Mox in the Sky with Diamonds

segunda-feira, março 31, 2008

FINA FLOR DO MINIMAL

Pausa musical. Dois novos clips não-oficiais que trazem o melhor do minimal techno dos últimos anos. A dupla Ellen Allen e Apparat, com seu super-single "Jet", de 2006. Depois, o sueco The Field, aclamado pela crítica ano passado, com seu delicioso "The Little Heart beats so fast".



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domingo, março 30, 2008



MEIAS
Depois de ter meu período de deslumbre pelos trajes formais e a opulência tão típicos do Direito no meio da Faculdade, virei um verdadeiro refratário à camisa social, à gravata, à calça social e ao sapato. Durante o Mestrado, só jeans, tênis, camiseta, blusão. Casual total.
Por isso, inclusive, preferi a carreira de professor, que me livra do dever de puxar o saco de excelências pardas e proporciona muito mais informalidade. A autoridade do terninho e gravata é uma das coisas mais ridículas do Direito.
Semana passada descobri qual é o maior desconforto das roupas um pouco mais formais: a meia fina. Foi só colocar uma meia soquete com o sapato que tudo se tornou mais confortável e simples. O desconforto do sapato, que já é bem pior que o tênis, se junta a essa porcaria, artigo obrigatório básico.
Meias finas: a maldição do nosso dia-a-dia laboral.

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MANCHESTER UNITED = SEM PALAVRAS

Faz muito tempo, talvez desde o Real Madrid dos galácticos enquanto jogava, que não vejo uma equipe jogar um futebol tão poderoso quanto o do ManUnt atual. Posso lembrar do mortífero Arsenal campeão invicto, um time com o contra-ataque mais letal, do Chelsea de Mourinho com dois ponteiros, especialmente na primeira temporada, e sobretudo e do Barça de Messi, Eto'o e Ronaldinho que trucidou Chelsea, Milan e Arsenal, a partir de atuações esplendorosas dos seus três fantásticos à frente. O Manchester, no entanto, vem mostrando um grau de compactação e bom futebol indescritível. Favoritaço ao título da Championsleague.
No seu esquema tradicional, com duas linhas de quatro jogadores e dois atacantes, o ManUnt consegue, simultaneamente, ser sólido defensiva e ofensivamente. Brown, Vidic e Ferdinand são três muralhas dificilmente ultrapassadas, e Evra ainda apóia bem. Na linha do meio, Sir Ferguson faz rotações, colocando no miolo Scholes e Anderson, quando quer ser mais ofensivo, ou Carrick e Fletcher, quando quer segurar mais o time. Os ariscos Ronaldo e Giggs sobem livremente pelos flancos, partindo do meio campo, em posição que não existe no futebol brasileiro. Tem mais Nani, habiloso português que chega à frente com muita velocidade. Na frente, Rooney e Tevez ou Saha completam a equipe.
Tecnicamente, Ronaldo vem jogando genialmente como seu colega do Barça vinha jogando há dois anos atrás. Vejam o vídeo dos melhores momentos aqui. Um gol e uma assistência de letra. Vem fazendo gols e decidindo as partidas. Na frente, Rooney marca e dá assistência a granel. Tevez joga bem, Giggs mantém a forma, Anderson dificilmente erra um passe. Nosso garoto gremista joga à vontade, compreendendo o espírito do futebol inglês que não permite grande condução de bola, mas o toque de primeira.
Fiquei abismado: o time do Aston Villa não é fraco, mas foi simplesmente esmagado pelo Manchester. É quase covardia.

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sábado, março 29, 2008

LIBERDADE ARTÍSTICA FOI PARA O SACO NO BRASIL

Leio notícia na Folha de São Paulo que informa decisão judicial condenando distribuidora da canção "Tapinha não dói" por dano moral às mulheres. Estou solidário com o fato de que a canção é machista, ofende as mulheres e banaliza a violência.
Mas, como dizia Oscar Wilde, "um livro moral ou imoral é algo que não existe. Os livros são bem ou mal escritos. Eis tudo". E, mais adiante, diz que "o artista pode exprimir tudo", no seu prefácio de ditos do grande romance "O Retrato de Dorian Gray".
É a segunda decisão, em pouco tempo, que condena uma manifestação artística em virtude do "politicamente correto". A primeira foi da música do Bidê ou Balde, vergonhosamente censurada por ser acusada de apologia à pedofilia, na versão acústica de "E por que não?". A leitura do acórdão assusta ainda mais: os desembargadores resolveram ligar o acelerador moralista e cogitar proibir uma série de outros funks de "mal gosto".
Parece estar havendo uma incompreensão sobre a arte. Como dizia Wilde, arte não é pedagogia. O artista não é um agente moral como são os padres, os professores ou os políticos. Concordo que possam existir limitações morais, em tese, por exemplo um artista que resolva matar uma pessoa ou um animal para exibir como encenação ou algo do gênero. Mas daí a se deduzir que o artista tenha funções morais a cumprir, que deva pregar o bem ou que não posso ofender no seu exercício, é cercear a liberdade que caracteriza o próprio fazer artístico.
Assim como gostaria de ver se os desembargadores autoritários que proibiram a música do Bidê ou Balde [xarope, por sinal] teriam coragem de proibir também "Lolita", nas versões literária [de Nabokov] ou cinematográfica [de Kubrick]. É, na realidade, muito mais apologético, mas nosso poder ilegítimo de estado de exceção exercemos apenas contra bandas de rock pequenas, não contra grandes clássicos da literatura. O mesmo se pode dizer a respeito da "Tapinha não dói" e das suas conseqüências imprevisíveis.
A arte não é, nem deve ser, "politicamente correta", no sentido pejorativo do termo. A arte não tem função educativa. Não podemos, nem queremos, voltar ao obscurantismo medieval. Não gostaram da música? Eu também não gostei. Posso criticá-la livremente, posso sobretudo não a ouvir, mas não extrair conseqüências jurídicas disso.
Os moralistas de plantão estão tomando o Poder Judiciário que, cheio de orgulho por "fazer o bem", se entorpece no poder. Quem nos protege da bondade dos bons?

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sexta-feira, março 28, 2008

SIMPLIFICAR É MAIS FÁCIL QUE COMPREENDER

Ao alcance da mão – construímos nosso mundo com os objetos que estão ao alcance de nossa mão, que estão no nosso horizonte de conhecimento, com os quais podemos nos ocupar, com os quais criamos. No entanto, os objetos “ao alcance da mão” mudam de local para local, e, com eles, o horizonte de conhecimento de quem forma o mundo. O objeto ao alcance da mão nunca é um objeto em si, ele é um objeto enquanto é apreendido como objeto, enquanto é tomado como algo enquanto algo. Este algo enquanto algo é relativo, está em um horizonte de conhecimento que é aberto – assim como o mundo.

Esta mudança de horizonte, mudança de lugar, mudança de concepção de mundo (na relação com o objeto), é, precisamente, o que interessa para o relativismo cultural; no entanto, diferentes visões de mundo – ou talvez fosse melhor dizer diferentes mundos, já que o mundo é a compreensão do mundo enquanto mundo-vivido -, implicam em diferentes ações diante do mundo e diante daqueles com quem habitamos o mundo, com quem dividimos uma mesma forma de estar no mundo.


Com essas frases, começa o artigo "Anti-anti-relativismo, Historicidade e Disseminação", do Fabrício Pontin.
A Criminologia, depois de pertencer ao Direito e à Medicina, deslocou-se, gradualmente, para a sociologia, especialmente após a década de 60, com a virada paradigmática do labelling approach. Esse deslocamento -- que foi bom -- causa, no entanto, uma intensa cegueira acerca de aspectos que a reflexão filosófica auxilia a clarificar.
O conceito de "mundo" é um deles.
Muito mais que teorias "subculturais" que não resistem a uma visão relacional de sociedade e críticas foucauldianas, o conceito de mundo enquanto mundo-vivido, horizonte que abre o significado, nos ajuda a compreender atos aberrantes quanto os pretensos [não se sabe ainda ao certo, a própria Polícia discorda] 12 homicídios cometidos pelo adolescente X que está na capa da ZH de hoje.
X, quando entrevistado, declarou:

Vestindo uma camisa do Grêmio, bermuda jeans e um tênis Adidas, o garoto bem articulado disse estar arrependido por ter tirado vidas. Mas em seguida se contradisse: - Ainda quero matar quem matou meus primos. Mas não vou atrás deles. Um dia vou encontrar com eles na rua. Aí eu atiro. Pela manhã, algemado em uma cadeira da sala de investigações, ele não parava de movimentar pés e mãos e respondia com objetividade: - Matei pessoas que me batiam quando eu era menor, que me davam tapas. Outro eu matei porque ele tentou estuprar minha irmã. O adolescente apreendido na quarta-feira é morador do loteamento Kephas, no bairro São José. No local, a exemplo do que ocorre em favelas cariocas, trabalhadores são obrigados a conviver com criminosos. Filho de um pintor e de uma industriária desempregada que está em liberdade provisória por tráfico, o adolescente tem três irmãos, com idades entre três e 14 anos.

