Mox in the Sky with Diamonds

quarta-feira, setembro 29, 2004

Britrock ou Britpop
Em um post por aí andei vendo comentários que chamaram o movimento dos anos 90 de "Britrock". Na verdade, a alcunha "Britrock" nomeia todo o rock inglês, desde os Beatles até o Franz Ferdinand. Já o "Britpop" foi uma reação inglesa ao predomínio do rock americano, pelo grunge, encabeçado pela tríade Oasis-Blur-Pulp, na segunda metade da década de 90. Incorporou, ao redor, outras bandas, como Radiohead, Travis, Elastica e Verve. Mas a tríade guiou um estilo musical de retorno às raízes setentistas do rock inglês, desviando o foco de sucesso dos EUA para a Ilha. Dois discos clássicos nesse sentido são "(What's the Story) Morning Glory" (Oasis) e "Parklife" (Blur).



By the way, Oasis ou Blur? (respondam todos!)


Just
A última música que me apaixonei em The Bends. Começa calminha, semi-acústica, para aquela guitarra entrar como se fosse uma britadeira, feroz, voraz, dominadora - parece uma tempestade de relâmpagos. Thom começa a cantar, calminho, até chegar na ironia - a "holy cow". Então ela retorna, soberana, estridente, rasgando a música, como uma espiral sem fim que se injeta para desintegrar o som em diferentes tons de agudos. Rodeado pelos gritos furiosos de Thom, o solo é devastador, essência de rock'n'roll. "You do it to yourself, you do!" - pulamos, gritamos, cantamos. Ela, a guitarra, de quem sentem falta os fãs de The Bends. Guitarra, a protagonista. Eu também sinto falta. Porque Radiohead nunca é demais.


Pra intelectual entender
- O povo não elegeu um intelectual, ao contrário, elegeu um operário que ficou conhecido pelo seu pragmatismo. O povo elegeu um governante capaz de fazer o possível mediante acordos. A era é dos acordos. Ao contrário dos intelectuais, não tem dificuldade em perceber que o possível é melhor que um projeto revolucionário. Por isso o Governo sobe na aprovação.
- A esquerda "acadêmica", atualmente, é provavelmente o setor político mais vazio e inútil da sociedade. Cheia de utopias e incapaz de entender o jogo político democrático, devaneia, devaneia, devaneia. O povo não quer um "novo projeto" teórico. O próprio Stédile - um cara do povo, digam o que quiserem dele - foi mordaz ao dizer que os economistas de "esquerda", hoje em dia, destilam inutilidades. O povo sabe.



Precisamos de Olga?
Sinceramente, foi um dos piores filmes que já vi na vida. A excessiva técnica televisiva, que desperdiça fotografia, montagem e todos os recursos do cinema, cansa. Mas não é o pior. Pior mesmo é a ruindade do roteiro, que transforma uma história trágica e fascinante em um melodrama mexicano, e os atores, um Prestes apagado, sem expressão facial, sem convicção, "lendo o roteiro"; um Getúlio pastelão, canastrão, com um sotaque gaúcho totalmente forçado, e a própria Olga destila um olhar vazio para o nada que não parece nada mesmo. Enfim, um filme com apenas duas cenas que prestam: o conflito com a Brigada Nazi e a separação com a filha.
Minha pergunta é: precisamos do "formatinho globo" no cinema nacional? Se o cinema estivesse começando, talvez. Depois de Cidade de Deus, Central do Brasil ou O homem que copiava, com um cinema com cara própria e bem feito, não, não precisamos.




Trilha sonora do post: Muse, "Hyper Music".