Mox in the Sky with Diamonds

quinta-feira, junho 29, 2006

Orquestra do Pós-Rock
No primeiro e único encontro da "Confraria do Cérebro", ainda me recordo de G.D. e Peter Pan se arreando em mim, por colocar obscuridades nas "trilhas sonoras" dos posts, e especial menção ganhou "Glósóli", do Sigur Rós. "Glósóli!", e risadas da minha cara.
Pois semana passada, olhando a primeira vez que passava o excelente programa "Later", de Jools Holland, britânico, no Multishow (domingo, no fim da noite), onde as mais diversas bandas tocam, deparei-me novamente com o Sigur Rós. Tinha achado "Takk" estranho, especialmente pelo vocal agudo e grandiloqüente, com palavras estranhas.
Mas a execução das belíssimas "hoppípolla" e "mea bloanásir" [a banda compõe em um idioma misto de palavras inventadas e sua língua natal, o islandês], simplesmente fiquei chocado. O Sigur Rós é simplesmente uma ORQUESTRA. Além do seu vocalista tocar guitarra como se fosse violino, o amálgama do vocal suave e límpido com um peso monumental e cadenciado, que por vezes crescia de forma grandiloqüente na música me fez ouvir "Takk" e, desde então, não penso em outra coisa.
Sigur Ros é mais uma banda do "pós-rock", uma tendência que abriu mão das melodias fechadas e privilegiou harmonias múltiplas, variáveis, sem o refrão, sem o retorno, o fechamento, mas em uma constante evolução e erupção. Mogwai e Tortoise são outras bandas dessa tendência --- que bebe suas fontes no shoegaze, rock progressivo, Radiohead, jazz e elementos eletrônicos.
Mais gostei ainda quando ouvi a descrição do Sigur Rós como a banda que faz o "canto das baleias brancas". Realmente, o som é uma combinação oceânica, gélido, de dimensões monumentais, que ganha suavidade pelo vocal. O contraste entre os dois elementos, um instrumental pesadíssimo e um vocal suave, faz a música se tornar complexa e deliciosa. As harmonias são simplesmente inacreditáveis. Passam de uma delicadeza angelical a um peso estrondoso. "Glósóli", "Saeglopur" (minha preferida) e "Milano" são lindas demais, nas suas variações de harmonia impressionantes. Escondem segredos. Podem soar totalmente inaudíveis, por serem pesadas ou leves. Ambigüidade onde se esconde o seu valor artístico.
Rock é transgressão, hedonismo, explosão. Mas é também talento. E talento o Sigur tem, e muito. A capacidade de fazer os meus ouvidos se deliciarem, provocar sensações agradáveis, me faz acreditar que a música é, realmente, um bálsamo dionisíaco onde os instintos mais primitivos do meu ser se satisfazem, em um gozo retumbante.
Meu conselho: ouçam sem preconceito. Ignorem, no início, a estranheza da língua e do vocal. Centrem-se no instrumental. E, após quebrada a primeira barreira, contemplem a beleza do amálgama. Simplesmente monumental.
Sigur Rós não é feito para ouvidos preguiçosos. É para aqueles que admiram a arte.

Sigur Ros, "Takk" (2006).



Glosoli - Sigur Ros

Notem que, partindo de uma suavidade melancólica, a partir dos 4 minutos, a música vai ganhando um peso inacreditável.


Keyra Agostina - Sexo em Somepills
Ela é um mistério. Encontrei na Net alguns dados e, claro, tinha que estar na coluna do Pedro Dória, esse especialista do NoMínimo em assuntos masculinos, especialmente mulheres.
Sem dúvida, é a mignon mais deliciosa do mundo. Com um corpo delicado, consegue ter a melhor bunda dos últimos tempos, empinada, bem formada. Sensualidade ímpar.
Somepills não é um blog pornográfico, mas também não é puritano. Admiro os valores estéticos e, por isso, vocês ganham de brinde uma contemplação à beleza espetacular das formas afrodisíacos de Keyra Agostina.



Keyra

A mais gostosa.