Que "mundo" se abriu ao adolescente, quando criança? Os lombrosianos da PUCRS já estão querendo examiná-lo para traçar sua etiologia que combina neurobiologia, behaviourismo e sociologia tosca, mas não conseguem enxergar o simples: para esse jovem, a violência é banal. O "mundo" que se abriu para ele é um mundo em que a vida vale pouco, pouquíssimo, e por isso nada o choca.
MV Bill fez uma longa pesquisa em que vimos um monte de fedelhos, pirralhos cagados de medo que vivem num ambiente tão hostil e violento que se fazem passar por machões e bandidões. Sabemos que são apenas crianças, cagadas de medo, bastaria tirar a arma e dar uma biaba na orelha para que elas voltassem a agir como tal. Que mundo é esse que não permite mais a uma criança ser criança?
É mais fácil demonizar, como faz o idiota do Paulo Sant'Anna na coluna de hoje. É mais fácil do que admitir que estamos permitindo a formação de mundos paralelos, onde a vida não vale nada, espaços sem lei semelhantes a um campo de concentração, só que o foco do poder não é estatal, mas difuso e dominado por poderes paralelos. É mais consolador achar que estamos simplesmente diante de um psicopata, ou "serial killer".

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quinta-feira, março 27, 2008

O HOBBY DO ESQUERDISTA

O esquerdista clássico tem um hobby praticamente masoquista: precisa ler, ouvir ou ver jornalistas de direita. Ele precisa ler. O jornalista de direita é o cara que completa ele, que o faz ir em frente, que o faz persistir nas suas crenças, ainda que crenças anacrônicas.
O esquerdista tem nos seus favoritos sempre um Rogério Mendelski, José Barrinuevo, Políbio Braga, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Diego Casagrande, Lasier Martins. Ele baba de raiva ouvindo Mendelski de manhã, mas não consegue deixar de o fazer. Diogo Mainardi é quase um complemento para sua vida. A Veja é o eterno incômodo. É o inimigo ali, despido, tão explícito que é quase pornográfico. O esquerdista lê Reinaldo Azevedo. Quem é Reinaldo Azevedo? Que importa o que ele diz? Quem lê Reinaldo -- senão um esquerdista? O esquerdista tem ódio de Olavo de Carvalho. Quem se importa com suas teorias mirabolantes e praticamente cômicas da conspiração?
Na realidade, esses caras ganham dinheiro só para falar mal da esquerda. O RA, por exemplo, tem até "PT" entre os assuntos do título do blog -- por que não tem os outros? Falar da esquerda no tom que falam Políbio Braga [quem?] ou Mendeslki é tão folclórico que chega a constituir um mercado. Mercado que, paradoxalmente, é consumido pela própria esquerda.
Clóvis Rossi, Jânio de Freitas, Eli Gaspari, Hélio Schwartzmann são figuras que não participam da vida do esquerdista. Ele nem os conhece. Ele gosta da direita pornográfica e da esquerda cega -- Paulo Henrique Amorim, Mino Carta, Caros Amigos, esses que jogam o fla-flu. A vida do esquerdista é motivada por ler os brucutus dos dois lados. Por quê? Eis a minha suspeita: é porque, a rigor, esses direitistas dão mais importância para a esquerda do que de fato ela tem. Eles enxergam conspirações comunistas e "esquerdização" em tudo. Não é confortável acharmos que estamos no centro do mundo?
Se observarmos bem, no entanto, vale muito mais a pena ler gente ponderada e pensante como Elio Gaspari ou Pedro Dória, cujos argumentos trascendem a antiga separação do muro de Berlim. No fundo, esses esquerdistas são velhacos saudosistas, ainda que porventura jovens.

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quarta-feira, março 26, 2008

GRANDE NOVIDADE
A Zero Hora noticia, agora com vídeo [êta fetiche contemporâneo pela imagem! - Debord e Baudrillard estavam certos], noticia que um preso assaltava aos fins de semana, apesar de estar em regime aberto.
Grande novidade.
As pessoas "de bem" acreditam que, sabe-se lá por quais razões, o preso irá interiorizar a pretensa [e, para eles, sempre insuficiente] disciplina do Presídio. Acham que porque uma pessoa foi presa ela irá deixará de cometer crimes.
Quem não é ingênuo sabe que não é assim. Numa cultura como a brasileira, que se organiza sem o mínimo padrão de justiça, o criminoso selecionado pelo Poder Punitivo simplesmente não tem culpa para interiorizar. De um lado, porque sabe que destino teria ao seguir uma vida dentro dos padrões da licitude. De outro, pela absurda seletividade do controle penal, que se dirige especialmente aos pretos e pobres, deixando o sistema político, por exemplo, invulnerável. Por fim, a prisão é tudo, menos lugar de disciplina e interiorização de normas. Ao contrário do propósito utópico e até violento prevista na LEP, de providenciar a ressocialização, a prisão tem justamente o efeito inverso: dessocializa.
Alguns sabem disso. Então sua preocupação é que o criminoso fique preso em regime fechado o tempo inteiro. Bem, mas e quando sair? Tem que sair?
Na realidade, o que querem é que ele suma da suas vidas. Desapareça. Para isso, uma neutralização inicial. Depois, de preferência "bandido bom é bandido morto". O Outro, nesse caso, é totalmente insuportável. O problema se agrava em um ciclo vicioso. Os grupos de poder ["a sociedade"] querem só mais punição. O sistema se retroalimenta. A prisão agrava mais a dessocialização, mas não pensamos em soluções diversas.
Terminaremos com uma espécie de extermínio em massa dessas populações? O sonho fascista parece nos perseguir. Espero que consigamos desmentir o Anjo de Klee, que vê uma catástrofe seguida por outra no rastro da nossa história, como dizia Benjamin. O panorama é preocupante.

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terça-feira, março 25, 2008

FUNNY

É engraçada a indignação do jornalista aquele da Veja contra o fato de que outras publicações não simplesmente compraram a versão do dossiê. O cara fica indignado que a imprensa se atreva a investigar a revista, e não o Governo.
Ora, tudo isso tem uma explicação muito simples: a revista perdeu, há tempos, sua credibilidade. Sua vontade oposicionista supera a seriedade jornalística. Por isso, tudo que publica é recebido com extrema desconfiança.
Mesmo que o dossiê seja verdadeiro.

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DECEPÇÃO TOTAL

Depois de um debut que abusava de orquestrações e baladas suculentas, numa inesperada combinação entre o intimismo de Jeff Buckley e o experimentalismo do Radiohead (fase "Kid A"), os Guillemots voltaram com o segundo disco mais frustrante de toda a geração pós-2000, superando até os inóspitos ou insípidos The Stills, Jet, Yeah Yeah Yeahs, Bloc Party e daí por diante. Apostando em engradecer ainda mais seu som, dando-lhe um recheado pop no sentido forte do termo, os Guillemots transitaram para o R&B, o pop oitentista e as baladas melosas (nível Elton John ou George Michael), tudo vulgar e deficiente, incapaz de suscitar uma emoção sincera, como havia no debut "Through the windowpane" (2006).
Não tenho procuração para defender ninguém, nem sou fundamentalista para defender o erro de bandas que eu gosto. Continuo achando "Through the windowpane" uma obra fenomenal, para constar entre as melhores dessa década. Vi os Guillemots ao vivo e admiro até hoje seu show. Mas "Red" (2008) é indefensável. Nota 1 ou 2, no máximo. Para o lixo, imediatamente.

