Clichês e Anti-clichês
- Tem certos anti-clichês que, de tão repetidos, acabam virando clichês. Esses tempos lia no site Omelete uma crítica detonando os Strokes, simplesmente por terem sido chamados de "salvação do rock". Não vou fugir da raia. Se se pensar a situação que estava o rock naqueles idos - pensem em 'Kid A', do Radiohead (um disco perfeito, mas fora do rock), ou o próprio Oasis, a banda de rock mais ortodoxa da década passada, com o SOTSOG - o conceito do rock: baixo, guitarra, bateria, vocal, sonzeira com refrão e sujeira na produção, estava se esvaindo. Ah, tu é fresco, pra ti "salvação" do rock só Jesus Cristo? Então vai ouvir jazz, clássica ou chillout. Não inventa moda. 'Is This It' era o som retrô que não existia mais naquele momento. Sem enrolação, 'Is This It', dos pés à cabeça, foi um disco sem defeitos de rock'n'roll. O básico, surrado, cretino, banal e batido rock'n'roll. Tão viciante quanto um chopp. Sem os Strokes, dificilmente veríamos tão inseridas no mainstream bandas como Yeah Yeah Yeahs, Vines, Hives, Libertines, Razorlight e a gigantesca White Stripes, pra citar alguns exemplos. Todas essas bandas - abstraídas sutilezas e frescuras - tocam rock'n'roll, um conceito um pouco perdido no início dos anos 2000.
- Sem clichê ou sensacionalismo da NME, 'Is This It' salvou o rock sim, tanto quanto Nirvana, Oasis, Sex Pistols ou todas aquelas bandas que voltaram, sob qualquer forma, à influência da forma mais tradicionalista e conservadora de rock - aquela que melhor preserva sua essência.
Sabe que eu tinha escrito outro texto sobre isto?
Bebel Gilberto, BossaCucaNova e bossa nova eletrônica - ou "falando um pouco da situação da MPB"
- Vocês cansaram de ler por aqui minhas críticas - algumas ácidas - à Maria Rita, pelo excessivo conservadorismo do seu álbum. Bom, depois de ouvir o último da Bebel Gilberto, fiquei com a seguinte sensação: existem duas novas formas de MPB, o samba-hip-hop do D2 e a bossa nova eletrônica. Fernanda Porto, Katia B e Bebel fizeram seus discos nesse sentido, cada uma com seu estilo, mas seguindo essa linha (Fernanda é mais drum'n'bass, Bebel usa mais recursos para soar world music, Katia B usa o trip hop). Bueno, é melhor que colocar uma bolacha na vitrola e ouvir um CD dos anos 60 feito em 2003, não?
- Pisada na bola? Baby. Pôrra, será que TODOS OS MÚSICOS BRASILEIROS têm que cantar essa música? Será que a Bebel precisava colocar em um disco de 2004 uma música que já foi cantada por toda parentada - da Gal Costa aos Mutantes? É esse conservadorismo (nepotista) que eu me irrito na MPB atual.
- BossaCucaNova também está nessa tendência, com beats alternados, não só drumbá, tem um bom disco de músicas "revisitadas", com destaque para Carlos Lyra, com "Influência de Jazz" e "Maria Moita".
- Vou me abster, por enquanto, de falar sobre rock nacional. Xápralá. Por enquanto.
Eu, Robô e Efeito Borboleta
- Bom, vâmo lá. Efeito Borboleta é um bom filminho de ficção. Eu vejo problemas com o fato de, em certas circunstâncias, o autor contar a história como um continuum, outras como uma espécie de bola de universos simultâneos. Mas, ah, fala sério, não estou bêbado (...) o suficiente para ficar divagando sobre isso.
- Esperava tão pouco de Eu, Robô que, no final das contas, não achei TÃO ruim. Não, pensando bem, é ruim mesmo. Tem o mesmo defeito de Olga - é uma história interessantíssima vulgarizada e banalizada para as massas. Será que as massas são tão burras assim? Não acho. Matrix (o primeiro, pra não entrar em polêmica, que eu saio na voadora) foi um blockbuster sem ser estúpido. A relação sensibilidade/razão salva, de certa forma, o filme, ainda que seja muito superficialmente explorada. Mas as piadas, o jeitão americanóide e uma certa superficialidade proposital irritam por maltratar o texto de Asimov.
Não sei
O que é pior: viver no meio de fanáticos religiosos que acham mesmo que um ser SUPREMO iria se importar com pequenas questões morais (olha até onde vai o raciocínio!) na vida de cada um e iria gostar ou precisar que seres inferiores cantassem músicas horrorosas com berros de velhas cretinas (que necessitariam de uma boa F....) em sua homenagem OU de seres egoístas que só conseguem imaginar a SUA vida pela frente, como se o mundo acabasse por aí e todo resto fosse mero detalhe que "atrapalha"?
De futebol e política eu me abstenho, por alguns momentos.
E só.
Trilha sonora do post: Bebel Gilberto, "Aganju".
