Mox in the Sky with Diamonds

sexta-feira, novembro 19, 2004

Uma Encruzilhada para o Governo
- Agora é o momento. Ao contrário de gente que gosta de meter o pau porque é mais fácil ficar sentado coçando as bolas (meninas, desculpem o meu francês) criticando do que tentar entender o porquê das coisas (a neodireita pós-Lula), o de direita por convicção e o pessoal de esquerda que queria entrar dando pedalaço na porta, com foi aqui no RS (a propósito, o que ficou? Nada... adivinhem por quê...), sempre fui cauteloso com o Governo e procurei enxergar mais virtudes que defeitos. Na média geral, o Governo está muito superior ao anterior, fazendo reformas importantes e melhorando os indicadores econômicos (vejam, por exemplo, ingresso cada vez maior de pessoas no mercado formal de trabalho, aumento de renda, exportações, etc.). Mas agora é o momento. Por quê?
- Com a demissão do Lessa, o equilíbrio entre concepções econômicas passou a ficar vulnerável. O Governo, corretamente, a meu ver, sustentou um base econômica ortodoxa e procurou políticas que, mantidas aquele núcleo duro, eram agressivas. Vejam, de novo, o caso da exportações. Entretanto, estamos no mesmo momento que passou FHC na queda de braço entre Serra e Malan. Eu não compararia nunca Palocci com Malan, são bem diferentes - como PT e PSDB. O problema, na verdade, está no Banco Central. O prazo de validade do Meirelles venceu. O Brasil já conseguiu uma boa confiabilidade nos mercados externos e pode partir para uma política econômica um pouco mais agressiva. As nomeações de Lula, daqui em diante, serão decisivas.
- Um caso paradigmático foi a questão de ata do COPOM que criticou a Petrobrás por não ter aumentado a gasolina, coisa que poderia causar pressão inflacionária. É típica atitude tucana essa sucumbência impensada (e burocrata) perante o mercado. A resposta de Dutra foi decisiva e veio combinada com um lucro de mais de 5 bilhões para a Petrobrás. Ou seja, que fique como está a gasolina, mesmo subindo o barril de petróleo.
- É esse o momento que pode consolidar o Governo Lula como melhor que o FHC ou fazê-lo sucimbir na mesma burrocracia irritante.


A Dona da História
- Qualquer filme nacional será melhor que Olga. Simplesmente porque o Diretor tinha uma das mais fascinantes histórias para contar e o fez grotescamente, transformando em dramalhão mexicano. A Dona da História é muito mais interessante por ser autêntico na sua ingenuidade, despretensão, além de nos levar a refletir sobre aquilo que os Beatles cantaram tão psicodelicamente: all we need is love....


Sou de tudo
Sou machista, comunista, feminista, ambientalista, político, crítico, conservador, cabeça aberta, falcatrua, junkie, bêbado, estúpido, de muitas e de uma só, coca light, cerveja, Jack Daniel's, engraçado, cabeça, xarope, pentelho, camarada, maluco, careta, tarado por lésbicas, calmo, espoleta, Radiohead, Gilberto Gil, orkut, anti-orkut, chinelão, elegante, baceceiro, respeitoso, roqueiro, clubber, absurdo, caído, morto, sonolento, pilhado, pizza e churrasqueria. De rodízio, espeto corrido ou nos mais porcarias-de-caros-e-bons. Somos todos camaleões ambulantes.
- Só não sou viado e de direita. Mas nada contra. Vá lá. Cada um sabe de si...


Não
Não tente me rotular. Eu simplesmente prefiro ser..... uma metamorfose ambulante... do que ter aquela opinião formada sobre tudo....


Sobre as manifestações racistas ocorridas no jogo Espanha vs. Inglaterra
- Sou um fã alucinado pela Espanha. Madrid, especialmente, considero um segundo lar em hábitos, cultura, ambiente. O racismo é mal que ainda percorre não só a Espanha, como toda Europa. Sente-se no ar. Triste e estúpido.


Banda boa pra caralho
- Sabem que eu ando escutando som pra burro, especialmente nessas férias que me permitiram ouvir novos discos de John Frusciante, The Coral, N.E.R.D., The Mars Volta, The Libertines, Wilco, Graham Coxon, Manic Street Preachers e outros, mas um som absolutamente FODA que eu escutei, lá de Manchester, é a banda Kasabian. Uma mistura de powerpop, rock'n'roll, eletrônico e daí até a putaquepariu, bem afudê. Baixem.
- Estou preparando uma retrospectiva do ano. Já vou avisando: tá meio merda. A real é a seguinte: 2003 foi bem melhor que 2004. Ano passado, tivemos no mínimo quatro discos completamente bons: 'Hail to the Thief', do Radiohead, 'Elephant', do White Stripes, 'Room on Fire', dos Strokes, 'Fever to tell', do Yeah Yeah Yeahs. Este ano não temos nenhum desse nível. Quer dizer: ainda não ouvi o U2.


Viu? Férias é isto. Dois posts em uma semana.



Trilha sonora do post: Kasabian, 'Running Battle'.