo.
O holandês Rafael van der Vaart, por exemplo, seria um ótimo reforço.

Recalque colorado
Os colorados são o retrato do patético. Sinto TANTA pena de quem torce para o Inter. Pra mim, a diferença entre Grêmio e Inter é mais ou menos como Manchester United e Manchester City. É uma diferença que faz o Grêmio crescer e o Inter encolher nas decisões. A comemoração, por óbvio, foi puro recalque: chateados com a festa gremista, os colorados precisaram comemorar o segundo lugar. O que, convenhamos, para eles é uma façanha.


Esse promete (primeiras fotos de X-Men 03)


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Trilha sonora do post: The Stills, "Changes are no good".