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COMO OS ANALÍTICOS SÃO CHAAAATOS

Essa entrevista de Desidério Murcho, um português deslumbrado pela filosofia analítica (inclusive na sua pretensão de ser a única filosofia "séria" -- o que, paradoxalmente, é uma piada) mostra o quanto eles podem ser chaaaatos.
Selecionei dois trechos. A entrevista inteira está aqui:
O que é que o levou a estudar filosofia?
Tinha um forte interesse naquilo que hoje sei que são problemas fundamentais; na altura não sabia que eram problemas fundamentais. Apenas me parecia que o tipo de assunto que me interessava não era estudado noutros cursos. Por outro lado, ao ler algumas passagens das Meditações e do Discurso do Método, de Descartes, no 12.º ano, fiquei fascinado com o rigor do raciocínio, com a profundidade dos problemas, com a lucidez do pensamento. E vi que era isso que eu queria fazer.
-- Imaginem que coisa entediante... um jovem que se apaixona por Descartes! Sério, só conheço gente interessante que se apaixonou, quando jovem, por Platão, Nietzsche ou Kant. Mas Descartes!
Para o Desidério, o que é a filosofia?
O mesmo que é para a maior parte dos filósofos, exceptuando-se apenas alguns antifilósofos que surgiram sobretudo no séc. XX. A filosofia é a tentativa de resolver problemas fundamentais insusceptíveis de serem estudados cientificamente; tentamos resolver esses problemas usando apenas o pensamento, pois tais problemas não são susceptíveis de serem estudados recorrendo a metodologias empíricas. E argumentamos, argumentamos, argumentamos. Ou seja, procuramos incansavelmente saber se as ideias que propomos são boas, ou se têm deficiências, pontos fracos, aspectos que possam ser melhorados.
-- Eis aí a concepção analítica da filosofia. De um lado, bebendo no positivismo lógico, apostando na ciência como fonte primária, da qual a filosofia é subsidiária. Depois, tratando como se tudo fosse simples justaposição de argumentos lógicos. Para mim filosofia, ao contrário, é o quebrar do óbvio, o desbanalizar do banal, o questionar o inquestionável. Provavelmente isso seria interpretado como enrolação. Aliás, coisa de "antifilósofo", como ele próprio definiu quem não pertence ao mundo dos abençoados analíticos.

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segunda-feira, março 24, 2008

MELHOR MÚSICA DO ANO?

Dificilmente alguma música vai bater "Machine Gun", a melhor canção do álbum "Third", do grade Portishead. A mixagem do clip, como havia advertido o Álvaro Pereira Jr., é melhor que a que vazou como álbum (embora eu tenha gostado mais dos teclados da versão antiga), então provavelmente o álbum é melhor ainda.
Confiram essa belezura.



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domingo, março 23, 2008

SEM RESPOSTA

Remeti ao Ombudsman da Folha de São Paulo, que é extremamente crítico, pequena adaptação desse texto. Recebi como resposta:



Caro Moysés,

obrigado pela mensagem. Encaminhei-a à Redação, com o conjunto de manifestações dos leitores que sugerem/reivindicam reportagem sobre a saída de Paulo Henrique Amorim do IG.
A Folha hoje noticiou a parceria _você leu a notícia em algum outro jornal?_, porém não fez reportagem ou análise.
Escreva sempre.
Cordialmente,


Mário Magalhães


Ombudsman - Folha de S.Paulo Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar


01202-900 - São Paulo - SP



Nas edições de sexta, sábado e domingo, nada escrito. A mídia continua tabu da própria mídia.

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quinta-feira, março 20, 2008

FALTA JORNALISMO

A mídia adora tachar de autoritária a esquerda. Com certa razão. De fato, há antecedentes bastante desabonatórios pelo mundo afora. Por isso, qualquer declaração de Lula contra a mídia -- mesmo que seja uma declaração do conteúdo, quer dizer, discordando da posição adotada -- ganha o teor de "ameaça à liberdade de imprensa". Isso é o feijão-com-arroz.
Já escrevi por aqui sobre o que penso do relação da esquerda com a imprensa. Agora é hora de escrever outra coisa.
Toda blogosfera já sabe que Paulo Henrique Amorim foi demitido sumariamente do IG. Mas onde estão as notícias?
Qualquer blogueiro sabe que ele desempenhava um papel de protagonista nas discussões, ainda que um tanto caricato, como também já escrevi por aqui. É demitido de surpresa, e nada é publicado sobre o tema.
Parece que a mídia tem dois pesos e duas medidas: de um lado, a transparência total para assuntos da política, vida de celebridades, vestiários de futebol, processos judiciais, etc.; de outro, o completo sigilo quando estamos diante de fatos que envolvem a própria mídia. Nada se diz. Ou muito pouco.
Luis Nassif publica um dossiê cáustico sobre reportagens da Veja que indicariam, no fundo, favorecimento a um grupo econômico, algo que se aproximaria de um escândalo segundo os próprios critérios jornalísticos. O que jornais importantes como a Folha de São Paulo ou a Zero Hora dizem? Nada. Absolutamente nada. Por que um Jânio de Freitas, um Hélio Schwartzmann ou um Clóvis Rossi não se pronunciam sobre o tema? Não dá para fazer uma apuração e, com esses nomes repletos de credibilidade, concluir que o dossiê é uma fraude ou a própria Veja é? É proibido à Folha tratar a Veja como trata os Governos, os Partidos Políticos, as empresas, os artistas da Globo, os técnicos de futebol? Não consigo entender.
De outro lado, a demissão de PHA parece muito estranha. Ainda mais quando ele ataca a fusão da Brasil Telecom com a Oi, e isso interessa ao Portal Ig. E, se lermos isso no blog dele, não há como não convir que tudo indica que alguém, irritado com a coluna, resolveu tirá-lo do ar sumariamente, a ponto do cara ter que pedir uma liminar para acessar seus arquivos. É escandaloso. Está na cara. Mas, por se tratar da própria mídia, nada se fala sobre o tema. O NovaCorja acha tudo engraçado, manda "abrasso" mas não entra no tema. Só um minutinho: jornalista demitido sumariamente, de uma hora para outra, quando publica coluna que pode incomodar o patrão, é normal? Ou é "notícia"?
Não sei absolutamente nada sobre os fatos. Aliás, o assunto para mim é um porre. Mas o que me choca é a falta de jornalismo sobre o tema. Não dá para um jornalista com credibilidade falar sobre o assunto e comentar as relações entre um e outro? Hélio, Clóvis, Jânio, Fernando Barros, cadê vocês? Algum novato não poderia despontar fazendo uma análise objetiva para quem -- como eu -- não tem vontade nem aptidão para analisar os lados envolvidos e tentar noticiar o que está acontecendo?
Definitivamente, são dois pesos e duas medidas.

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ONDE ESTÁ LABARTHE?

Celso Roth vai bem no Grêmio. Conseguiu estruturar uma equipe com defesa, meio campo e ataque [para alguns, isso pode parecer simplório, mas não é]. Por isso, merece a confiança, embora na realidade os problemas dos seus times sempre foram na chegada, e não na largada. Seu escasso número de títulos revela isso.
Então, apesar do bom início de Roth, não consigo entender porque Marcelo Labarthe foi deixado de lado e sequer se menciona seu nome. Leio que Nunes será o substituto de Magrão, e Rudinei, antes dispensado, foi re-convocado para compor o banco de reservas. Não dá para entender. Labarthe é muito, mas muito melhor, que o fraco Nunes. Embora com um físico que parece um pouco frágil para a posição de volante, mostrou ano passado que sabe marcar, passa bem e chega ao ataque. Tudo que Nunes não sabe fazer. Não consigo entender o porquê do seu ostracismo. É bom jogador para compor o grupo, servindo de reserva junto com Magrão, já que espero que o Grêmio traga um segundo volante de nível para compor o meio de campo no Brasileirão. Com esses dois no banco, mais Adílson, estaríamos bem servidos.
Veja-se que a tendência mundial agora é formar novos volantes, longe do modelo de quebrador de bola. Jogadores como Gerrard, Lampard, Pirlo, Fabregas, Iniesta, Gago e, claro, Lucas, mostram isso*. O que impôs o fato não foi um romantismo saudoso dos tempos de Didi e Gérson, mas a própria dinâmica do futebol: com cada vez menos espaço na frente, também a chegada dos volantes mostrou-se necessária. Labarthe está mais próximo deles que Nunes.
Roth deveria aplicar o mesmo raciocínio que vem aplicando a Reinaldo, com apoio profético desse blog: um jogador de melhor qualidade merece uma aposta, por mais que não dê resposta imediata. Ele sabe que, em potencial, Reinaldo ultrapassa Tadeu e, por isso, o mantém. Não vejo diferença em relação ao caso de Labarthe.


* Apesar disso, gostaria de deixar claro que jogadores como Emerson, Essien, Vieira, Jeovânio e Dinho não são brucutus. Quem os viu jogando sabe que dominam os fundamentos, alguns brilhantemente [Dinho passava bem e chutava maravilhosamente, p.ex.]. Brucutus são jogadores como Cocito, Gravesen, Brocci, Simeone, Nunes. Esses são de futebol sofrível, um preço caro a pagar para a equipe, que joga com praticamente um a menos com a bola. No meio termo entre estes estão jogadores como Ambrosini, Gattuso, Mauro Silva ou Makelele, que não são tecnicamente bons mas também não comprometem em excesso. A tendência é esses volantes "pesados" darem lugar a jogadores mais leves, como os que citei.

