Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, dezembro 28, 2005

LADIES AND GENTLEMAN, WE'RE FLOATING ON THE SPACE
OS 10 MELHORES DISCOS DO ANO
(ou depois não diz que não te ensinei)
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10 --- Los Hermanos, "4".
O disco nebuloso dos Hermanos. Envolto em uma tristeza intensa e constante, violões e guitarras se revezam em timbres básicos e discretos, enquanto a raiz da MPB brasileira invade ruídos radioheadianos que permeiam o som da banda. Imagine se Chico Buarque de Holanda resolvesse compor uma música com Thom Yorke. É verdade: o Los Hermanos é uma banda mundial. Quem foi no show, sabe.

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9 --- Art Brut, "Bang Bang Rock'n'Roll".
Ainda é possível que exista alguma banda que realmente leve a sério o lema 'do it yourself'? O Art Brut faz, e muito bem, o que o punk prega: sujeira, letras simples e refrões pauleiras. O som cheira a Pistols e Stooges, e as letras são de total humor ácido britânico. Tirando sarro de todo mídia musical, dos hypes, do experimentalismo e de qualquer coisa mais complexa que um copo de cerveja, o Art Brut incorporou o espírito punk em pleno 2005.

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8 --- Franz Ferdinand, "You could have it so much better".

Sim, eles conseguiram! O Franz Ferdinand, depois de uma estréia idolatrada pela crítica e bem acolhida pelo público, conseguiu manter o pique e gravar um disco cheio da sua especialidade: riffs ganchudos em ritmo dançante e quebrado. É o disco 'zap', nenhuma música estaciona em um só ritmo. Não deve nada ao primeiro trabalho: na verdade, é até melhor, ao incorporar baladas e novas variações no som.

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7 --- Arcade Fire, "Funeral".

Depois de virem aqui e estourarem Porto Alegre, é mesmo necessário comentar o Arcade? Estilo indefinível, melodias épicas e complexidade instrumental. O Arcade Fire é simplesmente fenomenal.

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6 --- Idlewild, "Warning/Promisses".
Consegue imaginar uma música de rock que seria agradável ouvir no rádio ao invés de Nickelback e Limp Bizkit? A sonoridade do Idlewild, riffs consistentes, mas limpos, é uma perfeita coletânea de radio songs prontas para estourar, com refrões fantásticos e distorção na medida. Cada música do disco poderia ser lançada como single --- e seria um bom single.

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5 --- The Raveonettes, 'Pretty in Black'.
Os caras desistiram de soar como o Jesus and Mary Chain (Psychocandy) e My Bloody Valentine (Ecstasy and Wine) e resolveram apostar na influência da música dos anos 50 que também estava presente no disco anterior --- Chain Gang of Love. Retiraram as paredes de guitarra e eletricidade intensa e apostaram em tons mais garageiros e simples. América, calça jeans, James Dean, carros, velocidade, sensualidade, Elvis Presley, riffs garageiros e surfísticos, rock pré-Beatles, QUENTIN TARANTINO. Acertaram na mosca.

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4 --- Death Cab for Cutie, "Plans".
Melodias. Emoções. A leveza sem clichê ou adorno. Produção discreta para uma banda que sabe fazer simplesmente uma coisa: boas canções. 'Plans' é um complexo de emoções circundado por instrumental leve, detalhista e perfeccionista, capaz de deixar o vocal de Ben Gibbard na entonação perfeita para seqüestrar qualquer preconceito com a leveza das suas músicas.

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3 --- Black Rebel Motorcycle Club, "Howl".

Sol quente, Jack Daniels e botas mata-cobra, no meio de uma estrada deserta. Um cowboy na sombra toca seu violão, enquanto a areia povoa o olhar e serial killers matam mulheres em motéis ao redor. O som do Black Rebel Mortorcycle Club também abandonou a influência do Jesus and Mary Chain, mas resolveu, além de se desplugar, fincar-se nas raízes da música norte-americana: soul, gospel, country e folk. Vocês conseguem imaginar isso tudo tocado com a sujeira e distorção do rock? Um amálgama perfeito que tornou o disco do BRMC simplesmente apetitoso.

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2 --- Bright Eyes, "Digital Ash in a Digital Urn".

O disco mais subestimado do ano. Incluído em listas como coadjuvante do outro álbum, lançado junto, 'I'm wide awake, it's morning' [fenomenal, diga-se de passagem], na verdade reflete uma capacidade estrondosa desse songwriter de criar músicas em camadas eletrônicas, no melhor disco do gênero desde 'Mezzanine', o lendário álbum do Massive Attack [só que isso seria trip rock, não trip hop]. Sem falar da infinidade de letras geniais. Connor está no topo dos letristas do ano, ao dissecar a existência humana. Conjugando uma combinação quase impossível de gêneros, eles nos coloca numa prisão digital onde o sufocamento até parece agradável pelo prazer sonoro que nos causa. Complexo, mas incrivelmente belo.


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1 --- Oasis, "Don't believe the truth".
É verdade. O Oasis já saiu quilômetros à frente de todos os outros na primeira ouvida do CD, porque quem gosta de música tem uma relação complexa com as bandas preferidas, e isso significa que cada canção se torna uma parte da nossa vida. Por isso, a banda que lançou os lendários "Definitely Maybe", "(What?s the story) Morning Glory" e "The Masterplan" sai uns pontos na frente. Impossível separar o que passou do que vem. Não é uma banda qualquer tocando aquelas músicas, entende? Momentos inspiradíssimos no retorno ao rock 60/70 da banda --- Kinks, Velvet Underground, Beatles (claro), Stones e Bob Dylan, para falar de algumas --- com a variação de compositores, tornou o som da banda preciso, roqueiro e, sobretudo, decidido. Já soam como veteranos que, com carinho e dedicação, tem a manha total sobre como fazer uma música boa. Tudo, menos a indiferença