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Trilha sonora do post: Sigur Rós, "Glósóli".

domingo, junho 25, 2006

O Cara

David Beckham é foda. Só ele bate na bola daquele jeito. Se inclina em direção oposta à trajetória da bola, bate com a parte de dentro do pé de forma que, por essa inclinação, a bola faz uma curva de fora para dentro, saindo forte e precisa.
Vinha jogando bem no Real Madrid, com uma quantidade exuberante de assistências, e recebe uma quantidade abominável de críticas revestidas de inveja, dada a sua condição de popstar. Passa bem, lança e marca com qualidade.
Na Copa, na minha opinião, é o melhor jogador da inconvincente Inglaterra. Uma seleção que tem quatro jogadores de meio incríveis poderia ter um desempenho melhor, não fosse a covardia do técnico Eriksson. Jogar com um atacante contra o Equador, com o meio campo posicionado em linha, é piada. Poderia, tranqüilamente, ter avançado Joe Cole, colocado Wright-Phillips no ataque ou, simplesmente, escalado o roboCrouch.

Mágico
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Falar do Felipão para torcedor gremista é piada. Todos nós conhecemos que Luiz Felipe Scolari é a ENCARNAÇÃO do Grêmio feita em técnico de futebol. Times tecnicamente razoáveis, mas que se multiplicam em campo, jogando com uma raça comparada a um cenário de guerra. Emoções violentas, intensas, tensão de jogar com um a menos. Felipão planeja tudo. Ele tem o domínio do jogo. Seu contraste com um Van Basten asséptico e abismado foi marcante.
Golaço de Maniche e pancadaria de um juiz que perdeu o controle com menos de 10 minutos de jogo. A Holanda, entretanto, mostrou que tem um time talentoso, provavelmente próspero, que ainda irá dar muito o que falar. O destaque do jogo, apesar de perdedor, foi o ponta Van Pierse. Van Pierse e Robbens, dois ponteiros holandeses que ainda darão muito o que falar.
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Alemanha
Muita gente achava que a Alemanha era galinha morta. Isso é ignorar a história das Copas. O fator local é incrivelmente influente, basta ver que seleções como México, Coréia do Sul e Chile, sem grande tradição, tiveram suas melhores atuações, sem falar da própria Alemanha, Inglaterra, Uruguai, França, Itália e Argentina, que levaram os troféus.
Frings já é o melhor volante da Copa, assim como Lahm o melhor lateral e Klose - pasmem - o melhor atacante. Um meio campo sólido com Ballack armando com precisão, e os aguerridos Schneider e Schweinsteiger, que jogam pelos flancos, fez a Alemanha esmagar com autoridade a Suécia.
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Primal Scream
O Primal Scream é uma banda camaleã. Tem álbuns diversos, com forte influência dos Stones. Iniciou no final da década de 80 e teve seu ápice no início da década de 90, surfando na onda ecstasy na Inglaterra, especialmente com seu psicodélico "Screamadelica" (1991), que pouca gente notou ser uma ampliação absurda de "Simpathy for the devil", é uma mistura de vários estilos, utilizando de recursos eletrônicos, viagens, efeitos longos, vocais gospels, lisergia, apelidado de "soul-dance". Não conheço toda obra, que chegou até o rock industrial próximo ao Prodigy e Nine Inch Nails no penúltimo disco -- "Evil Heat" --, e esse ano voltou à onda stones puro, com um disco de rrrrock clássico, sem frescuras. Apanhou da crítica um pouco, mas "Country Girl" é muito legal.
Então, por cortesia desse blog coloquei um clipe de cada fase da banda. Todos devidamente malucos e sensacionais. Vale a pena assistir!


Primal Scream Rocks

Fase Stones.

Primal Scream Come Together

Fase "Screamadelica" (soul/dance/ecstasy).


Primal Scream - Some Velvet Morning

Fase XTMR/Evil Heat.

Primal Scream Country Girl

Sensacional esse vídeo! Essa loira é muito gostosa!

sexta-feira, junho 23, 2006

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HYPÔMETRO SOMEPILLS



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Snow Patrol, "Eyes Open" (2006).

O novo álbum empolgante do Snow Patrol, onde mantém o ritmo do anterior "Final Straw", com muita velocidade e rock limpo de qualidade. Mais detalhes aqui.

Arrisque: "You're all I have", "Chasing Cars".


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Laura Veirs, "Carbon Glacier" (2004).

Álbum melancólico e triste, mas infinitamente belo, com suaves harmonias por trás da delicada voz de Laura Veirs, variado e poderoso. Mais detalhes aqui.

Arrisque: "Shadow Blues", "Ether Sings".

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Neva Dinova, "
The hate yourself change" (2005).

Outro melancólico, mas desta vez um folk preguiçoso, de ótimo gosto. Disquinho que desce redondo do início ao fim.