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A TRÍPLICE COROA, O GÊNIO E OS DESAFIOS

Um time que pouco vem sendo comentado é o Bayern de Munique que, ao detonar o Wolfsburg por 2 a 0 ontem, na Copa da Alemanha, pode ter encaminhado discretamente a tríplice coroa que inclui também o Campeonato Alemão -- que lidera com 5 pontos de vantagem -- e a Copa da UEFA, na qual é disparado a melhor equipe e favorito absoluto. Vi uns dois ou três jogos do Bayern esse ano. Me parece uma equipe bastante interessante, que investiu um bom dinheiro depois do fracasso do ano passado. Luca Toni mostrou-se um centroavante bastante eficiente, embora não seja brilhante tecnicamente, e vem se consolidando como grande artilheiro na Alemanha. Os outros investimentos - Ribery e Zé Roberto - também mostram serviço, o primeiro com bastante destaque. Embora não seja também um craque, Ribery corre, dribla, articula, cruza e bate faltas com qualidade, sendo por isso ótimo jogador de meio campo. Além deles, o Bayern conta com Klose, que sempre faz seus gols, e a bela opção de Podolski. Na articulação, ainda tem o garoto Schweinsteiger [precisei olhar como se escreve isso, :-)] e a revelação Altintop, que vem fazendo boas partidas. De enganador apenas Marc Van Bommel, jogador que bate muito e rende pouco. De resto, tem bons zagueiros [o brasileiro Breno aguarda uma chance, p.ex] e bons laterais [Sagnol, titular da seleção francesa, e Lahm, titular da alemã]. Discretamente, o Bayern encaminha a tríplice coroa e se candidata para a volta às cabeças dos torneios europeus na próxima temporada.
O gênio é Cristiano Ronaldo, que bateu o número de gols marcados do George Best e é o primeiro no inglês. Ronaldo é favoritíssimo a melhor do mundo. Não é algo que invalide a eleição anterior: de fato, Ronaldo vem jogando muito mais esse ano que jogava ano passado. Marca mais gols e decide mais as partidas. Alex Ferguson estava certo em não se aposentar, sob o argumento de que tinha a melhor equipe dos últimos anos nas suas mãos: um técnico com opções como Anderson [que joga com plena segurança, mas tem mais ainda na manga], Nani, Tevez, Giggs, Rooney, Scholes e Saha está bem servido. Diga-se a favor de Ferguson que ele comandou, meticulosamente e com mão-de-ferro, essa renovação, dispensando jogadores como Beckham, Nistelrooy, Véron e Keane. Hoje, nenhum time joga como o Manchester.
Por fim, ontem vi o jogo do Fluminense contra o Libertad. Os gremistas devem olhar esses jogos também, não apenas os do Gauchão, que nos nivelam por baixo. No Brasileirão, vamos enfrentar time como o Flu, que tem vários jogadores muito bons, como Tiago Neves, Conca, Gabriel [que, entretanto, marca mal], Tiago Silva e o goleador Washington, sem falar nos desfalques Dodô e Leandro Amaral. É com esses que o Grêmio tem que se comparar. Com Cruzeiro, que tem Wagner, com o Palmeiras, que tem Diego Souza, Valdívia, Kléber, com o Santos e seus Klébers, com o São Paulo de Adriano, Jorge Wagner, Hernanes e Richarlyson. O desafio é muito maior.

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terça-feira, março 18, 2008

A GRANDEZA DE LEVINAS

Admita-se ou não a sua crítica à filosofia ocidental, amparada na tradição hebraica e na sabedoria rabínica, distante do logos grego e mais focada na ética -- entendida como relação face-a-face [razão pela qual Derrida jamais aceitou o termo] --, aceite-se ou não sua resposta à ontologia fundamental do seu professor Martin Heidegger, é impossível não admirar a atitude de Emmanuel Levinas diante da catástrofe que presenciou.
Prisioneiro durante a Shoah [Holocausto] dos nazistas, mas mantido vivo por ser um oficial, o filósofo que depois se radicou na França viu toda sua família judia ser exterminada nos campos de concentração e ainda teve a decepção de ver Heidegger tornar-se reitor da Universidade sob a batuta de Hitler e fazer discursos apologéticos daquele regime terrível.
Era de se imaginar que Levinas mantivesse, por isso, uma atitude hostil com nosso mundo.
Ao contrário, o filósofo resgatou a ética e propôs uma reformulação das relações humanas a partir de um desligamento da violência, remetendo ao momento primeiro em que a paz é oferecida, a partir do Rosto vulnerável que se apresenta e diz: "não matarás". Levinas é o anti-hobbes por excelência: para ela, é a guerra que é degeneração da paz inicial, e não a paz um produto de uma ordem que estanca a guerra natural. A guerra é sempre recusa, indiferença ao Outro.
Nessa visão de ética é a diferença, aqui nomeada alteridade, que ganha o primeiro dos lugares. O humanismo vai rejeitado apenas por não ser suficiente humano. O humano é o local da diferença, a unicidade de cada um que jamais se repete. A alteridade é aquilo que pertence a cada um e é inapreensível, não posso a representar com as minhas imagens mentais. O Outro é inalcançável pelo meu intelecto. É sempre mais.
Assim, antes de tudo devemos nos desfazer da base da violência: a representação. Não posso tematizar, pensar o Outro, como se fosse capaz de esgotá-lo. É preciso que, antes de o transformar em objeto de conhecimento, saiba que diante dele estou numa relação de saudação, de responsabilidade, que não posso tratá-lo como coisa apenas. Ele é alguém e é com alguém, e não alguma coisa, que me relaciono.
É admirável a atitude de Levinas. À violência extrema que sofreu, reagiu com uma solene proposta de paz.
Mas escrevo essas linhas para, ao mesmo tempo que saúdo a atitude de Angela Merkel de ir ao Parlamento Israelense para se dirigir aos judeus depois da Shoah, dizer que entendo a atitude dos parlamentares que se negaram a "ouvir o idioma dos assassinos dos seus avós" [clique aqui para ver o vídeo]. Depois de ver os álbuns recentemente publicados pela New Yorker, que o Fabs andou comentando, é difícil lidar de forma sublime com o mal radical. Se o nosso estômago se contorce lendo as páginas de Eichmann em Jerusalém, de Hannah Arendt, pelas quais o extermínio dos prisioneiros é tratado como tarefa industrial e o mal é banalizado, imaginem o que pensam os herdeiros da catástrofe.
É triste, no entanto, que os próprios judeus, donos da sabedoria que inspirou Levinas e combate pela raiz o mal que elimina a diferença, ajam como seus próprios algozes, ainda que por razões compreensíveis. Precisaremos de algum tempo mais até que a ferida cicatrize e que Israel finalmente se abra para o Outro [especialmente o Outro-palestino], nos termos da própria sabedoria judaica.

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EU GOSTO MUITO DE INTERPOL


Eu queria MUITO ter ido ao show. Quando mais ouço Interpol, mais gosto. Gosto MUITO. É muito, mas muito melhor que qualquer outra banda do revival post-punk, tipo Editors, British Sea Power, Cinematics, She wants revenge. Sem comparação.
Tem uma comunidade no yogurt que diz bem como eu me relaciono com banda: "Doses cavalares de Interpol".



Impossível ficar parado - "Slow Hands".


Deliciosa e sombria canção do último álbum, "No I in threesome".


"PDA", destruidora música do primeiro álbum, exemplo do fantástico trabalho de baixo e guitarra da banda.


A densa, escura e viajante "NYC", mais um primor.

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MUITO MELHOR QUE POLÍTICA

Enquanto isso, no Terra:



Veja 25 frases que você nunca ouvirá de um homem
É fato que nem todos os homens são iguais e uma coisa é certa: homens e
mulheres têm pensamentos e atitudes, na maioria das vezes, diferentes. Em muitas situações, o que elas odeiam que eles façam é exatamente o que acontece. Aquilo
que elas gostariam de ouvir com freqüência é o que dificilmente (ou nunca) escutam de seus parceiros.
Aqui seguem algumas frases que demonstram um pouco a "guerra" entre homens e mulheres. Apesar de serem palavras que a maioria das mulheres gostaria de escutar, provavelmente nunca serão pronunciadas de um homem para uma mulher.

1. Já que eu estou em pé, quer alguma coisa?

Com o passar do tempo, as pessoas costumam acreditar que já conquistaram umas as outras e que gentilezas como abrir a porta do carro, levar café da manhã na cama ou pegar uma bebida ficam em segundo plano.

