Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, novembro 24, 2005

Prova
Acredito que fiz uma boa prova na seleção para o Mestrado. Para quem leu minha resenha de "Crash", o tema que escolhi foi mais ou menos as idéias do filósofo Emmanuel Lévinas. Depois, Barranco, lombinho com queijo, polentinha, chopp. Entretanto, sei que como o chopp da Caverna do Ratão não existe: cremoso, leve e puro. Pela quantidade tomada, certamente era aguada a cerveja, já que a sensação dionisíaca, a bebedeira libertadora, demorou um montão para chegar mais-ou-mé.

Agora é momento de planejar o mês de fevereiro, bom para longas e merecidas férias, garantindo um total desprendimento de obrigações e deveres. Não. Eu preciso, em certos momentos, me sentir totalmente desprovido de qualquer objetivo na vida, entregue ao momento, presenteísta, vivendo mil anos em minutos. Por isso, muitas vezes encho a cara até demais. É que preciso me sentir excedendo. Excesso benéfico, libertino, que me coloca numa morada paradoxal de onde as pessoas vêem como é possível conciliar divertimento sem burrice. Ou, simplesmente, loucura e idéias.

Esse ano
O ingresso no mundo acadêmico me fez ler e reler muita coisa nova, personagens que estiveram na minha vida assim como meus amigos. Nietzsche, Foucault, DaMatta, Renaut, Rorty, Maffessoli, Elias, Lévinas, Derrida, Habermas, Morin, Wacquant, Bauman, Baudrillard, Virilio, Zaffaroni, Boaventura, Putnam, Davidson, Larrauri, Jakobs, Mouffe, Laclau, Timm, todos foram lidos com dedicação.
Horizontes se ampliando.

PLUGITIN
Agora, além desse blog, escrevo também para o site "Plugitin!", deixando algumas resenhas.
Vão lá o confiram a minha primeira, sobre o lendário "A Northern Soul", clássico do The Verve imprescindível em qualquer discoteca básica que se preze.

Ouvindo...
Dei uma ouvida, daquelas de Lúcio Ribeiro, no Art Brut, Giant Drag, Maximo Park, Hard-Fi, We are Scientists e no Babyshambles. Não curti muito nenhum. Esse ano não tem sido, pra mim, pródigo em revelações. Mas o Arctic Monkeys, banda passando um hype interessante sem sequer ter lançado disco, parece ser a melhor dessas.
O que estou ouvindo, realmente, de forma totalmente viciada é o Death Cab for Cutie, nos seus álbuns perfeitos, e o Wilco, no magnífico "A Ghost is born". Esses são os mais pedidos.

Sobre a política nacional
Poucas vezes vimos um governo tão encurralado pela imprensa, e não se entenda como "complô" o que estou falando. São páginas e páginas de denúncias, diariamente, sem que isso reflita, propriamente, em uma discussão. O PT está sendo queimado em fogo baixo, aos poucos. Os assuntos que circulam são apenas nesse tom, inviabilizando enxergarmos qualquer coisa para além disso. A questão é: qualquer outro partido passaria por um processo igual, até pior, se fosse submetido a uma marcação tão cerrada.
Não estou defendendo, nem justificando, nem mesmo pedindo a "suavização". Somente constato que, no afã de queimar o PT, a imprensa vem impedindo a circulação de assuntos de interesse de todos nós, inclusive temas importantes como a legalização do aborto, políticas de segurança, energia, etc. Podemos tentar conciliar, se o que interessasse fosse, de fato, realmente contribuir para um país melhor.




Trilha sonora do post: Art Brut, "Stand down".