Arrisque: "Ahh", "Can't wait to see you".


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Monsieur Gainsbourg Revisited (2006).

Deliciosa coletânea que homenageia o "rei dos motéis" Serge Gainsbourg, o compositor mais pornô da história da música.

Arrisque: Cat Power/Karen Elson - "I Love you (me ether)", Portishead, "Requiem for Anna".

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Richard Ashcroft, "
Live with BBC Orchestra" (2006).

É uma gravação não-oficial de uma apresentação de Ashcroft nesse ano. Versões simplesmente perfeitas para um repertório que oscila entre as baladas do Verve e as músicas da carreira solo.

Como vocês podem ver, deixei os links para todos os discos, exceção à Laura Veirs, que não encontrei.

OITAVAS-DE-FINAL ELETRIZANTES

Apenas República Tcheca decepcionou. No restante, todas as seleções favoritas se classificaram, e os segundos lugares, com exceção da Austrália e Equador, estiveram rigorosamente dentro do previsível. Por isso, felizmente teremos ótimas finais, sem aquele amontoado de zebras da Copa de 2002.

Alemanha vs. Suécia --- Alemanha.

Inglaterra vs. Equador --- Inglaterra.

Argentina vs. México --- Argentina.

Portugal vs. Holanda (um dos dois melhores) --- Portugal.

Itália vs. Austrália --- Itália (que barbada...).

Brasil vs. Gana --- Brasil (mas o jogo é extremamente perigoso).

França vs. Espanha (o outro) --- França (e é zebra).

Suíça vs. Ucrânia (jogo ruim) --- Suíça.


Tchau.


Trilha sonora do post: Neva Dinova, "Can't wait to see you".

sexta-feira, junho 16, 2006

Mulheres

Eu admiro as mulheres.

Admiro porque são delicadas, frágeis, sensíveis, mas extremamente poderosas. Sempre sustentei e continuo sustentando que são formas superiores a nós, homens. Aperfeiçoamentos. Tanto que, com toda nossa força brutamonte, nossa agressividade fálica, nos arrastamos como vermes ante a sensualidade, a doçura, a beleza feminina. As mulheres nos dominam a passos largos.

Admiro as mulheres pelas poses. Mulher adora fazer pose. Enquanto o homem, constrangido ante uma câmera, evita demonstrar qualquer coisa que não seja uma cara aborrecida, carrancuda, não-hospitaleira, a mulher parece se divertir no exibicionismo. Não há uma, umazinha mulher que não adore se exibir. Girar o corpo, empinar a bunda, os peitos, fazer um biquinho. Usam decotes extremos sem pudor de seduzir. Saias curtas, onde as coxas ficam expostas e fazem os homens delirar.

Notem: os macacos. Macacos primevos que olham as belas formas e ficam admirados, como se diante de uma divindade estivessem. Homens que caem mortos, na sua inteligência e arrogância, perante uma bela mulher, caem mortos como se fossem cachorros prontos a lambê-la como escravos. A bela mulher, consciente da sua superioridade, apenas se exibe, deixa aparecer suas formas, e ri, sarcasticamente, da condição inferior do macho.

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Inés Sainz - a motivadora das reflexões

Toneladas de força masculina são evanescidas na fragilidade feminina. O pequeno corpo da mulher, em relação ao robusto do homem, quebra a lógica da natureza: sua beleza destrói a hierarquia da força e estrutura um novo tipo de relações de poder -- poder da sedução. Cada pequeno movimento feminino estabelece uma relação de violência simbólica superior à violência física masculina. A mulher situa-se no todo da cadeia alimentar, devoradora de homens sem o mínimo de movimento, basta-lhe ser para seduzir.

Situamo-nos nós, homens, um degrau abaixo -- caçadores que alimentam as dominadoras. Descarregamos nossa pulsão de morte em plena natureza, enquanto Eros se reflete na mulher, esse ser abençoado pela natureza ante suas belas formas. Alguém já ouviu um gemido, um miado, um dengue feminino? Existe algo mais irresistível? É no nível micro que a mulher ataca. Estabelece hierarquias de baixo para cima, fazendo que as micro-relações se fixem a partir dos seus intocáveis desejos.