2. Você parece triste. Quer conversar?

Quando uma mulher está abatida o parceiro até pode perceber essa mudança, mas geralmente nesses casos quem costuma assumir o papel de ouvir as lamentações femininas é a melhor amiga e não o namorado ou marido.

3. Por que a gente não vai no shopping e você escolhe alguns sapatos novos?

Qual é o homem que agüenta a indecisão de uma mulher ao andar por horas e horas em um shopping em busca de sapatos, roupas e até mesmo acessórios novos?

4. Acho que precisamos discutir nossa relação

As mulheres é que costumam chamar seus parceiros para a famosa DR (discussão de
relação). Os homens não são muito de falar. Para eles, as atitudes valem mais do
que as palavras.

5. Sexo não é importante. Vamos ficar apenas conversando

Os homens adoram de sexo. Eles dificilmente trocariam a oportunidade de ter um
momento a dois com alguém por uma simples conversa.

6. Antonio Banderas e Brad Pitt? A gente precisa ver esse filme!

Dificilmente um homem gostaria de assistir a um filme pelo simples fato de ter dois atores famosos e consagrados como Banderas e Brad Pitt. Os homens estão muito mais interessados em filmes que tenham lutas, ação e um enredo diferente.

7. Quer ajuda para escolher os sapatos?

Um homem querendo dar palpite no sapato ou roupa da mulher por outro motivo que não seja o ciúme do tamanho curto da sua saia? Bem difícil de acontecer.

8. Você está com dor de cabeça? Deixa que eu pego um remédio para você e faço uma massagem para relaxar

A idéia de pegar um remédio nem é tão absurda assim, agora com uma massagem a tiracolo, só mesmo o homem dos sonhos.

9. Eu não sei o caminho. Vamos parar e perguntar

O homem prefere rodar uma hora a mais do que o necessário a ter de parar e perguntar para alguém onde fica um certo lugar, talvez com medo de que isso afete o senso de direção que eles querem demonstrar para as mulheres. Podem perguntar sem problemas, as mulheres continuarão amando vocês mesmo assim.

10. Eu seguro sua bolsa enquanto você experimenta outra roupa

Um homem incentivando uma mulher a gastar mais? Só pode ser fruto da imaginação feminina. Agora, é preciso reconhecer que o cavalheirismo ainda não saiu de moda e é possível ver com certa freqüência homens carregando objetos para as mulheres, para poupá-las de fazerem esforços.

11. Esse vestido ficou bom, mas por que você não experimenta mais alguns?Será que existe algum homem que não reclama de uma mulher que demora duas horas para se arrumar? E, além disso, ainda incentive que ela demore mais ainda escolhendo outra roupa?

12. Aquela mulher tem os seios muito grandes

Raridade nº 1: os homens não acham ruim mulheres com seios grandes. Raridade nº 2: se ele percebeu que o seio da mulher é grande, no mínimo ele falaria que ela é uma "gostosa" e não reclamaria para você. [NB: ÓtEma]

13. Você cortou o cabelo?

Não tem nada que dê mais raiva do que gastar rios de dinheiro no salão de beleza e o seu parceiro nem mesmo perceber que você deu uma mudada no visual. Perceber que uma mulher cortou o cabelo é coisa rara entre os homens, a não ser em casos extremos em que o cabelo antigo era na cintura e ela de repente resolveu cortar curtinho.

14. Esta noite quero te dar tudo o que você merece. Vamos ao restaurante mais caro da cidade

Quando um homem fala que vai dar à mulher tudo o que ela merece a primeira
coisa que vem à mente é algo com relação ao sexo
e não um jantar no restaurante mais caro da cidade.

15. Deixa que eu lavo a louça. Hoje é domingo e você merece descansar

O seu amado pode realmente perceber que você está cansada e merece descansar, mas certamente ele não iria querer lavar a louça para você em pleno domingo, que é dia de assistir ao jogo de futebol do time dele.

16. Querida, telefone para você. É o seu melhor amigo

É normal que os homens sintam ciúme do melhor amigo de uma mulher. Então, por mais que ele goste do seu melhor amigo não vai ficar 100% feliz quando ele ligar para você.

17. Eu acho a Sabrina Sato tão artificial [NB: !!!]

Para os homens tanto faz se o seio de uma mulher é silicone ou não, se ela fez plástica no nariz. Para eles, o que importa é o conjunto ter um resultado final bonito. Por isso não se preocupe em dar uma ajuda à genética se você estiver insatisfeita com você mesma.

18. Prefiro ficar com você. Só vou ao bar se você for

Preferir ficar com você a ir para o bar não é nada impossível para um homem. Mas, que eles adoram a oportunidade de ficarem sozinhos com os amigos para falarem de futebol, mulheres e dos novos softwares, isso é preciso admitir.

19. Você vai marcar horário para fazer as unhas? Veja se tem um para mim também, por favor [NB: HAHAHAHAHAHAHAAHHAAH]

Seu parceiro pode não se importar (e inclusive gostar) que você fique horas no salão para ficar linda e maravilhosa para ele. Entretanto, querer que ele te acompanhe nesta maratona de beleza é exigir demais do seu amado.

20. Já coloquei a roupa suja na máquina

Os homens podem estar dispostos a ajudar suas parceiras, porém, lavar roupa não é uma das atividades preferidas deles.

21. O seu sapato não está combinando com a sua bolsa

A não ser que você faça combinações muito ousadas como uma bolsa vermelha e um sapato azul com bolinhas amarelas, dificilmente o seu querido fará comentários sobre essa parte da sua produção.

22. Não compre na primeira loja, vamos andar mais um pouco para você escolher melhor

A paciência na hora das compras de uma mulher não é um dos atributos mais fortes de um homem.

23. Acho que a empregada deixou poeira em cima da geladeira

Imagine a cena: o seu marido chegando do trabalho e a primeira coisa que ele se prontifica a fazer é ir até a cozinha, passar o dedo em cima da geladeira e verificar que a empregada não limpou da maneira correta. Será que isso combina com o seu dia-a-dia?

24. Vou reclamar com o vizinho dessa história de a mulher dele ficar só de calcinha na janela [NB: THE BEST!]

Admitir que ele já viu a vizinha de calcinha na janela pode causar confusão com você e com o marido dela. Por isso, nessas situações ele vai preferir ficar na dele e não se meter na situação.

25. Amor, por que você não está enroscando os seus pés nos meus hoje?

Para ele seria uma maravilha que você esquecesse desse hábito e o deixasse dormir sem que ele acordasse de repente com um susto no meio da noite.

Redação Terra

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MARIA DO ROSÁRIO, SIM

Ok, o PT porto-alegrense elegeu Maria do Rosário sua candidata. Do quadro existente, acredito que é a melhor opção. Manuela D'Ávila até agora nada mostrou. Luciana Genro é uma demente. Onyx é um ultraconservador que, como todos eles, sobrevive sem plataforma, sustentando-se no anti. Seu grande programa é a implementação do "Tolerância Zero" em Porto Alegre. Por fim, Fogaça é, simplesmente, nada. O Prefeito Greve-dos-Acontecimentos não se reelege nem a pau, com seus 26% de saída que só tendem a cair. O que me impressiona é que as pessoas conheciam sua mediocridade, se bem que o adversário tivesse sido empurrado goela abaixo mesmo [provavelmente para contrastar com o PT nacional, que à época passava sua maior crise com o mensalão].
Já escrevi por aqui, e repito: Rosário tem que parar com a sua mania de aparelhar a máquina pública. Entretanto, admito que é uma plataforma quase utópica, basta ver que praticamente resume o programa do candidato Fernando Gabeira para o RJ. E já é muito. Ou seja: a rigor, nenhum candidato foge à regra de fazer esse aparelhamento. Quem conhece o intestino do Palácio Piratini, da Assembléia ou da Câmara sabe que todos os partidos fazem isso, de direita ou de esquerda. Mas vale a advertência. De resto, vale sua militância nos direitos humanos, ainda que tenha algumas divergências com algumas das suas posições.
Para quem acha que minha observação é de um petista a-crítico, faria um pequeno comentário: de fato, me reconheço ligeiramente contemplado pelo Governo Federal, que me satisfaz razoavelmente mas está longe, muito longe, da perfeição. Mas, por exemplo, tenho seguidamente reconhecido méritos no Governo Yeda. A contenção de gastos e o enfrentamento do grande Bloco Corporativo são ótimas medidas. Minhas divergências crescem, contudo, quando me deparo com a sua desastrosa política de segurança pública, uma das fundamentais no terreno do Estados.
Em princípio, salvo surpresas, esse blog se declara eleitor de Maria do Rosário.

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segunda-feira, março 17, 2008

RELAX


ELLIOTT SMITH é dos meus folk-songwriters favoritos. Cliquem no play na imagem abaixo e se deliciem com esse rapaz doentio, mas brilhante, que se matou a facadas.