- Tem certos anti-clichês que, de tão repetidos, acabam virando clichês. Esses tempos lia no site Omelete uma crítica detonando os Strokes, simplesmente por terem sido chamados de "salvação do rock". Não vou fugir da raia. Se se pensar a situação que estava o rock naqueles idos - pensem em 'Kid A', do Radiohead (um disco perfeito, mas fora do rock), ou o próprio Oasis, a banda de rock mais ortodoxa da década passada, com o SOTSOG - o conceito do rock: baixo, guitarra, bateria, vocal, sonzeira com refrão e sujeira na produção, estava se esvaindo. Ah, tu é fresco, pra ti "salvação" do rock só Jesus Cristo? Então vai ouvir jazz, clássica ou chillout. Não inventa moda. 'Is This It' era o som retrô que não existia mais naquele momento. Sem enrolação, 'Is This It', dos pés à cabeça, foi um disco sem defeitos de rock'n'roll. O básico, surrado, cretino, banal e batido rock'n'roll. Tão viciante quanto um chopp. Sem os Strokes, dificilmente veríamos tão inseridas no mainstream bandas como Yeah Yeah Yeahs, Vines, Hives, Libertines, Razorlight e a gigantesca White Stripes, pra citar alguns exemplos. Todas essas bandas - abstraídas sutilezas e frescuras - tocam rock'n'roll, um conceito um pouco perdido no início dos anos 2000.
- Sem clichê ou sensacionalismo da NME, 'Is This It' salvou o rock sim, tanto quanto Nirvana, Oasis, Sex Pistols ou todas aquelas bandas que voltaram, sob qualquer forma, à influência da forma mais tradicionalista e conservadora de rock - aquela que melhor preserva sua essência.
Sabe que eu tinha escrito outro texto sobre isto?
Bebel Gilberto, BossaCucaNova e bossa nova eletrônica - ou "falando um pouco da situação da MPB"
- Vocês cansaram de ler por aqui minhas críticas - algumas ácidas - à Maria Rita, pelo excessivo conservadorismo do seu álbum. Bom, depois de ouvir o último da Bebel Gilberto, fiquei com a seguinte sensação: existem duas novas formas de MPB, o samba-hip-hop do D2 e a bossa nova eletrônica. Fernanda Porto, Katia B e Bebel fizeram seus discos nesse sentido, cada uma com seu estilo, mas seguindo essa linha (Fernanda é mais drum'n'bass, Bebel usa mais recursos para soar world music, Katia B usa o trip hop). Bueno, é melhor que colocar uma bolacha na vitrola e ouvir um CD dos anos 60 feito em 2003, não?
- Pisada na bola? Baby. Pôrra, será que TODOS OS MÚSICOS BRASILEIROS têm que cantar essa música? Será que a Bebel precisava colocar em um disco de 2004 uma música que já foi cantada por toda parentada - da Gal Costa aos Mutantes? É esse conservadorismo (nepotista) que eu me irrito na MPB atual.
- BossaCucaNova também está nessa tendência, com beats alternados, não só drumbá, tem um bom disco de músicas "revisitadas", com destaque para Carlos Lyra, com "Influência de Jazz" e "Maria Moita".
- Vou me abster, por enquanto, de falar sobre rock nacional. Xápralá. Por enquanto.
Eu, Robô e Efeito Borboleta
- Bom, vâmo lá. Efeito Borboleta é um bom filminho de ficção. Eu vejo problemas com o fato de, em certas circunstâncias, o autor contar a história como um continuum, outras como uma espécie de bola de universos simultâneos. Mas, ah, fala sério, não estou bêbado (...) o suficiente para ficar divagando sobre isso.
- Esperava tão pouco de Eu, Robô que, no final das contas, não achei TÃO ruim. Não, pensando bem, é ruim mesmo. Tem o mesmo defeito de Olga - é uma história interessantíssima vulgarizada e banalizada para as massas. Será que as massas são tão burras assim? Não acho. Matrix (o primeiro, pra não entrar em polêmica, que eu saio na voadora) foi um blockbuster sem ser estúpido. A relação sensibilidade/razão salva, de certa forma, o filme, ainda que seja muito superficialmente explorada. Mas as piadas, o jeitão americanóide e uma certa superficialidade proposital irritam por maltratar o texto de Asimov.
Não sei
O que é pior: viver no meio de fanáticos religiosos que acham mesmo que um ser SUPREMO iria se importar com pequenas questões morais (olha até onde vai o raciocínio!) na vida de cada um e iria gostar ou precisar que seres inferiores cantassem músicas horrorosas com berros de velhas cretinas (que necessitariam de uma boa F....) em sua homenagem OU de seres egoístas que só conseguem imaginar a SUA vida pela frente, como se o mundo acabasse por aí e todo resto fosse mero detalhe que "atrapalha"?
De futebol e política eu me abstenho, por alguns momentos.
E só.
Trilha sonora do post: Bebel Gilberto, "Aganju".