Suas armas são infalíveis -- corpo. Nenhum homem heterossexual é capaz de resistir às armadilhas do corpo feminino. Por isso os heteros têm até uma ponta de inveja dos homossexuais, na sua capacidade de resistir -- com uma risada sarcástica -- do poder de sedução feminina. E talvez por isso os gays olhem para os heteros com certo desprezo: é essa condição de animalidade diante da fêmea que não superamos; a capacidade dela impor, mediante um domínio insondável do corpo, suas vontades.

Toda força bruta do homem não dá conta de metade da doçura feminina.


Trilha sonora do post: Richard Ashcroft, "Buy it in bottles".
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terça-feira, junho 13, 2006

My non-Bloody Valentine
Nunca imaginei que poderia passar um dia-dos-namorados tão indiferente à circunstância. Anos atrás, me desesperava se estava solteiro. Hoje, para mim, é simplesmente a mesma coisa. Me sinto até mais tranqüilo sozinho e inseguro da possibilidade de assumir um relacionamento a longo prazo. No início, foi difícil, mas agora a vida de solteiro já está completamente digerida -- com seus problemas e soluções.
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Muse e Keane
Essas duas bandas britânicas botaram na rua seus novos discos -- no caso do Muse, o 4º; do Keane, o 2º. Até agora, duas decepções. Três ouvidas do Muse não melhoraram em nada as impressões do disco, e sinceramente a vontade mesmo é de vomitar. E olha que "Showbizz", "Origin of Simmetry" e "Absolution" são três discos consistentes; polêmicos, mas consistentes. Entretanto, esse novo, a começar pelo seu primeiro single, "Supermassive Black Hole", parece diarréia. Já o Keane, um proto-Coldplay ainda mais açucarado, também veio bem ruinzinho, ao menos nas duas primeiras ouvidas, e o som parece ser beeem irregular, tipo, três erros para cada acerto.
Depois dos ótimos Strokes, Snow Patrol e Secret Machines e os razoáveis Primal Scream e Yeah Yeah Yeahs, as decepções do ano.
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Thom Yorke
Wittgenstein falava do silêncio como virtude: eu diria, diria de uma esfinge como Thom Yorke, prefiro palpitar apenas após algumas ouvidas mais densas.
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Filmes
Vi "Penetras bom de bico", que papou um monte de VMA's, e "Marcas da Violência", de Cronnenberg. Sobre o primeiro, é um filme bobo e chato, com alguns lances de rir. O segundo, achincalhado por G.D. em resenha no seu blog, também deixa a desejar. Ao contrário de Ricardo Calil, que começa a se tornar um opositor significativo, achei o filme fraco, banal e desprovido de qualquer realismo.
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Eu sempre disse que De Niro é genial
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?De acordo com uma nova pesquisa, as mulheres se sentem mais confortáveis se despindo na frente de homens do que na frente de outras mulheres. Elas dizem que mulheres julgam demais enquanto homens, é claro, só ficam gratos.? ? Robert De Niro.
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Justiça
Eu fui umas únicas vozes que NUNCA falou mal do Bolsa-Família. O programa foi chamado de pífio, assistencialista, ineficaz, incompetentemente gerido, nulo, esmola, cabresto, simulacro, etc. Hoje, todos sucumbem perante sua competência. A renda dos mais pobres cresceu, nos últimos anos, o dobro da dos mais ricos, e finalmente eles vêem sua renda em processo de agregação significativa, constante e que, aos poucos, permite até transbordar a subsistência. Muitos criticaram o Bolsa-Família com poucos DIAS e MESES de implementação. É impossível. Isso é amadorismo, pessimismo, ou, como diz Lula mesmo, "urucubaca". Primeiro vamos esperar para depois vermos os resultados.
Hoje, até a FSP admite o "crescimento chinês" gerado pelo Bolsa-Família. E Lula está visivelmente reeleito.
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Por sinal
Sou suspeito para falar, mas a campanha de Alckmim para estar indo de mal a pior.
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Em todo caso
Quem não é pessimista, está vendo o Brasil evoluir bastante em matéria política. Por mais que digam o contrário, PSDB e PT como principais forças políticas é algo que está fazendo o país avançar. Estamos começando a fazer planos para o futuro, temos instituições em processo de solidificação, aumento substancial do mínimo e se fala que, no próximo mandato, a prioridade será educação. Além disso, começa a ficar corrente a reforma dos sugadores do erário público, através da necessária distinção entre direito e privilégio adquirido.
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Primeira rodada quase completa
Quase completamos a primeira rodada da Copa. A Alemanha se apresentou como candidata, com apoio da torcida, muito esforço e saúde, além de chutes de longa distância, é minha aposta. Seguiu o Equador, que deve se classificar, e só. A Inglaterra, criticada por muitos, ainda tem muito futebol para mostrar, com seu meio campo povoado de jogadores clássicos, especialmente Beckham, Lampard e Gerrard. Joe Cole deve se apresentar para criar mais, driblar, inventar. Paraguai e Suécia devem brigar pelo segundo lugar, com Gamarra e Ibrahimovic decepcionantes. Argentina decepcionou um pouco: o time está lento e não marca mais pressão, mas tem Riquelme, e isso é bastante. Portugal e México não convenceram. Costa do Marfim e Holanda devem se engalfinhar pela outra vaga, destaque para Drogba, que fez boa partida, e o habilidoso Robben. Seguem a piada Japão, sempre disse que o futebol oriental não existe, Austrália, a sempre forte Itália e a consistente República Tcheca, que deve incomodar. Gana, por fim, mostrou bom futebol e tem vários jogadores conhecidos no seu elenco (Asamoah, Essien, Appiah, Kuffour), mas deu azar no grupo.
Amanhã, veremos Brasil e França -- e estou achando que Henry será o artilheiro da Copa.
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Quero a Scarlett Johansson para mim.
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Trilha sonora do post: The Cardigans, "You're the storm" (acoustic).
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sexta-feira, junho 09, 2006