Elliott Smith, "Between the bars"

ADIÇÃO: Encontrei duas ótimas covers da música. A primeira com a cantora Billy Holiday-inspired e anti-mainstream Madeleine Peyroux, que segue o curso lento e o seu estilo blasé de cantar. A segunda, com a banda canadense Metric, mais uma da nova geração que engloba nomes como Arcade Fire e Wolf Parade, que canta a música em versão acústica e ostenta a voz sensual, aguda e rasgada da sua vocalista Emily Haines. Recomendo as três.



Madeleine Peyroux, "Between the bars"

Metric, idem.

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LOS COCHES

Em São Paulo, não se fala de outra coisa -- pelo menos na mídia -- que nos engarrafamentos gigantescos.
Uma das coisas interessantes que vi numa carta de leitor da FSP é que, de fato, não há qualquer estímulo ao ciclista no Brasil. É mais que necessário que criemos pistas especiais nas grandes avenidas para os ciclistas. É mais saudável, desafoga o trânsito e menos poluente. Holanda, Alemanha e outros países europeus estimulam aos montes as bicicletas. Parece bobo? Não é. Nem todo mundo andaria até a esquina com seu carrão se houvesse chance de andar seguro sobre duas rodas. Mas andar com segurança, não desse jeito terrível que hoje em dia os ciclistas são obrigados a aturar.
Outra coisa que me parece interessante é que, desde as instigantes análises críticas da Escola de Frankfurt, "saiu de moda" filosofar duramente sobre algumas questões cotidianas. O fato de andarmos em tanques de guerra, muitos literalmente blindados, fechados para o exterior, não pode ser questionado, criticado, sob pena do filósofo ser acusado de arcaico. O fato de vivermos com vidros fechados e escuros, de acelerarmos em vez de frearmos quando vemos alguém atravessando, de só enxergarmos nosso interesse nos engarrafamentos, os celulares que nos separam da convivência com quem está na nossa frente, os Ipods que nos isolam do mundo exterior, os escadas rolantes que estão nos deixando bolas de carne, enfim, toda essa parafernália tecnológica é verdadeiramente inquestionável.
Não podemos, quem sabe, desacelerar? Filas nos aeroportos, ansiedade nas estradas, trabalho por celular, comida fast food -- será que não estamos ficando loucos?

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A POLÍTICA QUE ASSUSTA

Quando vejo a tranqüilidade do Partido Comunista Chinês nos seus "debates" internos enquanto produz um tremendo massacre no Tibet eu realmente me apavoro com a política. No filme "Herói", que trata justamente da unificação chinesa, essa face da violência autorizada fica muito clara. O Tibet, para os chineses, é questão de honra, de ver a unificação do seu país, apesar das imensas diferenças culturais.
É essa face da política que me desce mal. Quando leio artigos muito bem argumentados sobre o fato de que política é chutar a porta mesmo, não consigo deixar de refletir que política sem ética é autorização para um regime totalitário. Não congigo pensar diferente, apesar dos bons argumentos que me indicam o contrário. Para mim, está claro que sem o Rosto, sem o respeito à diferença, a política se torna algo indomável, desumano. Alguém que pensa como Benjamin ou Agamben ficará aguardando a "violência divina" que irá estancar o ciclo de violência chinesa que passa o Tibet. O que é isso? -- não me perguntem.
O fato é que essa face de violência da política é sempre extremamente perigosa. As risadas dos dirigentes chineses e seu projeto de Totalidade política é o horror do dia-a-dia em que a alteridade é sempre destruída.

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sexta-feira, março 14, 2008

DIOGO MAINARDI...E DAÍ?

Depois de toda discussão no Biscoito Fino e a Massa sobre a Veja e o polêmico dossiê de Luis Nassif, que publicou uma série de reportagens que denunciam interesses escusos na elaboração das reportagens, lembrei-me da conversa que recentemente tive com os amigos Ricardo Timm de Souza (que disse ler e gostar desse blog e, por isso, enche de orgulho seu dono) e Alexandre Pandolfo sobre a revista.
Só está preocupado com a Veja quem não se dá conta da configuração social do nosso país. Temos uma pequena elite que deve corresponder a no máximo 5%, uma classe média que é "cidadã" e corresponde a 20, 25%, e 60, 70% de pobres que sequer atingiram condições de cidadania. Esse pobre -- "vida nua" brasileira, ou simplesmente subcidadão -- é precisamente o destinatário das políticas sociais do Governo Lula.
Ora, esse pobre simplesmente não lê Veja. Não sabe quem é Diogo Mainardi, nem Reinaldo Azevedo. Eles são ilustres desconhecidos.
Esses colunistas medíocres na realidade atingem apenas uma fatia que não deve ultrapassar 15%, 20% da população, que é quem tem dinheiro para comprar Revista Veja. O resto é esse "subcidadão" que é o destinatário das políticas de Lula. Mas a Veja só atinge a parcela "cidadã" da população (e que adora se realçar como tal, por isso uma genealogia do conceito de "cidadão de bem" é algo fantástico), ou seja, a classe média conservadora, que nunca gostou do PT nem de Lula e não está nem aí para políticas sociais.
No final das contas, portanto, a tecla que a Veja bate jamais causará qualquer efeito, simplesmente pelo fato de que quem ela quer convencer já está convencido, e quem poderia acrescentar sequer tem dinheiro para comprar a revista. Diogo Mainardi -- and so what? Quem se importa com o que ele escreve? Quem se importa com o que está na Veja?
O Governo vai bem, obrigado. Tem seus problemas políticos e éticos, mas consegue levar a cabo políticas sociais efetivas e quem acompanha as notícias vê que investimentos em segurança e educação cada vez mais aumentam (basta ver o Programa de Segurança e Cidadania do Ministério da Justiça ou o investimento em ensino técnico e nas universidades públicas). É esperar o resultados dos programas, o investimento foi feito. Por isso, inclusive, muita gente que vê isso como fato na cara está cancelando sua assinatura da revista, por não suportar mais oposição sistemática e irrazoável.
O "neocon" de classe média que lê Veja não está nem aí para os pobres. Quer saber dos seus filhos, da sua poupança, da sua empresa, da tranqüilidade de sair na rua. São reivindicações legítimas, mas ignoram o contexto global das coisas no Brasil. Ao proceder o recorte do tipo "o MST são comunistas malvados que invadem SUA propriedade na praia", a Veja acerta essa fatia da população, recortando aspectos estruturais importantes do Brasil.
Mas essa fatia, a rigor, embora tenha uma potente reverberação discursiva, não é representativa da população brasileira. Não significa nada. Como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, a rigor, não significam absolutamente nada.

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terça-feira, março 11, 2008



PORTISHEAD, "THIRD" (2008)

