Flaming Lips liberta!
POUCAS coisas são tão entendiantes na vida quanto trabalhar, especialmente quando o trabalho acaba virando uma sova burocrata, quando as tuas opiniões vão murchando e tu vai te transformando num mero boneco disciplinado pela grã-Instituição que te incumbem venerar.
É um processo de fossilização.
Pois bem, meus caros. Tem uma coisa boa nisso tudo e ela é a possibilidade de tu colocar os fones de ouvidos e se libertar. Esquecer do antro que está no teu entorno, das pessoas chatas e entendiantes que permeiam a tua existência por preciosas - e longas - horas diárias. Quase-infinitas. A minha estratégia, ultimamente, tem sido ouvir FLAMING LIPS.
POUCAS coisas são tão entendiantes na vida quanto trabalhar, especialmente quando o trabalho acaba virando uma sova burocrata, quando as tuas opiniões vão murchando e tu vai te transformando num mero boneco disciplinado pela grã-Instituição que te incumbem venerar.
É um processo de fossilização.
Pois bem, meus caros. Tem uma coisa boa nisso tudo e ela é a possibilidade de tu colocar os fones de ouvidos e se libertar. Esquecer do antro que está no teu entorno, das pessoas chatas e entendiantes que permeiam a tua existência por preciosas - e longas - horas diárias. Quase-infinitas. A minha estratégia, ultimamente, tem sido ouvir FLAMING LIPS.
Esses dois discos aí vem tornando as minhas tardes algo mais agradável, mais palatável, eu diria. Enquanto tu atura o teu colega matando trabalho, as figuras falando Verdades sobre tudo, com a sabedoria de girinos, enquanto tu lê aquela petiçãozinha que deveria estar escrita em papel higiênico - em respeito à folhas A4 -, Mr. Wayne Coyne inventa coisas que te fazem rir, tipo "Guy who got a headache and accidentally saves the world" ou "Christmas at the zoo".
E tu ri. Porque, além do som ser pra-lá-de-Bagdá, algo como um "rock pirotécnico", as letras são doidas de doer. Enquanto as guitarras disparam riffs e engrenam viradas monstruosas, o vocal desafina pra cantar as coisas mais doidas que tu possa imaginar. O som pode ser a maior paradeira até uma agressividade doentia. Arranha os ouvidos. E ainda tem loucura na letra. Em "She don't use jelly", por exemplo, eles cantam: "i know a girl who thinks of ghosts / she'll make ya breakfast / she'll make ya toast / she don't use butter / she don't use cheese / she don't use jelly / or any of these / she uses vaseline / vaseline / vaseline". Já que tu não tem whisky ou mescalina ao lado, vai no cafezão mesmo enquanto ouve os caras.
E ai relaxa e goza. Foda-se o trabalho. Nada como o bom e velho rock'n'roll pra nos animar.
Trilha sonora do post: The Flaming Lips, "Placebo Headwound".