As 05 Melhores da Nova Geração de Hollywood

Dois critérios apenas: se refere a artistas do cinema americano, já que falei em "Hollywood", e exclui artistas clássicas, como Marilyn Monroe, e que já compuseram o universo de filmes dos anos 80/90 (ex.: Sharon Stone, Kim Bassinger, Demi Moore, etc.).

5. Jennifer Connelly


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A melhor morena de Hollywood. Rosto doce, alvo, traços suaves e angelicais. Pequeninas sardas colorem as maçãs do rosto. Olhos de cristal verde, resplandecentes. Lindíssima, por exemplo, no excelente "Mente Brilhante" e no mediano "Hulk".

4. Denise Richards


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Loira com traços agressivos, felinos. Contornos perfeitos e combinação clássica. Tudo no exato lugar, mas como se fosse traçado por um pintor arrojado, em linhas fortes, porém belíssimas e sem borrões. Esbanja uma extrema sensualidade, especialmente no fraco "Garotas Selvagens", que, contudo, contém cenas sensuais espetaculares.

3. Jessica Alba


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A nova sensação do cinema americano. Rosto infantil-erótico, como o de uma colegial louca por sexo. Corpo simplesmente perfeito. Curvas estonteantes, dessas se perder olhando. Não precisa dizer mais que "Sin City".

2. Angelina Jolie


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A própria imagem de Afrodite na Terra. Jolie, com seus lábios carnudos, visual camaleão, olhos profundos e penetrantes, sorriso maroto e perigoso, carrega uma sensualidade incomparável no cinema atual. Ninguém, mais que ela, consegue ser unanimidade em termos sexuais. Até as mulheres admitem sentir tesão por ela. Por todos, vá no bom "Pecado Original".

1. Scarlett Johansson



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A mais bela de todas. Beleza sutil e agressiva -- ambígua, misteriosa. Algo se esconde por trás da singeleza dos traços de Scarlett. Ela consegue ser doce e sensual, agressiva e passiva, intimidante e frágil. Clássica como Marilyn e arrojada como Jolie. Um híbrido indefinível. Seus olhos brilhantes combinam com lábios carnudos, pele clara e traços pontiagudos, tudo na maior saliência. Johansson é a própria feminilidade encarnada, na sua ambigüidade eterna. Para ser assistida no superestimado "Encontros e Desencontros", na bomba "A Ilha" e no ótimo "Match Point" [cuja primeira cena me causou um choque apenas comparável a um que tomei uns 10, 15 anos atrás, quando assisti pela primeira vez "Instinto Selvagem"].