A espera foi longa. A banda vinha de discos sensacionais, históricos. Cheguei quase a pensar que não lançariam mais nada.
O disco começa com uma pregação evangélica brasileira. SIM! Isso mesmo. Estranho, mas... fazer o quê? "Silence" tem a cara do Radiohead. Um sintetizador percorre "horizontalmente" a música, acompanhado de instrumentos diversos em um ritmo "Kid A", muito mais rápido que costumava ser a música do Portishead. As batucadas só confirmam a influência. O final é brusco.
"Hunter" começa grave, mas o barulho dá lugar a um violão que acompanha suavemente a voz de Beth Gibbons, em uma deliciosa e angelical melodia. O uso da guitarra é totalmente inusitado, parece servir apenas como pretexto, detalhe, para cortar a harmonia. Mas ele é seguido por um sintetizador doentio. E, de explosão brusca à doçura habitual, a música se alterna em ritmo e harmonia. Os tons da voz de Gibbons ajudam.
"Nylon Smile" novamente me lembra Radiohead em seus momentos mais viajantes e densos, como Amnesiac. A voz de Gibbons é com certeza mais doce, longa e triste que a atordoada e doentia de York, mas as semelhanças são grandes. "The Rip" começa com violão e lembra bastante o álbum solo da Beth, com aquele clima sentimental e, ao mesmo tempo, solitário, invernal. A virada em meio à canção, quando entra um sintetizador que "enche" o tema, é brilhante como "Weird Fishes/Arpeggi", conseguindo a transição com perfeita naturalidade.
"Plastic" segue como quinta faixa, e é, sem dúvida alguma, a mais semelhante com os antigos trabalhos do Portishead dos outros álbuns. A batida quebrada, o uso e abuso da mesa de som, os vocais emocionados e emocionantes de Gibbons, tudo remete ao clima típico do Portishead. Leia-se: música perfeita para se ouvir transando.
"We carry on" é veloz e lembra, para os apressados, gente como os Klaxons e o pessoal do "nu rave". Prefiro pensar em coisas como o Primal Scream, especialmente dos últimos álbuns, e suas repetições doentias eletrônicas e até o pessoal do Animal Collective, que o Portishead deve ter ouvido bastante. Boa, tri boa, e totalmente diferente de tudo que eles fizeram até agora. Segue uma transição folk mediana, "Deep water".
"Machine Gun" é de extrema violência, dessas que deixaria gente demente como os Wolf Eyes tonta, situando-se como uma pancada direta no ouvido. Uma bateria eletrônica inclemente martela como, de fato, uma metralhadora. A voz de Gibbons é triste, triste, triste, parece pronta para a morte. No final, um sintetizador gigantesco vai tomando conta da música, como se fosse um avião passando, lembrando um pouco de krautrock, e a canção termina como um profundo exercício de rock progressivo, talvez até Vangelis, em pleno 2008. Pior, rock progressivo bom. Tudo absolutamente ANGUSTIANTE e FUDEROSO.
Depois, mais uma canção na linha de "Portishead", o disco -- "Small". Um violão folk e vocal depressivo, seguido de muita eletronicice -- teclados gigantescos, elementos meios retro-espaciais, etc e tal. Tudo meio barroco para, ao final, voltar para aqueles dedilhados westerns que estão presentes desde sempre no som do Portishead e finalmente desabar em mais maluquices.
"Magic Doors" tem pitadas de Radiohead, novamente, é uma música com formato bem definido para os padrões quebrados do Portishead. "Threads" termina belamente o álbum, no ritmo do segundo álbum, até conservando a batida cadenciada típica da banda, sendo a segunda mais parecida com tudo que se produziu até agora, embora ligeiramente mais pesada, lembrando bastante coisas como Tricky e Massive Attack. Beth canta, para variar, maravilhosamente, e confirma seu status [na minha opinião] de melhor cantora rock [?] dos últimos 10, 15 anos, especialmente pelo brilhante e grandiloqüente desfecho do tema.
Resultado: o álbum fica entre o álbum solo da Beth Gibbons, pitadas de "Kid A" e uma continuação de "Portishead" definitivamente sem o "hop" -- ficou apenas o "trip". Nota? Ainda não. Mas posso dizer que o álbum é redondinho, redondinho, apesar de profundamente experimental, e concorre a melhor do ano.

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TRÊS CURTAS SOBRE FOOTBALL

Tem alguma coisa mais clara que o borrar-nas-calças da Internazionale em competições européias e, em sentido inverso, o crescimento do Liverpool? O time inglês é o Grêmio-copeiro da Europa, apesar de vermelho.

***

NADA, absolutamente NADA, é mais irrelevante do que se o técnico faz treinos abertos ou fechados. É impressionante como a mídia enche o saco apenas por interesse próprio. Para o torcedor isso é absolutamente indiferente, é puro interesse corporativo.


***
Será que, depois de Pelaipe, é Celso Roth que lê somepills? Vejam isso.

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JUNO PODE NÃO SER O BICHO, MAS O SONIC YOUTH...

Vale a pena ouvir essa versão dos Carpenters cantada pela banda de Thurston Moore, que tanto se falou depois de Juno.



Notem como a Kim Gordon tá gostosa.

Mais: adoro "Dirty", um álbum não tão valorizado pelos fãs da banda, talvez por ter sido o que mais se aproximou do sucesso, com o grunge.


"100%"

Por fim, uma palhinha de "Ratter Ripped", o levíssimo álbum de 2006 que é super.


"Incinerate"

E mais essa:


"Turquoise boy"

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segunda-feira, março 10, 2008

POR CONTRASTE

A atuação mediana do Grêmio ontem serviu para mostrar os pontos fortes da equipe. Roger, ao que parece, está recuperando a forma e tem técnica indiscutível. Mas foi sobretudo após a saída de Perea e Soares que ficou claro o porquê da subida de rendimento do Grêmio dos últimos jogos. Com dois atacantes velozes, agressivos, com chegada consistente e aproximação o Grêmio ganhou ares de nova equipe, mostrando uma competência que não vimos sequer no ano passado. É a diferença em relação aos inexistentes Tuta, Everton, Ramon, Jonas, Marreta e Marcell, do ano passado.
A situação fica clara por contraste: basta comparar a diferença com o lento Tadeu e o esforçado, mas pouco eficiente, André Luiz, que os substituiram. O time despencou de rendimento.
Perdemos a vaga na Libertadores ano passado por detalhe. Foi especialmente a falta de reservas competentes que impediu a classificação. Faltou grupo. Quando a equipe jogava com Ramon e Everton, a atuação despencava, pois ficávamos sem bola no ataque. É de se pensar. Tadeu e André deixaram a desejar. Dar nova chance para Reinaldo, que começou mal, e até Jonas, ou quiçá um junior, é opção.

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sábado, março 08, 2008

SHAME ON THEM

ZH,
agora:
Mundo 08/03/2008 16h04min
Bush veta lei que proibiria práticas de tortura
Presidente afirmou que as técnicas de interrogatório mantêm os EUA seguros
O presidente George W. Bush disse que vetou uma legislação que impediria a CIA de usar métodos "duros" de investigação, como afogamento, para interrogar suspeitos de terrorismo. Segundo a rede de televisão CNN, o presidente falou essa manhã em seu pronunciamento semanal de rádio. De acordo com Bush, as técnicas de interrogatório são válidas pois elas preveniram ataques contra os Estados Unidos.
— A lei que o Congresso me enviou acabaria com uma das mais valiosas ferramentas na guerra contra ao terror. Por isso a vetei hoje — afirmou Bush. A lei passou pela câmara americana em dezembro e pelo Senado em fevereiro.
— Essa não é a hora de o Congresso abandonar práticas comprovadas que mantêm a América em segurança — afirmou.

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sexta-feira, março 07, 2008

Senhores Ministros, enquanto nos debatemos com dilemas éticos, milhares estão morrendo."

Com essa frase aparentemente incontestável, um dos blogs da nossa revista "sweet neocon" pretende esgrimir um argumento imbatível.

Mas vamos analisá-la. Será que o fato de existirem inúmeras pessoas morrendo é algo ruim em si mesmo? Ou é algo que existe, desde sempre? A morte é um "mal"? A morte é algo como uma praga, que deveremos eliminar? Vejam que não estamos tratando de morte por ação ou omissão humana, mas pela decorrência de doenças, degerescências que dizem respeito à própria condição de finitude do ser humano.

Desde que a humanidade existe sabemos que pessoas morrem. Que morrem de doenças. E, por vezes, sofrem. O que nossa técnica permite é que tentemos reduzir essas doenças e sofrimentos. A técnica, como já notava Francis Bacon, é sempre algo que modifica e controla a natureza. Trata-se, portanto, de algo distinto do curso natural das coisas. Curso natural que é, evidentemente, a morte.
Parece que só a hecatombe ambiental que se anuncia parece ter despertado o homem para o fato de que os avanços tecnológicos não se dão como se fossem ligados no piloto automático, mas por meio de decisões com conseqüências. E que a natureza não tolera mais nossas máquinas.
No fundo, o projeto da medicina contemporânea é eliminar a morte, porque parte do pressuposto, que nada de científico, de que a morte é um mal. Só que ninguém se deu bem conta disso. Tudo anda como se fosse piloto automático. Precisamos nos dar conta das implicações disso, e que, como transformação que é, a técnica exige, sempre e sempre, uma pauta ética.

PS: Sou favorável à lei como está. Mas os argumentos que alinham de um lado "obscurantistas" e de outros os bem-intencionados pesquisadores são de doer.