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Trilha sonora do post: Muse, "Exo-Polotics" (primeira ouvida: horrível o novo do Muse).
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quinta-feira, junho 01, 2006

Sociologia Musical
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SIM. É preciso ser muito louco para sonhar que tu está na cadeira de SOCIOLOGIA apresentando um trabalho sobre MY BLOODY VALENTINE. Tu olha para o teu colega, que acabou de passar a fala e dizer que não conseguiu ouvir o disco e diz "claro, né, tu gosta de pagode!". E aí tua fala começa com:
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- Bom, em primeiro lugar eu queria deixar claro que 'Loveless' é um clássico do rock. Foi, ao lado do Jesus and Mary Chain [teus colegas te olham, catatônicos], quem introduziu as guitarras em máxima....
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[Teu professor (ele mesmo) te INTERROMPE]:
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- Sim, sim, guitarras amplificadas, são as chamadas PAREDES de guitarras.
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Tu olha estupefato. Ele curte Habermas, Rawls e My Bloody... E se vira para a turma:
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- Pois é, são verdadeiras paredes sonoras...
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E tudo se desvanece em caos e tentativas de fala.
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Snow Patrol
Essa ótima banda trouxe seu novo "Eyes Open", que resenhei no www.plugitin.com.br. Visitem!
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My Bloody, por sinal
Quem acha que Iron Maiden, Slayer ou os filhotinhos do Wolfmother fazem barulho deveria conhecer essa banda maldita do início da década de 90, liderada por Kevin Shields, hoje no Primal Scream. Eles realmente consolidaram uma reinvenção do rock, onde a eletricidade ia até o seu ponto máximo. Imagine, basicamente, que maluquices ácidas do Pink Floyd, normalmente apoiadas em teclados, fossem feitas com guitarras. Viagens alucinantes a outros universos, delírios, psicodelia extrema, mas tudo com uma barulheira ensurdecedora, vocais doces por baixo e melodias "blasés". É um amálgama do inferno.
Como eu sou um cara bacana, aqui está o link para baixar "Loveless". É só clicar e gozar.
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Flu
Nada é mais aborrecedor do que a doença. Não dá pra aproveitar nada, sequer ler. Três dias de catarro, febre, frio e dor-de-cabeça.
Saco.
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Trilha sonora do post: The Verve, "A New Decade".

Escrever com o sangue

Escrever não é, nem deveria ser, um exercício de esclarecimento, crítica ou comentário. Escrever, para mim, tem um sentido distinto.

O escrever é um descarrilamento, um despejo do excesso, um alívio. Ao escrever, eu descarrego parte do meu ser. Despejo de excesso, um excesso que significa acúmulo insuportável de tensões.

Por isso, escrevo com sangue. Não importa o que os outros pensam, tampouco se tenho razão. Minha única finalidade é descarregar sangue, é eliminar uma parcela excessiva do meu ser, retornando em um ponto de suave alívio que, em pouco tempo, irá novamente se inflar e exceder.

Minha escrita é sincera. É feita com parte do meu ser. As letras são partes do meu corpo. O espaços em branco são minha nudez. Os textos não são pretensões de verdade: são atributos corporais. Texto e corpo estão juntos. Caminham lado-a-lado.

Corpo virtual, um hipertexto que se abre como se fosse um amálgama dos meus instintos, impulsos, sentimentos, pensamentos e da própria carne e ossos. Corpo condensado. Corpo sintetizado. Palavras de sangue. A escritura é um exercício de sinceridade. É meu próprio ser derramado na tela. Não é uma representação, e sim uma presentação.

Derrida diria, contudo: escritura é ausência. Concordo, mas, ao lado da vacuidade das palavras e dos seus próprios jogos de forças, existe um corpo, ali, exposto, submetido aos ataques de quem quer que seja. Escrever é expor o próprio corpo -- o texto pode ser vulnerável ou duro, tanto faz. Há textos em que parcelas do meu eu aparecem de forma frágil; outros, são giletes. Não importa: a ponta de faca e o algodão são a mesma coisa, ambas são corpo.

Os pontos pretos, o traço (Derrida de novo), são contornos de um corpo que se expõe a ser, ao mesmo tempo, algoz e crucificado. A escritura é risco. Risco que se inscreve no próprio corpo, como uma extensão virtual do eu. O texto não está lá fora, o texto presenta meu eu. Não existe, ao menos no meu caso, uma distinção entre sangue e letras. Ambas formas e expressões da mesma coisa: corpo.

Quando escrevo, deixo uma parte de mim mesmo falar por si. Ela fala mais do que eu penso, fala sozinha, se torna mais do que eu mesmo. Mas, em todo momento, presença e ausência estão ali: presença do corpo, ausência da verdade. O texto é aberto; mas é corpo.


Trilha sonora do post: Laura Veirs, "Shadow Blues".