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quarta-feira, março 05, 2008

PESADELO EM MADRID

É inadmissível que o maior vencedor de Copas européias e clube mais rico do mundo sofra quatro eliminações consecutivas nas oitavas-de-final da Championsleague. Não dá para entender como isso pode se prorrogar por tanto tempo. Basta imaginar como seria o Brasil cair nas oitavas durante o mesmo tempo. O time de Luxemburgo, depois Lopez Caro, Capello e agora, finalmente, Schuster mostra que não tem competitividade suficiente para vencer grandes equipes européias. E a Roma, convenha-se, não é rival pra disputar o título.
Apesar de em certos momentos ter parecido promissora, a equipe do Real tem o defeito de, desde a última equipe galáctica antes de Beckham [com Makelele, Zidane, Figo, Ronaldo, Hierro e outros], que perdeu injustamente para a Juventus nas semi-finais, jamais ter conseguido compactar um time. Infelizmente, ressalvadas algumas grandes vitórias, falta ao Madrid ter um time do 1 ao 11, como têm Manchester, Chelsea, Milan, Liverpool ou Barcelona há algum tempo.
O que se tem, ao contrário, é um amontoado de jogadores que geralmente conseguem decidir sozinhos.
Falta um jogador consistente de meio campo, um Ballack, um Lampard, um Kaká ou um Gerrard. As últimas contratações -- Robben, Gago, Higuaín, Drenthe, Sneijder -- não tem esse perfil. Guti e Baptista, bons jogadores, são insuficientes. Falta alguém que arraste a bola, que dê compactação ao time. Alguém para o lugar de Zidane. Alguém que decida, dê uma identidade. Os investimentos estão fora de foco.
Eu já tinha sugerido por aqui quem contratar: Riquelme. Riquelme é o tipo de jogador que arma, cadencia o time, que faz o meio campo correr. Vou sugerir outro: Alex. O genial meia do Fenerbach também daria conta do recado. É a ausência desse tipo de jogador que, nos últimos dois anos, tem feito com que o Madrid não tenha rosto, não tenha uma forma de jogo, que, apesar de boa participação na Liga, não seja capaz de enfrentar grandes rivais europeus.

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terça-feira, março 04, 2008

E O MILAN CAIU

Um clube com a tradição do Milan sempre sai como favorito na Champions. Caiu, e caiu bem, diante do Arsenal de Arsene Wenger. Já no início da temporada eu advertia da possibilidade de crescimento dessa nova equipe, mas jamais apostaria que poderia faturar o Milan.
No entanto, faturou. E faturou bem.
Embora campeão da Championsleague, o Milan da temporada passada já mostrava limitações evidentes, especialmente a idade do elenco. No entanto, uma bela retranca com dois laterais que não apóiam e três volantes, dos quais apenas um tem boa saída de bola [Pirlo, obviamente], e atuações esplendorosas de Seedorf e Kaká levaram o Milan ao título.
Esse ano, a sorte acabou. Kaká está ainda mais marcado e a equipe começa a mostrar sinais de desgaste. Faltou bons investimentos para o Milan, com jogadores que poderiam dar criatividade ao meio campo e ao ataque [perdoável, pela aposta em Ronaldo].
Ficou tudo na conta do Pato. Confesso que já vi lances muito interessantes de Pato, mas não entendo como um jogador que não completou 100 partidas na vida possa ser colocado no mesmo patamar de Shevchenko e requerido como titular da Seleção Brasileira. É muito. Ele é muito jovem. Falta experiência na Europa, estilo de futebol totalmente distinto do Brasil.
Além disso, prestem atenção no comportamento de Kaká e Pato. Ultimamente, não sei se é paranóia, mas tenho notado que os dois não fazem jogadas entre si e não trocam olhares. Pode estar acontecendo problemas de elenco por lá.
Apostar em Pato como único reforço para uma equipe cuja idade média deve estar para mais de 33 anos, com jogadores tecnicamente limitados como Kaladze, Ambrosini, Oddo, Gilardino e Gattuso [que eu gosto], foi o que matou precocemente e praticamente encerrou a temporada desse clube gigante que é o Milan.

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RELIGIÃO É PAPO DE LOUCÃO

No UOL, hoje:
Professor israelense afirma que Moisés agiu sob efeito de alucinógenos

JERUSALÉM, 4 Mar 2008 (AFP) - O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o Monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.Em um artigo provocador publicado esta semana pelo "Time and Mind", um jornal dedicado à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.
"Em relação a Moisés no Monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense."
A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou.Também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.
De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica.
"Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.
Segundo este pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona esta árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.

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FREAR CHAVEZ - IMEDIATAMENTE

Já escrevi por aqui sobre a ambivalência dos Governos populistas de esquerda da América Latina. Já escrevi que não são, sem dúvida alguma, ideais, nem exemplos, mas contrastam com o estado de putrefação das elites políticas [e econômicas] que governavam esses países pobres até o momento, totalmente indiferentes à pobreza e à opressão.
Mas agora muda parcialmente o cenário. Se, até o momento, Chavez era um cão que latia, latia, mas não mordia, a ameaça de guerra e freqüentes hostilidades com a Colômbia acendem a luz amarela. Que a Colômbia tenha um governante de direita e queira aceitar planos vindos dos neoconservadores dos EUA, é problema interno da Colômbia.
O fato de ter invadido as fronteiras do Equador é grave, mas não justifica as providências que estão se tomando -- inclusive ameaça de guerra. Por um´país que sequer está envolvido na situação, mas quer se assenhorar da América Latina.
Suspeito que o "socialismo do século XXI" de Chavez comece a se aproximar do "socialismo do século XX" que todos conhecemos. Aparentemente, Chavez tem dificuldade de admitir a existência de governos de direita e, pelo tom do seu discurso, o militarismo que José Sarney [quem!] já havia advertido existir parece se confirmar. Acompanhamos o desastre das intervenções soviéticas por todo mundo. De novo?
Não, defitivamente não. Não há mais espaço para esse tipo de arcaísmo. É preciso frear já Hugo Chavez. A via eleita pelo Brasil é a mais correta. Para refrear uma guerra, nada melhor que chamar uma organização multilateral [OEA] para que os dois países de maior peso, Brasil e Argentina, certamente com apoio do Chile, possam refrear o avanço desse pesadelo pela região. É surgir como alternativa ao militarismo irracional por meio da via pacífica e dialogal.
Falo isso pelo bem da Venezuela também, porque certamente os EUA não ficariam neutros nessa história e destruiríam com um piscar de olhos os [poucos ou não] avanços conquistados pelo país nos últimos anos, apesar dos pesares.
Não é necessário dizer isso para os inteligentes leitores do meu blog, que também já sabiam disso, mas e pensar que tive que discutir com amebas no último FSM sobre o fato de que Lula era "conservador" e Chavez o "ídolo" da esquerda [aqui e, um ano depois, aqui]. Repito: não é preciso ser burro para ser de esquerda.
No fundo, aposto na democracia e na palavra contra a guerra. Aposta arriscada, mas necessária.

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sábado, março 01, 2008

OS DIREITOS INQUESTIONADOS

Lendo sobre a tal pesquisa das células-tronco a partir da cobertura absolutamente superficial feita pela mídia em geral, que só sabe tachar de "obscurantista" quem é contrário, fico sempre pasmo sobre algumas coisas.
Uma delas é a pretensa inquestionabilidade do "progresso" da ciência. A ciência parece ser uma linha evolutiva que atua sempre para frente, como se não dependesse mais dos nossos movimentos e fosse simplesmente algo natural [por isso gosto de Rorty quando assina um paper com o título: "A ciência natural é um gênero natural?"]. É incrível, e nisso gente como Heidegger e Adorno tinham toda razão, como o pensamento técnico está encravado como se fosse a única dimensão da humanidade, como se não houvesse valores em jogo, como se tudo fosse absolutamente neutro.
Vamos pegar os progressos, por exemplo, na medicina. Com uma frase, acredita-se ter esgotado todos os problemas éticos que porventura surjam: "isso vai ajudar a tratar muitas doenças". Ah, sim, que bela inocência! Existe algo mais inocente que isso -- curar doentes? Quem pode ser contra isso? Ou ainda: "isso vai ajudar muitas mulheres a poderem engravidar". Ora, quem com coração pode questionar o direito das mamães terem bebês?
Por trás dessa pretensa inocência há muito a ser discutido. Os médicos e pesquisadores se sentem, realmente, na condição de quase neutralidade, tal a pretensa inocência do que fazem. Mas nós temos que começar a perguntar: será que, em qualquer circunstância, é bom curar doentes? Ou será que existem situações em que uma pesquisa pode trazer tantos prejuízos do ponto de vista ético que talvez não valha a pena? Até onde vai o nosso direito de usar animais como cobaias? Será que a morte é um mal, como parece pensar 99% da nossa população? Temos direito de fugir da morte a qualquer custo? Não somos seres-para-a-morte?
Será que as moças tem sempre o direito de engravidar? Ou existe um componente trágico [no sentido de Nietzsche] na existência que às vezes tem que ser aceito? Será que vale arriscar a clonagem para as mamães terem seu baby? Ou será que elas não têm algo mais à mão, por exemplo a adoção?
Não tenho nada contra a tecnologia. Mas qualquer, qualquer um mesmo, discurso envolve valores e decisões éticas. A ação humana, mesmo a mais pretensamente neutra, está sempre carregada de uma dimensão de decisão ética. Os médicos não podem fugir dela. E, em termos de ética, eles não têm a vantagem que têm em termos de técnica. Seu preparo é para técnica. Precisamos ser mais democráticos nisso.

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